Após anos de quedas nas vendas, a indústria literária americana começa a mostrar sinais de enfraquecimento. Pela primeira vez desde 1999, o número de novos livros publicados apresentou queda, informa Hillel Italie [AP, 9/5/06].
‘Em 2005, as editoras já estavam mais cuidadosas e disciplinadas com suas listas [de publicação]’, afirmou na semana passada Gary Aiello, chefe de operações da Bowker, companhia que compila estatísticas da indústria. ‘Nós vemos esta mesma tendência em 2006. O preço do papel já subiu duas vezes este ano, e as editoras, principalmente as pequenas, terão que pensar muito cuidadosamente sobre o que publicar’.
De acordo com a Bowker, o número de novos livros e novas edições de trabalhos antigos publicados no ano passado caiu para 172 mil, cerca de 18 mil a menos que em 2004. Para os próximos meses, a companhia prevê queda em livros infantis, biografias, tecnologia, história e até religião – supostamente uma das categorias mais lucrativas do setor.
200 mil títulos
‘As editoras estão chegando à conclusão de que o mercado não pode suportar 200 mil livros por ano’, observa o consultor Andrew Grabois. ‘Por anos, a estratégia era publicar tudo que você pudesse. Era como jogar macarrão na parede e torcer para que algum grudasse. Agora, pelo menos por um tempo, [as editoras] estão descobrindo que publicar menos é um modo mais efetivo de fazer negócio’.
Enquanto isso, o Reino Unido ultrapassou os EUA no lançamento de livros pela segunda vez em 20 anos. As editoras britânicas lançaram 206 mil novas obras literárias em 2005, segundo dados do Nielsen BookScan. ‘A questão é: será que as editoras britânicas enfrentarão uma correção de mercado similar [a dos EUA], ou elas já conseguiram entender como menos editoras podem publicar mais livros para um menor número de leitores?’, argumenta Grabois. Com informações de Jeffrey Goldfarb [Reuters, 10/5/06].