‘Um a um os gigantes de mídia dos Estados Unidos estão começando a vacilar. Os jornais sofrem uma hemorragia de leitores. As redes estão girando em torno da TV a cabo. Os noticiosos em rede estão cambaleando para a extinção à medida que seus âncoras se aposentam ou ficam desacreditados. Instituições como The New York Times são prejudicadas por escândalos. Os semanários noticiosos provavelmente também vão sair mais com matérias de capa sobre saúde ou dinheiro do que sobre notícias quentes do momento.
Agora é o último meio de comunicação poderoso e gratuito que sobrou na América que também está acuado. Estou me referindo ao rádio. Num país onde milhões gastam horas incontáveis em carros ou caminhões, o rádio sempre foi poderoso. Ele potencializou a vibrante indústria fonográfica americana; ele ajudou a firmar a política conservadora das duas últimas décadas; o rádio publicamente financiado é muito caro aos liberais democratas, que confiam nele tanto quanto a Radio 4 é prezada pela classe média inglesa.
Mas assim como os blogs e as redes de notícias por cabo dizimaram jornais e redes abertas de televisão, agora é o rádio que se encontra nas garras da próxima, grande, descentralizadora revolução da transmissão dirigida.
O motivo? O rádio via satélite – programação com qualidade digital transmitida do espaço exterior a receptores. Por uma pequena tarifa de subscrição – cerca de US$ 13 mensais – os americanos já podem receber mais de cem estações de rádio para todos os gostos sem limites e sem comerciais.
Você compra um minúsculo receptor, conecta-o no seu carro ou no aparelho de som doméstico e recebe notícias, música, esportes, conversas numa variedade estonteante, passando ao largo de toda a rede de radiotransmissão que cobriu a América durante boa parte de um século.
O crescimento do rádio via satélite está sendo mais rápido que o de qualquer outra nova mídia na história. De zero em 2001, o número total de assinantes está projetado para atingir 8 milhões até o fim deste ano. Nos primeiros três meses de 2005, a rádio por satélite XM, a maior de um punhado de novas companhias, agregou 540 mil novos assinantes. Sua receita cresceu 140 vezes no ano passado. Lembre-se, os ouvintes estão pagando por algo que já está essencialmente disponível de graça.
Na semana passada, num sinal da maturidade da nova mídia, a deusa dos lares da América, Martha Steward, anunciou um canal Martha 24 horas. O lendário radialista e animador de programas de rádio Howard Sterm anunciou há pouco sua intenção de dar seu beijo de boa-noite radiofônico regular por um contrato de US$ 500 milhões e cinco anos no Sirius, o segundo maior serviço de satélite.
Por que isso está ocorrendo? A consolidação no mercado geral de rádio levou as companhias gigantes a espremer mais receita publicitária e tempo comercial de formatos existentes. E quem deseja ouvir os intermináveis e barulhentos anúncios de rádio quando está na estrada? Mas o rádio via satélite não tem comerciais. Ele também está livre da censura numa América cada vez mais puritana. Stern, por exemplo, era regularmente multado por indecência pela hoje agressiva Comissão Federal de Comunicações controlada por republicanos. Os astros do rádio Opie e Anthony – conhecidos por suas façanhas ultrajantes, como gravar sexo em igrejas – não poderiam continuar pagando as multas que seu linguajar obsceno lhes causava.
O rádio via satélite explora com maior precisão a cultura contemporânea. O rádio sempre foi um meio íntimo. Transmitir numa cultura cada vez mais diversificada e segmentada significa atingir um mínimo denominador comum que torna os programas chochos, ou demasiado comerciais, ou ainda ecléticos demais para ouvintes sempre mais exigentes. O espectro do rádio via satélite expande as opções num grau alucinante.
Pode-se ter canais de rádio falado para conservadores, liberais, hispânicos, gays ou new agers. Pode-se ter uma rádio católica aprovada pelo Vaticano ou uma rádio Saber, com Deepak Chopra enviando carma para seu carro.
Interessado em futebol inglês? Na Sirius, você poderia ter ouvido em Los Angeles ou Chicago a partida Bolton X Chelsea. Toda a temporada de beisebol está disponível, assim como o basquete e o futebol americano.
A Sirius tem 65 – isso mesmo, 65 – estações de rádio separadas oferecendo todo tipo concebível de música. Tem uma estação 24 horas só com músicas de Elvis. Você pode ouvir também a Maxim Radio, uma colaboração com a revista para rapazes.
