Saúde é um dos temas prediletos dos jornais e das revistas semanais de informação. A imprensa adora novidades, cientificas ou não, sobre medicamentos, procedimentos e técnicas para melhorar a longevidade e a qualidade de vida.
Por outro lado, o tema saúde pública frequenta o noticiário quase exclusivamente nas páginas de denúncias.
Justo.
A população precisa estar informada sobre surtos, epidemias, e deve se manter alerta a respeito das deficiências dos serviços de saúde.
Mas em que medida o outro lado do serviço – a divulgação dos avanços na medicina – é feito de maneira crítica? Em que medida, por exemplo, a imprensa alerta a população sobre a forte dependência com relação a certos tipos de procedimentos médicos e à indústria farmacêutica?
Em geral, as reportagens sobre pesquisas de medicamentos povoam e vendem revistas e jornais, mas nem sempre são tratadas com o mesmo viés crítico e o mesmo rigor das matérias sobre as políticas de saúde. Refém da expertise de suas fontes, o jornalismo de saúde não parece interessado em questionar, mas apenas em reiterar certos tipos de consenso sobre procedimentos e tratamentos de saúde.
Será que se trata de uma falha do método de cobertura ou a mídia se beneficia deste tipo de aproximação? Será que a justificativa de uma prestação de serviço à população mascara a busca pelo lucro nas duas áreas – saúde e comunicação?
O Observatório da Imprensa na TV desta terça-feira vai abordar essa questão. No estúdio participam o pesquisador da UFRJ Paulo Vaz e o ex-ministro da saúde José Gomes Temporão; por meio de entrevistas, o cirurgião plástico Marcelo Daher e o médico e colunista da Folha de S. Paulo Julio Abramczyk darão suas opiniões. O Observatório da Imprensa vai ao ar às 22 horas, pela TV-Brasil, ao vivo em rede nacional. Em São Paulo pelo canal 4 da NET e 116 da Sky.