Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Brasil não assegura livre expressão, avalia OEA

Leia abaixo a seleção de sexta-feira para a seção Entre Aspas.


 


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O Estado de S. Paulo


Sexta-feira, 8 de maio de 2009


 


LIBERDADE DE EXPRESSÃO
Roberto Almeida


Brasil não assegura livre expressão, avalia OEA


‘Relatório da divisão especial para Liberdade de Expressão da Organização dos Estados Americanos (OEA), apresentado ontem em Washington, nos Estados Unidos, faz críticas ao ordenamento jurídico brasileiro. O documento, redigido anualmente, adverte de que, apesar da derrocada da Lei de Imprensa, o Brasil não oferece segurança suficiente para que cidadãos informem sobre assuntos de interesse público sem medo de serem presos, perder seus patrimônios ou sofrer agressões.


Compilado pela juíza colombiana Catalina Botero Marino, o documento tem como base denúncias apresentadas por entidades brasileiras e internacionais que monitoram o direito à informação, como Repórteres Sem Fronteiras, Artigo 19 e Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).


Ao todo, 10 páginas descrevem casos de agressão, assassinato, prisão e perseguição judicial a jornalistas e cidadãos brasileiros que publicaram reportagens ou expressaram suas opiniões em público.


Entre eles está a situação emblemática da professora Maria da Glória Costa Reis, de Leopoldina (MG), que recebeu ‘atenção especial’ da OEA e sustentou a conclusão sobre falhas jurídicas no Brasil.


Maria da Glória escreveu artigo para o jornal Recomeço, de 200 exemplares, redigido por presos da cidade e publicado em agosto de 2005. Ela adotou postura crítica à situação carcerária e concluiu que ‘não é aceitável a conivência de magistrados, fiscais da lei, advogados, enfim, operadores de direito com tamanha barbárie’.


Mesmo sem citar nominalmente juízes, a professora foi processada e condenada por difamação. Entrou com recurso e aguarda decisão em liberdade. Para este caso, o relatório da OEA anotou que ‘leis que protegem a honra e a privacidade não devem inibir ou restringir a investigação e difusão de informações de interesse público’.


‘A inclusão do meu caso (no relatório da OEA) é a maior prova de que não tem liberdade de expressão no Brasil’, reagiu Maria da Glória, que continua a escrever o jornal em conjunto com os presos. ‘Não aceitei acordo com a Justiça e peço minha absolvição.’


ATENTADOS E MANIFESTAÇÕES


A OEA demonstrou preocupação com atentados realizados contra sedes de jornais e equipes de reportagem. Interpretou também que a proibição da Marcha da Maconha vai contra a Convenção Americana.


Segundo o texto, manifestações pacíficas são legais, desde que não façam ‘propaganda a favor da guerra’ ou ‘apologia de ódio nacional, racial ou religioso’. A relatoria posicionou-se ainda contra a obrigação do diploma de jornalista para exercer a profissão, assunto que permanece na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF).’


 


 


CONGRESSO
Luciana Nunes Leal


Conselho quer derrubar relator que ?se lixa? para a opinião pública


‘Deputados e técnicos do Conselho de Ética começaram ontem um movimento para tirar do deputado Sérgio Moraes (PTB-RS) a relatoria do processo contra Edmar Moreira (sem partido-MG), suspeito de usar recursos da verba indenizatória em benefício próprio. Na quarta-feira, o relator disse que Moreira não cometeu nenhuma irregularidade e abriu uma crise no conselho ao declarar que está se ‘lixando para a opinião pública’.


Cinco conselheiros ouvidos pelo Estado consideraram insustentável a permanência de Moraes como relator. ‘Me parece que o deputado extrapolou. São declarações inoportunas, sem nenhum sentido. Realmente, a relatoria fica comprometida. É muito complicado. O relator e qualquer membro do Conselho de Ética não podem se expor ou antecipar o pensamento sobre o processo’, afirmou o deputado Moreira Mendes (PPS-RO).


No entanto, os conselheiros reconhecem que é preciso cautela na decisão, para evitar que Edmar Moreira tente anular o processo, com o argumento de que foi perseguido. O parlamentar mineiro ficou conhecido por ser dono de um castelo de R$ 25 milhões em Minas e pela máxima de que os deputados ‘têm o vício da amizade’ e, portanto, não deveriam julgar seus pares. Moreira teve uma passagem de apenas uma semana pela Corregedoria, no início deste ano.


