Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Cabeçada de Zidane ainda dá o que falar

Leia abaixo os textos desta quarta-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 12 de julho de 2006


CAMPANHA
Sergio Costa


Plasma eleitoral


‘RIO DE JANEIRO – Ponto positivo na ressaca do Mundial: Lula tem evitado as metáforas futebolísticas. Pelo menos por algum tempo, nos dará sossego aos ouvidos.


Pode ser, como diziam os especialistas, que vitória ou derrota do Brasil tivessem mesmo influência zero nas urnas para oposição e governo. Mas, como mesmo quem não acredita em bruxas sabe que elas existem, o presidente tomou cuidados. Se antes buscava colar sua imagem à do Brasil favorito com entrevista, as tais metáforas nos discursos e até uma teleconferência com Parreira e turma -o que lhe rendeu uma cabeçada de Ronaldo no fígado-, no pós-Zidane Lula manteve prudente distância do Brasil eliminado.


Ponto negativo: os joguinhos do meio-dia, mesmo chochos, darão lugar ao blablablá dos candidatos em desfile. Quem comprou TV de plasma deve estar analisando a relação custo-benefício da ‘criatura’ -haja DVD para encher a telona. Saudades de Ucrânia x Tunísia…


Ao menos ninguém mais precisará assistir ao Lula com a camisa da seleção ou à vibração contagiante de Geraldo Alckmin nos gols do Brasil. De agora em diante, a não ser que haja alguma reviravolta, anunciam-se novas disputas sem grandes emoções: Lula navega no favoritismo calcado em números econômicos positivos, Aécio Neves parece imbatível em Minas e José Serra, pelo que indicam as pesquisas, não terá maiores sustos em São Paulo. Os dois tucanos espicham o olho para 2010.


Dos maiores colégios, resta o Rio. Sem ambições ou atores no cenário nacional, a disputa por aqui tende a esquentar com horário gratuito e debates. A oposição promete gastar munição contra o favorito Sérgio Cabral Filho (PMDB). Como, historicamente, ele prefere evitar confrontos, é capaz de embolar. A conferir nessa volta ao mundo real.’


 



Folha de S. Paulo


Entrevista com Paulo Betti faz TSE vetar circulação de jornal


‘O jornal ‘Sindiluta Unificado’, do Sindicato Unificado dos Químicos e Plásticos de São Paulo e região, teve sua distribuição proibida ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral após a publicação de entrevista com o ator Paulo Betti, na qual teria declarado seu voto em Luiz Inácio Lula da Silva. O conteúdo do jornal na internet também foi vetado.


A decisão foi tomada pelo ministro Marcelo Ribeiro após PSDB e PFL protocolarem representação no TSE. Segundo o procurador, Betti fez campanha eleitoral ao dizer que, se os brasileiros comparassem os governos FHC e Lula, votariam no petista novamente. ‘Acho que realmente ele está fazendo um governo melhor que o outro’, disse o ator.


A edição do jornal em questão é a de número 264.’


 


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


‘Eu não sou um marginal’


‘Cafu no ‘Jornal Nacional’, ‘Jornal da Record’ etc.:


– Eu gostaria que o povo na rua não me olhasse com aquele olhar de que eu fosse um marginal. Eu não sou.


Era crítica à mídia, como se ouviu dele na CBN, ‘a imagem que vai ficar não é a que vocês estão tentando passar ao povo, de um cara que nunca venceu na vida’.


O desabafo de Cafu ecoou com Ronaldo no ‘JN’ etc. Ele se defendeu, dizendo que ‘as críticas são exageradas’:


– Nunca foi meu principal objetivo bater recorde de não sei quem. O meu objetivo era um só, ganhar a Copa.


Mas de pouco adiantaram os desabafos todos. Ao menos no SBT e na Record, a ironia com os jogadores continuou. O ‘JN’, sem os neomoralistas Galvão Bueno e Pedro Bial, foi finalmente mais contrito.


Para registro, o treinador Muricy Ramalho falou à rádio Jovem Pan e fez a defesa, ele também, dos jogadores todos:


– Estão acusando demais o Roberto Carlos. Ele não foi orientado a fazer marcação do Henry. Estava no rebote, para armar o contra-ataque.


Em dia de ‘outro lado’, até Zico, ex-técnico do Japão, saiu defendendo os jogadores brasileiros, na Reuters:


– Quando ganha, todo mundo quer. Por que, quando perde, apenas um ou dois são sacrificados? Falo de cadeira, porque sou crucificado até hoje pela derrota de 86.


A Copa já vai longe e Zidane ainda é notícia na Europa, com especialistas em leitura labial identificando de tudo nas palavras de Materazzi.


Para o tablóide ‘Sun’, a ofensa foi ‘filho de prostituta argelina’. Para o ‘Times’, a ofensa foi ‘filho de prostituta terrorista’. Para a rádio BBC, lembrando que no dia a mãe de Zidane estava no hospital, o italiano teria desejado ‘uma morte horrenda’ à família.


MUITO DO QUE RECLAMAR


Para a Globo, ao menos até o início da noite, ‘o ônibus estava superlotado’. Para ser mais exato, ‘no momento do acidente, eram 100 a mais do que a capacidade’. Para a Record, ‘estava abarrotado’. Para um bombeiro:


– O ônibus continha em torno de 270 pessoas.


Depois a história mudou e culparam o motorista. Mas a Record não deixou passar e fez reportagem mostrando que ‘gente que anda todo dia de ônibus em São Paulo tem muito do que reclamar’. Dos ônibus lotados etc.


A POLÍCIA LIBERTA


Até que demorou a reação depois de semanas de crítica, mas ontem a polícia paulista deu espetáculo no ‘JN’. Abriu a escalada do telejornal, com direito a um apresentador emocionado e tudo mais:


– O fim de um seqüestro de 63 dias. A polícia liberta um menino de seis anos em São Paulo. [Aplausos, imagem dos policiais com o menino, aos gritos:] ‘Aê, garoto. Vai voltar pra casa, neném.’ E, depois do reencontro com a família, as lembranças do cativeiro.


PARA AS CÂMERAS


O ‘SPTV’, o telejornal local, destacou como os policiais, de olho na câmera especial para gravação noturna, ligaram e deram o celular ao menino, que sorriu, ‘oi, papai’.


Para registro, a Globo ouviu a criança de seis anos antes do ‘reencontro com a família’.


O FILHO


Também para registro, na seqüência da escalada do ‘JN’, ‘Ataques de bandidos fazem nova vítima: o filho de um agente penitenciário’.’


 




TELINHA
Daniel Castro


Estrelas de novelas vão patinar no ‘Faustão’


‘A Globo mobilizou algumas das maiores estrelas de suas novelas para compor a primeira edição do ‘Dança no Gelo’, ‘reality show’ que estréia em 13 de agosto prometendo ‘arrebentar’ no Ibope.


Vão competir no novo quadro do ‘Domingão do Faustão’ os atores Suzana Vieira, Deborah Secco, Juliana Paes, Murilo Rosa e Marcos Frota, além de Giovani, ex-jogador de vôlei.


A Globo não está poupando recursos para o quadro. Além de licenciar o formato diretamente com a Fox (para evitar ser acusada de plágio), está investindo cerca de R$ 1 milhão na construção de um ringue de patinação, que será montado até o final deste mês em um estúdio de shows no Projac (Rio). O ringue terá cenário e auditório. Ocupará um estúdio pelo menos até o final do ano _uma segunda edição já está prevista.


