Leia abaixo a seleção de terça-feira para a seção Entre Aspas.
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Folha de S. Paulo
Terça-feira, 28 de abril de 2009
INTERNET
A história do mundo
‘Uma viagem pelas tribos maoris, da Nova Zelândia, passando por índios zulus e esquimós, ficou possível em apenas alguns cliques, graças a centenas de fotos raras reunidas num portal da internet, que pretende ser a biblioteca de Alexandria do futuro.
A Biblioteca Digital Mundial (www.wdl.org), lançada semana passada em Paris, surgiu do esforço da Unesco e da Biblioteca do Congresso dos EUA em promover, de forma gratuita e em sete idiomas (português incluso), conteúdos culturais de vários países.
Por enquanto, há 1.340 itens, como manuscritos japoneses do século 16, mapas antigos da América Latina, gravuras do italiano Braccelli do século 17 e um livro ilustrado com fábulas de La Fontaine do século 19.
Entre os 11 filmes disponíveis, há um curta dos Irmãos Lumière com imagens de touradas na Espanha, em 1896.
O Brasil -único país de língua portuguesa participante e um dos membros-fundadores do projeto- é responsável, por meio da Fundação Biblioteca Nacional, pelo segundo maior acervo do portal, perdendo para os EUA. Dos 4.000 itens que a instituição mandou ao projeto, 157 estão disponíveis, entre mapas dos séculos 16 ao 18 e 42 álbuns de fotografias. O resto entrará gradualmente.
Fotos do imperador
É bom saber que, antes da Biblioteca Digital Mundial, já existia a Biblioteca Nacional Digital (www.bn.br/bndigital), organizada pela fundação brasileira e com um acervo sobre o país bem maior em relação ao portal internacional.
Está lá, por exemplo, a Coleção Thereza Christina Maria, com 2.570 fotos digitalizadas que pertenceram ao imperador Pedro 2º e foram deixadas por ele à Biblioteca Nacional. Na Biblioteca Digital Mundial, a coleção está presente em cerca de 70 registros. Além de uma foto da princesa Isabel, há vistas do Rio e imagens de quituteiras baianas do século 19.
No portal brasileiro, embora as ferramentas de navegação não sejam tão simpáticas quanto às do portal internacional, há arquivos de diversos países, como fotos do Líbano e da Grécia do século 19, refletindo os interesses do imperador.
Sobre o Brasil, há outras instituições dentro da Biblioteca Digital Mundial com itens relacionados, como a própria Biblioteca do Congresso, que guarda um mapa da cidade de Salvador de 1671 e um livro ilustrado do ex-presidente Theodore Roosevelt sobre sua expedição em terras brasileiras no começo do século 20.
A Unesco e os EUA investiram US$ 60 milhões no projeto. Já o custo para a participação da Fundação Biblioteca Nacional (FBN) foi zero. ‘Eles nos cederam, em comodato, um scanner de alta definição para documentos de grande porte, o que acelerou nosso trabalho’, disse Liane Amadeo, uma das diretoras da FBN.
‘A Biblioteca Digital Mundial será a biblioteca de Alexandria do futuro, com o mais importante de cada nação’, disse, sobre o maior acervo de cultura e ciência da antiguidade.
Segundo ela, o tema para a próxima fase da Biblioteca Digital Mundial é música. E a FBN mandará ao projeto, já na semana que vem, 100 arquivos sonoros de MP3, dos mais de 8.000 que possuem, com dez segundos de duração para não infringir leis de direitos autorais, de músicos como Pixinguinha.’
CULTURA
Saldo da Lei Rouanet é amplamente positivo
‘O CINEMA nacional ressurgiu das cinzas. De três filmes lançados em 1992, saltou para cerca de 80 no ano passado. No percurso, chegou a mais de 20% de fatia de mercado (mais de 20 milhões de espectadores) numa área historicamente dominada pela forte indústria americana. Atingiu esse patamar em uma década, em 2003, com cerca de 30 filmes. Nesse período, o mercado cresceu em todas as direções.
Nossos festivais integram o calendário internacional. Fizemos boas obras de ficção, documentários, curtas e animações. Exportamos talentos e, após décadas, voltamos a ganhar prêmios fora do país. Temos produtoras de cinema, vídeo e novas mídias de qualidade, além de bons projetos sociais -da produção à exibição.
O público, porém, caiu nos últimos dois anos à metade do pico de 2003.
