Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Repórter de TV é assassinado a tiros

Um agressor não identificado assassinou a tiros o repórter guatemalteco de televisão Marco Antonio Estrada na noite de sábado (6/6) na cidade de Chiquimula, no leste do país, informou a imprensa local.

Estrada cobria noticiário geral, incluindo matérias sobre o crime organizado e o tráfico de drogas, para a rede nacional de televisão Tele Diario. Repórteres locais disseram ao CPJ que a criminalidade e o tráfico de drogas têm aumentado na região em que Estrada trabalhava.

‘Entristece-nos a morte de Marco Antonio Estrada e apresentamos nossas condolências a familiares, amigos e colegas’, declarou Carlos Lauría, coordenador sênior do Programa das Américas do CPJ. ‘Instamos as autoridades guatemaltecas a realizarem uma investigação transparente e aprofundada sobre o assassinato de Estrada e a determinarem se o repórter foi alvo em represália por seu trabalho jornalístico.’

Eram 20h00 de sábado quando um pistoleiro não identificado se aproximou de Estrada quando este descia de sua motocicleta em uma rua de Chiquimula, 222 quilômetros a leste da Cidade da Guatemala, segundo informes da imprensa local e entrevistas do CPJ. O agressor disparou quatro vezes e matou Estrada imediatamente, disse ao CPJ Amílcar Rodas Ruano, repórter da Tele Diario. Testemunhas citadas pela imprensa disseram que o pistoleiro fugiu em um veículo que estava estacionado no local. Rodas acrescentou que o celular de Estrada havia desaparecido.

Autocensura no interior do país

Jornalistas locais contaram ao CPJ que Estrada, de 39 anos, havia trabalhado como repórter durante mais de 20 anos. Nos últimos dez anos, ele fazia a cobertura em Chiquimula para a Tele Diário, segundo a imprensa local. A esposa de Estrada disse a repórteres que desconhecia qualquer ameaça contra seu marido. Jornalistas de Chiquimula informaram ao CPJ que as autoridades locais estão investigando o trabalho jornalístico de Estrada como possível motivo de seu homicídio.

Em abril, pistoleiros não identificados assassinaram o veterano repórter Rolando Santiz e feriram o cinegrafista Antonio de León na Cidade da Guatemala. A equipe do canal de televisão Telecentro 13 se dedicava à cobertura da área de polícia. As autoridades não divulgaram informações sobre este crime.

A violência associada ao crime organizado aumentou nos últimos anos na Guatemala, criando um clima de pânico. Em 2008, dois jornalistas foram assassinados e um terceiro foi sequestrado. Em 12 de maio, um agressor não identificado matou a tiros o correspondente do jornal Prensa Libre Jorge Mérida Pérez, que cobria narcotráfico e corrupção no departamento [estado] de Quetzaltenango, no sudoeste do país. A autocensura é tão grande no interior do país que fortes confrontos armados entre narcotraficantes sequer chegam a ser noticiados, segundo pesquisas do CPJ. [Nova York, 8 de junho de 2009]

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CPJ é uma organização independente e sem fins lucrativos sediada em Nova York que se dedica a defender a liberdade de imprensa no mundo