O ‘Dança no Gelo’ terá o mesmo formato do ‘Dança dos Famosos’ _que vem dando até 42 pontos e já é a maior audiência do ‘Domingão do Faustão’.


Nenhum dos participantes declarou à produção que sabe patinar _à exceção de Marcos Frota, que afirmou ter ‘noção’. Desde anteontem, o elenco toma aulas de patinação em um ringue alugado no Rio.


Cada famoso terá um professor ou professora. A cada domingo, eles terão de apresentar uma coreografia, inspirada em algum ritmo musical, e uma dupla será eliminada por um júri ‘técnico’ e ‘artístico’.


SEXO É VIDA O primeiro capítulo de ‘Páginas da Vida’, em que boa parte de seu elenco só pensou naquilo, deu 50 pontos no Ibope. Foi menos do que ‘Belíssima’ (54) e ‘América’ (56).


SEGUNDO PLANO Enquanto as últimas novelas das oito da Globo tiveram gravações na Grécia e na Holanda, as das seis não conseguem sair do continente. O charme inicial de ‘O Profeta’, que substituirá ‘Sinhá Moça’ a partir de setembro, serão gravações nos cânions do Rio Grande do Sul.


BOLA QUADRADA A produção do ‘Roda Viva’ espera hoje um ‘sim’ de Carlos Alberto Parreira para participar da edição da próxima segunda. Antes da Copa, o técnico prometera que iria ao programa na volta da Alemanha.


AGORA VAI 1 Foi assinado na última sexta o contrato em que o SBT adquire da Endemol Globo os direitos para produzir no Brasil o ‘game’ ‘Deal or No Deal’, que terá 26 malas de dinheiro. Silvio Santos está em dúvida agora se produz primeiro ‘Deal’ ou ‘Dancing with the Stars’.


AGORA VAI 2 Na Globo, teve gente contra a venda de ‘Deal or No Deal’ para o SBT. A emissora tem 50% da Endemol Globo e absoluta prioridade de compra de seus formatos. Mas não tinha lugar na grade para o programa.


NA MOSCA A previsão de Octavio Florisbal, diretor-geral da Globo, de que ‘Cobras e Lagartos’ decolaria com a ajuda da Copa, está vingando. Anteontem, a novela se segurou nos 38 pontos.’


 




LUTO NO RÁDIO
Folha de S. Paulo


Morre em SP o radialista Randal Juliano


‘Foi enterrado anteontem, no Cemitério São Paulo, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, o corpo do jornalista Randal Juliano, que morreu na segunda-feira, de causas ainda não reveladas. Randal Juliano tinha 81 anos e trabalhou em rádio de 1944, quando começou na Panamericana de São Paulo, até 1995, quando encerrou sua carreira na rádio da Universidade São Paulo.


Além do rádio, Juliano trabalhou nas redes de TV Cultura, onde apresentou na década de 80 o programa ‘Quem Sabe Sabe’, Record e Gazeta. Foi também professor de comunicação das Faculdades Integradas Alcântara Machado (FIAM) e da Universidade São Judas Tadeu.’


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O Globo


Quarta-feira, 12 de julho de 2006


CAMPANHA
Elio Gaspari


Geraldo Alckmin precisa ouvir o Bussunda


‘Geraldo Alckmin dá a impressão de reencarnar do sujeito que decorou a letra R da enciclopédia. Com uma diferença: memoriza números. O estado que governou por cinco anos teve cerca de 50 agentes da ordem assassinados em menos de 90 dias, 1.500 presos foram confinados como bichos num espaço onde caberiam 150 e ele tem o seguinte a dizer:


— A fuga no Estado de São Paulo no ano passado foi 0,13.


Isso é número europeu. Se o doutor estivesse no mundo do futebol, poderia anunciar que formará um time que faça muitas faltas, dê poucos passes e recue a bola sempre que possível. Um levantamento de 1.500 partidas feito pelo Datafolha mostra que essas são as características de 53% a 67% dos vencedores. E daí?


Quando os bandidos soltos matam policiais e agentes penitenciários na porta de suas casas, o índice de fugas é uma irrelevância. Quando os presos são tratados como bichos, transformando o poder coercitivo do Estado em selvageria, degrada-se o governo. Um cidadão disposto a apoiar medidas repressivas contra o crime organizado pode defender a pena de morte, a prisão perpétua ou os cárceres de segurança máxima.


São pontos de vista legítimos. Esse mesmo cidadão nada tem a ver com as práticas do presídio de Araraquara. Um homem de bem não se associa ao que se fez lá. Pena que o advogado Claudio Lembo tenha deixado sua biografia escorregar numa administração na qual bandidos exterminam policiais e presos são vilipendiados.


As platitudes do candidato Alckmin fazem do conselheiro Acácio um James Joyce. Coisa assim, dita na convenção de Belo Horizonte: ‘Tenho uma visão de Estado que não comporta amadorismos.’ Ou assim, dita em Lisboa: ‘Nós estamos dando grande destaque à maior inserção internacional do Brasil. Queremos a busca de mercado internacional, acordos comerciais importantes.’ Fora disso, recita meia dúzia de números e supõe ter mostrado preparo para discutir a questão. O índice europeu de fugas dos presídios paulistas tem pouco a ver com o que acontece no Brasil. Muito mais relevante é a indicação de que aqui morrem mais policiais do que em qualquer outro país. Isso numa cultura de segurança que mata mais cidadãos que todas as polícias da Europa somadas. Alckmin sabe que o eixo da discussão é esse. Seu secretário de Segurança, Saulo de Castro Abreu, a quem chamou de ‘servidor público número um’, também sabe. A patuléia não está aí para ser ludibriada com números europeus em conserva.


O candidato do PSDB recitou o ‘0,13’ antes de embarcar para Bruxelas e Lisboa. Na volta, poderá dizer se notou outra semelhança entre a segurança européia e a de São Paulo.


Alckmin cultiva um mantra de campanha. Seja qual for o tema, diz que Lula é omisso e que no seu governo haverá estudo, firmeza e determinação. No caso da segurança, por mais omisso que seja o Nosso Guia, o pudim paulista é de Geraldo Alckmin. A ruína não começou com ele, mas foi com ele quem cevou um modelo truculento e espalhafatoso que acabou em fracasso. Conseguiu o impossível: tornou-se páreo para Anthony Garotinho.


Alckmin deve uma caridade às platéias. Enquanto houver policiais espingardeados nas ruas de São Paulo, ao tratar de segurança, poderia atender ao pedido do Bussunda:


‘Fala sério.’’


 



PÓS-COPA
O Globo


Fifa vai investigar motivo da agressão de Zidane


‘ZURIQUE, Suíça. A cabeçada de Zidane em Materazzi, na final da Copa, continua dando muito pano pra manga. A Fifa anunciou ontem que vai investigar o caso e emitiu uma nota informando que Zidane foi expulso porque o quarto árbitro viu a agressão, sem ajuda de imagens de TV. Na noite de domingo, o técnico francês Raymond Domenech, que ontem renovou seu contrato com a Federação Francesa por tempo ainda indefinido, disse que o quarto árbitro contou com a ajuda de um monitor.


