Friday, 27 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Bope se queixa de ‘desserviço’ de canais de TV


Leia abaixo a seleção de sexta-feira para a seção Entre Aspas.


 


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Folha de S. Paulo


Sexta-feira, 26 de novembro de 2010


 


RIO DE JANEIRO


No Twitter, Bope se queixa de ‘desserviço’ de Globo e Record


Pelo microblog Twitter, o Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) reclamou ontem à tarde da exibição da operação na Vila Cruzeiro (zona norte do Rio) a partir de helicópteros das TVs Globo e Record.


No perfil oficial da corporação, @Bope-RJ, foi postado o seguinte: ‘Um desserviço prestado pelas aeronaves da Record e da Globo’. A polícia está na localidade como parte das operações para coibir a onda de ataques.


As emissoras mostraram imagens de bandidos fugindo da favela para o vizinho Complexo do Alemão. Cientes de que estavam sendo filmados, os bandidos exibiram fuzis às câmeras, numa atitude desafiadora.


A Record, via assessoria, disse que não recebeu comunicação do Bope ou de órgãos de segurança do Rio e que está prestando um serviço à população. A Globo informou apenas que vai averiguar se o Twitter era verdadeiro.


 


 


Keila Jimenez


Globo Rio e Globonews transmitem ‘clima de terror’ sem interrupção


O clima de terror ontem no Rio tomou conta da TV já nos primeiros noticiários do dia.


Bombocados e famosos foram trocados em atrações como ‘Hoje em Dia’ (Record) e ‘Mais Você’ (Globo) por especialistas em segurança pública dando pitacos óbvios sobre cada passo da polícia e a resistência dos criminosos.


Mas nada se compara à cobertura regional do caso.


Na Globo, o ‘RJ TV’, que começou meia hora mais cedo, 11h30, abriu uma transmissão ao vivo, ininterrupta, há tempos não vista na emissora. Na cidade do Rio, seguiu no ar após o fim do noticiário, derrubando toda a programação vespertina.


Às 17h, a Globo abriu a transmissão para todo o Estado do Rio. Tudo quase sem intervalo e com imagens surpreendentes como a da ação policial na Vila Cruzeiro.


A Record também esticou jornalísticos e entrou ao vivo, no Rio, sem interrupção, a partir das 16h30.


Em rede nacional, o canal pago Globonews acompanhou o caso desde a manhã, sem interrupção.


No estúdio, Paulo Storani, ex-capitão do Bope, era um dos comentaristas da transmissão, sempre guiada por cenas áreas captadas por dois helicópteros da Globo: um Globocop e um Robinson 44, que dá suporte às equipes.


O Globocop leva duas câmeras de alta definição (HD) -uma embaixo e outra na frente-, controladas da cabine por um técnico.


Apesar de estarem a uma altura maior que a habitual por segurança, os helicópteros mostraram com precisão, por conta do potente zoom, fugas na mata, carros do Bope subindo morros e pessoas sendo atingidas por tiros.


Na Band, entre imagens de alagamentos por conta das chuvas em São Paulo, Datena bradava: ‘O Haiti é aqui!’.


Segundo a medição do Ibope, a maratona rendeu à Globo o dobro de audiência na faixa das 14h às 18h no Rio: 29 pontos -cada ponto equivale a 36,6 mil domicílios no Rio.


 


 


Fernando de Barros e Silva


Propaganda de guerra


Já no início da madrugada de ontem, o ‘Jornal da Globo’ procurava atualizar os números da guerra civil carioca: tantas pessoas mortas, tantos presos, pelo menos cinco carros queimados depois das oito da noite… O balanço do dia era devastador: escolas sem aula, comércio fechado, pessoas aflitas ou em pânico correndo para se refugiar em casa.


Veio então o intervalo comercial. E, com ele, a propaganda de uma empresa de blindagem de automóveis. Anunciava ‘proteção ao seu alcance’, a partir de R$ 18.950, um precinho supostamente ‘popular’ para os padrões do serviço.


Tratava-se de uma autêntica propaganda de guerra, do tipo ‘adapte seu carro aos novos tempos’ de terror urbano. Não deixa de ser mais um capítulo, cruelmente irônico, de uma tradição brasileira: problemas públicos, soluções privadas.


Mas deixemos de lado a proteção fantasiosa do anúncio comercial. Há outra propaganda de guerra nas ruas. Ela parte do governo fluminense e ecoa em toda a mídia: a onda de violência e caos que tomou o Rio não passa de uma reação desordenada, um sintoma de desespero do tráfico, que começou a ser desarticulado e desalojado pelas UPPs.


Deve-se mesmo acreditar nisso?


O governador Sérgio Cabral é antes de tudo um grande marqueteiro. Diante de tudo o que estamos vendo, à luz das cenas de uma cidade conflagrada, é preciso no mínimo desconfiar do discurso do êxito da política de segurança. Sua conexão com a realidade parece bem tênue.


O uso de blindados da Marinha para ajudar a polícia a ‘subir o morro’ certamente impressiona. Se alguém ainda hesitava em chamar isso de guerra, às favas com o pudor. A população, exausta ou aterrorizada, aprova tais operações militares.


Porém, no dia em que as Forças Armadas se envolverem no combate ao tráfico, serão inevitavelmente contaminadas por ele. Estaremos então mais próximos de um cenário colombiano de narcobarbárie ou de uma cidade, enfim, pacificada?


 


 


MÍDIA E POLÍTICA


Breno Costa e Bernardo Mello Franco


Entrevista a blogueiros não foi chapa-branca, diz ‘Sr. Cloaca’


Convidado para o encontro do presidente Lula com blogueiros que se classificam como ‘progressistas’, o publicitário William Barros, que se apresenta na internet como ‘Sr. Cloaca’, afirmou que o evento ‘não foi uma entrevista chapa-branca’.