A rádio via satélite evita, pois, a onipresente publicidade e o governo controlador. Sua característica singular é o apego pessoal de ouvintes aos programas que eles amam. Para dar um exemplo simples: um radialista muito querido da velha guarda da National Public Radio, Bob Edwards, foi demitido no ano passado para abrir espaço a uma audiência mais ‘contemporânea’, mais orientada para os jovens. Seus ouvintes fieis ficaram horrorizados.
Mas Edwards teve uma opção que não teria tido alguns anos antes. Ele se transferiu para a XM, onde seus seguidores apaixonados ficaram mais do que ansiosos para pagar a pequena tarifa pelo prazer. Pela primeira vez. o ouvinte individual e o radialista individual têm um poder real.
Nesse contexto, ajuda pensar nos blogs. Os blogs foram meios pelos quais pequenos bandos de leitores que pensam parecido puderam encontrar escritores específicos que os atraíram ou desafiaram ou rivalizavam com a mídia dominante. A tecnologia os instrumentalizou – e o leque de opções para consumidores letrados aumentou exponencialmente.
O mesmo está ocorrendo com o rádio – e o rádio aberto está lutando desesperadamente para se manter, reduzindo o tempo publicitário, permitindo que DJs toquem canções de que gostam, em vez das escolhidas por corporações.
Gêneros musicais quase forçados à extinção no rádio regular estão experimentando um retorno. Bluegrass, jazz, techno ambiente, gospel. Manter vivas essas ricas tradições musicais – dando às pessoas a chance de ouvir sons excluídos das redes comerciais – só pode levar a mais criatividade e apreciação da diversidade.
Novos artistas têm uma chance maior de encontrar um público e, à medida que a rádio via satélite se integrar à internet, as vendas de música poderão explodir.
Pense nesse florescente novo universo e depois pense em algo como a BBC. A rádio via satélite cresce na escolha real do consumidor, mantém as tarifas de subscrição voluntárias e põe em xeque os interesses comerciais e governamentais. A BBC é um monstro estatal com quase cem anos, tarifas obrigatórias e zeloso envolvimento político.
Deste lado do Atlântico, o velho modelo parece condenado. Espere só um pouco até ele naufragar sob as ondas dos satélites.’
TV GLOBO, 40 ANOS
‘Omissão no ar ‘, copyright Folha de S. Paulo, 8/05/05
‘Dos 40 anos de existência da TV Globo, agora comemorados, 20 trabalhei nela. Tudo isso?! Espanto-me -e tanto mais porque nunca o desejara. Já bem antes de mim, três outros companheiros do Grupo Opinião haviam trabalhado ali: Oduvaldo Vianna Filho, Armando Costa e Paulo Pontes. Daí nasceu ‘A Grande Família’, que está até hoje no ar como um dos melhores programas da TV brasileira. Na minha opinião, é claro.
O quarto amigo a entrar foi Dias Gomes, cuja companheira, a doce amiga Janete Clair, já fazia sucesso com suas novelas de grande impacto emocional. Ao regressar do exílio em 1977, fui convidado por Dias a escrever com ele a novela ‘Sinal de Alerta’. Na verdade, sua intenção era ajudar-me a sustentar a família. Hesitei, já que nunca tinha escrito para televisão, mas não foi tão difícil quanto eu temia, o que não significa que me tenha tornado um mestre no gênero.
Mas me dediquei seriamente ao trabalho para dominar os segredos dessa técnica narrativa, inicialmente em parceria com o próprio Dias e, logo depois, com Paulo José, com quem também muito aprendi. E foi Paulo José quem me fez escrever meu primeiro original para a televisão, um especial em dois episódios intitulado ‘Dona Felinta Cardoso, a Rainha do Agreste’, dirigido por ele e que deu certo.