‘O quarto árbitro, o espanhol Luis Medina Cantalejo, observou o incidente sem a ajuda de um monitor e informou ao árbitro e a seus assistentes por um sistema de comunicação’, diz a nota da Fifa, que pretende esclarecer as circunstâncias da agressão.


A Fifa informou ainda no comunicado que não teve influência na escolha de Zidane como o melhor da Copa. Pela primeira vez, o prêmio Bola de Ouro não foi definido antes da final do Mundial, para impedir injustiças. Mesmo com a agressão, os jornalistas que participaram da cobertura da Copa coroaram Zidane.


‘Mais de 700 representantes da mídia elegeram Zidane sem a intervenção da Fifa. O número de jornalistas que votaram antes ou durante a partida é desconhecido porque os votos só foram contabilizados ao término do processo de votação’, justifica a entidade.


Ontem, vários jornais britânicos publicaram que Materazzi chamou Zidane de ‘filho da puta terrorista’. Zidane é filho de argelinos. Depois de consultar especialistas em leitura labial, os jornais ‘The Times’, ‘The Sun’ e ‘Daily Mail’ chegaram à mesma conclusão. No momento em que Zidane se afastava, Materazzi teria dito: ‘Todos sabemos que você é um filho da puta terrorista’.


Já o ‘The Independent’ sustentou a versão de que Materazzi insultou a irmã de Zidane. O italiano confirmou ontem que provocou Zidane antes de ser agredido, mas não informou o que disse ao francês. Segundo ele, Zidane foi muito ‘arrogante’.


O grupo SOS Racismo, sediado em Paris, sustentou anteontem que Materazzi chamou Zidane de ‘terrorista sujo’, citando ‘fontes muito bem informadas do mundo do futebol’. A televisão francesa informou que Zidane só deve falar sobre o caso nos próximos dias.


Uma pesquisa publicada ontem no jornal ‘Le Parisien’, do Instituto CSA, mostra que a maioria dos franceses, com 15 anos ou mais, o perdoou. De 802 entrevistados, 61% o absolveram por ter perdido a cabeça. Questionados se entendiam a sua reação, 52% disseram que sim.


Ontem, o Ministério francês de Asuntos Exteriores defendeu a composição multiétnica da seleção e destacou que o caso não terá repercussão diplomática. Foi uma resposta ao ex-ministro italiano e vice-presidente do Senado, Roberto Calderoli, que criticou a formação da equipe francesa.


— A vitória em Berlim foi uma vitória da nossa identidade sobre uma equipe que sacrificou a sua com negros, muçulmanos e comunistas — disse Calderoli.


Zidane recebeu ontem apoio da Mesquita de Paris, que, em nota, manifestou que ‘todos os muçulmanos da França estão afetados’ com o gesto de Materazzi. O presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, também enviou uma carta de apoio ao francês.’


 



Claudio Nogueira


‘Jogo bonito, agora, só em comercial de TV’


‘Maior ídolo da história do Flamengo, Zico, treinador da seleção japonesa na Copa do Mundo, encerrada no domingo na Alemanha, afirmou ontem que o último Mundial, dominado pelas defesas, revela uma tendência que pode durar muito. E o jogo bonito, acabou?


— Jogo bonito, agora, só em comercial de TV! — respondeu o craque da seleção brasileira nos Mundiais de 1978, 1982 e 1986 e coordenador-técnico da seleção em 1998.


Ontem, ele deu o pontapé inicial, no Centro de Futebol Zico, no Recreio, para a abetrutura da I Rio de Janeiro Cup, para 40 equipes masculinas e femininas de crianças não-federadas com 10 a 17 anos. O torneio terminará segunda-feira, no Maracanã.


Para ex-craque, foi um Mundial de equilíbrio


Zico pensa que o público deverá se acostumar aos jogos de raros gols e emoções:


— A Copa de 2006 foi a Copa do equilíbrio, da predominância das defesas sobre os atraques. Era o esperado. É o futebol de hoje. Aquela beleza, que vimos na atuação de Zidane (contra o Brasil), é coisa rara. Predominam a tática, a força física. A gente que gosta do bom futebol lamenta, mas o futebol tomou este caminho.


Para Zico, a tendência será a queda na média de gols.


— Futebol, que é bom, só em peladas. Pode ser que aqui (na copa infanto-juvenil aberta ontem) haja futebol — afirmou, lembrando que na Copa e da Liga de Campeões, os placares foram baixos.


Zico criticou a mentalidade brasileira de buscar culpados quando a seleção perde:


— Pegam alguém pra Cristo. Eu mesmo sou um Cristo, até hoje, como se tivesse perdido sozinho em 1986 (Zico desperdiçou um pênalti contra a França no tempo normal, nas quartas-de-final daquela Copa, e o Brasil foi eliminado na decisão por pênaltis).


No Brasil ou se consagra ou se condena alguém.


— Quando se ganha, todos dão a volta olímpica, mas quando se perde, um ou dois são culpados. Fui em 1986, e o goleiro Barbosa em 1950. Futebol é coletivo. Não é tênis nem Fórmula-1, em que é só um atleta — disse Zico.


O ex-craque ressaltou que a seleção brasileira chegou ao Mundial favorita pelos títulos e pelo nível dos jogadores:


— O Brasil, por mais que acreditássemos, não rendeu o que esperávamos e o que poderia render. Depois que a Copa entra na fase eliminatória, tudo pode acontecer. Há dias em que o emocional pesa, e as coisas não funcionam.


Técnico brasileiro viaja hoje para assumir time turco


Zico considerou justo o título da Itália, que soube jogar o futebol moderno de marcação e bolas altas na área. Ele analisou o caso de Zidane, eleito o astro da Copa, apesar da agressão ao italiano Materazzi na finalíssima do Mundial:


— Zidane foi um dos maiores jogadores que vi atuar. Ele cometeu um ato impensado, mas isso não influencia o que foi a atuação dele no Mundial.


Zico viajará hoje para a Holanda, onde vai assumir o comando técnico do Fenerbahce, da Turquia. A pré-temporada será próxima a Amsterdam. Ele se impressionou com a estrutura do clube turco e que não deve nada a Juventus, Real Madrid, Milan ou Barcelona.


— É o ano do centenário do clube, e temos de ser campeões nacionais — afirmou.


Sobre o futebol japonês, emque atuou por 15 anos, no time do Kashima Antlers e na seleção daquele país, Zico achou que faltou sorte à sua equipe na Copa, como contra a Austrália, em que em oito minutos, acabou perdendo.’


 




PÁGINAS DA VIDA
Amelia Gonzalez


Manoel Carlos mostra o que sabe fazer


‘O Rio de Janeiro continua lindo, calorento, engarrafado, múltiplo e desigual aos olhos de Manoel Carlos, autor de ‘Páginas da vida’, novela das 21h que estreou anteontem com Jayme Monjardim na direção. Na verdade, a cidade tem um comportamento semelhante aos tipos humanos criados pelo autor, cujo estilo se diferencia de todos os outros pelo fato único de não ter, exatamente, uma sinopse na cabeça antes de começar os capítulos.


