Quase dois anos separam o encontro em que Alberto Dines e o programa Observatório da Imprensa na TV promoveram logo após o atentado criminoso contra o jornal Diário de Marília, do qual sou editor, em setembro de 2005.
Nesses dois anos três acusados foram condenados em Marília e pelo Tribunal de Justiça de São Paulo e já cumprem pena, o jornal afundou em dificuldades financeiras e passou a sofrer novas formas de pressão, incluindo intimidação de anunciantes, corte de assinaturas em escolas e museus e coisas do gênero.
Mas a mais grave foi em 18 de julho do ano passado, em uma tentativa frustrada de me matar. O matador errou. O crime provocou atuação do Ministério Público Federal, em medidas da insuspeita procuradora Janice Ascari, e decisão da desembargadora Suzana Camargo para que a Polícia Federal procedesse a proteção para mim e minha família.
Essa ordem judicial vai completar um ano e nunca foi cumprida. Pelo contrário, produziu laudas e laudas de falatório, burocracia e desobediência que chegou a envolver até o Ministro da Justiça.
Breve relatório disso tudo, que mantive em sigilo até por orientação da Justiça, tornou-se público agora em divulgação pelo site Consultor Jurídico.
Procuro Observatório para que, além de divulgar a situação de ameaça e riscos que vivo, mostrar também caso grave de desobediência. Talvez porque um dos suspeitos e beneficiários com minha morte seja deputado federal, o ex-prefeito Abelardo Camarinha, suspeito ainda no caso do incêndio criminoso no Diário, hoje parlamentar alinhado com o governo.
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Jornalista