A organização Repórteres Sem Fronteiras [15/6/07] pediu proteção aos jornalistas Vladimir Jara e Victor Benítez, da rádio paraguaia Chaco Boreal, que receberam ameaças e tiveram seus telefones ilegalmente grampeados depois que revelaram suposta corrupção na Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD).
A organização pediu que as autoridades paraguaias investiguem o ocorrido e tomem as providências necessárias. ‘Casos de corrupção e tráfico de drogas expõem jornalistas a grandes riscos, e o desaparecimento, há um ano e meio, do jornalista Enrique Galeano, que investigava este tipo de caso, ainda não foi resolvido’, ressaltou a RSF. ‘As ameaças contra Jara e Benítez e o grampo encontrado em seus telefones são abusos graves que indicam problemas sérios no modo como a administração está funcionando. As autoridades judiciais não podem ficar impunes’.
Represália
No dia 13/6, Jara declarou à Procuradoria Geral do Estado que havia recebido ameaças de morte de agentes da SENAD e que seus telefones fixo e celular estavam sendo grampeados. O jornalista afirmou ainda que isto seria uma represália a uma matéria que fez em parceria com Benítez sobre corrupção na Secretaria. Após a denúncia, um agente da SENAD chegou a dizer que seria melhor que Jara se calasse, e os anúncios da Secretaria na rádio foram cancelados.
A imprensa paraguaia segue traumatizada com o desaparecimento de Enrique Galeano, em fevereiro de 2006, na região de Concepción. O jornalista trabalhava na rádio Azotey e especula-se que seu desaparecimento esteja relacionado à descoberta de supostas ligações entre oficiais locais e cartéis de drogas no Brasil.