‘A Globopar, holding das Organizações Globo para o segmento de televisão paga, teve prejuízo de R$ 401,36 milhões nos primeiros seis meses do ano. No mesmo período do ano passado, havia apresentado lucro de R$ 545,28 milhões, basicamente por causa de variações cambiais. Já a TV Globo, principal rede de televisão aberta do País e também controlada pela família Marinho (os três filhos de Roberto Marinho), lucrou R$ 14,95 milhões de janeiro a junho deste ano, com queda de 72% em relação ao lucro de R$ 73,442 milhões no primeiro semestre do ano passado.
Em moratória desde dezembro de 2002, a Globopar anunciou acerto com os credores no fim de outubro e espera concluir o processo de reestruturação financeira no primeiro trimestre de 2005. Ao final do processo, as duas empresas (Globopar e TV Globo) devem unir as operações, conforme o comunicado da empresa divulgado em outubro.
O endividamento da Globopar preocupa os auditores independentes das duas companhias. Em junho, a Globopar devia R$ 6,009 bilhões, dos quais R$ 5,630 bilhões no curto prazo, já que a empresa suspendeu o pagamento do serviço da dívida. Desse total, a TV Globo é garantidora de R$ 4,547 bilhões.
Cerca de 73% da dívida da Globopar são de credores estrangeiros, que compraram títulos da companhia. E, mesmo com a queda do dólar nos últimos anos, o endividamento cresceu quase R$ 1 bilhão nos 12 meses encerrados em junho deste ano. Em junho de 2003, somava R$ 5,019 bilhões.
Em termos operacionais, os dados do balanço mostram que a TV Globo apresentou forte expansão das suas atividades no primeiro semestre, com crescimento de 29,95% das receitas de vendas de anúncios em relação aos primeiros seis meses do ano passado. Essas receitas somaram R$ 2,031 bilhões no período. Deduzidos os impostos e as comissões de agências de publicidade, a receita líquida totalizou R$ 1,68 bilhão, com aumento de 31,37% sobre os seis primeiros meses de 2003.’
US NOS AEROPORTOS
‘Depois de cinemas e elevadores, Último Segundo Informa chega aos aeroportos’, copyright Último Segundo (www.ultimosegundo.com.br), 30/11/04
‘Em mais uma ação para levar a notícia até seus leitores, o Último Segundo lança nesta quarta-feira, 1º de dezembro, o US Informa em aeroportos. Os passageiros que utilizarem os aeroportos de Congonhas, em São Paulo, Santos Dumont, no Rio, e Juscelino Kubitschek, em Brasília, terão acesso às notícias mais recentes publicadas pelo jornal online do iG.
Os boletins serão veiculados em modernos painéis de plasma, numa parceria com a Indoormídia. São 28 painéis em Congonhas, 5 no Santos Dumont e 30 em Brasília, atingindo milhares de pessoas diariamente.
Enviados com tecnologia inteiramente digital, os boletins do Último Segundo Informa irão ao ar uma vez por minuto, em inserts de dez segundos por notícia, entre 5h30 e 23h30, sete dias por semana. Os temas são abrangentes: Brasil, Mundo, Cultura, Esportes, Economia, Saúde e Mundo Virtual; além das notícias do ‘Babado’ e dos parceiros ‘BBC Brasil’, ‘New York Times’, ‘Harvard Business Review’, Lancenet e ‘O Dia’.
‘É um público que precisa de informação em tempo real, já que esta é a matéria prima de seu trabalho. Por isso, escolhemos o Último Segundo’, afirma Hugo Pasquini, diretor comercial da Indoormedia.
Segundo Pasquini, com o Último Segundo, o público dos aeroportos, formado principalmente por executivos e empresários, poderá receber as informações o quanto antes. ‘É a qualidade da imagem aliada à agilidade da internet’, afirma.
Para Andrea Fornes, diretora de Jornalismo do iG, as pessoas hoje já podem contar com computadores, celulares e palmtops para se manterem sempre informadas. ‘O Último Segundo Informa é mais uma maneira de acompanhar tudo o que acontece no mundo. Mesmo distantes de uma tela de computador, os leitores terão certeza de que as notícias estarão correndo atrás deles.’
Com esse formato inovador, o iG sai na frente da produção de um conteúdo absolutamente diferenciado. ‘O Jornalismo Indoor consiste em oferecer informação aos leitores em qualquer lugar em que eles estejam e todas as notícias são administradas remotamente. O Último Segundo Informa é o único veículo do Brasil que se encaixa nesse nova categoria de jornalismo’, detalha Fred Affonso Ferreira, primeiro editor de Jornalismo Indoor do Brasil, responsável pelo Último Segundo Informa.