Em seguida, fiz parte da equipe de redatores do seriado ‘Carga Pesada’, do qual escrevi vários episódios e, no ano seguinte, ‘Obrigado, Doutor’. Num desses episódios, um barbeiro ciumento seqüestra a própria mulher e ameaça matá-la. O doutor (Francisco Cuoco) consegue chegar até ele e argumenta: ‘Quem ama não mata’. Daniel Filho, com seu faro aguçado, captou essa fala e me disse que ela sozinha daria uma minissérie. E, de fato, alguns anos depois, essa minissérie foi escrita e exibida com sucesso pela Globo, tendo por plot precisamente o caso de uma mulher apaixonada que mata por ciúme. O poder irradiador da televisão popularizou de tal modo a frase que ela se transformou em slogans para toda obra: ‘Quem ama não suja’ (campanha de limpeza urbana), ‘Quem ama não polui’ (preservação do meio ambiente) etc. Esse é um dos lados gratificantes do trabalho na televisão; há outros menos agradáveis, como ter que produzir 24 capítulos com uma história que só renderia cinco ou ver desastradamente mutilado um roteiro que você escreveu com tanta emoção e capricho. Por isso mesmo, sempre disse que trabalhava na televisão apenas para ganhar dinheiro. Muita gente dentro da Globo se sentiu ofendida com essas declarações e tudo fazia para me pôr fora de lá, mas não conseguia porque eu contava como o apoio poderoso de Boni e Dias Gomes; depois que um saiu e o outro morreu, preparei-me para ser demitido e o fui, sem demora, o que me fez muito bem, pois me livrou do estresse e da TPC (tensão pré-renovação contratual), que resulta da estranha tática adotada por certos executivos da Globo de só renovar o seu contrato quando você já perdeu noites de sono e está dopado de Diazepan… Aí o cara tira o contrato da gaveta e diz: ‘Vamos renová-lo por mais um ano. Assine aí’. E o pior é que não é ele quem decide nada, a decisão já fora tomada pela direção da emissora -ele é apenas o pequeno algoz, que só se realiza plenamente quando pode dizer-te: ‘Estás demitido, amizade’. Esse é o lado pior. Mas a TV Globo tem muitos lados bons e um deles é pagar bem a seus artistas, pagar-lhes em dia e dar-lhes meios técnicos de alta qualidade para trabalhar.
Com Dias Gomes, Marcílio Morais, Lauro César Muniz e Joaquim Assis, tive os melhores momentos dos longos anos em que ali trabalhei. Dias foi o mestre que, com seu talento e competência, me possibilitou escrever algumas coisas de boa qualidade, como ‘As Noivas de Copacabana’, considerada então pelos dirigentes da emissora ‘uma obra-prima, que a todos nos orgulha e envaidece’. Tenho a vaidade de ter sido o defensor da idéia que Dias já havia descartado como inviável. Mas a verdade é que a minissérie nunca teria tido a qualidade que teve sem a sua inventividade e capacidade de roteirização, virtude essencial da teledramaturgia. A contribuição de Marcílio foi também decisiva.
Juntos, o Dias e eu, escrevemos também (desta vez com Lauro César Muniz) a novela ‘Araponga’, tema igualmente escolhido por sugestão minha, já que me negava a escrever novelas sentimentais. Sei que é próprio do gênero folhetinesco muitas lágrimas e soluços, mas é o gênero que não me agrada: sugeri que fizéssemos uma comédia policial. O personagem Araponga assim se chamou porque descobrimos que os membros do SNI costumavam adotar nomes de pássaros como codinomes: pipira, sabiá etc. O nome Araponga entrou para o vocabulário jornalístico para designar os policiais grampeadores de telefones. Aliás, Dias Gomes, autor de novelas inesquecíveis, criou personagens que passaram a conviver conosco como parte do Brasil imaginário. Pois esse mesmo Dias Gomes, que deu à TV Globo o melhor de si, não teve seu nome mencionado nem uma vez sequer durante a grande festa dos 40 anos da emissora, nem mesmo quando mencionaram os companheiros de trabalho já mortos. Devo admitir que, nesse ponto, a emissora acertou: Dias continua vivo.’
Antonio Brasil
‘Rede Globo: 40 anos de poder, segredos e mistérios!’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 2/05/05
‘Esta semana a Rede Globo comemorou os seus 40 anos bem ao seu estilo, com muita festa e auto-elogios. Tem seus motivos para comemorar. Em um país onde as empresas, instituições públicas e, principalmente, as constituições não costumam durar muito tempo, a mera sobrevivência da Globo tem seus méritos. Afinal, tantas outras redes de TV poderosas como a Excelsior, Associadas ou Unidas, não tiveram a mesma sorte. Algumas conseguiram sobreviver. Mas se tornaram redes decadentes, fantasmas de outras épocas ou cópias mal feitas do modelo hegemônico.
