A seguir, nota oficial do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul distribuída na terça-feira (4/11)
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Empossados através de uma decisão que contraria a Lei Estadual 10.535/1995, que determina que o Governo deve submeter as indicações ao Conselho Deliberativo da Fundação Cultural Piratini – Rádio e Televisão, os diretores Ricardo Azeredo, Pedro Macedo e o ex-presidente interino Airton Nedel finalmente terão seus nomes apreciados pelos conselheiros. A reunião, que ocorre na segunda-feira, 10 de novembro, promete ser uma das mais polêmicas dos últimos anos, pois além dessa decisão equivocada da governadora Yeda Crusius, os conselheiros irão apreciar uma denúncia de censura parcial, ocorrida logo no primeiro dia em que os atuais diretores chegaram ao prédio do Morro Santa Teresa.
Segundo informações, o novo diretor de programação, Pedro Macedo, interferiu na edição de reportagem sobre a saída de Mercedes Rodrigues da Secretaria da Transparência e orientou o afastamento da repórter Elisabete Lacerda da cobertura do Palácio Piratini. Autora da reportagem, Elisabete é delegada do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul. Macedo negou ter dado tal ordem. Por outro lado, o presidente Ricardo Azeredo disse em entrevistas a rádios e blogs que não se trata de expurgo, mas que a nova direção estaria fazendo uma avaliação do trabalho da equipe de reportagem, e que Elizabete ‘não estava dentro do padrão técnico do repórter de TV’.
A direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul sente-se na obrigação de fazer um alerta e ao mesmo tempo denunciar os fatos ocorridos, uma vez que atingiram a delegada sindical. Nos parece uma represália às ações sindicais, como vêm ocorrendo com outros segmentos sociais, neste atual Governo. Ao contrário das declarações publicadas em reportagem no último jornal Versão dos Jornalistas, essa nova direção parece que assume com a intenção de fazer uma televisão que atenda tão somente os interesses do Palácio Piratini. Ao perceber o perfil da profissional que atua há mais de 15 anos como repórter de política, os novos diretores decidiram por blindar o Executivo, afastando a profissional com promessas inclusive de retirá-la da reportagem.
O Sindicato entende como ilegítima a posse da nova direção, tal como ocorreu, e por isso a aprovação do Conselho Deliberativo da Fundação se faz necessária. Ao mesmo tempo, a direção solicita esclarecimento sobre a questão de censura prévia e reivindica, junto aos conselheiros, que cobrem dos diretores uma programação isenta e que atenda todos os gaúchos, não apenas os integrantes do Governo.
Quanto à questão de avaliação da profissional, que segundo Azeredo vinha ocorrendo antes mesmo da troca de chefia, o Sindicato questiona como poderia ser feita essa avaliação, se no mês antes de serem nomeados pela Governadora a profissional gozava férias, e obviamente estava fora das reportagens. [Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS]
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Da assessoria de imprensa do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS