No ano passado, neste mesmo espaço (‘Prendam o precário‘, 9/5/2006fiz um desabafo sobre a pressão exercida pelo Sindicado dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo para me tirar do mercado. Queriam cassar meu MTb a todo custo. Só porque ele é precário O motivo era o de sempre: falta do diploma do curso de jornalismo. Um inquérito foi aberto no 1º Distrito Policial e encaminhado ao Ministério Público, transformando-se num processo.
O tempo transcorreu, as partes falaram, os advogados se mobilizaram e a juíza Maria Regina Gaspar Burjakian, da 5ª Vara Criminal de São José do Rio Preto, decidiu pela minha absolvição. Ela entendeu que, em primeiro lugar, nunca exerci ilegalmente a profissão, pois estou respaldado pelo MTb concedido pelo Ministério do Trabalho com base na famosa tutela antecipada concedida pela juíza da 16ª Vara Federal de São Paulo, Carla Rister. A juíza Maria Regina também entendeu que os registros precários ainda valem.
Canudo e carteira do MTb
Minha advogada, Vanessa Prado, fez a defesa argumentando a validade do registro precário e improcedência da denúncia do sindicato. Tal denúncia, sempre cheia de ódio e inconformismo, além de um recheio macartista, não prosperou mesmo. Hoje, absolvido da acusação de ‘jornalista ilegal’, devo reconhecer que a batalha judicial serviu para reforçar a minha condição de jornalista.
A saga dos dirigentes do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo vai além de uma briguinha com jornalistas vivos. Até com o colega Luiz Carlos Barbom, morto em Porto Ferreira, os sindicalistas arrumam confusão. Não é de espantar se amanhã tais sindicalistas ingressarem na Justiça pedindo a exumação do corpo do jornalista, alegando que ele não poderia jamais ter sido enterrado com as honras das entidades sérias que se manifestaram. Eles querem que Barbom, para entrar no céu como jornalista, apresente o canudo e uma cópia do MTb.
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Jornalista, São José do Rio Preto, SP