Ele disse que o tom da conversa, marcada por elogios ao governo e ataques à imprensa, surpreendeu. ‘Achavam que seria chapa-branca, inclusive os leitores dos blogs. Mas não foi!’


Barros escreve no blog ‘Cloaca News’, cujo subtítulo é ‘As últimas do jornalismo de esgoto’. A página se dedica a defender Lula e a atacar políticos de oposição.


O tópico mais citado é ‘José Serra’: até ontem, havia 142 posts contra o tucano. Outro alvo preferencial são os veículos de comunicação, chamados de ‘imprensa golpista’ e ‘máfia midiática’.


O blogueiro assessora políticos do PT-RS, mas evitou o assunto. ‘Não é importante, não sou famoso. Famoso é o Sr. Cloaca’, disse. O site tem link para o portal do futuro governo de Tarso Genro (PT).


Animado, ele se posicionou ao lado de Lula para a foto oficial. Após o clique, deixou o Planalto gabando-se da notoriedade instantânea. ‘O Lula me chamou depois… ‘Vem cá, ô Cloaquinha!’


 


 


GOVERNO


Franklin defende ‘refundar’ Ministério das Comunicações


O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Franklin Martins, afirmou que o Ministério das Comunicações precisa ser refundado.


Para o ministro, que participou do seminário Cultura de Liberdade de Imprensa, o governo ‘ficou devendo’ na área da comunicação por não ter dado ao ministério o status de ‘centro formulador’ de políticas para o setor.


‘[O Ministério das Comunicações precisa] passar a ser o centro formulador de uma política nacional de comunicação que entre nesses assuntos que estamos discutindo aqui [banda larga, regulação das comunicações eletrônicas]’, disse o ministro.


De acordo com ele, o momento atual é ‘excepcional’ para discutir aspectos relativos à mídia e, se não houver um ‘centro que formule e comande o processo, desperdiçaremos essas oportunidades, que não vão voltar’.


Franklin defendeu que o Ministério das Comunicações passe por um processo semelhante ao que ocorreu ‘no Ministério das Minas e Energia no primeiro mandato do governo Lula’.


Para o ministro, o país teria enfrentado uma série de apagões se a pasta de Minas e Energia não tivesse sido refundada para adquirir ‘condições de planejar, de acompanhar, estudar, elaborar políticas públicas’, sem o que não haveria os investimentos ‘em grandes projetos de hidrelétricas no país’.


AMÉRICA LATINA


Ao resumir o seminário promovido pela TV Cultura, Carlos Eduardo Lins da Silva afirmou que o Brasil está em melhor situação do que vizinhos latino-americanos quando o assunto é proteção à liberdade de imprensa.


Membro do Grupo de Análise de Conjuntura Internacional da USP e ex-ombudsman da Folha, Lins da Silva disse que os debates de ontem mostraram que ‘a ameaça à liberdade de imprensa tem diferentes graus de sutileza na América Latina. No Brasil é mais sutil, na Argentina, menos, e na Venezuela, menos ainda’.


Segundo ele, porém, o risco de a situação piorar existe, e é preciso estar atento para que a ‘hostilidade retórica entre governo e imprensa’ não se agrave, nos aproximando da Venezuela.


NOVAS MÍDIAS


O seminário discutiu, entre outros temas, a regulação das novas mídias no Brasil.


O jornalista e professor Caio Túlio Costa afirma que existe ‘quase que uma adoração pelo controle’, mas que ela não é privilégio dos governantes, é compartilhada por toda a sociedade.


Bob Fernandes, editor-chefe do ‘Terra Magazine’, afirmou que a mídia não deveria se negar a discutir o tema, fazendo uma comparação entre regulação e controle. Para ele, já existe uma ‘censura patronal, interna’. ‘Não vamos ser hipócritas’, afirmou Fernandes.


PROGRAMAÇÃO


A programação de hoje do seminário começa às 9h, com palestra do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: ‘A liberdade de imprensa corre risco no Brasil?’.


Às 10h30 os jornalistas Renata Lo Prete (Folha), Merval Pereira (‘O Globo’) e Ricardo Gandour (‘O Estado de S. Paulo’) debatem o tema.


Entre outros eventos, o seminário contará ainda com uma palestra de Carlos Ayres Britto, ministro do Supremo Tribunal Federal, que falará sobre a legislação brasileira.


As apresentações podem ser acompanhadas ao vivo na internet: www.tvcultura.com.br/seminario.


 


 


Ministro diz que Folha distorceu suas palavras


O ministro Franklin Martins (Comunicação Social) afirmou ontem que a Folha distorceu a sua fala no encontro sobre convergência de mídias, promovido por sua pasta.


‘A Folha botou na primeira página que eu tinha dito num tom quase arrogante algo como ‘vai haver controle’, ‘com consenso ou sem consenso’, disse.


No dia 10, a chamada ‘Governo diz que vai regular mídia mesmo sem consenso’, publicada na Primeira Página, dizia que o ministro ‘afirmou que o governo está disposto a levar adiante a discussão de novas regras para o setor de mídia digital mesmo sem entendimento’.


Sérgio Dávila, editor-executivo da Folha e participante do seminário, disse ao ministro que, se ele considera ter havido erro, o jornal o convida a escrever artigo ou a dar uma entrevista. Na verdade, a Folha não errou. O ministro disse o que foi publicado.


 


 


Seminário discute liberdade de imprensa no país


O seminário Cultura de Liberdade de Imprensa, promovido pela TV Cultura, discutiu ontem a situação da mídia no Brasil.