Mas, em vez de comemorar ou, simplesmente, criticar, deveríamos aproveitar o momento para refletir sobre a história do nosso principal meio de comunicação, a televisão. Aproveito para lançar algumas questões relevantes. Afinal, como seria o Brasil de hoje se não houvesse a Rede Globo? Como seria a sociedade brasileira se tivéssemos privilegiado um outro modelo de TV? Uma rede pública de TV no estilo da BBC, por exemplo, ao invés do modelo global?
É claro que muitos fatalistas dirão que jamais tivemos escolha ou alternativa. Assim como a ditadura, a Globo era inevitável em nossa história. A ganância e falta de espírito público ou patriotismo dos nossos empresários sempre apoiados e incentivados pelos imperialistas americanos acabariam nos impondo um modelo político e econômico que incluiriam uma TV como a Globo de qualquer maneira. A Globo teria sido mera questão de tempo e oportunidade. Não tenho tanta certeza. Nessa perspectiva simplista da história, somos sempre reféns de forças poderosas internas e externas, incapazes de oferecer qualquer resistência ou criar alternativa. Prefiro pensar na história enquanto decisões políticas permanentes. Creio que deveríamos investigar melhor o nosso passado para entender o presente e, talvez, quem sabe, prever ou mudar o futuro.
TV Capitania Hereditária
Em toda a nossa história, herdamos o modelo político-econômico das Capitanias Hereditárias. Criamos feudos que persistem desde os tempos coloniais. Independente das questões ideológicas, a Rede Globo é mais um exemplo desse modelo político e econômico de capitalismo primitivo. Na falta de uma estrutura política dinâmica, não só desenvolveu uma rede hegemônica de comunicação, mas se tornou também o principal partido político do país. Tem seus méritos. Segundo o nosso colega Gabriel Priolli, os donos da Globo aproveitaram bem o modelo e os privilégios. Em entrevista recente para a UOL TV, declara: ‘Eles tiveram favorecimento político, competência e muito senso de oportunidade’. Ou seja, no vácuo de regras claras e instituições fortes, conseguiram ultrapassar os seus próprios limites.
Os efeitos desse feudalismo tardio ou regime de capitanias hereditárias comunicacionais podem ser desastrosos. Mas também podem ser considerados competentes e oportunistas. É a famosa lei do mais forte. O problema é que esse modelo hegemônico não aprecia e não admite uma outra lei natural considerada fundamental para o desenvolvimento tanto das espécies como das sociedades modernas: a competição. Ou seja, a história da Globo, apesar do ‘sucesso’, é uma história que não previa e não admite críticas, investigações sérias e, principalmente, competidores fortes. O modelo está baseado em princípios de controle e hegemonia. A política, qualquer política, existe tão somente para garantir esses privilégios. E o sucesso? Que tipo de sucesso comemoramos? Muitos justificam seus erros. Deveríamos sempre defender e justificar o poder da Globo. Pelo menos, é uma empresa brasileira, poderosa, com padrão de qualidade internacional e ‘indiscutível’ que produz uma cultura autenticamente nacional. No modelo Capitanias hereditárias ‘os fins justificam os meios’. As negociações políticas e ‘reserva de mercado’ garantem os privilégios.
Investigar segredos e mistérios
Mas, talvez, a sobrevivência e o sucesso do modelo global de TV sejam resultado do recorrente e inevitável fracasso das demais redes de TV e da própria sociedade brasileira.
Em um modelo único no mundo, a sociedade brasileira paga um altíssimo preço pela história de sucesso de uma única empresa. Aqui nos EUA, tento sempre explicar o nosso modelo histórico de quase monopólio de TV e jornalismo de TV com grandes dificuldades.
Para comemorar de maneira bem pessoal os 40 anos da Globo, publiquei recentemente um artigo na Television Quarterly, a revista da Academia Americana de Artes e Ciências de TV – Journal of the National Academy of Television Arts and Science, ver aqui. Já que não podemos acessar e pesquisar os arquivos secretos da Globo, procuramos desenvolver uma história oral e individual do nosso principal meio de comunicação. Tento preservar os depoimentos de indivíduos, pessoas comuns, funcionários e ex-funcionários da emissora que, assim como eu, contribuíram de alguma forma para essa história de sucesso. Nem todos foram ouvidos pela história oficial da emissora. Eles guardam segredos e mistérios que merecem ser preservados para as próximas gerações. Eles jamais nos perdoarão por tamanha omissão. A verdadeira história da Globo ainda está por ser escrita.