Na manhã de ontem, Moraes foi ao plenário e reiterou os ataques à imprensa. Disse que não será ‘avalista’ das ‘mentiras’ noticiadas contra Moreira. ‘A minha conduta política – sete mandatos – não será desmanchada por um, dois ou três jornais que não pagam impostos, por redes (de TV) que usam trabalho infantil nas telenovelas. Não têm moral para me puxar a orelha’, discursou.


Os conselheiros estão revoltados com o colega. Sustentam que Moraes inocentou previamente Moreira sem que a investigação no conselho tenha sequer começado. O presidente do conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), adotou uma posição de cautela em relação à saída de Moraes da relatoria. Mas anunciou que vai encaminhar um ofício do deputado pedindo que confirme ou não se deu as declarações noticiadas ontem.


‘Não quero acreditar que as declarações atribuídas ao relator Sérgio Moraes sejam verdadeiras. Tenho certeza de que ele não faria um prejulgamento, até porque ainda não ouviu ninguém. O deputado não pode prejulgar e o conselho tem de apurar tudo’, disse Araújo.


SEGURANÇA


Moreira pagou R$ 230,6 mil da verba indenizatória, entre 2007 e 2008, a duas empresas de sua propriedade, Itatiaia Ltda. e Ronda Ltda., que alegou ter contratado para prestar serviço de segurança particular.


A comissão de sindicância responsável pela investigação preliminar apontou indícios de que os serviços não foram prestados. Em defesa de Moreira, o relator argumenta que não havia regras impeditivas da contratação de empresas do próprio parlamentar e equipara o caso ao abuso cometido por deputados com a cota de passagens aéreas. ‘Se o relator acha que os deputados que fizeram viagens irregularmente ou deram passagens a parentes devem ser processados, então provoque seu partido a fazer uma representação contra os parlamentares’, cobrou o presidente do conselho.


Araújo conversou sobre o caso com o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), que também não gostou da atitude do relator. Na avaliação de Temer, as declarações de Moraes desmoralizam o Parlamento, no momento em que os deputados retomaram uma agenda de votações, depois de várias semanas de escândalos.’


 


 


CASO MADELEINE
O Estado de S. Paulo


TV exibe retrato falado


‘Uma emissora de TV britânica divulgou ontem o retrato falado de um homem que pode ter sequestrado, dois anos atrás, a menina britânica Madeleine McCain. A garota tinha 4 anos quando desapareceu num resort de Portugal. O retrato foi feito com base no relato de uma mulher, também britânica, que passava férias no mesmo local e teria visto o homem rondando o apartamento dos pais da menina.’


 


 


INTERNET
O Estado de S. Paulo


Google fica fora do ar no Brasil


‘Teve gente que chegou a achar que a internet estava fora do ar ontem à tarde, quando o Google e vários de seus sites, como o Gmail, não puderam ser acessados por muitos usuários brasileiros. Nos microblogs do Twitter, as pessoas usaram as palavras-chave #googlefail e #googleforadoar para identificar as mensagens sobre o problema.


‘Se o Google já tivesse comprado o Twitter, como todos saberiam do #googlefail?’, perguntou um usuário do Twitter identificado como Teilor. ‘Juro que, quando o Google estava offline, eu fiquei maluco mexendo nas configurações de rede, achando que minha internet estava com problema’, escreveu outro, chamado Metzen.


Em comunicado, o Google informou que não houve problemas em seus servidores. ‘Durante uma manutenção de rotina, alguns roteadores foram afetados, o que causou impacto no tráfego de parte dos usuários brasileiros, limitando acesso aos serviços da empresa por alguns instantes’, disse a companhia. ‘O acesso foi restabelecido prontamente. Sabemos quão importante é a disponibilidade dos nossos serviços e lamentamos qualquer inconveniente.’


Apesar do comunicado, ainda havia pessoas que não conseguiam acessar os serviços no começo da noite de ontem. Em abril, blogs americanos chegaram a dizer que o Google estaria negociando a compra do Twitter, mas que as conversas estava em um estágio inicial. Na quarta-feira, Biz Stone, cofundador do Twitter, disse em entrevista à TV americana que a empresa não está à venda.’