Na crônica do dia-a-dia, Manoel Carlos retrata o lado-sombra de cada um. Aquele momento em que se chora sozinho. Ou aquele outro momento em que se faz um escândalo danado por causa de uma bobagem no trânsito. E mais: quando se deixa que um pensamento comezinho — dinheiro, dinheiro, dinheiro -— tome-nos mais espaço do que a felicidade de procriar.


Noveleiros radicais querem mais ficção


Os noveleiros mais radicais reclamam. Sentem falta da trama fictícia, que os afaste o mais possível da dura realidade. Em novelas de Manoel Carlos não há como fugir nem do elevador, que apita se a gente o segura num andar durante muito tempo. É assim como se a vida continuasse dentro da telinha mágica. O público, que se presume esteja num momento de tranqüilidade dentro de casa, naquela hora de depois do jantar, quando os jovens estão na faculdade e os mais novos já se preparam para dormir, tem a própria vida estampada ali, pelos personagens de Maneco.


Reparem no texto que ele emprestou para Helena, interpretada por Regina Duarte:


‘Não agüento mais discutir relação. Mesmo na cama, não está funcionando. Sinto por ele o mesmo tesão, mas ele comparece tão burocraticamente. Sexo meio formal. Ele bate ponto, vira para o lado e dorme. Diz que tem alguma coisa errada, marcou hora no urologista, mas nem sei se foi…’


Não há nesse mundo um adulto que leve uma vida metropolitana e nunca tenha ouvido ou falado algo parecido.


É este o estilo Manoel Carlos de escrever, e pronto. Resta a quem não gosta mudar de canal. Mas, pela audiência que as tramas dele costumam dar, é difícil encontrar os tais fugidios opositores.


Desta vez, sua parceria é com Jayme Monjardim, cujo estilo próprio também se fez notar nas paisagens longas e bonitas de Amsterdã, na Holanda, onde parte da história se passa. Ou nas tomadas do Cristo Redentor, onde há o encontro casual de um casal que, já se vê, será mais do que casual: Jorge (Thiago Lacerda) e Simone (Christine Fernandes).


O primeiro capítulo deu chance também de o diretor das grandes paisagens brincar com closes e cenas internas como a do aniversário de Tide (Tarcísio Meira). Jayme Monjardim apresentou ainda um jeito bem pouco usual de mostrar uma cesariana. A câmera rodou, pegou mais o lado prático do que a emoção. E nesse instante Antônio Calloni (Gustavo) deu um show como o pai que está emocionado, sim, mas no fundo mais preocupado com a boca extra que terá que alimentar daqui para a frente.


Dinheiro está sempre presente na trama


Dinheiro não é problema nas novelas de Manoel Carlos. Mas está sempre presente. Quer seja quando Helena prefere ir às compras, em vez de mandar a empregada, porque precisa pagar com cheque, quer seja quando Marta, a personagem de Lilia Cabral, espezinha o marido Alex Flores (Marcos Caruso), mostrando que tem mais do que ele.


Novela de Manoel Carlos requer uma interpretação quase tão dia-a-dia quanto suas histórias. Engana-se quem pensa que é mais fácil para os atores. A excelente Ana Paula Arósio (Olívia), estreante em tramas do Maneco, por exemplo, ficou quase caricatural em algumas cenas. Já José Mayer como Greg, o safado da vez, tira de letra a interpretação e faz um bom pas-de-deux com Regina Duarte. A turma dos mais novinhos precisa se adaptar. Max Fercondini (Sergio) está forçado demais; Fernanda Vasconcellos (Nanda) precisa abandonar o sotaque paulista. No diálogo com a ótima Leandra Leal (Sabrina), ficou clara sua pouca experiência. Ana Botafogo (Elisa), por enquanto, é melhor dançando.


É como diz Edson Celulari (Silvio): novela de Manoel Carlos vive-se no dia-a-dia. Portanto, impossível dar qualquer veredicto no primeiro capítulo, a não ser apontar o que o autor tem de melhor: um texto leve que traduz exatamente aquilo que, muitas vezes, quer se falar e calou na alma.’


 


VATICANO
O Globo


O porta-voz do Papa se cala


‘CIDADE DO VATICANO. Depois de 22 anos falando ao mundo sobre o Papa João Paulo II, o porta-voz da Santa Sé, Joaquim Navarro-Valls, aposentou-se ontem do cargo. Para o seu lugar, o Papa Bento XVI nomeou Federico Lombardi, diretor da rádio e da TV do Vaticano.


O médico Navarro-Valls, de 69 anos, foi o primeiro leigo a ocupar a estratégica função de porta-voz do Vaticano. Membro da Opus Dei, era conhecido por sua amizade e identificação com João Paulo II. Durante a longa doença do Pontífice, foi muitas vezes uma espécie de assessor para assuntos médicos devido aos seus conhecimentos na área.


Já o padre Federico Lombardi, um jesuíta italiano de 63 anos, é formado em Matemática e tem vasta experiência em dirigir veículos de comunicação. A substituição de Navarro-Valls por Lombardi, segundo analistas, representa mais do que uma mudança de estilo. O até então responsável pela sala de imprensa do Vaticano, de personalidade forte, era criticado por utilizar o cargo para interpretar ao seu modo as mensagens do Papa.


Durante o pontificado de João Paulo II, Navarro-Valls se transformou praticamente na única fonte de informações do Vaticano e no único mediador nas relações entre o Sumo Pontífice e a imprensa. Depois da morte de seu mentor, foi mantido no cargo por Bento XVI, muito preocupado em garantir a continuidade. Porém, o porta-voz manifestou em várias ocasiões o desejo de abandonar o posto. Sua saída já era esperada para acontecer após a viagem de Bento XVI à Espanha, no último fim de semana. Com a nomeação de um religioso que controla não apenas a sala de imprensa, como também o conjunto dos meios audiovisuais da Santa Sé, o Pontífice alemão retoma uma configuração tradicional da comunicação do Vaticano com o mundo exterior.’


 



FICÇÃO?
Zuenir Ventura


No país de Bia Falcão


‘Como cada vez mais as telenovelas refletem o mundo real, vale a comparação. No começo de 1989, às vésperas da primeira eleição para presidente pós-ditadura, a vilã Odete Roitman chocou o país com suas maldades e acabou sendo assassinada — por engano, mas foi. Quase dezoito anos e quatro eleições presidenciais depois, nada de ruim aconteceu à megera Bia Falcão, que está curtindo Paris rica e solta, com seu garotão de programa.


A rigor, nem precisaria ter fugido. Se ficasse por aqui, mesmo que pudesse vir a ser condenada, poderia seguir o exemplo de alguns colegas de crime como o jornalista Pimenta Neves, assassino confesso de sua namorada, e o fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, mandante da morte da irmã Dorothy Stang. Era só contratar um advogado especializado em recursos e chicanas, entrar com um pedido de hábeas-corpus no Supremo Tribunal Federal, ser solta e aguardar em liberdade.


No máximo, haveria alguns protestos da sociedade, se houvesse. A atriz e cidadã Fernanda Montenegro, que acredita em ética, ficou chocada com a tolerância do público em relação às vilanias de seu personagem. É a mesma ‘aceitação cínica’ a tudo o que está acontecendo aqui fora. ‘Há um amaciamento no mau-caratismo. Seja mau caráter, seja herói’, ela constatou, e isso aparece claramente nas discussões que a Globo promove com grupos de espectadores para estudar suas reações.


