Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Última mensagem no Twitter referia líder muçulmano

A última mensagem publicada pelo jornal humorístico francês “Charlie Hebdo” no Twitter, na manhã de hoje [quarta, 7/1] mostrava um cartoon no qual o líder do grupo extremista Estado Islâmico, Abu Bakr al­Baghdadi, desejava os “melhores votos para 2015 e saúde acima de tudo”. A autenticidade do post não pôde ser verificada de imediato.

 

Não está claro se há vínculo entre a mensagem postada e o ataque de hoje ao semanário, durante reunião da equipe editorial, que resultou na morte de 12 pessoas – uma das quais um policial que trocou tiros com os terroristas na rua.

Na capa da edição desta semana, “Charlie Hebdo” traz o escritor francês Michel Houellebecq, que em seu mais recente livro, “Submissão”, imagina a França governada por um presidente muçulmano. “Em 2022, eu observarei o Ramadã”, diz o escritor em um desenho, referindo­se a período religioso observado pelos seguidores do Islamismo. A França tem a maior população muçulmana da Europa.

O ataque, o pior em décadas em Paris, superando o de 1995 no metrô, que deixou oito mortos – eleva os temores quanto a novas ações terroristas na Europa, em momento no qual a França e o Reino Unido combatem, ao lado dos EUA, o grupo Estado Islâmico no Iraque e na Síria. (Valor, com agências internacionais)

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Ataque a jornal satírico deixa pelo menos 12 mortos em Paris

O presidente da França, François Hollande elevou o alerta antiterrorista na região de Paris após o ataque que matou pelo menos 12 pessoas e deixou 17 ferias nesta manhã [quarta, 7/1] na capital francesa. Duas das vítimas são policiais.

Nesta manhã, homens encapuzados invadiram a sede do semanário humorístico Charlie Hebdo, na capital francesa. O semanário é conhecido por testar a proverbial secularização da República francesa, ao estampar, em diversas ocasiões, caricaturas do profeta Maomé.

Em novembro de 2011, após publicar na capa um desenho do “editor­convidado” Maomé, atribuindo ao profeta a declaração “100 chibatadas se você não morrer de rir”, a sede do “Charlie Hebdo” foi incendiada. Em seguida, houve uma mudança de endereço e o semanário passou a ser protegido pela polícia.

O incêndio reforçou o debate sobre liberdade de imprensa e tolerância religiosa na França, que possui a maior população muçulmana da Europa. Diversos jornalistas da publicação recebiam ameaças anônimas e seu website foi atacado por hackers, informaram autoridades francesas.

Em 2012, a França chegou a fechar escolas e embaixadas em 20 países após o semanário ter publicado uma série de cartoons. Em 2007, a revista publicou uma ilustração de Maomé chorando, com os dizeres “é difícil ser amado por idiotas”, o que levou a Grande Mesquita de Paris e a União de Organizações Islâmicas da França a acionar judicialmente o sem anário, que foi absolvido pela Justiça do país. (Valor, com agências internacionais)

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Dilma condena ataque a jornal em Paris e chama ato de "barbárie"

A presidente Dilma Rousseff manifestou­se, em nota à imprensa, sobre o ataque contra a sede do semanário humorístico “Charlie Hebdo”, em Paris, matando pelo menos 12 pessoas e deixando outras 17 feridas na manhã desta quarta-feira [7/1]. A presidente disse ter tomado conhecimento do “sangrento e intolerável atentado terrorista” com “profundo pesar e indignação”.

“Esse ato de barbárie, além das lastimáveis perdas humanas, é um inaceitável ataque a um valor fundamental das sociedades democráticas ­ a liberdade de imprensa”, disse a presidente. “Nesse momento de dor e sofrimento, desejo estender aos familiares das vítimas minhas condolências. Quero expressar, igualmente ao presidente Hollande e ao povo francês a solidariedade de meu governo e da nação brasileira”, disse a presidente em seu texto.

