Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Por que fala o ministro

Pela terceira vez em três semanas o ministro da Defesa, Waldyr Pires, apareceu na imprensa para desmentir versões sobre a tragédia da Gol. Essa seria, na realidade, a função de um porta-voz da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ou, na melhor das hipóteses, do presidente da agência. Mas o ministro, com a sua vasta experiência política, deve saber o que está fazendo ao assumir esse protagonismo.


A falação do ministro Pires contrasta nitidamente com o seu silêncio nos meses que precederam o sacrifício da Varig. Como se o governo nada tivesse a ver com a extinção ou o encolhimento de um patrimônio público. Agora é tarde: a Varig é hoje um décimo do que já foi. Talvez menos ainda.


Mas no momento em que a questão das privatizações invade os palanques eleitorais convém fazer algumas perguntas: por que razão o governo não quis ajudar a Varig? Não queria parecer privatista? Ao entregar as rotas da Varig aos concorrentes – inclusive concorrentes internacionais – o governo não dilapidou um patrimônio público e abriu mão do poder do Estado?


Com a palavra o ministro Waldyr Pires.