Agora, em 2009, parece retornar. A produção nacional já soma mais de 6 milhões de espectadores e superou os 20% de fatia de mercado.
Apesar das oscilações de público, das deficiências existentes e dos erros inevitáveis, de filmes e festivais que não emplacaram a falhas na legislação, o saldo positivo é evidente.
E como isso foi possível? Devido às leis de incentivo. A produção de longas teve por base a Lei do Audiovisual.
E parte do modelo foi ancorado na Lei Rouanet: festivais, curtas, documentários, programas sociais, oficinas e projetos de exibição itinerantes -indispensáveis para a indústria.
A lei injeta mais de R$ 100 milhões por ano em cerca de 400 projetos do setor. A maioria chega à população a preços acessíveis ou tem papel-chave no mercado, apoiando a formação de jovens por meio de oficinas, curtas e documentários. Cerca de 20% são festivais que fazem a produção mundial vir ao Brasil e a nacional circular pelo país. Isso sem mencionar os projetos sociais.
Ao lado de editais do Ministério da Cultura (MinC), as leis vitaminaram o mercado e estimularam Estados e municípios a criar ações pontuais, sinal de que só com vários mecanismos se estrutura um setor.
O audiovisual é um exemplo do papel estratégico que a Lei Rouanet tem para a cultura. Trouxe recursos para o setor, algo que não existia, e estimulou a produção.
A base de dados da lei, aberta à sociedade em abril, evidencia que a visão do MinC omite os resultados positivos e reproduz a histórica falta de interesse e habilidade do setor para lidar com estatísticas. O diagnóstico traz conclusões precipitadas e ignora diferenças setoriais.
O índice que diz que 3% dos proponentes ficam com 50% dos recursos é fruto de uma ginástica. Ele mistura um curta com uma orquestra. Um livro com um centro cultural. Uma peça de teatro com o restauro de um prédio histórico. Projetos feitos uma única vez com ações permanentes.
Projetos de R$ 100 mil com outros de mais de R$ 5 milhões.
Compara o incomparável e condena a lei. Por essa lógica, centros culturais e museus nunca terão patrocínio e prédios históricos jamais serão restaurados, pois concentram recursos.
No caso da distribuição regional, o MinC ignora que parte da verba recebida no Sudeste é investida em outras regiões. No audiovisual, isso se dá por meio da circulação de filmes e ações itinerantes.
Os estudos setoriais trarão luz ao debate. A análise área por área, sem generalizações, deixará claro que os benefícios da lei superam de longe os seus problemas, que as distorções são pontuais e que podem ser resolvidas com melhor gestão.
Veremos que o acesso não é um grande problema -a maioria dos projetos são ou gratuitos ou a preços acessíveis. Veremos que quase 50% dos recursos do teatro vão para festivais, pesquisa, formação de público e manutenção de espaços e grupos.
Os musicais estão lá também, entre os maiores captadores da área. Ficam com cerca de 10% da verba e na excelente companhia dos Doutores da Alegria, Grupo Galpão, Zé Celso, Companhia Paulista de Teatro e do Festival de Curitiba.
O audiovisual mostra vitalidade em meio a uma crise sem precedentes. É uma indústria que produz, gera riqueza e empregos. Exporta filmes, atrai divisas, emprega gente que viveu o apagão da era Collor, atores, técnicos e dá oportunidade aos jovens. Essa força está fazendo com que uma geração reaprenda a olhar o país.
A lei tem falhas, mas que devem ser corrigidas sem que o preço a pagar seja o de menos recursos, produção e emprego. O maior erro que o setor pode cometer é aceitar um debate maniqueísta, que oponha o comercial ao artístico, o rico ao pobre, o Sudeste ao Nordeste, o público ao privado, aponte os culpados de sempre e ignore os resultados concretos que a legislação trouxe para a cultura do país.
JOÃO LEIVA FILHO , 43, economista, mestre em cinema pela USP, é consultor cultural, sócio da J.Leiva Cultura & Esporte.’
RADIONOVELA
Rádio Justiça estreia novela sobre grampos
‘Estreou ontem o primeiro capítulo da radionovela ‘Não Escuta, que Eu Grampo’, a história de uma mulher que tenta descobrir se o marido a está traindo com a melhor amiga. O pano de fundo é a contratação de um detetive que se apresenta como Virgulino Teixeira, ‘conhecido no universo investigativo como araponga grampeado’.