Com 42 polegadas, os painéis são o que há de mais moderno em termos de definição de imagem. Eles possibilitam uma visualização de até 170 graus e têm brilho próprio. O monitor de plasma funciona com a incandescência do gás xenônio, permitindo sua ótima definição mesmo em ambientes muito iluminados.
Em Congonhas, o projeto foi beneficiado pela reforma que construiu fingers no aeroporto, ligando as áreas de embarque e desembarque aos aviões. Existe um painel na entrada de cada finger, facilitando o acesso aos boletins.
Em Brasília, o Último Segundo Informa terá um recurso especial. Será acompanhado de uma trilha sonora, nos moldes da que embala os boletins do US Informa nos cinemas desde dezembro de 2003.
Esta é a terceira inserção das notícias do Último Segundo em mídias diferenciadas. A primeira delas foi o US Informa nos cinemas. Desde dezembro de 2003, boletins digitais são enviados para 20 salas com tecnologia digital do grupo Severiano Ribeiro. Os boletins são exibidos antes dos trailers em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Campinas e Porto Alegre.
O boletim no cinema foi consagrado em setembro deste ano, quando conquistou o prêmio de melhor projeto na categoria cinema do Prêmio MaxiMidia 2004. De acordo com o regulamento do prêmio, a premiação busca reconhecer ‘as melhores e mais inovadoras estratégias e alternativas que contribuam efetivamente para a obtenção de soluções e resultados para seus clientes’.
Os cinemas também terão novidades em breve. A rede Severiano Ribeiro está instalando, nos saguões de suas salas, telas de plasma semelhantes às telas dos aeroportos. Com a nova mídia, o US Informa terá mais um meio de manter seus leitores antenados com o que acontece no Brasil e no Mundo. Agora, enquanto eles compram a pipoca.
A segunda ação foi o US Informa em elevadores, lançado em agosto deste ano. Desde então, monitores instalados em alguns importantes prédios comerciais de São Paulo e Curitiba informam os passageiros sobre os últimos acontecimentos.’
FOTÓGRAFO AGREDIDO
‘ABI pede punição de agressores de fotógrafo’, copyright O Globo, 5/12/04
‘O presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Maurício Azêdo, enviou cartas ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e aos governadores da Bahia, Paulo Souto, e do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus, pedindo a apuração rigorosa das denúncias de agressões sofridas pelo fotógrafo Cassiano de Souza, da revista ‘Caras’, no último fim de semana. Em queixa registrada na Coordenadoria de Polícia de Ilhéus, o fotógrafo contou que foi mantido em cárcere privado, agredido e obrigado a ficar nu por ter fotografado a modelo Luma de Oliveira e o seu namorado, o policial Sigmar de Almeida, no Txai Resort, em Itacaré, no Sul da Bahia.
‘A Associação Brasileira de Imprensa, senhor ministro, vê com extrema apreensão o episódio, que contém inadmissíveis violências contra a liberdade de imprensa e o direito do exercício da profissão por um jornalista, e considera imperioso reclamar de Vossa Excelência a instauração do necessário inquérito no âmbito do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana’, afirma Azêdo.
A ABI pede que seja apurada a participação de Nelson Moraes, um dos proprietários do resort, e de seguranças que, segundo o fotógrafo, também participaram das agressões e o ameaçaram de morte.
Na carta ao governador da Bahia, Azêdo pede que Souto se empenhe na apuração por temer que as investigações policiais em Ilhéus não avancem, devido ao poderio econômico dos proprietários do resort. À governadora Rosinha, o presidente da ABI pede que seja apurada a participação de Sigmar.’
IMPRENSA & SAÚDE
‘Fonte de erros, mídia pode ser parceira na luta contra doença’, copyright Agência Carta Maior (www.agenciacartamaior.com.br), 1/12/04
‘Desde o início da década de 80, o Ministério da Saúde notificou mais de 360 mil casos de aids no Brasil. Nos últimos anos, com a maior divulgação de informações sobre a doença e as formas de evitá-la, o número de novos casos por ano vem diminuindo. No entanto, apesar de todo esforço, em 2003 ainda foram registrados 22 mil novos casos, um número considerado elevado. O aumento da população soropositiva é um reflexo das falhas na política de prevenção – e nesse campo, a atuação da mídia é fundamental. Para discutir o papel dos meios de comunicação no combate à disseminação da doença e na imagem que os portadores de HIV/Aids têm para a sociedade, o Grupo de Apoio à Prevenção à Aids de Ribeirão Preto (Gapa-RP) realiza nesta quarta-feira (1º), Dia Mundial de Luta contra a Aids, o seminário ‘Mídia na luta contra a aids’.
