O príncipe Charles entrou com uma ação judicial na sexta-feira (18/11) contra o jornal britânico Mail on Sunday, da Associated Newspapers, que publicou detalhes de seu diário pessoal. O trecho publicado pelo tablóide descrevia diplomatas chineses como ‘estátuas de cera velhas e horripilantes’ e continha opiniões do príncipe sobre a devolução de Hong Kong para os chineses em 1997.
Porta-voz da Clarence House, residência oficial do príncipe, afirmou que Charles teria enviado 11 cópias do trecho do diário para amigos íntimos e que, como o jornal teria obtido uma cópia sem permissão, seria processado por quebra de confidencialidade e direitos autorais. Michael Peat, secretário particular do príncipe, alegou que o jornal foi alertado para não publicar os trechos. ‘Deixamos claro para o Mail on Sunday em cinco ocasiões, tanto de forma oral quanto escrita’, afirmou.
O jornal declarou que não concorda com as alegações de Peat. ‘Não era um diário particular. Foi amplamente distribuído e visto, como foi confirmado pela Clarence House, como um documento histórico destinado a uma eventual publicação. Estamos muito surpresos pela ação, que levanta sérias questões sobre liberdade de imprensa’.
O Mail on Sunday tem 14 dias para responder à reclamação. Não é comum que a família real britânica tome medidas legais contra jornais. Em 2003, a rainha Elizabeth II entrou com um processo para evitar que o Daily Mirror publicasse revelações sobre sua vida no Palácio de Buckingham depois que um jornalista se disfarçou de criado para publicar detalhes sobre a rotina da residência real. Informações da AP [18/11/05].