Mullah Dadullah, um dos líderes do Talibã, ameaçou matar um repórter italiano acusado de espionagem caso o governo da Itália não obedeça as ordens do grupo, informou uma agência de notícias paquistanesa. Pela soltura do jornalista do La Repubblica Daniele Mastrogiacomo, seqüestrado na semana passada (5/3), o Talibã pede a retirada dos soldados italianos do Afeganistão e a libertação de três porta-vozes do grupo. O prazo para o cumprimento das ordens é sexta-feira, 16.
O Talibã havia dito anteriormente que soltaria Mastrogiacomo, acusado de espionar para o exército britânico, se ele provasse sua inocência. O grupo teria mudado de idéia depois que o parlamento italiano votou a favor de manter 1.900 soldados no Afeganistão. O grupo costuma executar afegãos acusados de espionagem.
Região perigosa
O governo italiano pediu aos seqüestradores provas de que o jornalista continua vivo antes de qualquer negociação sobre sua soltura. Mastrogiacomo foi capturado na província de Helmand junto com dois colegas afegãos. Segundo o Talibã, ele teria confessado estar espionando para soldados britânicos. O La Repubblica negou que seu repórter seja um espião, afirmando que ele escreve para o jornal desde 1980. Mastrogiacomo estava no Afeganistão desde 28/2.
A região onde o jornalista foi seqüestrado é bastante perigosa para profissionais de imprensa. Em outubro, o fotojornalista Gabriele Torsello foi capturado também em Helmand. Mantido por três semanas em cativeiro, foi libertado sem ferimentos. Em fevereiro, uma equipe da al-Jazira formada por três afegãos e um inglês foi mantida refém durante uma noite quando viajava de Kandahar para Helmand. Informações da Reuters [11/3/07].