No começo da manhã desta quarta­feira [7/1] homens encapuzados invadiram a sede do semanário humorístico “Charlie Hebdo”, na capital francesa. O semanário é conhecido por testar a proverbial secularização da República francesa, ao estampar, em diversas ocasiões, caricaturas do profeta Maomé.

O presidente da França, François Hollande, informou durante a manhã que o alerta antiterrorista na região de Paris foi elevado.

Abaixo, a íntegra da nota divulgada pela presidente Dilma Rousseff:

“Foi com profundo pesar e indignação que tomei conhecimento do sangrento e intolerável atentado terrorista ocorrido nesta quarta­feira, 7 de janeiro, contra a sede da revista “Charlie Hebdo”, em Paris.

Esse ato de barbárie, além das lastimáveis perdas humanas, é um inaceitável ataque a um valor fundamental das sociedades democráticas – a liberdade de imprensa. Nesse momento de dor e sofrimento, desejo estender aos familiares das vítimas minhas condolências.

Quero expressar, igualmente ao Presidente Hollande e ao povo francês a solidariedade de meu governo e da nação brasileira.

Dilma Rousseff, Presidenta da República Federativa do Brasil” (Bruno Peres | Valor)

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Obama “condena fortemente” ataque em Paris? EUA investigam caso

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, condenou o ataque contra o semanário satírico francês “Charlie Hebdo”. Obama disse que suas orações estão direcionadas às vítimas.

“Condeno fortemente o tiroteio horrível contra o escritório da revista Charlie Hebdo, em Paris, que, segundo notícias, matou ao menos 12 pessoas”, disse o presidente americano em comunicado. “Estamos em contato com autoridades francesas e direcionei minha equipe para oferecer qualquer assistência necessária, para que esses terroristas enfrentem a Justiça”, completou.

Segundo a polícia francesa, homens encapuzados atacaram o escritório da revista. O semanário é conhecido por testar a proverbial secularização da República francesa, ao estampar, em diversas ocasiões, caricaturas do profeta Maomé. Em novembro de 2011, após publicar na capa um desenho do “editor­convidado” Maomé, atribuindo ao profeta a declaração “100 chibatadas se você não morrer de rir”, a sede do “Charlie Hebdo” foi incendiada. Em seguida, houve uma mudança de endereço e o semanário passou a ser protegido pela polícia.

Josh Earnest, porta­voz da Casa Branca, disse à “MSNBC” que o governo americano ainda está investigando os motivos do ataque. “Obviamente estamos no início da investigação para tentar entender o que exatamente aconteceu, quem são os responsáveis e os motivos. O que posso dizer é que os franceses têm sido fortes aliados, enquanto adotamos estratégias para degradar e destruir o Estado Islâmico”, disse. (Dow Jones Newswires)

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"Infelizmente, atentado era previsível", afirma Marine Le Pen

A presidente da Frente Nacional (FN), Marine Le Pen, lamentou o ataque ao jornal "Charlie Hebdo" e disse que o ataque era "previsível". "É uma onda de compaixão que abraça hoje o povo francês em face a este atentado de fundamentalistas islâmicos que, infelizmente, segundo as informações, era previsível", disse.

Ela também afirmou que é preciso que haja um esforço para que mais atos como este parem de ocorrer. "Eu creio que há um perigo muito grave, um perigo real […], prosseguiu ela "é necessário fazer todo o possível para se prevenir da repetição deste tipo de ataque", disse.

O ataque deixou ao menos 12 mortos ­dez jornalistas e 2 policiais, entre eles o diretor de redação da publicação, Stephanie Charbonnier, conhecido como Charb. O "Charlie Hebdo" se notabilizou por sátiras a Maomé, e por isso já havia sido alvo de uma bomba incendiária em 2011. O último tuíte da publicação antes do atentado é uma charge do líder da milícia radical Estado Islâmico, Abu Bakr al­Baghdadi A Frente Nacional, partido de extrema­direita presidido por Le Pen, é tida como xenófoba e conhecida pela crítica aos imigrantes, especialmente aos muçulmanos. (FolhaPress)

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