Em discurso, o ministro Franklin Martins (Comunicação Social) descartou a existência de ameaças à liberdade de imprensa no país.


Segundo Franklin, apenas ‘fantasmas’ fazem as pessoas acharem que existe risco. E completou: ‘Faço parte de um governo que garantiu a liberdade de imprensa, mesmo apanhando muito’.


O ministro afirmou que o momento ‘excelente no que diz respeito à liberdade de imprensa’ não é ‘mérito do governo, mas da sociedade, que conquistou a duras penas uma compreensão profunda de que a liberdade de imprensa é absolutamente indispensável para o exercício da democracia’.


Para ele, esse momento deve ser aproveitado para um debate franco sobre um marco regulatório para o setor, sobretudo no que diz respeito às telecomunicações.


‘Temos que regular. A não ser que achemos que o bom é o faroeste, a vitória do mais forte’, disse Franklin.


DEBATE


Após a palestra do ministro, Sérgio Dávila (editor-executivo da Folha), Ricardo Kotscho (jornalista) e Demétrio Magnoli (sociólogo) discutiram o mesmo tema.


Dávila concordou com a afirmação de que a liberdade de imprensa não está ameaçada no Brasil, mas fez a ressalva de que existem ‘bolsões de desejo censurador’.


Segundo Dávila, iniciativas que visam instituir o ‘controle social’ da mídia -termo que Franklin critica, por considerar ambíguo-, como ocorreu no Ceará, são exemplos desses ‘bolsões’.


Além disso, Dávila mencionou episódios de censura judicial, como a que atinge o jornal ‘O Estado de S. Paulo’ há 483 dias, e a decisão temporária que impediu a Folha de ter acesso ao processo que levou Dilma Rousseff à prisão na ditadura.


Neste caso, o Superior Tribunal Militar permitiu que o jornal tivesse os papéis, mas somente após as eleições.


Sobre regulação da mídia, Dávila disse ser suficiente o que já existe na Constituição e nas leis que dela decorrem.


O jornalista Ricardo Kotscho, quando questionado pela plateia sobre o ‘controle social’ da mídia, afirmou que isso já existe, na medida em que o consumidor pode ‘mudar de canal’ ou ‘deixar de assinar o jornal’.


Para ele, a atual profusão de meios de comunicação deu início a um processo que ‘ninguém sabe onde vai parar’, mas que é ‘fantástico’, porque leva à ‘democratização da informação’.


Demétrio Magnoli afirmou que a fala de Franklin Martins mereceria poucos reparos, mas apontou exemplos que, em sua opinião, sinalizam para um discurso contraditório vindo do governo.


Segundo Magnoli, os ‘fantasmas’ mencionados pelo ministro existem e têm materialidade, como nos casos do PNDH-3 (Plano Nacional de Direitos Humanos), da Confecom (conferência organizada pelo governo Lula sobre comunicação) e de notas do PT, entre outros exemplos de iniciativas que sugerem o controle editorial da mídia.


 


 


TODA MÍDIA


Nelson de Sá


Guerra no ar


Como na cobertura histórica que estabeleceu a emissora no Rio, na enchente de 1966 , a Globo abriu suas câmeras ontem para a operação na favela de Vila Cruzeiro, com dois helicópteros, no final da manhã. Atravessou ‘RJTV’ e ‘Hoje’ e avançou até o fim da tarde, sem trégua. Segundo o Blue Bus, a audiência no final era 50% superior à habitual.


A Record também entrou com suas imagens de um helicóptero. E os portais de ambas passaram a linkar, via canais de notícias, nas manchetes. O auge na transmissão aconteceu com a expulsão das gangues para o Complexo do Alemão. Na descrição global, ‘dezenas, como se fossem soldados mesmo’.


Fim do dia, a Folha.com postou que o perfil oficial do Bope no Twitter havia questionado as TVs pelas imagens dos helicópteros: ‘Um desserviço prestado pelas aeronaves da Record e da Globo’.


// TANQUES


Pouco antes das 17h, seis dos dez ‘trending topics’ mundiais do Twitter tratavam da operação no Rio. Entre outros, BOPE, Vila Cruzeiro e Complexo.


Na cobertura externa, a atenção foi para a entrada em cena de tanques e outros blindados. Foi o destaque dos sites dos canais de notícias BBC e Al Jazeera.


E tomou as páginas iniciais do francês ‘Le Monde’, dos espanhóis ‘El País’ e ‘El Mundo’ e dos argentinos ‘Clarín’ e ‘La Nación’, sempre abrindo fotos dos veículos militares.


Na chamada, o ‘El País’ afirmou ser ‘a batalha decisiva contra o narcotráfico’. Já o britânico ‘Telegraph’ ressaltou o uso de ‘táticas duras e suaves’ no Rio, com Bope e as UPPs.


// O MENOR DESEMPREGO


Antes da guerra, até o meio-dia nas manchetes de UOL e outros portais, ‘Desemprego é o menor’ da série histórica do IBGE.


Foi também o principal destaque da Reuters Brasil, anotando que São Paulo, ‘o Estado que mais sofreu com a crise’, agora ‘está puxando o país’. E ‘a mola da expansão’ é a indústria.


Tranquilidade A nova ‘Economist’ avalia a equipe econômica de Dilma Rousseff, sob o título ‘Muitas perguntas, algumas respostas’. Em suma, como Lula em 2002, ela ‘tranquiliza os investidores nervosos de que vai, sim, manter a retidão fiscal e monetária’.


Coordenação E o ‘Financial Times’, no editorial ‘Cabeças falantes’, saúda o anúncio de cortes por Guido Mantega e de autonomia por Alexandre Tombini como ‘os barulhos certos’. Mas cobra mais ‘coordenação’ de Dilma na política de reajustes do salário mínimo.


