Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Xeque bilionário processa editoras em série

O bilionário saudita xeque Khalid bin Mahfouz vem sendo uma pedra no sapato de muitas editoras de livros e jornais nos EUA, ameaçando processá-las por difamação. Depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, dezenas de livros e artigos de jornais citaram autoridades do governo dos EUA e outras fontes que alegavam que Mahfouz estava sob investigação como um ‘suspeito financiador do terrorismo’. Mais especificamente, as matérias e livros diziam que o xeque teria ajudado a financiar as operações de Osama bin Laden através de bancos sauditas e instituições de caridade.


Segundo o empresário, a publicidade negativa prejudicou seus negócios no Ocidente, que englobam bancos e companhias de petróleo. Para defender seu argumento, Mahfouz contratou um time de advogados e passou a exigir desculpas públicas dos que falaram mal dele. Os que não o fizeram foram processados no Reino Unido – onde as ações por calúnia costumam ser mais favoráveis aos queixosos do que nos EUA.


Sem parar


No total, o xeque processou ou ameaçou processar 36 editoras e autores nos EUA e Grã-Bretanha. Todos voltaram atrás – exceto a jornalista Rachel Ehrenfeld e a editora de seu livro Funding Evil (Financiando o Mal, tradução livre). Eles perderam uma ação em Londres e agora lutam contra o saudita na justiça de Nova York. O jornal britânico Mail on Sunday chegou até a indenizar o empresário.


Dinheiro é o que não falta para o bilionário cobrir os custos com advogados. O problema é que os próprios admitem que ele foi o ‘principal doador’ da Fundação Muwafaq, que o Departamento do Tesouro americano classificou em outubro de 2001 como a ‘frente da al-Qaeda que recebe financiamento de um rico empresário saudita’. O filho mais velho do xeque, Abdulrahman bin Mahfouz, foi diretor da fundação. Nenhum dos dois, no entanto, está na lista negra de terroristas elaborada pelo Tesouro. Informações da Investor´s Business Daily [7/8/07].