Muitas mudanças aconteceram após o STF (Supremo Tribunal Federal) ter extinguido a necessidade de diploma para exercer a profissão de jornalista. A determinação do STF deveria ter garantido maiores condições de concorrência entre precários e jornalistas diplomados, mas não foi isso que aconteceu. Um levantamento feito pela equipe do UnBlog, em parceria com o Grupo UN de notícias mostra que mesmo sem a necessidade de ter formação superior em jornalismo para exercer a profissão, os precários continuam em desvantagem na hora de conseguir trabalho. Isso porque a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) iniciou uma investida de desmoralização da classe dos jornalistas precários, com campanhas grosseiras que dizem defender a classe jornalística.
A Fenaj tem todo o direito de defender a classe dos jornalistas que cursaram faculdade – afinal, a Federação foi criada com este objetivo. Mas fazer campanhas que desmoralizam aqueles que por algum motivo não têm curso superior em jornalismo é antiético e antidemocrático.
De acordo com o levantamento feito por nossa equipe, após a determinação do STF os jornalistas precários passaram a ser ofendidos de maneira grosseira em blogs, sites e outros veículos de comunicação, vinculados ou não à internet. Passaram a chamar os precários de idiotas, débeis, incompetentes e vários outros adjetivos pejorativos. E mesmo com tudo isso, a Fenaj, que também deveria prezar por um bom jornalismo, nada faz para conter seus protegidos, com dedos e línguas afiados na hora de criticar os jornalistas em diploma.
Vilões do jornalismo nacional
Assim como existem excelentes jornalistas com nível superior, existem vários precários que são ótimos jornalistas, sem nunca ter freqüentado uma faculdade. Por isso, o UnBlog e o Grupo UN acreditam que ao buscar uma vaga de emprego nos muitos meios de comunicação deste país os jornalistas formados e os precários devem estar no mesmo patamar. Afinal com todo o conhecimento obtido em quatro anos de estudo, os jornalistas com curso superior nada têm a temer.
Mas não é assim que funciona. Mais uma vez a Fenaj entra em cena e orienta os grandes meios de comunicação a contratarem apenas os formados, desprestigiando aqueles que não têm curso superior. Outros grupos como a ANJ (Associação Nacional de Jornais) também orientam os jornais e revistas a não contratarem os precários.
Nos muitos diálogos que tivemos com vários jornalistas precários espalhados pelo Brasil, 90% deles acharam que a suspensão do diploma de nada adiantou para a categoria e só fez crescer a discriminação que antes era mais branda, ‘já que não estávamos todos no mesmo barco’. Agora sem a necessidade de diploma, os precários viraram vilões do jornalismo nacional.
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