// OBAMA & DILMA, NÃO


No portal R7 e em outros, no final do dia, ‘Dilma recusa convite para visitar Obama nos EUA’ antes da posse. O assessor para assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, afirmou que a presidente eleita já respondeu ao embaixador Thomas Shannon, a quem ela ‘disse que tem todo interesse de encontrar Obama logo depois’.


Dilma estará hoje na cúpula da Unasul, ao lado de Lula, na Guiana. Segundo o ‘Valor’, o foco do encontro é criar um ‘mecanismo enxuto e operacional’ para reagir a golpes contra a ‘ordem democrática’. Segundo o enviado da Associated Press, em despacho por ‘Washington Post’ e outros, ‘Líderes sul-americanos vislumbram carta democrática’, como guia para o bloco de 12 nações.


// WIKILEAKS E O BRASIL


Segundo a Bloomberg, o governo americano espera para o fim de semana, talvez hoje, a divulgação de ‘centenas de milhares’ de documentos pelo site WikiLeaks, via ‘New York Times’, ‘Guardian’ e ‘Der Spiegel’. Agora seriam relatórios do Departamento de Estado. O temor é que a divulgação ‘possa afetar negativamente as relações externas dos EUA’.


Em entrevista ao ‘Estado de S. Paulo’ há duas semanas, o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, avisou que há documentos sobre o Brasil, desta vez: ‘Não posso dizer de quem se trata. Sabemos que parte da informação que temos sobre o Brasil poderia ter abalado as pretensões eleitorais de algumas pessoas’.


 


 


TECNOLOGIA


Google vai lançar computador que não roda programa da Microsoft


O Google pretende lançar até o final do mês que vem um netbook que roda o Chrome, o sistema operacional que está sendo desenvolvido pela empresa e que é uma das suas esperanças para ampliar a receita.


A companhia americana não deu detalhes sobre o aparelho, mas a expectativa é que a produção seja terceirizada e que ele receba o nome Google, de modo semelhante ao que ocorre com o smartphone Nexus, que usa o sistema Android e é fabricado pela HTC.


Com o seu sistema operacional, o Google vai entrar novamente em um território das rivais Apple e Microsoft, que já têm sistemas próprios.


Mais: programas como o Microsoft Office e o Apple iPhoto não vão rodar nos computadores que usarem o Chrome (o nome é o mesmo do navegador do Google). No lugar deles, o sistema aposta em softwares baseados na internet, sejam eles do Google (como Gmail e Picasa), sejam eles de outras empresas, caso do Office 365, da Microsoft.


A ideia é que, com isso, os computadores com o Chrome iniciem em segundos, em vez de minutos.


 


 


Virgin anuncia o lançamento de revista específica para o iPad


Depois da News Corporation, de Rupert Murdoch, agora é a vez de a Virgin, de Richard Branson, anunciar que fará uma publicação específica para o iPad. O lançamento será no próximo dia 30, em Nova York.


Enquanto Murdoch investiu cerca de US$ 30 milhões (R$ 51 milhões) e prepara uma espécie de jornal, Branson promete uma revista, com ênfase em entretenimento, negócios, viagens e cultura.


A parte editorial será chefiada por Anthony Noguera, ex-editor de revistas como ‘Arena’, ‘Zoo’ e ‘FHM’.


A Virgin não deu detalhes sobre preço ou quando o produto estará disponível.


O iPad deve atingir cerca de 13 milhões de usuários até o final do ano, segundo projeções da Apple. O tablet é visto como uma grande oportunidade de negócio para provedores de conteúdo.


Eles acreditam que é mais fácil cobrar dos usuários do produto -que hoje já pagam para obter uma série de aplicativos- do que das pessoas acostumadas com a quase total gratuidade da internet.


O ‘Daily’, de Murdoch, deve custar US$ 0,99 (R$ 1,70) por semana, menos que um exemplar de jornal.


O grupo Virgin atua em áreas como indústria fonográfica, TV a cabo, companhia aérea e telefonia celular.


 


 


Uso de internet móvel dispara em outubro, diz empresa


O tráfego mundial de dados em aparelhos móveis teve em outubro a maior alta dos últimos sete meses, gerando a perspectiva de novos pedidos aos fabricantes de equipamentos para telecomunicações.


A Opera Software, maior produtora de navegadores para a internet, com 25% de mercado, disse que o tráfego mundial de dados pelo seu navegador subiu 15% em outubro ante setembro e 134% ante o mesmo mês em 2009.


O mercado de internet móvel vem crescendo desde a introdução do iPhone, da Apple, em 2007.


As operadoras de telefonia móvel estão ávidas por elevar suas receitas com a navegação na internet e o boom das redes sociais, à medida que declina a receita das chamadas de voz tradicionais, mas enfrentam congestionamento de redes cada vez maior.


Fabricantes de equipamentos para telecomunicações, como a Nokia Siemens, Ericsson e Alcatel-Lucent, que enfrentaram dificuldades nos últimos anos devido aos preços agressivos de rivais asiáticos, esperam que a elevação no tráfego de dados conduza a novos pedidos.


Algumas operadoras já admitiram publicamente dificuldades para atender à demanda por tráfego.


 


 


ASSINATURA


Leila Coimbra e Andreza Matais


Anatel derruba limite para TV a cabo e abre caminho para teles


A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) abriu o mercado de TV a cabo no país ao decidir ontem acabar com restrições quanto ao número de empresas que podem operar o serviço em cada município.


A autorização para quem quiser entrar no mercado será dada mediante pagamento de taxa, hoje de R$ 9.000, entre outras exigências que ainda serão definidas. Não haverá mais licitação.


