‘O The New York Times conseguiu ontem uma vitoria na Justiça contra o esforço do Governo americano para obter os registros de ligaçoes feitas por dois jornalistas. O Juiz Robert Sweet concluiu que a Primeira Emenda da Constituiçao Americana dá ao jornal o direito de confidencialidade sobre suas fontes em determinadas circunstâncias. O Governo queria acesso as conversas dos reporteres Philip Shenon e Judith Miller em algumas datas especificas nos meses logo apos aos atentados de 11 de setembro. Alega que os telefonemas sao importantes em investigaçoes que realiza para apurar vazamento de certas informaçoes. Noticia da AP.’
O Estado de S. Paulo
‘Juiz proíbe quebra de sigilo telefônico no NY Times’, copyright O Estado de S. Paulo, 25/02/05
‘Um juiz federal americano decidiu que o New York Times tem o privilégio de proteger a confidencialidade de suas fontes e pode se recusar a fornecer ao governo seus registros de ligações telefônicas. Destacando que o governo parece estar aumentando o segredo de seus procedimentos, o juiz Robert W. Sweet recusou-se a arquivar um processo aberto pelo jornal para impedir que o Departamento de Justiça dos EUA obtenha os registros das ligações feitas entre dois jornalistas e suas fontes.
O juiz lembra que o governo pode obter registros telefônicos durante a instrução de um processo se a informação buscada for altamente relevante e não puder ser obtida de outro modo. Segundo ele, nesse caso as condições não foram atendidas.
O governo americano busca registros das comunicações entre os jornalistas Philip Shenon, Judith Miller e suas fontes.’
O Estado de S. Paulo
‘Juiz de NY emite sentença em favor de sigilo da fonte’, copyright O Estado de S. Paulo, 28/02/05
‘Um juiz de Nova York emitiu sentença em favor de dois jornalistas de The New York Times em sua luta com o governo dos EUA para não revelar suas fontes. A procuradoria tentava obter autorização para quebrar o sigilo telefônico dos jornalistas Judith Miller e Philip Shenon no período que se seguiu aos atentados de 11 de setembro de 2001.
‘A imprensa livre há muito desempenha um papel fundamental contra abusos do poder pelo governo, disse o juiz Robert W. Sweet.
Nessas ligações, os jornalistas teriam obtido de um funcionário do governo a informação sobre os planos de se investigar a Global Relief Foundation, uma organização islâmica de Bridgeview (Illinois) acusada de financiar atividades terroristas. A organização muçulmana, que nega a relação com o terror, processou o jornal por difamação em novembro de 2001.
CASO PLAME
A decisão do juiz de Nova York foi tomada em meio a outra polêmica, causada pelo vazamento de informações, por parte de funcionários públicos, para órgãos de imprensa.
No principal deles – no qual Judith Miller também está envolvida -, foi revelada a identidade de Valerie Plame, uma agente da CIA cujo marido, um diplomata de carreira, criticou a política do governo para o Iraque.
Há poucos dias, um tribunal de apelações de Washington confirmou uma sentença contrária a Judith e a um jornalista da revista Time, Mathew Cooper, neste caso. Os dois devem revelar suas fontes ou enfrentar a prisão.’
GUERRA NA MÍDIA
‘TV pró-EUA vincula Síria a grupos de insurgentes’, copyright Folha de S. Paulo, 24/02/05
‘A TV estatal iraquiana Al Iraquiya, financiada pelos EUA, mostrou ontem confissões de um suposto membro da inteligência síria e de um suposto grupo de insurgentes iraquianos que ele teria treinado para promover ataques contra americanos e tropas iraquianas no país.
Autoridades sírias não foram encontradas para comentar o caso. Depois, a TV apresentou novo vídeo com supostos insurgentes do Sudão e do Egito que também teriam sido treinados na Síria.
Os vídeos aparentemente foram gravados em Mossul. Não foi possível confirmar a veracidade das declarações. A TV entrou no ar em 2003 com a ajuda do Pentágono e é vista por muitos como ferramenta de propaganda dos EUA.
Um homem identificado como o tenente Anas Ahmed al Essa, do serviço de inteligência sírio, diz que o grupo foi recrutado para ‘causar caos no Iraque e impedir os americanos de chegar à Síria’.