 


 


MERCADO EDITORIAL
Antonio Gonçalves Filho


Portugueses já negociam com editoras divisão do bolo do livro


‘A editora Nova Fronteira, recentemente comprada pelo grupo Ediouro, pode ser o braço brasileiro que faltava ao grupo editorial português Leya, que no ano passado fez ofertas a grandes editoras do Brasil – Companhia das Letras e Rocco -, rejeitadas por seus proprietários. O Leya é o maior grupo editorial de Portugal, formado por editoras como Dom Quixote, Casa das Letras, Oficina do Livro e outras. A Nova Fronteira foi fundada pelo político Carlos Lacerda (1914-1977).


O Grupo Leya, dirigido por Miguel Pais do Amaral, teria interesse em adquirir pelo menos 50% da editora Nova Fronteira não só por seu catálogo e autores, mas pelo que representa a entrada de uma editora portuguesa no mercado brasileiro, disputado pelas milionárias compras do governo. Outro dado que explica o interesse no Brasil é a assinatura do novo acordo ortográfico, que facilita a distribuição de livros brasileiros nas ex-colônias portuguesas em território africano, mercado ainda pouco explorado.


A compra da Nova Fronteira coincide com a saída de Rubem Fonseca da editora Companhia das Letras, que não explicou o motivo do rompimento. Sabe-se que editores da Ediouro se reuniram com o escritor para apresentar uma proposta ao autor de A Grande Arte. Sendo a Nova Fronteira da Ediouro, é certo que, se a proposta for aceita, o escritor mineiro, que começou sua carreira em 1963 com o livro de contos Os Prisioneiros, terá seus 26 livros reeditados pela editora, que não anunciou oficialmente o acordo.’


 


 


TELEVISÃO
Keila Jimenez


Procura-se novela


‘Caras & Bocas já está há um mês no ar e a Globo ainda não sabe qual será a sua substituta no horário das 7. Suspense? Não, atraso mesmo. A emissora, que contava com Carlos Lombardi para bombar o horário, levou um ‘não’ do autor pouco antes de Caras & Bocas estrear.


Com o cast de autores comprometido, o jeito foi apostar nos novos. Bosco Brasil e Andréa Maltarolli (de Beleza Pura) entraram na disputa, com vantagem para ela.


O problema é que o martelo ainda não foi batido, e, com as reservas de elenco, fica cada vez mais difícil produzir uma novela a toque de caixa.


O atraso é evidente se comparado ao cronograma de outros horários de dramaturgia na Globo. Viver a Vida, próxima trama das 9, nem começou a ser gravada e Silvio de Abreu já prepara sua substituta. Paraíso, folhetim das 6, nem havia estreado e sua sucessora, Pelo Avesso, de Duca Rachid e Thelma Guedes já estava em produção.


A Globo nega o atraso, mas não se explica. Segundo o diretor da Central Globo de Produção, Manoel Martins, a próxima novela das 7 ‘ já está sendo analisada, mas ainda não foi definida’. Entendeu?’


 


 


 


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Folha de S. Paulo


Sexta-feira, 8 de maio de 2009


 


OPINIÃO PÚBLICA
Editorial


A mais pura verdade


‘FAZ POUCO mais de três meses que o deputado Edmar Moreira (MG), então no DEM e hoje sem partido, chocou a opinião pública ao assumir a função de corregedor-geral da Câmara e propor que ela deixasse de corrigir. Alegava, à época, que a ‘fraternidade entre os colegas’ retirava dos parlamentares a condição de fazer julgamentos de quebra de decoro por seus pares.


Moreira, o homem do castelo, agora é alvo de ação, mas Sérgio Moraes (PTB-RS), relator do caso contra ele no Conselho de Ética, refaz seus passos -com desdém e imprudência comparáveis. De lá para cá, as notas fiscais de empresas de segurança do próprio Moreira para justificar suas despesas ajudaram a deflagrar o escândalo das verbas indenizatórias. Moraes, contudo, diz não ter provas de que os serviços deixaram de ser prestados.