Ao contrário de alguns anos atrás, a grande parte deles não valoriza mais a retidão de caráter e os bons sentimentos. O certo é se dar bem a qualquer preço. ‘Os personagens bons eram os mais queridos’, disse o autor de ‘Belíssima’, Silvio de Abreu, ao repórter Marcelo Marthe. ‘Nessa última pesquisa, eles foram considerados enfadonhos por boa parte das espectadoras.’ Silvio acha que essa ‘esperteza desonesta’ tem tudo a ver com os escândalos recentes da política. ‘As pessoas querem é subir na vida, ganhar dinheiro, e dane-se o resto.’ Exatamente como fazem muitos dos chamados representantes do povo.


Na época de Odete, lutava-se contra uma grave crise ética que, esperava-se, jamais se repetiria, muito menos que se agravaria. Denunciando a hipocrisia, Cazuza exigia: ‘Brasil, mostra a tua cara.’ O país acabou mostrando não só a cara como as entranhas apodrecidas. Num primeiro momento, houve nojo, repulsa, indignação. Governo e Congresso prometeram cortar na própria carne a parte podre. Hoje essa banda ameaça voltar pelo voto popular, cinicamente. O país da heroína de Gilberto Braga era hipócrita, e a hipocrisia, como se sabe, é a homenagem envergonhada que o vício presta à virtude; o de Bia Falcão é cínico, sem vergonha, pois sabe que nada de ruim lhe acontecerá. Nele o crime compensa.’


 




TELONA
Bruno Porto


No lugar de abobrinhas, o ofício do cinema


‘Cansado de ler entrevistas nas quais diretores de cinema eram obrigados a responder a perguntas do tipo ‘como foi trabalhar com tal ator?’, um dia o jornalista francês Laurent Tirard levou até a direção da ‘Studio’ uma proposta: ele queria publicar na revista, uma das mais prestigiosas da França, uma série de textos com os seus cineastas preferidos falando do seu ofício. Que plano eles mais gostam de usar? Eles seguem o roteiro à risca? Tirard recebeu sinal verde e colheu os depoimentos, que estão reunidos no livro ‘Grandes diretores de cinema’, da Nova Fronteira.


O jornalista teve acesso a alguns dos principais cineastas da atualidade. Martin Scorsese, Pedro Almodóvar, Woody Allen, Wim Wenders, David Lynch, Bernardo Bertolucci, Lars von Trier, Wong Kar Wai e Jean-Luc Godard estão entre os nomes que conversaram com Tirard.


Scorsese e Almodóvartêm estilos diferentes


A princípio, pode parecer que o livro só vai interessar aos profissionais ligados ao setor audiovisual ou aos cinéfilos de carteirinha. Entre um comentário sobre as vantagens de tal lente e outro sobre a pertinência do storyboard , no entanto, os diretores acabam falando sobre as suas influências e revelando como funcionam suas mentes.


Também é curioso comparar o seu modus operandi . Alguns, como Scorsese, planejam cada milímetro das filmagens e não mudam quase nada depois de pisar no set. Já Almodóvar diz que é adepto do cinema-improviso.’


 



Gramado divulga filmes competidores


‘A organização do 34 Festival de Gramado — Cinema Brasileiro e Latino, que acontece de 14 a 19 de agosto na cidade gaúcha, anunciou ontem os filmes que serão exibidos este ano. Entre as mudanças desta edição está a união das categorias ficção e documentário na competição de longas brasileiros. Os longas de ficção ‘Anjos do sol’, de Rudi Lagemann, ‘Serras da desordem’, de Andrea Tonacci, e ‘Sonhos e desejos’, de Marcelo Santiago, e os documentários ‘Atos dos homens’, de Kiko Goifman, e ‘Pro dia nascer feliz’, de João Jardim, foram os selecionados dessa categoria.


Seis filmes foram selecionados para a mostra competitiva de longas latinos do festival. São eles ‘Di buen dia a papa’, do mexicano Fernando Vargas; ‘4 mujeres descalzas’, do argentino Santiago Loza; ‘Mezcal’, de Ignacio Ortiz Cruz, do México; ‘El caracazo’, do venezuelano Roman Chalbaud; ‘Chicha tu madre’, do peruano Gianfranco Quattrini; e ‘El método’, do argentino Marcelo Piñeyro, que deve estrear no Rio em agosto com o nome ‘O que você faria?’.


Vladimir Carvalho e Nelson serão homenageados


Para a Mostra Gaúcha foram selecionados 24 curtas-metragens. A mostra de curtas de 35mm teve onze selecionados. A de curtas de 16mm, dez. O Festival de Gramado deste ano homenageará o ator Antônio Fagundes, que receberá o troféu Oscarito, o documentarista Vladimir Carvalho, com o troféu Eduardo Abelin, e o cineasta Nelson Pereira dos Santos, com uma comenda.


Neste ano, 12 filmes foram inscritos na mostra competitiva de longas brasileiros e 157 nas de curtas de 35mm e 16mm. O festival divulgará em breve o número que filmes inscritos na mostra competitiva de longas latinos. Mais uma vez presidido por Enoir Zorzanello, O Festival de Gramado contou este ano com a consultoria técnica do crítico de cinema José Carlos Avellar, atual consultor do projeto Petrobras Cultural e ex-presidente da Riofilme, e do documentarista Sérgio Sanz.’


 



ANIMA MUNDI
Rodrigo Fonseca


Com fôlego para animar


‘Pokémons, de quem toda criança gosta e que rendem milhões em franquia de bonecos, o Brasil ainda não tem nenhum. Mas, cansado de rir com o Pikachu dos japoneses, o cinema brasileiro de animação em longa-metragem resolveu dar o ar de sua graça nestes tempos em que ‘Carros’, da Pixar, e ‘Os sem-floresta’, da Dreamworks, fazem as crianças pensarem que desenho animado só tem passaporte americano ou japonês. Nesta sexta, quando for dada a largada da 14 edição do Anima Mundi, num circuito de telas que combina o Centro Cultural Banco do Brasil, Centro Cultural Correios, Casa França-Brasil, Odeon e Estação Botafogo 1, dois longas animados brasileiros — o aguardadíssimo ‘Wood & Stock: Sexo, orégano e rock’n’roll’, de Otto Guerra, e ‘BRichos’, de Paulo Munhoz e Tadao Miaqui — estarão em sua programação. O fato é inédito. Em seus 14 anos de história, só três longas com DNA nacional rolaram pelo festival (o maior do gênero na América Latina): ‘Rocky & Hudson — Os caubóis gays’ (1994), também de Otto Guerra, ‘Cassiopéia’ (1996), de Clóvis Vieira, e ‘O Grilo Feliz’, de Walbercy Ribas. A evolução parece pequena, mas, quando se avalia o que foi feito no setor desde que Anélio Latini Filho finalizou ‘Sinfonia amazônica’ (1952), o pioneiro nos desenhos longos nacionais, o momento, para a classe cinematográfica, é de… animação.


— Estamos no início de um processo de construção de um mercado — explica Aída Queiroz, organizadora do festival ao lado de César Coelho, Léa Zagury e Marcos Magalhães.


