Neste mesmo instante em que você está lendo este artigo, certamente milhares de programadores no mundo inteiro estão pesquisando algoritmos de compressão de vídeo mais eficientes para tornar a distribuição e a exibição de vídeos e filmes pela web menos problemáticas e mais prazerosas, do ponto de vista do espectador.
A Euclid Discoveries, uma empresa norte-americana de tecnologia de ponta, deu um grande passo nesse sentido ao desenvolver uma nova técnica de compressão chamada EuclidVision™, que possibilita taxas de compressão que podem atingir a ordem de 15.168 para 1 em certos formatos de vídeo, melhorando a taxa de compressão do formato MPEG-4 em cerca de 460% e cerca de 600% para MPEG-2 e DVDs.
O resultado disso é que o novo algoritmo de compressão, baseado em objetos, consegue reduzir um filme inteiro – que antes media 700Mb – para meros 50Mb, quando compactado com o EuclidVision™. Como é um formato de compressão, quando um player for rodar o vídeo, ele descompactará e compactará dinamicamente o arquivo, mantendo a qualidade com um número reduzido de Megas.
Mesmo assim, alguns anos ainda se passarão até que o computador pessoal se transforme verdadeiramente numa central e entretenimento doméstico. Na verdade, o fator financeiro é bastante preponderante para que uma nova tecnologia prevaleça sobre a anterior. Vejam o caso do Skype. Sucesso absoluto, é utilizado por milhões de usuários no mundo, mas com uma qualidade nitidamente inferior ao da linha telefônica convencional. Só que é de graça (ligando-se de PC para PC), ou bem mais barato em ligações para telefones convencionais. Então toleramos essa imperfeição técnica sem maiores problemas.
Mas pensar em assistir à TV pela web por mais de 10 minutos, com uma programação similar a que encontramos nos canais de TV aberta, ou nos canais a cabo, com uma qualidade sofrível para quem tem uma conexão inferior a 1 Mb (realidade em quase 95% do planeta), é só mesmo para quem gosta de sofrer. Sem a menor dúvida, se faz necessário criar um conteúdo diferenciado para gerar audiência na web.
Bola da vez
Entre as melhores novidades da rede, quando o assunto é vídeo na web, destaco a rede online do diretor Spike Jonze (do badalado ‘Quero ser John Malkovich’), chamada VBS TV, com uma programação diversificada com clipes de bandas, guia de viagem e vídeos de Árcade Fire e Spoon. Sua tecnologia de streaming é eficiente, e roda vídeos em tela cheia sem problemas numa conexão superior a 2 MB. Tem até um controle remoto virtual que facilita a interatividade para seus usuários.
No Brasil, duas iniciativas nesse segmento prometem fazer barulho. O Sumo.TV, uma parceria entre a Cellcast (que produz o game-show Insônia) e a TV Cultura, tem seu conteúdo produzido pelo público e planeja trazer o melhor em vídeos criados por usuários de todo o mundo, além de estimular contribuições nacionais. Seu formato é similar ao do YouTube. Uma equipe faz a triagem dos vídeos e combina o melhor do conteúdo local e internacional.
Já o canal FIZ TV, da Editora Abril, exercita a convergência direta entre a web e a TV através da formação de uma grande comunidade de produção de vídeos, garantindo aos de maior audiência uma participação na futura programação de TV. Seu formato na web, bastante criativo, utiliza a mesma dinâmica de um blog, com participação ativa dos usuários.
Enfim, vamos ser pacientes porque depois da avassaladora invasão dos mp3 na rede mundial de computadores, o vídeo na web promete ser a bola da vez.
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Publicitário, diretor da e21 Digital