Aberta a caixa de Pandora congressual, não cessaram desde então de jorrar os escândalos: passagens aéreas, aluguel de jatinhos, telefones celulares, empregadas domésticas pagas com verba oficial, doações irregulares de empreiteiras, uso pessoal da gráfica do Senado, propriedades milionárias omitidas por diretores, suspeitas de negociatas na intermediação de empréstimos consignados… Um nunca acabar.


Nesta altura da enxurrada de vexames, seria de esperar que parlamentares demonstrassem comedimento. Se não por convicção, por pragmatismo. O Congresso se mostra determinado, porém, a afrontar o eleitorado.


‘Estou me lixando para a opinião pública’, disse o relator Moraes, depois de questionado sobre a provável má repercussão de suas declarações. Vocalizou, assim, aquilo que deputados e senadores estão praticando.


Quando já não parecia possível aumentar a aposta, eis que um membro do Conselho de Ética consegue fazê-lo -declarando a mais pura verdade.’


 


 


BLOCH
José Esmeraldo Gonçalves


A verdade sobre a nova Lei das Falências


‘TRÊS MIL funcionários da extinta Bloch Editores estão, no momento, às voltas com um desses cruéis adereços travestidos de ‘boa causa’. A editora, que publicava a ‘Manchete’, entre dezenas de outras revistas, pediu falência em agosto de 2000. Desde então, os ex-empregados e suas famílias lutam para receber o que lhes é devido.


A morosidade da Justiça, os custos de manutenção e as despesas da massa falida de Bloch Editores S.A. corroem há quase nove anos o patrimônio deixado pela empresa. No próximo dia 12, irá a leilão o bem mais valioso da massa falida: o prédio que abrigava a sede da empresa, na rua do Russell, no Rio. Magnífica arquitetura de Oscar Niemeyer, o conjunto de edifícios está avaliado em R$ 40 milhões.


O total da dívida trabalhista é estimado em cerca de R$ 60 milhões. Os demais bens em poder da massa falida -apartamentos, terrenos, obras de arte- não cobririam a quantia reivindicada pela União. Porém, o dinheiro arrecadado com a venda do prédio daria excepcional impulso ao cronograma de pagamento das indenizações. Mas surgiram, no meio da rota, obstáculos inesperados. Um deles em forma de avião. Para os ex-empregados da extinta Bloch, um avião desgovernado e ameaçador. Em 2005, sob o pretexto de viabilizar a venda da Varig, interesses ligados ao governo operaram para acelerar a aprovação da nova Lei das Falências. Era um pacote que se discutia havia 11 anos. Mas, de repente, turbinas foram ligadas e o projeto pulou das gavetas para os painéis de votação da Câmara e do Senado.


O pretexto? Outra ‘boa causa’. Evitar que empresas sejam fechadas, apostar na recuperação e na manutenção dos empregos. O ‘contrabando’ embutido? Um artigo que faz com que créditos fiscais furem a fila das indenizações.


Com base nessa lei, a União obteve uma polêmica interpretação judicial, retroativa, e ameaça meter a mão em pouco mais de R$ 25 milhões (exatos R$ 25.579.227,51) do montante que resultar da venda do prédio, caso o leilão logre êxito. Os antigos proprietários descontavam, mas não recolhiam ao fisco o Imposto de Renda retido no salário dos empregados. Mantida a interpretação, os trabalhadores serão duplamente penalizados.


A Justiça chegou a efetuar alguns pagamentos aos credores trabalhistas da Bloch no valor de R$ 17.483.480,98 até que um ato judicial da Terceira Câmara Civil acatou embargo da União e acolheu o pedido de reserva dos R$ 25 milhões, suspendendo qualquer repasse aos ex-empregados com ações já homologadas. A massa falida entrou com um recurso no Superior Tribunal de Justiça, ainda não julgado.


Diz-se que a nova Lei das Falências foi ‘recomendada’ pelo Banco Mundial ao governo brasileiro lá pelos idos dos anos 90. O objetivo seria proteger investimentos, especialmente externos. Com isso, os créditos trabalhistas perderam para os créditos financeiros sua histórica prioridade em caso de concordatas e falências. A velha Varig mal decolou, seus ex-funcionários também lutam na Justiça, mas o tal artigo da nova lei aterrissou bem na cabeça dos trabalhadores da extinta Bloch.