Sorrisos ainda amarelos para desenhos adultos


Com o apoio da Associação Brasileira de Cinema de Animação, a curadoria do Anima Mundi preparou para os dias 18 e 19, no CCBB, um fórum para comentar as novidades do mercado. Longa animado será um dos assuntos. O interesse pelo assunto deve aumentar depois da exibição de ‘Wood & Stock’, neste sábado, às 21h, quando Otto Guerra vai desafiar novamente um tabu: provar que desenho para adultos gera demanda.


— O filme custou R$ 1 milhão, mas em sangue, suor, brigas, comemorações, cervejas, conflitos etc, não dá pra calcular — explica o premiadíssimo realizador gaúcho, que passou quase uma década desenvolvendo esta adaptação das tiras do cartunista Angeli, e ainda teme por sua carreira comercial. — Para os exibidores e distribuidores, interessa que o produto tenha potencial de público, não importa o gênero. Mostrei o filme para um cara da Fox (uma das maiores distribuidoras internacionais em atividade no Brasil) , que olhou trechos e me disse que desenho adulto é complicado. Pode ser mesmo, mas Angeli é uma exceção, considerando que o cara chegou a vender milhares de exemplares da revista ‘Chiclete com Banana’ (já extinta) .


Se ‘Wood & Stock’ chega amparado no escracho e com um prêmio de melhor atriz coadjuvante conquistado em Recife, no 10 Cine PE — Rita Lee, que dubla a Rê Bordosa — ‘BRichos’ vem carregado em tintas ecológicas. Mais que isso, o filme de Munhoz e Miaqui, que passa domingo, versa sobre a busca pelo que seja uma identidade nacional, tendo como debatedores o filhote de um quati, o de um tamanduá e o de um jaguar.


— O Brasil tem uma das maiores reservas naturais do planeta e não pensa nela. Por isso ‘BRichos’ quer mostrar que a identidade brasileira está sempre em construção. De que adianta eleger alguém do povo para o poder, sem que esse povo entenda quem é — diz Munhoz, que, em janeiro, foi um dos dois ganhadores, na categoria animação, da verba do BNDES para produção e finalização de longas.


Dois barões da produção nacional se animam


O segundo contemplado com a verba do BNDES, ‘Garoto Cósmico’, de Alê Abreu, já se encontra em montagem neste momento. Pelo cronograma, seu corte final será dado no dia 7 de setembro, de olho em uma vaga no Festival de Brasília, realizado em novembro. Seu time de dubladores — reunindo Belchior, Arnaldo Antunes, Vanessa da Matta e Raul Cortez — impressiona. Mês que vem, outro longa que começa a sair do papel é ‘O Grilo Feliz — A aventura continua’, em que o veterano Walbercy Ribas envereda pela primeira vez no universo virtual da computação gráfica. Prestes a lançar o DVD de ‘O Grilo Feliz’, o episódio um, nos EUA, Ribas sabe a luta que é rodar um exemplar animado de longa.


— Lá, nos EUA, os orçamentos são de R$ 90 milhões. Meu filme será feito com R$ 5 milhões.


A comparação de Ribas desanima. Mas como esse verbo foi banido pelos cineastas da animação, resiste a esperança. Allan Sieber agora desenvolve ‘De mão em mão’, em homenagem a Carlos Zéfiro. Guerra já prepara um novo filme: ‘Fuga em ré menor para Kraunus e Pletskaya’. Até os barões da produção cinematográfica estão se animando. Luiz Carlos Barreto está apostando no paraibano Silvio Toledo, que desenvolve a fantasia ‘Gesebel’. Já Diler Trindade, que levou cerca de 550 mil espectadores para ver ‘Xuxinha e Guto contra os monstros do espaço’, lança em janeiro ‘Turma da Mônica em uma aventura no tempo’.


— Animação existe. O que não existe é um financiamento diverso das leis de incentivo — reclama Diler. — Sem um, o setor não cresce.’


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 12 de julho de 2006


CAMPANHA
O Estado de S. Paulo


TSE suspende distribuição de jornal pró-Lula


‘O Tribunal Superior Eleitoral determinou que o Sindicato Unificado dos Químicos e Plásticos de São Paulo suspenda a distribuição da edição n.º 264 do jornal Sindiluta Unificado e retire a íntegra do periódico de seu site na internet.


O ministro Marcelo Ribeiro concedeu liminar a uma representação movida pela coligação Por um Brasil Decente, do PSDB/PFL, sob o argumento de que a publicação faz propaganda eleitoral do presidente Lula. A coligação apontou três irregularidades: propaganda antecipada (a edição do jornal é do dia 20 de junho, mas a campanha só começou no último dia 6) e praticada por entidade sindical, além da divulgação de pesquisa eleitoral não registrada.


Em outra representação movida pela campanha de Geraldo Alckmin, o ministro negou a liminar que pedia que a Revista Brasil, editada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) paulista, fosse tirada de circulação, inclusive na internet. Ribeiro considerou a iniciativa ineficaz, uma vez que a revista foi lançada em maio.’


 



Marina Guimarães


Candidato do PT é o mais rico, destaca o ‘La Nación’


‘O jornal argentino La Nación publicou ontem reportagem sobre a situação financeira do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sob o título ‘Lula, o presidente operário, é o candidato mais rico do Brasil’ (entre os quatro principais candidatos). Diz que ‘desde a sua chegada a São Paulo, vindo do interior paupérrimo, na parte traseira de um caminhão, sua vida mudou muito’. O jornal destaca que Lula tem R$ 839 mil e seu patrimônio duplicou desde 2002.’


 



TERROR
O Estado de S. Paulo


Grupo põe na web vídeo de soldados dos EUA mortos


‘Um grupo ligado à Al-Qaeda no Iraque pôs na internet um vídeo mostrando os corpos mutilados de dois soldados americanos executados por rebeldes em junho. Numa mensagem, os extremistas disseram ter matado os dois em vingança pelo estupro e assassinato de uma iraquiana por militares da mesma companhia. Os soldados envolvidos no estupro foram indiciados nos EUA.’


 



VALERIE PLAME
O Estado de S. Paulo


Colunista admite ter revelado suas fontes


‘O colunista conservador americano Robert Novak admitiu ontem, pela primeira vez, ter revelado ao promotor Patrick Fitzgerald o nome de suas três fontes confidenciais no caso do vazamento da identidade da agente da CIA Valerie Plame em 2003. Revelar a identidade de um agente da CIA é crime. Novak afirmou ter dito a Fitzgerald no início de 2004 que os funcionários que lhe deram informações sobre Plame foram o então assessor político da Casa Branca Karl Rove, o então porta-voz da CIA Bill Harlow e outro alto membro do governo, cujo nome ele ‘ainda não pode revelar’. Fitzgerald decidiu no mês passado não indiciar Rove, mas está processando outro envolvido no caso, Lewis Libby, ex-assessor do vice-presidente Dick Cheney.’


 




RÚSSIA
Fred Hiatt


Putin, o grande inimigo da democracia


‘Quando o comunismo desmoronou, em 1991, não se esperava que a democracia triunfasse instantaneamente e em todos os lugares. No entanto, também não se esperava que o outro lado reagisse. Afinal, o que era ‘o outro lado’?


