Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Proposta faraônica e populista

Esta é mais uma proposta faraônica de populismo. Todos os executivos das chamadas democracias modernas querem deixar suas marcas na história e sociedade. Esse complexo de Narciso leva a mesma sociedade a pagar com duras penas projetos como estes.

Uma TV pública projetada, organizada e produtora é absolutamente desnecessário. Os custos envolvidos são imensos. Acredito que o governo federal deve fazer cumprir a legislação referente à concessão e difusão de informação.

As empresas de comunicação e informação (sejam rádios, TVs, provedores de conteúdo de internet, imprensa ou editoras) deveriam ter em seu ‘contrato’ ‘declaração de missão’ e no port-fólio de responsabilidade social, um percentual (quem sabe uns 10% do conteúdo programático) de produtos e serviços visando a fomentar educação, cultura e saúde. Isso fazendo parte continuamente de todos os seus programas, serviços e produtos disseminados.

Informações confiáveis

Urge o respeito ao cidadão e a efetiva presença do Estado na sociedade civil como regulador, e não como um interventor ou mesmo como produtor de produtos e serviços, como esta proclamada ‘TV pública’. A declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que ‘é para apresentar a informação como ela é, sem pintar de cor-de-rosa. Mas sem pichar’ é uma evidência de que atualmente as TV’s privadas precisam de reforma. Reformas conceituais.

É necessária uma revisão dessas grades, horários e programas que as redes privadas de TV utilizam. É necessário observar as diferenças de fuso horário do país. O Ministério Público precisa estar atento a estas questões, que envolvem a ‘segurança cultural’ de nosso povo. Para que assim a TV deixe de ser a ‘máquina de fazer doido’, conforme pontificado por Stanislaw Ponte Preta.

O que precisamos é de uma TV pró-ativa, colaborativa e que, mais do que entretenimento, proporcione informações confiáveis, claras e oportunas. Precisamos resgatar nossa história e cultura. Esses veículos podem prestar um serviço singular para a promoção da dignidade da pessoa humana e desenvolvimento cultural e social, se direcionados para o prol do bem comum de um estado democrático de direito e bem-estar social.

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Professor universitário, Ji-Paraná, RO