Apesar de cometer muitos equívocos, a mídia é vista como uma importante aliada na prevenção à aids e na desconstrução do preconceito em relação aos soropositivos, defende Alcebíades Júnior, um dos diretores do Gapa-RP. O que falta é uma abordagem mais ampla, que vá além do ensino sobre como usar camisinha e traga mais informações sobre a sexualidade em geral. ‘Os assuntos devem ser pautados de forma mais abrangente, falta informação’, acredita ele. A maior dificuldade é conseguir popularizar o tema e conscientizar a população que se não forem tomados os devidos cuidados, a contaminação pode acontecer com qualquer um, independentemente de preferência sexual, idade, classe social e sexo.
Outro problema é a imagem que os meios de comunicação passam das pessoas que vivem com HIV/Aids. Para preservar o sigilo delas, normalmente, não são mostrados na mídia o nome, a voz e o rosto do portador. ‘Ele não é criminoso, muitas vezes não tem culpa. Até que ponto a exposição marginalizada do indivíduo é boa para ele mesmo ou até que ponto contribui para o preconceito?’, questiona Júnior. Ele aponta que não há campanhas com a participação de portadores, que também não são incluídos na prevenção.
Para Lucas Soler, integrante da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids, a imagem mostrada deveria ser de uma pessoa normal, que convive com uma patologia, como muitas outras. ‘Ele não deve ser tratado como um coitadinho, tampando o rosto, como se fosse a pior coisa do mundo. Ser portador da doença não desmerece ninguém. A mídia deve mostrar que não é um motivo de vergonha, ele é um cidadão que continua trabalhando’, defende. A linguagem utilizada pelos meios de comunicação muitas vezes também acentua o preconceito. A palavra ‘aidético’ para se referir às pessoas que vivem com HIV/Aids é um exemplo disso, pois coloca a doença na frente da pessoa. ‘Ela rotula determinada população como doente, incapaz. O termo causa um dano psicológico muito grande aos portadores, seus amigos, familiares e às pessoas que trabalham com eles. Acabam se sentindo segregados’, acredita Soler.
Desde o surgimento da doença, a mídia cometeu diversos erros que prejudicaram o combate à aids, como a divulgação de informações equivocadas. Inicialmente, quando chamava a doença de ‘peste gay’, os órgão de imprensa contribuíram para o crescimento do preconceito e fizeram com que outras pessoas, que também estavam expostas ao vírus, deixassem de se prevenir. Além disso, quando os remédios anti-retrovirais foram lançados, em 1996, muitos veículos de comunicação apresentaram os avanços como sendo a cura da aids. ‘Isso fez com que muitas pessoas abandonassem o sexo seguro, como se não tivessem mais que temer o HIV. Só que, na verdade, os medicamentos são apenas uma forma de tratamento’, afirma Júnior. Para ele, a mídia precisa aumentar a freqüência de pautas sobre o tema e tomar mais cuidado com a veiculação de informações precipitadas.
‘Assunto não falta, o que falta é interesse. Quando passou a não matar mais, a mídia perdeu o interesse no tema, mas o vírus continua infectando, e isso não é divulgado’, afirma Roseli Tardelli, editora da Agência de Notícias da Aids (www.agenciaaids.com.br), criada em maio de 2003, com o objetivo de discutir a questão e incentivar a mídia a tratar mais desse assunto. A agência busca mostrar que é possível falar de aids todos os dias, com abordagens diferenciadas. Segundo ela, aspectos como a feminilização da doença, vulnerabilidade, efeitos colaterais dos medicamentos, vacinas e ações da sociedade civil nesse campo aparecem pouco nos meios de comunicação, que só abordam a questão da aids no carnaval e no Dia Mundial de de Luta contra a Aids. ‘A mídia forma e informa, influencia as pessoas a mudarem conceitos, opiniões e ações, por isso tem um papel fundamental na prevenção. O que a mídia dá, as pessoas comentam. Hoje ela tem que correr atrás do prejuízo para desconstruir os estigmas’, acredita.’