A primeira segunda-feira de dezembro é considerada, nos EUA, o início da temporada de previsões do mercado publicitário para o próximo ano. Neste dia, analistas e agências começam a despejar especulações sobre a indústria. As para 2007, no geral, apontam para um ano desafiador para a mídia tradicional e com grande potencial de crescimento para a plataforma online.
Grande parte das previsões vê aumento de 2 a 5% nos gastos com publicidade nos EUA com relação a 2006. Isso representaria declínio no índice de crescimento comparado a 2005, que deve terminar entre 3 e 6%, mas não é de todo ruim se for considerado que 2007 não será impulsionado por eventos como eleições nacionais ou Olimpíadas.
‘Você normalmente vê uma grande queda em um ano sem eleições e sem Jogos Olímpicos’, explica Robert J. Coen, vice-presidente sênior e diretor de previsões da Universal McCann, em Nova York. ‘A tendência que continuará a afetar o universo de mídia em 2007 é a migração de dólares de publicidade da mídia tradicional – como TV e jornais – para veículos não-tradicionais, especialmente a internet’, conclui relatório da Fitch Ratings.
Televisão, rádio e jornais deverão experimentar ‘crescimento lento e declínio de público’, diz o relatório, ‘e os gastos publicitários continuam a seguir os padrões adotados pelos consumidores’. A Associação de Jornais da América, por exemplo, prevê que os gastos com anúncios para sítios de jornais irão crescer 22% com relação a 2006. Mas gastos nas edições impressas destes mesmos jornais devem crescer apenas 1,2%. Já Debra Schwartz, analista do Credit Suisse, questiona se mesmo este ganho anêmico de 1,2% não pode ser considerado uma previsão ‘muito otimista’.
Mais pessimista foi a previsão Morton-Groves Newspaper Newsletter, segundo a qual o gasto com publicidade em jornais deve cair 2% com relação a este ano. Em compensação, para gastos em plataformas online a empresa prevê aumento de 23,3%. Informações de Stuart Elliott [The New York Times, 5/12/06].