A radionovela é uma produção da rádio Justiça, emissora administrada pelo STF. A ideia, diz Madeleine Lacsko, coordenadora da rádio, é tratar temas jurídicos, direitos, deveres ou questões de cidadania de forma popular.
No capítulo de ontem, o detetive diz que vai instalar escutas para descobrir porque Aderbal chega tarde em casa. ‘Vou investigar seu marido. Colocar escuta na sua casa. Posso garantir que ninguém grampeia como eu.’ O desfecho só será conhecido na sexta-feira. A radionovela pode ser ouvida no endereço www.radiojustica.jus.br.
Segundo Lacsko, a decisão de tratar sobre ‘arapongagem’ e ‘traição’ não foi para alfinetar nenhuma instituição. Ministros do STF já levantaram suspeitas de que seriam vítimas de grampos. A informação de que uma conversa entre o presidente da corte, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM) foi grampeada levou a uma investigação da PF. O suposto grampo ainda não foi obtido pelas autoridades.
Desde o episódio, Mendes intensificou as críticas ao uso indiscriminado de grampos.’
TODA MÍDIA
O mundo em alerta
‘No esforço de conter o pânico, o ‘New York Times’ nem deu manchete, ontem no papel, para os casos confirmados em Nova York. Por aqui, Folha Online e outros ressaltaram até o final da tarde que a vigilância sanitária ‘descarta alarme no Brasil’.
Mas veio a Organização Mundial de Saúde e, no início da noite, elevou o nível de alerta. ‘O mundo em alerta’, proclamaram então em coro as manchetes do ‘Jornal Nacional’ e do ‘Jornal da Record’.
Antes, o mercado já reagia mal. Na manchete do Valor Online no final da tarde, ‘Gripe suína afeta commodities’ e derruba Bolsa.
‘LAVE A MÃO’
Outros jornais e a TV americana não tiveram o cuidado do ‘NYT’ e, da capa do ‘Newsday’ ao ‘Early Show’ da CBS, espalharam máscaras cirúrgicas e conselhos como ‘lavar as mãos’
CONSTRUIR A FIGURA
O governador José Serra avisou achar ‘desrespeitoso misturar a doença da ministra com eleição’ e ‘especular’. Mas a manchete da Reuters Brasil trazia pouco depois o senador Jarbas Vasconcelos declarando que ‘a tendência é a gente começar a receber adesões’.
Por outro lado, o blog de Reinaldo Azevedo na Veja.com postou que ‘começou a se construir a figura da guerreira que enfrentou e até venceu o câncer’, citando o ministro Franklin Martins. Pouco depois, Ana Maria Braga surgia na Globo, ao vivo no matinal ‘Mais Você’, se estendendo na solidariedade a ‘Dilma’.
OBAMA & RAÚL
‘NYT’ e ‘Washington Post’ destacaram a crescente aproximação entre EUA e Cuba. O primeiro citou fontes da Casa Branca e do Departamento de Estado para anunciar ‘encontros informais’, buscando ‘testar as águas’. O segundo relatou como a própria comunidade exilada na Flórida ‘suaviza sua linha dura’.
Por outro lado, a cada vez mais republicana Fox anunciou que se recusa a transmitir, em contraste com as redes CBS, ABC e NBC, o pronunciamento de Obama na quinta, pelos cem dias de governo.
ADEUS AO DÓLAR
No ‘Valor’ de ontem, a coluna de Sergio Leo publicou que ‘Lula já marcou data para anunciar seus planos ambiciosos para o uso do real nas transações da América do Sul’ -a próxima reunião da Unasul. Já haveria até mesmo a ‘concordância do reticente Banco Central’.
CLINTON, O RETORNO
No ‘WP’, ontem também, a coluna de diplomacia publicou que vários nomes ‘afloram e desaparecem’ para as embaixadas em países como Índia, China, Japão e Brasil, pois a secretária ‘Hillary Clinton vem pressionando por seus favoritos, contra as opções de
POBRE ALDEIA GLOBAL
O ‘NYT’ destacou longa reportagem ontem sobre o avanço de sites como YouTube e Facebook por países como Índia, Brasil e China. É o ‘crescimento mais vibrante’ para as grandes companhias, hoje. ‘Mas os emergentes são também lugares onde pode ser muito caro operar’ e onde ‘a publicidade on-line traz pouco resultado’.
