Na quarta-feira (25/4), a equipe do programa RJ no ar, da TV Record (RJ), entrou em contato comigo pela manhã a fim de entrevistar a mãe de três crianças abusadas sexualmente pelo próprio pai. Às 19h05 recebi um telefonema da senhora Lucélia, da Rede Record, informando que a entrevista não poderia ser realizada por falta de provas.
A equipe teria ido à delegacia e o delegado explicou que, como não houve flagrante, e a menina (uma das crianças abusadas, que teve que ser internada, tamanha a violência do último abuso) não foi deflorada, não há provas contra o abusador. Sem provas, sem matéria.
Peraí! Qual é o papel da imprensa mesmo? Entre outras coisas, não é cobrar respostas das autoridades?
Então, temos aqui três laudos diferentes, de unidades públicas diferentes, com profissionais diferentes, provando que a criança sofreu abuso sexual prolongado e a imprensa se conforma em me pedir desculpas pelo equívoco porque a polícia não tem provas contra o acusado. O que foi feito dos dois depoimentos que a criança prestou em 18 e 21 de março passados, respectivamente? O ela afirmou a respeito dos abusos e do abusador também não prova nada?
Que imprensa é esta?
Eu sei que tenho as provas (laudos médicos) de que as crianças foram abusadas. Cabe à imprensa cobrar das autoridades quem abusou. Cabe às autoridades provar quem abusou! Se não foi o pai, tanto melhor, mas é fato que uma criança foi comprovadamente abusada e que ninguém toma providências.
O que a imprensa e a polícia desejam? Que se dê uma câmera na mão de cada pedófilo e se peça gentilmente para que ele filme seus atos e depois entregue à imprensa e à polícia?
Gente, que país é este? Que imprensa é esta? Que polícia é esta? Estou indignada!
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Bancária, Rio de Janeiro, RJ