Quanto mais leio os jornais, mais acredito na minha folhinha do Seicho-No-Ie. ‘O mundo fenomênico é uma manifestação da mente – esta é a verdade que Buda pregou’.
Disse isto no dia 10 de junho, quando a Folha de S.Paulo abriu uma manchete em cinco colunas: ‘Brasil está em recessão’. Na terça-feira (28/7), 48 dias depois, ainda de pijama leio a seguinte manchete na Folha: ‘Recessão no Brasil acabou em maio, avaliam bancos’.
Ora, se entramos oficialmente em recessão em meados de junho, segundo os economistas, mas ela acabou em maio, de acordo com os bancos, chego à conclusão de que tudo não passou de uma miragem, de uma marolinha talvez, de um tremendo mal entendido. As milhões de pessoas que perderam seus empregos de novembro de 2008 para cá podem voltar a partir de amanhã às suas empresas, pedir seus crachás no departamento do pessoal e trabalhar normalmente. Fica o dito pelo não dito.
Tudo bem que economia tem suas regras e só se pode declarar uma recessão após dois trimestres consecutivos de queda do PIB. Portanto, levamos seis meses para entrar oficialmente em recessão, embora as empresas e os trabalhadores já soubessem disso desde novembro passado, mas saímos da recessão em maio, antes mesmo de ter entrado. Parece a história da viúva Porcina. Dá para entender?
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Jornalista