O jornal sublinha que o Google trocou a prioridade de expansão global do YouTube por ‘fazer dinheiro’, desde já. No comentário irônico do blog ValleyWag, ‘a aldeia global é pobre demais para o YouTube’.
SOLUÇÃO
O presidente do Google, Eric Schmidt, foi a uma festa de Ariana Huffington, do HuffPost, e o blog The Wrap, também presente, anotou que ele conversou de seus ‘planos para uma solução’ da crise na imprensa americana.
Em seis meses, vai lançar um sistema para levar a notícia aos leitores sem que antes eles busquem por ela. ‘NYT’ e ‘WP’ seriam os dois primeiros beneficiados.
RECORDE
O site Editor & Publisher deu novos números à crise, com a circulação dos maiores jornais americanos caindo em ‘proporção recorde’. O ‘NYT’ está perto de baixar de 1 milhão de exemplares nos dias de semana.
E o concorrente ‘Wall Street Journal’ noticiou que ‘vários grupos’ fizeram ofertas para comprar 20% do ‘NYT’, hoje com um fundo de investimento.
‘HOMOCAUSTO’
Sites engajados na causa homossexual nos EUA questionam o Brasil pelos quase 200 assassinatos registrados no ano passado, destacando protestos (acima) e cobrando Lula’
TELEVISÃO
Diretor critica ‘má gestão’ da TV Brasil e é demitido
‘O cineasta Leopoldo Nunes diz que foi demitido na última sexta do cargo de diretor de programação e conteúdo da TV Brasil -a TV pública criada pelo presidente Lula em 2007- após a publicação de uma entrevista em que ele fez sérias críticas à gestão da emissora.
Na entrevista ao site da revista ‘Fórum’, Nunes acusou a presidente da TV Brasil, Tereza Cruvinel, de conduzir uma gestão ‘ineficiente’ e autoritária. À Folha, Nunes afirmou que Cruvinel, para boicotá-lo, devolveu aos cofres da União, em 2008, R$ 18 milhões, dinheiro que ele queria usar em programação. Cruvinel, diz Nunes, não conseguiu usar todo o orçamento (R$ 340 milhões).
Nunes afirma também que Cruvinel ‘rasgou’ R$ 100 milhões em recursos que viriam de editais da Ancine (Agência Nacional do Cinema) e do Ministério da Cultura. ‘Ela criou tantos problemas que esse dinheiro foi devolvido’, acusa.
Nunes é o terceiro diretor a deixar a TV Brasil. Antes, saíram Orlando Senna e Mário Borgneth. Em comum, eles têm visão de TV pública alinhada com a de Gilberto Gil. Bateram de frente com a visão de Cruvinel e Franklin Martins (Comunicação Social), que seria, diz Nunes, ‘comercial’.
‘[Cruvinel] É uma pessoa extremamente difícil, sem qualquer compromisso com o projeto [de TV pública]. Ela não entende de conteúdo’, disse Nunes à Folha.
A assessoria de Cruvinel nega que Nunes tenha sido demitido por causa da entrevista. Afirma em nota que o diretor foi comunicado de sua demissão em 13 de abril.
A assessoria sustenta que a emissora ‘executou praticamente 100%’ do orçamento. ‘Mais importante do que gastar tudo é gastar com qualidade e corretamente’, diz a nota.
Afirma também que é ‘falsioso e desonesto’ dizer que a TV Brasil deixou de usar R$ 100 milhões em editais, porque parte desse dinheiro seria descontada do orçamento e a outra parte não foi captada por ‘falta de base legal’. Por fim, diz que ‘boas práticas de gestão não podem ser confundidas com autoritarismo’.
SERTANEJOS
O sertanejo Daniel fez escola. Amanhã, Chitãozinho e Xororó gravam participação em ‘Paraíso’, novela das seis da Globo. Eles interpretarão violeiros desconhecidos que participam de um concurso de FM.
MAIS HD
Depois do Telecine HD, que deve entrar no ar nos próximos dias na Net e na Sky, a Globosat lança no segundo semestre o SporTV em alta definição.
ÂNCORA
Não foi à toa que Fausto Silva anunciou em seu programa as atrações do ‘Fantástico’ de anteontem. O ‘Domingão’ deu 22,6 pontos, apenas dois décimos a menos do que o jornalístico. O maior ibope do dia foi Santos x Corinthians: 34,1 pontos na Globo e 10,4 na Band.’
