Thursday, 14 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Rede aberta estuda parceria com a CNN

Nos últimos 10 anos, a CNN negocia com a ABC News e a CBS News sobre possíveis joint ventures. Recentemente, as conversas com a CBS intensificaram-se, segundo executivos que pediram anonimato por conta da natureza confidencial das negociações, noticia Tim Arango [New York Times, 8/4/08]. Se a parceria for concretizada, a CBS passará a comprar conteúdo produzido pela CNN.

O acordo teria o objetivo de reduzir a produção de notícias da CBS, através do pagamento de uma taxa à CNN para comprar material produzido por ela. Uma outra possibilidade especulada seria manter os correspondentes da CBS em certas regiões, mas fazê-los trabalhar em conjunto com equipes da CNN. Oficialmente, entretanto, não há nenhuma parceria à vista. ‘Estamos muito orgulhosos e satisfeitos com nossas operações de produção de notícias. Não há nenhum acordo sendo negociado’, informa Sandy Genelius, porta-voz da CBS News.

Ganho dos dois lados

Para a CNN, um acordo com uma rede aberta significaria novos lucros sem ter que aumentar custos. Para a CBS, um acordo com uma TV a cabo permitiria cortar custos mantendo sua marca. As negociações estariam sendo lideradas por Sean McManus, presidente da CBS News, e Jim Walton, presidente do grupo de notícias da CNN. Segundo as fontes, ainda restam muitas dúvidas sobre direitos autorais, direitos dos sindicatos e o nível de envolvimento dos programas jornalísticos na parceria.

Se um acordo for efetivado, será um divisor de águas na história do jornalismo televisivo, já que se trata de uma estratégia de mudança provocada pela força do mercado em uma emissora que tem importância imensa para o setor. Foi a CBS que abrigou telejornalistas tradicionais – e que viraram modelos para colegas futuros – como Edward R. Murrow e Walter Cronkite.

Em 2007, no entanto, os índices de audiência não foram bons para a CBS – no horário nobre e no matutino ela amarga o último lugar entre as três grandes redes da TV aberta americana. Todas as emissoras de TV dos EUA vêm enfrentando problemas, por causa da fragmentação da audiência provocada pelo crescimento das novas plataformas, como internet e aparelhos móveis.