Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Princesa Diana e David Beckham na berlinda

Nos EUA e na Grã-Bretanha, invasão de privacidade é o assunto da hora. Enquanto a emissora americana CBS disse ter decidido exibir imagens da princesa Diana após o acidente fatal, o primeiro-ministro britânico criticou a mídia nacional pela cobertura que tem dado ao jogador de futebol David Beckham e seus enroscos amorosos fora do casamento com a ex-spice girl Victoria.

A CBS afirmou ter obtido as imagens de Lady Di após o acidente de carro de 1997 através de um relatório de investigação confidencial francês. A emissora garantiu, em comunicado, que o programa 48 Horas, que foi ao ar no dia 22/4/04, ‘só incluiria fotocópias, nenhuma delas remotamente gráfica, todas inéditas’. O programa também tratará dos rumores de que a princesa estava grávida quando morreu.

Segundo a BBC [21/4/04], Mohamed al-Fayed, cujo filho Dodi al-Fayed também morreu no acidente, acusou a BBC de lucrar às custas de mortes alheias. ‘A CBS obviamente não liga para o efeito pavoroso de exibir imagens das vítimas. Simplesmente querem lucrar com a tragédia’.

A família de Diana, segundo Peter Graff [Reuters, 22/4], também se disse ‘chocada e enojada’ pela decisão da CBS. Até o premiê Tony Blair foi a público dizer que era contra a exibição das fotos.

De sua parte, a CBS defendeu sua decisão, afirmando que as fotografias ‘estavam em um contexto jornalístico – uma análise do tratamento médico dado à princesa logo após o acidente – e não são de forma alguma gráficas ou exploradoras’.

Privacidade de Beckham

No dia 22/4, Tony Blair criticou a mídia por invadir a privacidade de personalidades públicas como a do capitão do Real Madri David Beckham, afirmando que a cobertura intrusiva não é de interesse público e poderia causar sofrimento.

Segundo reportagem de Claire Cozens [The Guardian, 22/4], é a primeira vez que o premiê britânico fala do escândalo acerca das supostas relações extraconjugais do jogador de futebol, que veio a público no começo de abril. ‘Espero que todos entendam que quando a privacidade das pessoas é invadida, pode causar grande sofrimento e não acho que sejam sempre de interesse público’, afirmou à Câmara dos Comuns, em resposta a uma pergunta de Clive Soley, parlamentar trabalhista que condenou a cobertura ‘crassa’ do caso e pediu que a ‘banguela’ Comissão de Reclamações da Imprensa (PCC, sigla em inglês) tenha poderes legais de regular a indústria de maneira mais efetiva.

Os comentários de Soley sucederam a publicação, no dia 22/4, dos resultados de uma pesquisa do Guardian/ICM, segundo a qual 85% do público apoiariam a introdução de uma lei de privacidade na Grã-Bretanha, apesar do acentuado crescimento na venda de tablóides. Dos entrevistados, 85% disseram que as revelações sobre os affairs de Beckham deveriam ter permanecido no plano privado.