Quando cruzar com um deles, evite falar em boas causas. E muito menos lhe diga que o Senado está às vésperas de votar um novo Refis, o famoso programa de refinanciamento de dívidas federais para empresários que ‘esqueceram’ suas contas na gaveta. Se aprovado, estima-se que o leão da União, aquela fera que quer abocanhar os R$ 25 milhões dos ex-empregados da Bloch, vai ficar mansinho e abrir mão de R$ 5 bilhões em 2009.


JOSÉ ESMERALDO GONÇALVES é editor da revista ‘Contigo’ e um dos autores da coletânea ‘Aconteceu na Manchete – As Histórias que Ninguém Contou’. Trabalhou nas revistas ‘Manchete’, ‘Fatos & Fotos’ e ‘Fatos’. O jornalista deixou a empresa Bloch em 1995 e não tem processo trabalhista contra a massa falida.’


 


 


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Já era previsto, já tem kit


‘Fátima Bernardes, sites e portais apareceram às pressas às 19h com ‘A chegada da gripe’ e ‘Ministério da Saúde confirma quatro casos’.


De imediato, o UOL destacou que o ‘País já dispõe de kits de diagnóstico rápido’ e ‘a confirmação de suspeitas pode ser feita em até três dias’.


O ‘Jornal Nacional’, uma hora depois, sublinhou na escalada de manchetes que ‘a chegada do vírus já era prevista e o país está preparado’.


POBRES SEM ANGÚSTIA


‘Os pobres se unem na adversidade’, diz a ‘Economist’, em reportagem mostrando que, enquanto os ‘ricos se angustiam’ se o capitalismo anglo-saxão deve dar lugar à versão francesa, ‘os emergentes avançam sem angústia’.


O pouco que debatem é quanto à demanda interna ou externa na qual basear a economia. Não questionam o capitalismo nem abraçam os pedidos de ‘renacionalização’, como no caso da Embraer. Brasil, Índia e China são dados como governos que, em relação a EUA e Europa, hoje, pouco duvidam do mercado. Em parte, porque já vinham mais contidos na liberalização. ‘Mais importante, os maiores emergentes já começam a ver pistas de recuperação.’


É A ECONOMIA


O ‘Financial Times’ voltou os olhos para o Brasil, nesta semana. Começou com Neil Dennis noticiando o ‘salto nas exportações’, seu título, e o efeito no câmbio.


Avançou com David Oakley e Johanna Kassel, anteontem na reportagem ‘Emergentes lideram a retomada’ das ações, a começar do Brasil, um dos dois ‘emergentes mais fortes’.


E terminou ontem com Jonathan Wheatley avaliando que a ‘Economia brasileira é a verdadeira isca para os famintos por lucro’.


A INDÚSTRIA SOBE


A Bolsa caiu ontem ‘após cinco dias de ganhos’, deram Folha Online e outros no fim do dia.


Mais importante, na manchete do site até pouco antes da chegada da gripe suína, no início da noite, ‘Atividade industrial cresce em março após cinco meses’, segundo a CNI.


AS NOTAS CONTINUAM


De Nova York, via Reuters, a Moody’s, com mais de um ano de atraso em relação às concorrentes, saiu falando em dar ‘grau de investimento’, enfim, ao Brasil.


A CERVEJA SOBE


Na Reuters, em despacho de Bruxelas, Seul e Hong Kong, ‘Salta o lucro da AB InBev no primeiro trimestre’ e a razão foi o ‘crescimento no volume, notadamente no Brasil’. A maior cervejaria do mundo é comandada por brasileiros como o diretor financeiro Felipe Dutra, que apresentou os números.


A AP escreveu que os lucros ‘se devem largamente ao Brasil, onde Carnaval e bom tempo’ ampliaram o consumo. A Dow Jones destacou o resultado específico do país, da AmBev.


ESTÁ COMEÇANDO…


O site conservador Drudge Report destacou ontem que ‘Está começando: Qatar sinaliza acordo para novo hotel de luxo em Havana… Viagem de americanos a Cuba está crescendo… Degelo atrai amantes de arte, investidores…’. Sobre o hotel, o projeto foi lançado anteontem e envolve um investimento de US$ 75 milhões, de olho nos turistas americanos já liberados..


