A Justiça de São Paulo indeferiu pedido de indenização por danos morais de Luiz Gushiken contra a Editora Abril, em sentença de 22/01. O ex-ministro acionou a revista Veja e o jornalista Ronaldo França após a publicação da reportagem ‘Ação entre amigos‘, na edição de 06/07/2005, que afirma que Gushiken se valeu de sua influência no governo para favorecer contratos de empresa da qual foi sócio com fundos de pensão.
O político pediu indenização de R$ 30 mil, publicação da sentença na revista e no site de Veja e apresentação dos documentos que foram base para a matéria. O juiz Régis Rodrigues Boncivino, da 1ª Vara Cível do Fórum de Pinheiros, recusou de início a exposição dos documentos por interferir no sigilo de fonte. E julgou improcedente a ação por considerar a reportagem correta.
‘A matéria tem tom informativo e não opinativo, inclusive, iniciando-se por relatar que o Autor vendeu sua participação na empresa Gushiken & Associados a dois antigos colaboradores e que ela mudou seu nome para Globalprev Consultores Associados. O Autor ofende-se, na verdade, porque a matéria aponta, por outro lado, que tradicionais concorrentes do mercado foram desbancados pela Globalprev Consultores Associados. O fato de Gushiken ser especialista do PT em matéria de previdência, como está escrito na revista, igualmente não se traduz em ofensa’, escreveu Boncivino.
O juiz considerou que a reportagem teve um texto seco, sem muitos adjetivos. ‘É notório que a área de fundos de pensão foi uma das mais cobiçadas do governo Lula. A venda por parte de Luiz Gushiken de sua participação na empresa às vésperas de se tornar ministro é discutível e foi o que a revista fez: Discutiu-a’, completou.
E concluiu seus argumentos analisando a postura de pessoas públicas no País: ‘Afirmo que a vida moral e a vida do poder (…) correm paralelas e com raríssimas convergências na vida pública brasileira. Só um lunático não sabe da insatisfação do povo brasileiro com a corrupção’.