Em maio, a Anatel já havia tomado decisão cautelar (provisória) nesse sentido, mas condicionada à revisão do planejamento de TV a cabo, só definida ontem.


A decisão ocorre um dia depois de a Anatel ter autorizado empresas de telefonia fixa a operar TV a cabo nas áreas em que têm concessão, atropelando discussão que ainda está no Congresso.


Como as teles já têm infraestrutura, serão as principais beneficiadas.


Hoje, em São Paulo, por exemplo, só cinco empresas podem oferecer TV paga. É o número máximo permitido.


Mesmo assim, só três o fazem: Net, Sky e TVA. Isso porque desde 2000 não há novas autorizações para operar TV a cabo. Segundo um dirigente do setor, a partir de agora, ‘o céu é o limite’.


Por ora, a Oi será a principal beneficiada, uma vez que a legislação prevê que as operadoras de cabo só podem ter até 49% de capital estrangeiro. O Congresso discute alterar esse percentual.


Para que a decisão entre em vigor, a Anatel precisa regulamentá-la, o que depende de consulta pública. Isso deve ocorrer em um prazo de até sete meses.


Pelas regras aprovadas ontem, cada concessão dará direito à operação em quantos municípios existirem dentro da área com o mesmo DDD.


Em todo o país existem 67 áreas com códigos de DDD diferentes, o que significa que, se uma empresa quiser ter atuação nacional, precisará de 67 outorgas no máximo. Hoje, no país, só 300 municípios têm TV a cabo.


 


 


VENEZUELA


Chefe de TV opositora solicita asilo aos EUA


Guillermo Zuloaga, presidente da emissora venezuelana Globovisión, crítica ao governo, afirmou ontem que pediu asilo político aos Estados Unidos e negou que pretenda dar um golpe de Estado ou assassinar o presidente Hugo Chávez.


Ele foi acusado pelo presidente de planejar sua morte. Ontem, Zuloaga afirmou que não havia remédio além de abandonar a Venezuela por ter se tornado ‘desgraçadamente’ um perseguido político.


 


 


TELEVISÃO


Keila Jimenez


Globo eleva ibope das 18h para vender ‘Araguaia’


Enfrentando uma das mais baixas audiências da faixa das 18h, a Globo tem divulgado ao mercado dados melhores sobre o horário.


No BIP (Boletim Informativo de Publicidade) da emissora de novembro, distribuído às agências, a Globo diz que as novelas das 18h abrem o ‘horário nobre com uma participação de 58%’ de share (participação entre televisores ligados) e que ‘têm média de 29 pontos de audiência nacional’ (cada ponto equivale a 60 mil domicílios na Grande SP).


Segundo dados do Ibope, a atual novela dessa faixa, ‘Araguaia’, fica aquém desses índices.


Apesar de ilustrar o boletim publicitário, a trama alcançou de 27 de setembro, data de estreia, até o dia 16 deste mês, média de 23,8 pontos e 46% de share, segundo medição nacional.


Antecessora no horário, ‘Escrito nas Estrelas’ alcançava os 29 pontos vendidos pela Globo, mas não obteve os 58% de share que estão no BIP. Nem ela nem as cinco últimas novelas no horário. ‘Escrito nas Estrelas’ encerrou sua jornada na Globo com share de 52,8%.


Procurada, a Globo, via assessoria, disse que pode ter havido uma falha no texto do boletim e que a informação não se refere à ‘Araguaia’, e sim à faixa em geral das novelas das 18h.


VIDRAÇA


Figurinha famosa da internet, onde detonava todo mundo em seus vídeos, Felipe Neto (à dir.) estreia dia 11 a série de humor ‘Será que Faz Sentido?’ (Multishow)


Sócio O grupo americano Wharton Management, gestor de fundos para aquisições de empresas, quer conversar com Silvio Santos sobre a venda de empresas do Grupo SS, incluindo o SBT. A Wharton também se ofereceu para prestar consultoria para Silvio.


Convite Foi em um jantar na casa de Faustão, na semana passada, com Boni e César Filho, que surgiu a história de que Silvio Santos pode chamar Boni para o SBT.


Gelo ‘Aprendiz – O Desafio’ (Record), especial do reality que iria ao ar em dezembro, foi adiado para junho.


Volta Humberto Martins deve fazer par com Suzana Vieira na minissérie ‘Lara com Z’, de Aguinaldo Silva.


Olimpo Depois de Betty Faria, Lúcia Veríssimo será a estrela de primeiro time na próxima novela do SBT, ‘Amor & Revolução’, com o salário mais alto do elenco e camarim exclusivo.


Terror Os coletes à prova de balas têm sido usados pelos repórteres da Globo até nas passagens pré-gravadas sobre as ações de violência no Rio.


Rec A operadora TVA acaba de lançar serviço que grava programação em alta definição, o TVA HD +.


Porrada Sobre notícia publicada anteontem, no R7, a Globo, via assessoria, nega que vá liberar agressões no ‘Big Brother Brasil 11’. ‘Qualquer agressão física seguirá sendo punida com expulsão.’


com SAMIA MAZZUCCO


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Sexta-feira, 26 de novembro de 2010


 


GOVERNO


Gabriel Manzano


Franklin propõe ‘refundar’ ministério


A 36 dias de deixar a Secretaria de Comunicações, o ministro Franklin Martins afirmou ontem que o Ministério das Comunicações ‘precisa ser refundado no Brasil’ e que ‘o governo Lula ficou devendo nessa área’. A frase foi dita na palestra que o ministro fez ontem de manhã na abertura do Seminário Cultura / Liberdade de Imprensa, promovido pela TV Cultura, em São Paulo.


