O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná repudia com veemência a atitude criminosa do policial militar cedido à prefeitura de Almirante Tamandaré que, na tarde de ontem (10/03), constrangeu e ameaçou com uma arma uma equipe da RIC TV que realizava seu trabalho no local. Autorizada a gravar uma passagem no prédio da prefeitura, a equipe da repórter Simone Munhoz, que fazia uma matéria sobre falta de vagas em creches, foi surpreendida ao término do trabalho com a agressiva abordagem de um segurança – que mais tarde se saberia ser um soldado da Polícia Militar de nome Ademir de Souza. Ele dizia que a jornalista estava ‘falando mal’ da prefeitura e que não poderia sair dali com o material gravado, que insistia em ver. Descontrolado, o policial ameaçou pegar a câmera e apagar as imagens e seguiu Simone e o repórter cinematográfico Marcelo Dorce até o carro, tentando impedi-los de sair de onde estavam. Foi quando sacou uma arma e apontou-a para a cabeça do motorista Darcy Kuhn, fazendo ameaças. O clima tenso só terminou com a chegada de policiais militares, que levaram o policial e a equipe ao 17º Batalhão, onde, após uma longa permanência, não foi feito termo circunstanciado, ficando apenas a promessa do comando da Polícia Militar de que seria instaurado um processo administrativo sobre a conduta do policial.
O pedido de desculpas apresentado posteriormente por dois secretários municipais à equipe não é o suficiente para apagar esta bárbara agressão à imprensa. O Sindijor vai denunciar o caso à Fenaj, ao Congresso Nacional e às entidades que lutam pelos direitos humanos e da comunicação. Um policial despreparado para agir com o público não pode andar armado pelas ruas. O Sindijor vai solicitar ainda providências da Secretaria estadual de Segurança Pública. Agressões a jornalistas por policiais têm sido freqüentes, como no episódio dos colegas Cahuê Miranda e Valquir Aureliano, em outubro de 2006 (PMs), de Simone Giacometti, em fevereiro de 2007 (Guarda Municipal de fazenda Rio Grande), além do caso de Nájia Furlan, a qual, agredida enquanto realizava seu trabalho na prefeitura de Matinhos, não contou com a ação de um guarda municipal, que assistia a tudo impassível. Mais esta agressão aos jornalistas e à imprensa não pode ficar impune.