EUA E A AL


O ‘New York Times’ fez longo perfil do assessor de Segurança Nacional dos EUA, James L. Jones. O próprio general defendeu seu estilo discreto e deu como exemplo a Cúpula das Américas: em vez de posar com Obama, cedeu o lugar e foi ouvir de Nelson Jobim e do também assessor Marco Aurélio Garcia conselhos para lidar com Hugo Chávez.


ESPANHA E A AL


O ‘El País’ deu reportagem sobre o novo secretário de Estado da Espanha para a América Latina, que destacou que seu país já é o ‘segundo investidor’ na região, atrás apenas dos EUA.


A ‘Economist’ avalia que, com a forte crise na Espanha, a América Latina virou tábua de salvação para grandes empresas como Telefônica e o banco Santander.


NO TEATRO DO MUNDO


Começam as homenagens ao diretor Augusto Boal. O ‘Guardian’ deu dois longos textos, destacando a ‘luta contra a opressão’.


No ‘El País’, Ariel Dorfman contou como ele ‘era flexível, fluido, aberto ao mundo’.’


 


 


CHINA
Raul Juste Lores


Polícia ataca jornalistas que tentam ouvir pais das vítimas de Sichuan


‘Policiais à paisana estão atacando jornalistas estrangeiros que tentam conversar com pais das vítimas do terremoto de Sichuan, que devastou a região central da China em maio do ano passado. O governo quer impedir reportagens com familiares de crianças que morreram quando as precárias escolas da região desabaram -seus pais são coagidos por autoridades a não darem entrevistas.


Prédios comerciais e escritórios do Partido Comunista ficaram em pé, enquanto as escolas foram ao chão. Há dezenas de denúncias de corrupção e má construção, mas a mídia chinesa ignora o caso desde junho.


Dez homens arrancaram e quebraram anteontem a câmera do jornalista Jamil Anderlini, do britânico ‘Financial Times’, quando ele entrevistava os pais de uma criança que morreu no desmoronamento de sua escola. Ele se refugiou no carro, que foi seguido pela polícia até deixar a vila de Fuxin.


Não foi o único caso. Uma equipe de TV finlandesa foi cercada e coagida ao tentar registrar um protesto. O correspondente do ‘Irish Times’ ficou detido em uma delegacia na vila de Juyuan por uma hora.


O Departamento de Propaganda do Partido Comunista em Sichuan acusou ontem jornalistas estrangeiros de querer ‘incitar rebelião’ dos pais das vítimas. E negou que haja interferência ou agressão a correspondentes.


Cerca de 70 mil pessoas morreram no terremoto. O número de crianças mortas calculado por organizações independentes varia entre 7.000 e 9.000.


O governo chinês divulgou ontem pela primeira vez o número de vítimas infantis: 5.335.


Em outubro de 2008, o governo renovou a vigência de uma lei, aprovada no período pré-olímpico, que permitia a jornalistas estrangeiros visitarem qualquer região do país -com exceção do Tibete- sem permissão oficial. Mas a lei já está sendo desrespeitada pelo governo de Sichuan.


Em março, o governo provincial lançou medidas que exigem pedidos e autorizações regionais e locais para visitar a região e fazer entrevistas.


As regras se aplicam apenas aos jornalistas estrangeiros. A imprensa chinesa (estatal e privada) é controlada e censurada pelo governo e só noticia projetos positivos em Sichuan.’


 


 


MÍDIA
Folha de S. Paulo


News Corp. cobrará acesso a conteúdo dentro de um ano


‘O conglomerado de comunicação News Corporation, que reúne títulos como ‘Wall Street Journal’ e ‘New York Post’ (EUA), ‘Sun’ e ‘Times’ (Inglaterra), ‘Daily Telegraph’ e ‘Herald Sun’ (Austrália), irá cobrar pelo acesso a conteúdo on-line de dezenas de jornais num prazo de 12 meses.


A estimativa foi dada pelo dono do grupo, o bilionário Rupert Murdoch, durante uma coletiva com analistas para anunciar os resultados financeiros da empresa. No primeiro trimestre, a companhia teve receita de US$ 7,4 bilhões, contra US$ 8,8 bilhões nos três primeiros meses de 2008. O lucro foi de US$ 755 milhões, queda de 47% sobre 2008.


