Que a televisão brasileira precisa inovar, disso ninguém tem dúvidas. Algumas emissoras até tentam, por mais simples que seja, renovar suas grades, com novos rostos, mas sem muito conteúdo, trazendo até nós programas diferentes. O que eles esquecem, na verdade, é que alguns dos programas, principalmente os que tratam de humor, precisam de certa moderação porque não podem sair dizendo o que bem entendem. É para isso que toda equipe de programas de TV tem produção, pós-produção e direção. Para tratarem dos detalhes ou, pelo menos, tentarem fazer algo decente para os seus telespectadores.
Semana passada, grande parte da mídia na internet divulgou a informação sobre um programa de comédia que fez piadas usando como personagens imitadores de pessoas autistas. É evidente que uma ofensa como a utilizada no programa seria alvo de críticas. Não que a emissora tivesse se preocupado com isso, pois assim sendo o programa não teria ido ao ar. Mas o programa foi ao ar e quando seria reprisado, aí, sim, a TV barrou a brincadeira de mau gosto. Porque neste momento, pessoas já tinham se mobilizado com o ato e já tinham se manifestado através de assinaturas que exigiram uma formalização de desculpas.
Sem discriminação
Agora, depois de tudo, depois que tudo foi ao ar é fácil se retratar. As pessoas que sofrem qualquer tipo de deficiência merecem respeito em qualquer lugar e na televisão, que é um meio tão poderoso, estas pessoas no mínimo devem ser defendidas e os seus programas devem apoiar, e incentivar os seus telespectadores a divulgar e entender causas de problemas como este citado aqui, do autismo.
Tem que se entender que a televisão deve ser usada com inteligência, inteligência sadia, que ensine, que seja exemplo, que tenha humor, mas com respeito acima de tudo. Nós precisamos mesmo preencher as grades da TV aberta com alegria, sátiras. Mas estas devem ser feitas sem que haja discriminação, diferenciação e quaisquer coisas do gênero. Comédias com graça, sem ofensa.
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Jornalista, Taboão da Serra, SP