Uma BBC brasileira
Mas como investigar a história da televisão brasileira, e principalmente, como investigar o nosso telejornalismo, se essa verdadeira ‘caixa preta’ e os arquivos de TV permanecem proibidos para pesquisadores independentes? É muito fácil desmentir acusações, reescrever e reinterpretar a história da emissora quando as únicas fontes de informação, os seus próprios arquivos estão trancados a sete chaves. Nesses momentos de comemorações e auto-elogios, não consigo esquecer as dificuldades que tantos colegas pesquisadores encontraram e ainda encontram para investigar os segredos e mistérios da história da TV brasileira e, principalmente, a verdadeira história da Rede Globo.
Não consigo deixar de sonhar com um acesso livre, público e irrestrito aos arquivos da TV brasileira. Assim como não consigo deixar de imaginar como seria o nosso país se, em vez de rede de TV do modelo ‘capitanias hereditárias’, tivéssemos optado por uma rede pública e independente de TV, uma BBC brasileira. Pode parecer impossível, mas a História também nos ensina que nunca é tarde demais para corrigir os erros do passado. Para espanto de muitos, o Brasil não é somente que aquilo que passa na tela da Globo.
As colunas do Comunique-se são um espaço livre para a publicação de opinião dos profissionais que as assinam. Estes assumem inteira responsabilidade pelo seu conteúdo, que não representa a opinião deste portal.’
REDE TV!
‘Rede TV! investe uma novela em tecnologia’, copyright Folha de S. Paulo, 9/05/05
‘A Rede TV! vai investir US$ 5 milhões (cerca de R$ 12,5 milhões) em tecnologia nos próximos 12 meses. O valor equivale a quase o custo de uma novela nacional do SBT ou da Record.
Segundo Amilcare Dallevo Jr., presidente da emissora, até o final do ano todas as câmeras da Rede TV! serão de alta definição (‘high definition’), uma preparação para a TV digital. Hoje, a emissora tem apenas duas câmeras de alta definição. Precisa de mais 70.
Apesar de as imagens captadas por essas câmeras serem transmitidas ainda no sistema analógico, há um ganho de qualidade, diz Dallevo Jr.. Se cumprir a promessa, será a primeira emissora brasileira com a captação totalmente em alta definição. A Globo usa algumas dessas câmeras para gravações externas de ‘América’.
A Rede TV! também irá comprar um link digital (equipamento usado para transmitir ao vivo da rua). ‘Esse link quase nunca perde o sinal’, diz Dallevo Jr..
A Rede TV! já opera com sistemas de automação desenvolvidos pela própria emissora, como o Digital News, que permite que um telejornal vá ao ar apenas com comandos do apresentador. Vai implantar agora sistemas que fazem buscas de imagens e músicas em arquivo em cinco segundos, o que enriquecerá programas ao vivo.
Dallevo Jr. quer tentar exportar essa tecnologia. ‘Procuramos um parceiro e devemos abrir uma filial nos Estados Unidos’, diz.
OUTRO CANAL
Ataque A Record terá uma atração de peso na ‘guerra da audiência’ do próximo domingo. Vai exibir, às 20h, o filme ‘Star Wars: Episódio 2 – O Ataque dos Clones’ (2002), inédito na TV aberta, comprado da Fox. A Globo, parceira da Fox, não quis o longa.
Retorno A ex-prefeita Marta Suplicy será a primeira convidada do ‘talk show’ ‘Saca Rolha’, que estréia hoje (22h30) na Rede 21, com Lobão, Marcelo Tas e Mariana Weickert. Marta também deve gravar hoje o quadro do chapéu do ‘Programa Raul Gil’ (Record).
Musa A modelo e apresentadora Fernanda Lima nunca fez novela, mas já está sendo disputada por duas produções da Globo. Está cotada para ‘Bang Bang’, a próxima novela das sete, e para ‘Amor x Casamento’, de Manoel Carlos, que só deve estrear em 2006, após ‘Belíssima’, que substituirá ‘América’. Antes, Fernanda fará participações no ‘Fantástico’.
Fora Assim como o concurso Miss Brasil, realizado no Rio, o festival de MPB que a Band promoverá no segundo semestre também será produzido fora de São Paulo. Será em Brasília ou Curitiba.
Estoque O filme ‘A Queda! – As Últimas Horas de Hitler’, que estreou no último final de semana nos cinemas, acaba de ser comprado pelos canais Telecine. Vai ao ar em 2006.’