Thursday, 19 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Radialista jurado de morte

Nova York, 16 de junho de 2006 – O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) está alarmado pelas persistentes agressões e ameaças de morte contra um jornalista de rádio, na Argentina, que criticou o prefeito local por corrupção. Carlos Furman disse ao CPJ que as ameaças começaram em fevereiro do ano passado, quando acusou Domingo Daniel Rossi, prefeito de Santa Helena, na província de Entre Ríos, de enriquecimento ilícito e corrupção. Um aumento recente nas ameaças coincidiu com o julgamento contra Rossi, que foi declarado culpado em 12 de junho e sentenciado a três anos de prisão sob condicional.

Em 9 de junho, Furman recebeu ligação ao vivo em seu programa, na estação de rádio 2 de Octubre, ameaçando-o de morte. Como medida de precaução, o jornalista passou a noite num quarto de hotel. Quando regressou a sua casa no dia seguinte, encontrou três disparos no portão. Segundo a polícia local, as balas vieram de uma arma calibre 32. A polícia deu a Furman escolta permanente e colete à prova de balas, informou a imprensa local.

Em 31 de maio, nove dias após o início do julgamento de Rossi, um desconhecido abordou Furman na rua, agrediu-o no rosto e ameaçou matá-lo se Rossi fosse declarado culpado. Em 12 de junho, dia da condenação de Rossi, Furman recebeu nova ameaça de morte em seu telefone celular. Furman assinalou que todas as ligações anteriores haviam sido feitas para a estação de rádio. O jornalista foi advertido, na ligação, que morreria se continuasse informando sobre Rossi. Furman denunciou cada ataque e ameaça à polícia, que informou ao CPJ que está investigando os incidentes. ‘Estamos alarmados pelas ameaças e agressões constantes contra Carlos Furman’, declarou a diretora-executiva do CPJ, Ann Cooper. ‘Instamos as autoridades a continuar sua investigação com o maior rigor possível e a apresentar rapidamente os responsáveis à justiça’.

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O CPJ é uma organização independente, sem fins lucrativos, sediada em Nova York, e se dedica a defender a liberdade de imprensa em todas as partes do mundo