O ministro respondia a uma pergunta do articulista Ethevaldo Siqueira, do Estado, sobre o alijamento do ministério das grandes questões do setor, como a volta da Telebrás e a Nova Lei de Comunicação Eletrônica. ‘Você está me metendo numa fria’, disse. ‘Vou responder o que acho que é a essência (da pergunta).’ Segundo ele, no Ministério das Comunicações, tocado durante a maior parte do governo Lula pelo candidato derrotado ao governo de Minas, Hélio Costa (PMDB), ‘precisa se passar, grosso modo, o que se passou com o Ministério de Minas e Energia no primeiro mandato. Tem de ser refundado’.


Entre 9 e 18 horas, diante de uma plateia formada basicamente por editores e jornalistas, o seminário promoveu – além da palestra do ministro – quatro painéis sobre liberdade de imprensa, novas mídias e a situação da imprensa na Argentina e na Venezuela. Participaram, entre outros, o sociólogo Demétrio Magnoli, jornalistas como Carlos Eduardo Lins da Silva, Sidnei Basile, Caio Tulio Costa, Ricardo Kotscho, além dos argentinos Pablo Mendelevich e Maria Eugenia Lucueña e do advogado venezuelano Fernando Egaña.


‘Sucessão de apagões’. Na sua fala, Franklin comemorou ‘o momento excepcional’ vivido hoje, com liberdade de imprensa no Brasil. Em seguida, abordou as mudanças trazidas pela ‘era da rede’, com a internet.


Ao comentar sobre o Ministério das Comunicações, fez a comparação com 2002: ‘Se a refundação na área de Minas e Energia não tivesse ocorrido, teríamos tido uma sucessão de apagões e não haveria segurança jurídica para os grandes investimentos em hidrelétricas no País.’


Em sua opinião, neste momento ‘o Ministério das Comunicações está vivendo situação semelhante. Tem de se tornar o centro formulador de uma política nacional de comunicações’, debater coisas ‘como banda larga e regulamentação das mídias eletrônicas’. O governo Lula, arrematou, ‘ficou devendo nessa área’.


Coube a Demétrio Magnoli, no painel que se seguiu, comentar a fala do ministro. Para ele, ‘os problemas estão mais no que não foi dito do que no que foi dito’. Magnoli sustentou que existe, sim, um controle social da mídia em andamento. ‘Por exemplo, quando há uma TV Record que reúne uma tevê, uma igreja e um partido’. Ou quando um banco estatal ajuda um banco privado (0 Panamericano) com R$ 2,5 bilhões, cujo dono é também o dono de um canal de TV (o SBT).’


Desse primeiro painel participaram ainda os jornalistas Ricardo Kotscho, do portal IG, e Sérgio Dávila, editor executivo da Folha de S. Paulo. Kotscho sustentou que ‘as diferentes visões devem ser protegidas’ no debate sobre mídia. E Dávila ironizou o fato de que ‘a discussão sobre marco regulatório veio depois que o tal controle social da mídia caiu em desgraça’.


À tarde, em dois diferentes debates, foram abordadas as pressões sofridas pela mídia na Argentina e na Venezuela. No debate sobre esse painel, tomaram parte Carlos Eduardo Lins e Silva, Sidnei Basile, do Grupo Abril, e Humberto Saccomandi, do Valor Econômico. Basile citou trechos de documento da Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner) sobre os riscos à imprensa brasileira: ‘É incrível que, depois de 43 anos de uma Lei de Imprensa imposta pela ditadura militar, e um ano e meio depois do julgamento dessa lei como inconstitucional, as forças da treva continuem se levantando a favor de um suposto controle social da mídia.’ Ele considerou ‘bizarro’ o projeto sobre direitos autorais, em tramitação, que coloca sob domínio público os textos jornalísticos logo depois de publicados pela primeira vez.


‘Como jamanta’. As razões para regulamentar a mídia eletrônica foram desenvolvidas, na palestra inicial, pelo ministro Franklin Martins. Segundo ele, a convivência, em um meio só, das telecomunicações com a radiodifusão ‘é uma disputa desigual, onde o primeiro setor faturou, só em 2009, R$ 180 bilhões, contra R$ 13 bilhões do segundo’. Sua opinião é que ‘tem de haver uma repactuação’. ‘Se não houver, as telecomunicações vão atropelar a radiodifusão como uma jamanta.’ Ele afirmou ainda que considera ‘confusa’ a expressão ‘controle social’ da mídia e que era ‘inteiramente contra tal controle’. / COLABOROU JAIR STANGLER


 


 


AMÉRICA LATINA


Daniel Bramatti


Ex-ministro detalha ameaças à imprensa na Venezuela


A liberdade de expressão é uma ‘espécie ameaçada’ na Venezuela, disse ontem Fernando Egaña, advogado e ex-ministro da Informação no governo Rafael Caldera, presidente que antecedeu Hugo Chávez até sua chegada ao poder, em 1999.


Egaña, um dos participantes do seminário promovido pela TV Cultura, fez uma exposição sobre o cenário de beligerância entre Chávez e a imprensa e alertou que o chamado regime bolivariano ‘é incompatível com meios de comunicação críticos’.


As declarações serviram como contraponto à apresentação de outro venezuelano, Noel Padilla, pesquisador em comunicação da Universidade Nacional. Simpático ao governo, Padilla disse há ‘total’ liberdade de imprensa em seu país e acusou a imprensa de promover uma campanha até racista contra Chávez.


Para Egaña, a ação do governo na tentativa de cercear a crítica é a responsável pelo fato de a Venezuela, entre 2002 e 2009, ter caído do 77º para o 133º lugar no ranking da liberdade de imprensa promovido pela organização Repórteres Sem Fronteiras.