Contudo, no fim de semana, quando o presidente Vladimir Putin hospeda em São Petersburgo os líderes da primeira cúpula do G-8 (grupo dos sete países mais industrializados, mais a Rússia), o que surpreenderá não é o fato do seu país não ter se tornado uma democracia consolidada, como era esperado há uma década, quando a Rússia foi convidada a se juntar ao grupo. O que é notável – mas tem sido pouco notado – é que Putin se tornou o líder e o emblema de um movimento vigoroso para combater a disseminação da democracia. ‘Parece que os governos autoritários decidiram reagir’, disse o senador republicano Richard Lugar, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado. Lugar presidiu uma audiência em junho sobre O recuo contra a Ajuda à Democracia, título de relatório por ele encomendado à National Endowment for Democracy (NED, Fundação Nacional para a Democracia). Essa organização privada, financiada pelo governo, promove a democracia no mundo. A NED concluiu que houve um recuo mais pronunciado nos ‘regimes híbridos’, como foram chamados por Carl Gershman, presidente da organização, ou seja, autocracias que mantêm alguns processos democráticos, como eleições e que, no geral, afirmam ser democracias.


Na década de 90 muitos desses regimes toleraram a existência de grupos cívicos defensores da liberdade e dos direitos humanos e permitiram que recebessem ajuda de entidades promotoras da democracia, nos EUA e em outros países. Entretanto, depois que a Revolução Rosa acabou com o regime corrupto de Eduard Shevardnadze, na Geórgia, seguida pela Revolução Laranja, na Ucrânia, Putin e outros líderes decidiram não correr mais riscos.


Concluíram que, como foi observado por Abraham Lincoln num contexto diferente, ‘um governo não pode ficar permanentemente sendo metade escravo e metade livre’, disse Gershman em recente conversa. E assim aceleraram seu assédio contra grupos civis, rádio, partidos e outras vozes independentes – com detenções arbitrárias, proibição de vistos, regras de financiamento impossíveis, etc.


Na maior parte, os regimes alegam que as medidas têm por fim proteger a soberania do Estado, vencer o terrorismo ou atuar contra a espionagem. Uma boa notícia, embora estranha: muitos ainda se sentem obrigados a se descrever como democratas. Mesmo agora, ideologicamente falando, não existiria o ‘outro lado’. Isso dificulta o combate dessas medidas. Um bom exemplo é o relato do repórter do Washington Post, Peter Finn, na semana passada, sobre como o Kremlin acabou com os programas da Rádio Europa Livre e da Rádio Liberdade transmitidos por muitas rádio russas, sem que houvesse proibição formal, porém, importunando, insinuando ou ameaçando revogar licenças.


E os ditadores ressurgidos estão aprendendo um com o outro. Em janeiro Putin assinou lei regulamentando as organizações não-governamentais, que dará a 30.000 burocratas a opção de revogar o registro de qualquer grupo incômodo.


Agora, Hugo Chávez, na Venezuela, e Robert Mugabe, no Zimbábue, estão insistindo em uma legislação similar. A China teria enviado pesquisadores para o Usbequistão e outros ex-Estados soviéticos para comparar medidas defensivas contra a democracia: enquanto isso, o ditador da Bielo-Rússia, Alexander Lukashenko, ‘teria adquirido da China a mais recente tecnologia de controle e monitoramento da internet, quando esteve em Pequim, em 2005’, de acordo com relatório do NED.


O homem que ajudou a provocar tudo isto, o presidente democrático da Geórgia, Mickhail Saakashvili, esteve em Washington semana passada e advertiu que Putin e outros como ele podem estar interessados em promover o recuo da democracia na Geórgia, Ucrânia e outros. Bush pareceu entender.


Putin, de fato, está fortemente empenhado em eliminar a Geórgia democrática, país com quase 5 milhões de habitantes, na fronteira com o sul da Rússia. Putin proibiu importações de vinho, água mineral e outros produtos da Geórgia; está manipulando os separatistas nesse país. O sucesso de Saakashvili, promovendo o crescimento econômico e reduzindo a corrupção, pode ser um exemplo muito perigoso para Putin.


Uma pergunta chave na cúpula será se os líderes do G-7 deixarão claro que a política de prejudicar democracias vizinhas não é aceitável. A França e Alemanha deverão relutar contra interferência nos interesses comerciais mantidos com a Rússia, e não com um pequeno país ao sul. Assim, caberá a Bush fazer algo. Saakashivili parece ter passado a mensagem quando entregou a Bush a fotocópia de uma carta de 1936, descoberta nos arquivos da KGB. Essa carta, escrita à mão por líderes de um povo independente da região montanhosa de Kevsureti, estava endereçada ao Grande Governo Americano. Nela os líderes deploravam os bolcheviques invasores que forçaram os habitantes da localidade a viver em fazendas coletivas e os impedia de praticar sua religião. ‘Esperamos sua ajuda. Vocês são os únicos que podem…’


A carta nunca chegou às mãos de Franklin Roosevelt e todos os signatários foram assassinados pela KGB da época. Os tempos mudaram, graças a Deus. Mas a história não terminou e a disseminação de democracia não pode ser sempre colocada no piloto automático.


*Fred Hiatt é editor da página de editoriais do ‘Washington Post’’


 



PROGRAMA OFICIAL
O Estado de S. Paulo


Câmara aprova ‘Voz do Brasil’ em novo horário


‘Terminou de tramitar ontem na Câmara dos Deputados a proposta que torna flexível o horário de transmissão do programa Voz do Brasil pelas estações de rádio. O tema agora segue para votação no Senado. Pelo texto aprovado na Câmara, as rádios podem retransmitir o programa entre as 19 e as 22 horas, no horário que mais for conveniente. Atualmente, a transmissão é obrigatoriamente das 19 às 20 horas. A Voz do Brasil é o programa oficial dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.’


 




WINDOWS
O Estado de S. Paulo


Microsoft pode ter multa histórica na UE


‘A Comissão Européia (órgão executivo da União Européia) deve condenar hoje a Microsoft a uma multa histórica, que pode superar os 350 milhões, por não ter cedido a seus competidores a informação necessária para trabalhar com o sistema operacional Windows. Além disso, provavelmente, a empresa americana será ameaçada com novas sanções. A empresa já havia sido multada no ano passado pela Comissão Européia.’


 



REMODELAÇÃO
O Estado de S. Paulo


Financial Times une redação e internet


‘O jornal britânico Financial Times, um dos principais periódicos especializados em economia no mundo, anunciou ontem a fusão das suas equipes da área editorial e de internet. Com isso, deve cortar cerca de 50 empregos, ou 10% da força de trabalho nessas áreas. A empresa também anunciou que vai promover melhoras em sua estrutura de produção.


Segundo a direção do jornal, já foi apresentado um plano de demissão voluntária e será iniciado um período de consulta de 30 dias com o Sindicato dos Jornalistas da Inglaterra para que os cortes sejam os menores possíveis.


‘O Financial Times foi pioneiro na integração entre as redações impressa e online’, disse o o editor do jornal, Lionel Barber, em um comunicado. ‘Agora, precisamos dar o próximo passo.’ As demissões vão afetar repórteres, equipe de produção, editores e pessoal de apoio, disse um porta-voz da empresa. Como parte da renovação da produção do Financial Times, o jornal pode agora publicar páginas impressas e na internet com a mesma plataforma editorial. A companhia também planeja reduzir as diferenças entre suas várias edições e pretende treinar os jornalistas para que possam desenvolver suas ‘habilidades multimídia’.