As estimativas eram piores. Isso levou o até então pessimista Murdoch a mudar de tom. ‘Não sou economista, e todos sabemos que os economistas foram criados para fazer com que as previsões do tempo parecessem boas’, brincou. ‘Mas está ficando cada vez mais claro que o pior já passou.’


Para analistas, a decisão repercutirá na cultura do conteúdo gratuito na web. ‘Os dias atuais da internet [de conteúdo livre] irão logo terminar’, disse Murdoch.


O empresário citou o caso do ‘Wall Street Journal’, que cobra pelo conteúdo eletrônico e registrou aumento de assinaturas no último ano. Segundo Murdoch, 360 mil pessoas baixaram um aplicativo do ‘WSJ’ para iPhone em três semanas.


Com agências internacionais’


 


 


OCTAVIO FRIAS DE OLIVEIRA
Folha de S. Paulo


Busto no Instituto do Câncer de SP homenageia publisher da Folha


‘Como parte das comemorações do primeiro ano de funcionamento do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira) foi entronizado ontem o busto do empresário e publisher da Folha, morto em 2007, que dá nome à instituição.


A cerimônia, conduzida pelo governador José Serra (PSDB), também oficializou o início do funcionamento do hospital-dia do Icesp, com 30 leitos, onde são atendidos pacientes submetidos a procedimentos de recuperação rápida, como biopsias, transfusão de sangue e pequenas cirurgias.


Em seu discurso, Serra brincou ter ficado aliviado ao ver o busto de Frias. ‘O busto se parece realmente com ele. Meu temor era que não parecesse’, disse, elogiando o trabalho do escultor Luciano Almeida.


O governador ressaltou que sentia tristeza pela falta ‘do amigo Frias’ e, ao mesmo tempo, alegria por tê-lo representando o espírito da instituição.


‘O instituto tem características que coincidem com as do sr. Frias. Possui dinamismo, visão ampla, respeito, amor à vida.’


Na cerimônia estavam políticos, médicos e secretários de Estado, além da família Frias, representada por Otavio Frias Filho, Maria Cristina Frias e Maria Helena Zerwes.


Em seu discurso, Maria Cristina lembrou que o pai vibrava quando um projeto dava certo, mesmo quando a obra não era dele. ‘Certamente ele estaria muito contente de ver o hospital funcionando’, disse.


Ela também lembrou que o provérbio inglês ‘Onde há vontade, há um caminho’, inscrito na placa de identificação do busto, representava bem a forma de pensar e agir do pai.


O Icesp foi criado para ser o maior hospital de câncer da América Latina e deve funcionar plenamente até 2010.’


 


 


TELEVISÃO
Daniel Castro


Em guerra, emissoras sacrificam comercial


‘A TV brasileira está vivendo um fato novo. Pela primeira vez, há uma disputa equilibrada pelo segundo lugar no Ibope em pleno horário nobre, o dos domingos, principalmente entre 20h e 23h.


O ‘Fantástico’ continua líder, mas não como antes. Com estratégias de guerrilha, SBT, Record e Rede TV! disputam acirradamente a vice-liderança na Grande SP. O fenômeno vem ocorrendo desde março.


No último domingo, o ‘Fantástico’ teve 20,7 pontos de média, o ‘Domingo Legal’, 14,6, o ‘Domingo Espetacular’, 10,8 e o ‘Pânico’, 9,2. Foi um dia atípico, porque o SBT não só dominou o segundo lugar entre 21h e 22h26 como foi líder durante três minutos.


O domingo anterior, 26 de abril, foi mais exemplar do que vem ocorrendo. SBT, Record e Rede TV! se alternaram na vice-liderança entre 21h e 23h.


Para conseguir tal feito, as redes (exceto a Globo) têm sacrificado o comercial. A Record tem ficado até mais de quatro horas sem intervalos.


Domingo passado, o ‘Domingo Espetacular’ teve um break de seis minutos às 18h03 e outro de cinco minutos às 18h10. Só voltou a ter intervalo às 22h15, no final do programa. O ‘Domingo Legal’ teve três intervalos de seis minutos cada em pouco mais de meia hora (das 18h28 às 19h03) e outro pouco antes do encerramento.. O ‘Pânico’ fez todos os intervalos (três) na última meia hora.