Questionado sobre o fato de órgãos de comunicação terem apoiado o golpe de Estado contra Chávez em 2002, no qual o líder da principal entidade empresarial do País tentou tomar o poder, o ex-ministro disse que a imprensa precisa fazer uma autocrítica. ‘Mas, para que isso ocorra, primeiro é preciso que continuem existindo meios de comunicação independentes.’


Padilla associou a imprensa antichavista a grupos econômicos cujos interesses teriam sido contrariados. O pesquisador mostrou aos participantes do evento uma página do jornal El Nacional na qual Chávez é chamado de ‘mico’. Segundo ele, por sua origem mestiça, o presidente já foi qualificado como ‘macaco’ e outros termos racistas em meios de comunicação.


Os dois debatedores se mostraram pessimistas sobre a possibilidade de diálogo entre governo e imprensa.


 


 


Gabriel Manzano


Jornalistas debatem situação na Argentina


Dois jornalistas argentinos revelaram posições antagônicas no debate da tarde do seminário, sobre ‘A situação da mídia argentina’. Pablo Mendelevich, do jornal La Nación, descreveu um cenário em que a imprensa daquele país ‘sofre ataques, mas que não são sistemáticos’.


Ele descreveu com detalhes o episódio da perseguição feita ao jornal El Clarín pela presidente Cristina Kirchner – que leva adiante, segundo ele, um governo ‘que não é plural, mas binário’ e na área política reduz tudo a uma disputa ‘amigo/inimigo’.


Mendelevich criticou duramente a chamada Lei dos Serviços Audiovisuais, que tenta controlar a mídia. Sobre acusações da presidente de que a imprensa ‘impõe a sua agenda’ e ‘mente segundo sua conveniência, ele replicou: ‘Não é nada disso. O negocio da mídia não é a mentira.’


Briga. A jornalista Maria Eugenia Ludueña, que falou em seguida, defendeu essa lei. ‘Nessa briga, os dois lados falam em pluralismo mas nenhum deles o pratica’, afirmou, acrescentando que a mídia argentina ‘não é objetiva e não é neutra’. Ela entende que a chamada Lei da Mídia ‘tem pontos fracos, mas traz um avanço’ no debate sobre o assunto no país vizinho. ‘Ela não resolve a questão da censura e nem a do acesso à informação’, exemplificou.


 


 


VAZAMENTOS


WikiLeaks faz EUA se retratarem de antemão


O governo dos EUA se antecipou ontem à publicação de uma nova leva de documentos secretos pelo site WikiLeaks e pediu desculpas antecipadas ao Congresso e a diversos governos estrangeiros pelos eventuais estragos que o conteúdo revelado possa causar. ‘Essas revelações são danosas para os EUA e nossos interesses’, disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, Philip Crowley.


De acordo com ele, as novas revelações podem abalar a confiança que outros países depositam nos EUA como um aliado diplomático. Além disso, os papéis podem conter comentários desrespeitosos sobre diversos líderes mundiais com os quais a Casa Branca diz manter boas relações. ‘Quando essa confiança é traída e o assunto termina nas primeiras páginas de jornais ou em reportagens nas TVs e rádios, isso tem um impacto’, lamentou Crowley. Várias missões diplomáticas americanas ao redor do mundo começaram a receber alertas de que o WikiLeaks divulgará os textos secretos ‘nos próximos dias’.


A maior parte dos documentos diz respeito a países da Europa, mas também envolvem relações com ‘países proeminentes da Ásia e outras regiões do mundo’, declarou outro funcionário do governo americano que pediu para não ser identificado.


Um dos temores é o de que os documentos possam revelar as pressões exercidas pelo governo do presidente Barack Obama sobre diversos países para que eles aceitassem receber prisioneiros da base de Guantánamo.


A pressão envolveria um grupo de prisioneiro sobre os quais já não pesa nenhuma acusação, mas, mesmo assim, não poderiam ser simplesmente devolvidos para seus países de origem em razão de perseguições políticas e possíveis punições por deserção ou traição.


Divulgação. O novo lote a ser publicado pode conter até 3 mil documentos secretos. O WikiLeaks havia anunciado a divulgação nos dias 21 e 22 em sua conta na rede social Twitter. ‘Veremos, no mês que vem, um novo mundo onde a história global é redefinida. A próxima publicação será sete vezes maior em tamanho que os ‘warlogs’ do Iraque, que foram divulgados em outubro.’


PARA LEMBRAR


Em outubro, o WikiLeaks publicou 391 mil documentos secretos sobre a guerra no Iraque. Entre as revelações estavam os assassinatos de civis, sessões de tortura e outros abusos cometidos contra pessoas mantidas sob custódia dos EUA e de seus aliados, além do apoio do Irã a milícias iraquianas. Até hoje, o governo americano não abriu nenhuma investigação para apurar os crimes documentados no maior vazamento de informações secretas da história.


 


 


ASSINATURA


Karla Mendes


Tele pode operar TV a cabo antes da nova lei


A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deixou o caminho livre para que as coligadas, controladas e controladoras das concessionárias de telefonia fixa entrem de vez no mercado de TV a cabo, na área de concessão, sem ter que esperar a alteração da legislação do setor, conhecida como Lei do Cabo, pelo Congresso Nacional.


Esse foi o entendimento da agência ao anunciar ontem o novo Planejamento de TV a Cabo e do Serviço de Distribuição de Sinais Multiponto Multicanal (MMDS). Na visão do conselheiro Jarbas Valente, relator da matéria, a vedação imposta pela Lei do Cabo só tem validade para a concessionária. Até a mudança da legislação, no entanto, continua válido o limite de 49% de participação de capital estrangeiro em empresas do setor.