Folha de S. Paulo
Michael J. Fox fala sobre mal de Parkinson em entrevista
‘O ator da trilogia ‘De Volta Para o Futuro’ é o convidado especial do ‘The Oprah Winfrey Show’ de hoje, às 20h, no canal pago GNT (classificação indicativa não informada). Diagnosticado com mal de Parkinson em 1991, Michael J. Fox mostra sua casa e fala sobre a doença e os tratamentos, além de seu livro recém-lançado, ‘Always Looking Up’.’
Fashion TV entrevista Jacobs
‘Maria Prata, que deixou a revista ‘Vogue Brasil’ para ser editora-chefe do canal Fashion TV, entrevista o estilista norte-americano Marc Jacobs, que esteve no país recentemente para conhecer sua primeira loja em São Paulo. O programa vai ao ar hoje, às 17h30 (classificação indicativa não informada). Jacobs fala sobre o posicionamento da marca em meio à crise econômica e suas principais referências criativas.’
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O Estado de S. Paulo
Terça-feira, 28 de abril de 2009
CRISE
Conde Nast anuncia o fim da revista ‘Portfolio’
‘A revista americana de negócios Portfolio fechou, e está mandando embora mais de 80 pessoas, depois de dois anos de seu lançamento, que recebeu um investimento de US$ 100 milhões. A revista tinha como objetivo se tornar uma rival luxuosa de publicações como Fortune, Forbes e BusinessWeek.
A Conde Nast Publications, editora de revistas que pertence ao bilionário S.I. Newhouse Jr., informou ontem que irá fechar a Portfolio e o site Portfolio.com, por causa da redução do mercado publicitário. O número de maio, que se encontra nas bancas, será o último.
A Portfolio estreou em maio de 2007, com US$ 100 milhões em recursos, que deveriam durar por vários anos. A Conde Nast é conhecida por ter muita paciência com revistas deficitárias. Mas a empresa disse que a desaceleração na publicidade empurrou a perspectiva de lucro da Portfolio para um futuro muito remoto. ‘Nosso momento provou ser terrível para a criação do início de uma grande marca para anúncios’, disse David Carey, presidente de uma das divisões da Conde Nast.
Carey disse que a empresa estava satisfeita com a circulação da Portfolio, de cerca de 450 mil exemplares, e que a demanda por jornalismo de negócios continua forte. Mas ele previu que a publicidade não irá se recuperar rapidamente, mesmo depois que a economia melhorar.
‘Nós víamos onde estávamos e onde queríamos chegar em 18 meses’, disse. ‘A distância entre esses dois pontos estava crescendo.’ A editora-chefe, Joanne Lipman, e o publisher, William Li, estão entre as pessoas que perderam o emprego, informou Maurie Perl, porta-voz da Conde Nast.
A Conde Nast, que publica revistas como Vogue, The New Yorker e Wired, é uma unidade da Advance Publications, empresa de capital fechado. Há dois meses, a editora fechou a revista Domino, sobre estilo de vida. A Advance também possui mais de 30 jornais, que têm implantado medidas de contenção de custos. Em novembro, a empresa fechou sua agência Newhouse News Service, que tinha 24 empregados.’
TELEVISÃO
Acelera, Paraíso
‘Ritmo lento e amor inverossímil na trama central foram apontados pelo público como alguns dos problemas de Paraíso, trama das 6 da Globo. Em recente grupo de discussão sobre a novela realizado pela emissora, os telespectadores disseram não ‘crer’ em um amor tão puro como o de Santinha (Nathália Dill) e Zé Eleutério (Eriberto Leão) nos dias de hoje.
Já os dramas religiosos da protagonista foram muito bem aceitos, assim como o romance entre Eleutério (Reginaldo Faria) e Zefa (Soraya Ravenle). O público está gostando desse amor mais ‘maduro’ na novela e torce por Zefa.
Para atender à audiência, a novela então foi acelerada. O primeiro beijo dos protagonistas, por exemplo, aconteceu bem antes que na versão original, e será assim com outras ações na trama. Outro fator que deve acelerar o ritmo do folhetim é o número de capítulos menor em relação à exibição original, de 197 para 176.
A mudança, no ar há duas semanas, já surtiu efeito na audiência de Paraíso: a trama de Benedito Ruy Barbosa, que vinha registrando médias na casa dos 19 pontos, chegou a 27 pontos ibope na semana passada.’
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