SEM NOTÍCIA


Hoje vai ao ar a última edição do telejornal ‘Notícias das Sete’, que a Rede TV! exibe às 19h20. A partir de segunda-feira, seu horário será ocupado por desenhos. Anteontem, o telejornal rendeu 1,5 ponto. Antes dele, desenhos deram 3,2.


DIETA


A partir de segunda também, o ‘A Tarde É Sua’, de Sonia Abrão, terá uma hora a menos. Será exibido das 15h às 17h. Às 14h, a Rede TV! programará a série ‘Buffy’. No mesmo dia, a emissora estreia o novo matutino, ‘Manhã Maior’.


RODÍZIO


A Record anunciou ontem a contratação de Ana Paula Padrão, ex-SBT. Ela dividirá a bancada do ‘Jornal da Record’ com Celso Freitas, no lugar de Adriana Araújo, ex-Globo.


SPOILER


Em uma chamada, o canal pago People+Arts entregou quem serão os próximos eliminados do reality show americano ‘O Aprendiz: Celebridades’, frustrando telespectadores. Logo após o episódio de anteontem, em que restaram cinco concorrentes, uma chamada revelava que a final será disputada entre o cantor Trace Adkins e Piers Morgan, jurado do ‘Britain’s Got Talent’.


TORCIDA


A Globo ficou aliviada com os gols de Ronaldo e a classificação do Corinthians para a próxima fase da Copa do Brasil. Com a indefinição dos jogos do São Paulo na Libertadores, por causa da gripe suína no México, a emissora não teria o que exibir em São Paulo na próxima quarta se o Corinthians fosse eliminado pelo Atlético (PR).’


 


 


Marcus Preto


Programa disseca LP de Jards Macalé


‘Charles Gavin segue em sua garimpagem. ‘O Som do Vinil’, programa em que o baterista dos Titãs investiga os bastidores da criação de álbuns clássicos da música brasileira, abre hoje sua terceira temporada ‘biografando’ o pouco conhecido ‘Aprendendo a Nadar’ (1974), de Jards Macalé..


Por seu clima experimental, o segundo LP do compositor firmava sua fama de artista ‘maldito’. ‘Maldito era quem não estava inserido naquele contexto geral, era a diferença’, ele explica no programa. ‘O único problema desse disco era o rádio que não o tocava.’


Na prática, ‘são músicas exacerbando a dor de cotovelo de Lupicínio Rodrigues e Nelson Cavaquinho’. Além do próprio Macalé, as fontes ouvidas no programa se resumem ao jornalista Luís Carlos Maciel, e ao poeta Chacal, autor de algumas letras do disco.


Para os não iniciados no artista, o primeiro bloco do programa resume bem sua história que inclui apresentações polêmicas em festivais da canção, exílio em Londres e uma participação fundamental no mitológico álbum ‘Transa’ (1972), de Caetano Veloso.


Nesta temporada, ‘O Som do Vinil’ disseca ainda os discos ‘Nós Vamos Invadir Sua Praia’ (1985), do Ultraje a Rigor, ‘Alucinação’ (1976), de Belchior, entre outros.


O SOM DO VINIL


É quando:hoje, às 21h30


Onde: Canal Brasil


Classificação: não informada’


 


 


Mônica Bergamo


Padrão Olímpico


‘A contratação de Ana Paula Padrão faz parte do projeto de reforçar a cobertura olímpica da Record. Ela deve ancorar o telejornal ao vivo de Londres (na Olimpíada de 2012), de Guadalajara (no Pan de 2011) e de Vancouver, em 2010.’


 


 


CULTURA
Mônica Bergamo


Sindicato


‘Dispensado há quase dois anos da rádio Cultura, o jornalista Salomão Schwartzman ganhou uma ação na Justiça em que teve reconhecido seu vínculo trabalhista com a empresa. Seus advogados pedem cerca de R$ 1,5 milhão relativos a direitos como férias e 13º salário. Schwartzman pede também indenização por danos morais, já que teria sido ‘humilhado’ na hora da demissão. A rádio Cultura não comenta argumentando que o processo ainda está ‘em fase de recurso’.’


 


 


 


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