‘Qualquer empresa do grupo (da concessionária) vai poder pedir (licenças); só a concessionária que não’, afirmou. O conselheiro João Rezende resumiu que a restrição para as teles explorarem o serviço se restringe ao ‘CNPJ da concessionária’.


Na prática, isso significa que, se o grupo Oi, por exemplo, que até então foi impedido de explorar o serviço de TV a cabo em sua área de concessão, quiser requerer outorgas, ele poderá, desde que o pedido não seja feito no CNPJ da concessionária. Para qualquer outra empresa do grupo, porém, não haverá qualquer impedimento.


A Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA) reagiu. ‘Essa interpretação é controversa. Se fosse assim, a lei em vigor seria inócua (para a entrada das teles no setor)’, criticou Alexandre Annenberg, presidente da ABTA, em entrevista à Agência Estado. Na visão de Annenberg, essa posição da Anatel é consequência da ‘pressão das teles’, que querem garantir uma segunda via, caso o Projeto de Lei Complementar (PLC) 116, que altera a legislação do setor, não passe pelo crivo do Congresso.


Como a previsão da Anatel é de que as novas outorgas ocorram no fim do primeiro semestre de 2011, Annenberg acredita que, até lá, o PLC 116 já estará aprovado. Ele alerta, porém, que caso isso não ocorra, a decisão da Anatel pode causar um imbróglio e motivar diversas ações judiciais.


Limite. O fim do limite do número de outorgas para a prestação do serviço e da necessidade de licitação também constam das mudanças aprovadas pelo conselho diretor para o planejamento do setor.


Houve ainda alteração no preço, definido em R$ 9 mil por licença, valor equivalente aos custos administrativos de expedição da outorga. O preço e as contrapartidas para as empresas constarão de regulamento específico.


O planejamento vigente é de 1997 e limitava a prestação do serviço a 900 municípios. A área de prestação de serviço era sempre um município e havia um número máximo de prestadores possíveis para cada outorga. Os preços eram definidos em leilão, no qual prevalecia o melhor valor oferecido.


Na quarta-feira, a Anatel já havia aprovado a alteração dos contratos de concessão que vigorarão a partir de 2011, excluindo a cláusula que determinava que as operadoras de telefonia fixa só poderiam explorar o serviço caso não houvesse nenhuma outra empresa interessada em operar TV a cabo na região pretendida.


 


 


TELEVISÃO


Violência no Rio dita ritmo de cenas


Não houve espaço para o Globo Esporte, ontem, no Rio. O RJTV foi colado no Jornal Hoje. Na Record, pela manhã, Celso Zucatelli avisava os adversários da polícia no morro: ‘Atenção, a polícia se prepara para invadir a comunidade do Jacarezinho, na zona norte’. Na área do entretenimento, Record e Globo informam que não tiveram de alterar, ainda, cronograma de gravações, mas a equipe que baixou na Marina da Glória na noite de anteontem para gravar cenas do especial de Fiuk e Fábio Jr. (Globo) se calçaram de cuidados extras. Falando nisso, vira peça de humor agora um comercial protagonizado por Fábio Jr. no Rio, para um mercado: ‘O Rio está em festa’, ele diz.


A próxima vítima


Reynaldo Gianecchini avaria o elevador da Gouveia, em Passione, para que Kate Lyra grave sua última cena na novela das 9 da Globo: Myrna despenca no buraco e morre, no final do capítulo de segunda-feira.


81 vaquinhas da CowParede vão a leilão em Porto Alegre no dia 1º, com transmissão ao vivo pelo Canal Rural na web (www.c2rural.com.br) para todo o planeta


‘A TV tem de parar de mostrar os soldados do Bope entrando a pé na favela! Gente! Traficante está vendo TV também!’ A autora Glória Perez, indignada, no Twitter


O segredo de Gerson é cena aguardada para o mesmo capítulo de segunda-feira de Passione, quando Fred queima o arquivo Myrna. A doença do piloto virá à tona em consulta entre a personagem de Marcello Antony e o psiquiatra de verdade Flávio Gikovate.


A TV portuguesa, que importou mão de obra e conhecimento brasileiros para começar a produzir suas próprias novelas, já comemora o feito que o Brasil conquistou há apenas um ano: um prêmio Emmy de telenovela.


Meu Amor, produção da Plural exibida pelo canal TVI, derrotou no Emmy Internacional uma novela filipina e outra argentina. Ex-diretor da TVI, José Eduardo Moniz se sente particularmente agraciado pelo feito.


A Record anunciou a contratação de Luiz Bacci, que tinha acabado de ser anunciado pelo SBT como novo apresentador do B.O, programa já oferecido a Roberto Cabrini e devolvido a Joyce Ribeiro antes de ser dado a Bacci, que agora comandará o RJ Record.


A ABPI, Associação Brasileira das Produtoras Independentes, entregará à Achilles Media (leia-se Banff World Television Festival) a organização do RioContent Market, evento disposto a vender o peixe do audiovisual nacional independente mundo afora.


O RioContent Market está agendado para acontecer entre 16 e 18 de março, num Rio, espera-se, mais calmo do que o atual.


A Globo sublicenciou para o Esporte Interativo, canal 36 UHF, os direitos de transmissão da Copa do Mundo Sub-20, Copa do Mundo Sub-17, Copa do Mundo de Futebol Feminino, Copa do Mundo de Beach Soccer e o Mundial de Clubes, todos da Fifa.


Denise Del Vecchio, Beth Goulart e Leonardo Vieira são nomes certos na próxima novela da Record, de Christiane Fridman.


 


 


 


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