Segundo a direção do jornal, o projeto anunciado ontem foi desenhado para criar uma ‘redação multimídia’. O Financial Times, que voltou a ser lucrativo no ano passado, após vários anos de prejuízos, é propriedade do Grupo Pearson, a maior empresa editorial do mundo, dona de marcas como Penguin, Dorling Kindersley, Scott Foresman, Prentice Hall, Addison Wesley e Longman. O grupo emprega cerca de 32 mil pessoas em 60 países, e registrou no ano passado uma receita de US$ 7,045 bilhões, com lucro operacional de US$ 875 milhões. Este ano, a diretora financeira da Pearson, Rona Fairhead, passou a comandar a divisão do grupo que administra o jornal.’


 




JUNE ALLYSON
O Estado de S. Paulo


Morre atriz que foi a esposa perfeita em Hollywood


‘Ela era a primeira a fazer sua autocrítica. ‘Não canto como Judy Garland, não danço como Cyd Charisse. Tenho dentes muito grandes, meus olhos desaparecem quando rio e minha voz é rouca. Mas as mulheres se identificam comigo e, embora os homens desejem mulheres mais sedutoras, é a mim que levam para casa para apresentar à mamãe.’


Bom-humor não faltava a June Allyson, que muitos críticos consideravam a estrela mais sem graça da Metro, nos anos dourados. Em musicais e filmes de aventuras, ela encarnou sempre a esposa perfeita. Só de James Stewart, foram três vezes, entre 1949 e 55 – em Sangue de Campeão, de Sam Wood, e Música e Lágrimas e Comando do Ar, os dois de Anthony Mann. No sábado, June morreu em sua casa, em Ojai. Tinha 88 anos e não resistiu a uma bronquite. Nascida Eleanor Geisman, ela chegou ao cinema após fazer sucesso num musical, na Broadway.’


 


PÁGINAS DA VIDA
Cristina Padiglione


Páginas da Vida discute a relação. E o sexo, sem culpa


‘A vilã estilosa que era Bia Falcão, quase inalcançável para a patuléia, cede vez a uma vilania que, para muitos, nem é assim tão maligna. Pois há mesmo quem esbarre numa figura como Marta, a personagem de Lília Cabral na novela que estreou anteontem na Globo, e até lhe dê razão. É gente que prefere fuzilar infratores, ainda que menores, a investir em educação. A megera da vez espicha o dedo médio sem constrangimento no meio da rua e cita o cunhado, advogado, para dar carteirada no trânsito. Não se engane: aquilo é uma praga e circula por aí em profusão. Daí ser mais nociva que Bia Falcão.


Páginas da Vida, novidade no pseudo-repetitivo universo de Manoel Carlos, exorcizou a tensão de Belíssima transpirando sexo, sexo e mais sexo.


Não o sexo bicho-papão que apressa moralistas de plantão a censurar o enredo. É sexo do mais elementar, bom de ser abordado. E concentrado. Em um só capítulo, a prática (ou a falta de) foi pretexto para diálogos entre Regina Duarte e Elisa Lucinda e entre Natália do Vale, Helena Ranaldi e Louise Cardoso. Natália protagonizou cena sob lençóis com José Mayer, de novo no incansável papel de sedutor. Saltando do Rio para Amsterdã, pano rápido para uma prostituta na zona da Luz Vermelha.


Só no capítulo de estréia, a DR (prática de Discutir a Relação) abasteceu cenas de Marcos Caruso e Lília Cabral, Regina Duarte e Mayer, Natália e Mayer, Ana Paula Arósio e Viviane Pasmanter, Fernanda Vasconcellos e Leandra Leal.


E que alívio encontrar em cena fumantes que não sejam necessariamente vilões. Desde que as novelas passaram a carregar a missão de evitar o tabagismo, prevalece a face mais fake do politicamente correto. Greg (Mayer) dá suas baforadas – mas não sem discurso contrário da amante, cujo marido também fuma.


Manoel Carlos repete elenco, Leblon, parto de gêmeos, domésticas amadas e o batismo de sua heroína, sempre Helena, sem falar na bossa nova da abertura (de extremo bom gosto). É tudo fachada. Reprisa a forma, mas recicla o conteúdo. Agora, escolheu Amsterdã para apresentar a gravidez de Nanda (Fernanda Vasconcellos) só para dar-lhe a opção legal do aborto – sugestão a ser feita pelo namorado.


Dado a closes capazes de denunciar os poros do impecável Thiago Lacerda (mesmo antes da TV de alta definição) e a focos épicos, Jayme Monjardim agora põe enredo urbano contemporâneo em primeiro plano e surpreende. Não que ele dispense a foto – do Redentor ao arrastão na praia. E, obcecado por iluminação, arranca matizes até da cinzenta Amsterdã. Bem novela das 8. Ôps, das 9.’


 




FASHION WEEK
O Estado de S. Paulo


Copa fashion do GNT


‘Começa hoje a Copa do Mundo das Luluzinhas, ou melhor, a Copa do GNT. E, no lugar da bola, o guarda-roupa que estará em alta na próxima estação. Essa é a sexta vez que o canal exibe uma programação diária sobre o São Paulo Fashion Week.


A estréia ocorre às 19h30 com Chris Nicklas, os bastidores do evento e os primeiros desfiles do dia. Às 22 horas – de hoje e de sábado -, Lilian Pacce faz um GNT Fashion especial com uma hora de duração. Hoje ela conversa com Amir Slama, que comenta o desfile da Sais, além de Renato Kherlakian e da modelo Carol Trentini, que falam sobre a Zoomp. O programa ainda traz uma matéria especial sobre o calendário da SPFW feito por Bob Wolfenson. A programação fashion volta à 0h15 com os melhores momentos do dia.


Para colocar no ar essa hora e meia diária, o GNT escalou uma equipe de cerca de cem profissionais. Também investiu em um lounge de 160 m2, de onde será feita toda a transmissão. A página do GNT, www.gnt.com.br, também terá seções novas, como As Últimas, que informará o internauta sobre o que está produzido, e Nas Passarelas, com comentários sobre os desfiles. Também haverá vídeos exclusivos e galeria de fotos.’


 




TV GAZETA
Cristina Padiglione


Gazeta chega ao DF


‘Ronnie Von agora dá o ar da graça também em Brasília. Desde anteontem, a paulistana TV Gazeta aporta por lá por meio da TV Apoio, cana l 43 UHF, que pertence à Fundação Educativa Apoio, presidida por Francisco Maia. O canal da Fundação Cásper Líbero fechou acordo de três anos com a Apoio e isso implicará a criação de uma sucursal da TV Gazeta no Distrito Federal. Em ano de eleições, não é uma iniciativa qualquer.


A equipe da Gazeta em Brasília será enxutinha, com dez pessoas. A extensão do território também prevê a gravação de um ou outro programa por lá, em especial no caso do Em Questão, o debate semanal pilotado por Maria Lydia nas noites de sexta-feira no canal.


Embora a Gazeta tenha no Estado de São Paulo o seu maior público, a emissora atinge hoje, entre retransmissoras e afiliadas, 260 municípios em dez Estados, incluindo Rio, Minas, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul.


Seu sinal também é aberto no satélite, o que permite a captação por parabólicas do País todo, e é ainda distribuído via DirecTV no pacote básico.’


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