Al Essa estava com dez homens, ditos iraquianos, que afirmaram terem sido recrutados pela inteligência síria. ‘Fui treinado na Síria para lidar com explosivos, assassinatos, espionagem e seqüestros e, depois de um ano, fui para o Iraque com Fady Abdullah’, disse Al Essa, referindo-se a um suposto coronel da inteligência síria. Ele diz que foi ao Iraque em 2001, dois anos antes da invasão americana, porque a inteligência síria estava convencida do ataque dos EUA.
Outro homem, Shehab al Sabaawi, identificado como um ex-tenente-coronel do Exército de Saddam Hussein, afirmou ter recebido treinamento da inteligência síria sobre como decapitar reféns. Al Essa disse que o grupo usou animais para treinar e que armas, explosivos e equipamentos foram providenciados pela inteligência síria. Membros do grupo, chamado Exército Al Fateh, recebiam US$ 1.500 por mês.
Ontem, o presidente dos EUA, George W. Bush, exigiu que a Síria retire suas tropas do Líbano, mas afirmou que Washington esperará a reação do país às pressões internacionais antes de pedir sanções à ONU. Os EUA já haviam acusado a Síria de permitir a entrada de insurgentes no Iraque e abrigar ex-membros do regime de Saddam Hussein. A Síria refuta as acusações.
Condenação
O Reino Unido condenou ontem dois militares por maus-tratos a presos no Iraque. Daniel Kenyon foi declarado culpado de não informar que homens sob seu comando forçaram prisioneiros a simular atos sexuais para tirar fotos. Mark Cooley foi condenado por suspender um homem em um caminhão para elevação de cargas e simular socar um preso.
Anteriormente, Darren Larkin tinha se declarado culpado de pisar em um preso. Os três são do Regimento Real de Fuzileiros, e os incidentes aconteceram durante operações contra saqueadores em Basra, em 2003. Cooley e Kenyon podem pegar até dois anos de prisão, e Larkin, seis meses. As sentenças devem sair amanhã.
O premiê interino do Iraque, Iyad Allawi, afirmou ter apoio de fora de sua lista política para concorrer ao cargo de premiê, sem especificar quem. Ele disse serem ‘irmãos de listas menores’.
Ao menos 18 pessoas morreram ontem no Iraque. Um soldado dos EUA morreu por causa de uma bomba ao norte de Bagdá.’
ITÁLIA
‘Greve de fome em revezamento pede libertação de Giuliana Sgrena’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 23/02/05
‘Um greve de fome ‘em revezamento’, protesto no qual devem participar alguns bispos italianos, começará na próxima terça-feira em Roma para pedir a libertação da jornalista italiana Giuliana Sgrena, seqüestrada no último dia 4 em Bagdá.
O companheiro da repórter, Pier Scolari, anunciou nesta sexta-feira a iniciativa, promovida por algumas comunidades religiosas cristãs e muçulmanas, que se unem aos atos de solidariedade que há vinte dias acontecem na Itália.
Há uma semana, cerca de meio milhão de pessoas se manifestaram em Roma para pedir aos seqüestradores que poem em liberdade Sgrena, que tem 57 anos e estava no Iraque como enviada especial do jornal de esquerda italiano Il Manifesto.
Scolari reiterou hoje que as negociações abertas para pôr um fim no seqüestro estão em ‘uma fase decisiva’. Ele decidiu permanecer em Roma e não ir para outros pontos da Itália onde haverá concentrações de solidariedade.
Em meios oficiais, mantêm-se ‘altas’ as expectativas sobre uma resolução propício do caso em um prazo curto de tempo, segundo disseram hoje fontes diplomáticas, que pediram cautela ante possíveis anúncios contraditórios, como o da suposta libertação da jornalista difundido por uma televisão iraquiana.
Desde que no último dia 16 foi emitido um vídeo no qual Giuliana Sgrena implorava por sua libertação e pedia ao governo italiano que retirasse suas tropas do Iraque, não houve nenhuma nova comunicação pública dos seqüestradores.
Anteriormente, tinham aparecido, sempre através da internet, várias reivindicações da captura da repórter, que aconteceu quando ela saía de uma mesquita sunita próxima à universidade de Bagdá, onde vivem alguns refugiados procedentes de Faluja.’