Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Carlos Eduardo Lins da Silva

‘Nos últimos meses, vem se intensificando a discussão entre os especialistas na área sobre o destino dos jornais impressos. Seus índices de leitura têm caído ou estacionado em praticamente todos os países e aumentam as previsões de que seu futuro pode não ser longo nem promissor.


O debate é útil para todos os que acreditam na importância desse meio de comunicação de massa para o aprimoramento e a manutenção de valores da democracia na sociedade, embora seja praticamente impossível se chegar a um consenso sobre as causas do problema e sobre fórmulas para evitá-lo ou atenuá-lo.


Um fator freqüentemente apontado como um dos determinantes da situação diagnosticada é a diminuição paulatina das grandes reportagens ou das reportagens investigativas nas páginas dos diários. Na mesma linha, mais investimento nesse gênero jornalístico figura também comumente na lista dos paliativos para a presente condição.


O lançamento do livro ‘Instinto de Repórter’, de Elvira Lobato, repórter especial desta Folha, deve ser saudado como uma contribuição significativa para o indispensável auto-exame que os praticantes do jornalismo impresso precisam realizar para no mínimo entender o que vivem.


Elvira Lobato é uma das melhores repórteres de sua geração. Aguerrida, independente, precisa, tem dado aos jornais por onde passou, e especialmente a este, onde trabalha há 21 anos, uma enorme contribuição, assim como ao Brasil.


Ela escolheu 11 reportagens publicadas nas duas últimas décadas para compor o livro e resolveu contar a gênese, o processo de elaboração e algumas conseqüências de cada uma delas. É um exercício de grande serventia para um público enorme, dos colegas aos leitores, mas especialmente para estudantes.


Uma das lições que o livro ensina (a exemplo de outro clássico, ‘Todos os Homens do Presidente’, de Bob Woodward e Carl Bernstein) é a demonstração da enorme importância da aplicação metódica na busca de informações, por meio de rotinas geralmente aborrecidas, como a consulta cotidiana do ‘Diário Oficial da União’.


Lobato levanta também importantes temas éticos. Por exemplo: é legítimo para o repórter usar identidade falsa para obter informações? Ela agiu assim algumas vezes. ‘Quando a situação exige, digamos assim, instrumentos pouco ortodoxos de apuração, tomo minha decisão baseada nos seguintes quesitos: o assunto é de interesse público? É jornalisticamente relevante? A sociedade ganhará com a revelação desse fato?’, argumenta ela.


Acredito que esses critérios são excelentes, mas de enorme subjetividade. Em minha opinião, o ideal seria o jornalista sempre se identificar como tal e nunca se passar por outro. Mas sem dúvida este é um tema em aberto, que requer reflexões realmente profundas porque a banalização ou mesmo o emprego injustificável uma única vez de ‘instrumentos pouco ortodoxos’ podem provocar perda de credibilidade para o veículo e para o profissional. E credibilidade é uma das características absolutamente vitais para o jornalismo.


Este é apenas um dos muitos pontos fundamentais para o jornalismo que ‘Instinto de Repórter’ levanta para a indispensável troca de idéias que deveria acompanhar a prática da profissão o tempo todo.


Se na edição do livro tivesse sido incluído índice onomástico, sua utilidade para pesquisadores e estudantes teria se tornado ainda maior. Trata-se de obra de consulta. Portanto, deve facilitar ao máximo a consulta.


Como ‘Instinto de Repórter’ tem tudo para ser um sucesso de vendas, fica a sugestão para que se inclua o índice onomástico nas suas próximas edições.


Carlos Eduardo Lins da Silva é jornalista e diretor da Patri Relações Governamentais e Políticas Públicas


Instinto de Repórter Autora: Elvira Lobato Editora: Publifolha Quanto: R$ 39 (288 págs.)’



ASSASSINATOS NA ABL


Ubiratan Brasil


‘O romance policial em foco’, copyright O Estado de S. Paulo, 30/04/05


‘As livrarias brasileiras começam a receber hoje um pesado lote: são 100 mil exemplares da primeira edição de Assassinatos na Academia Brasileira de Letras (Companhia das Letras, 256 págs., R$ 35), novo romance de Jô Soares que, em seu terceiro livro, apostou novamente na multiplicidade de gêneros que lhe garantiu sucessos anteriores – O Xangô de Baker Street e O Homem Que Matou Getúlio Vargas já venderam 1,3 milhão de exemplares e foram traduzidos para 12 línguas (o primeiro inclusive chegou ao cinema).


O livro, porém, vai ter de se apertar na prateleira de romances policiais – nos últimos meses, as editoras brasileiras aumentaram o número de lançamentos desse gênero, confiantes na fidelidade de um público que, se não é vasto, ao menos não decepciona. A própria Companhia das Letras investe em sua Série Policial que, entre os autores nacionais, inclui Tony Bellotto, Joaquim Nogueira e Luiz Alfredo Garcia-Roza. Esse último tem despertado tanta atenção de editores estrangeiros que seu novo livro, entregue à Companhia na semana passada, já está comprado pela americana Henry Holt. O próximo, que ele nem sabe que cara terá, também já está encomendado.


Pelo mesmo mar tranqüilo navega a editora Record que, desde 1998, mantém a Coleção Negra, série de livros policias que inicialmente se dedicou a lançar livros dos ‘papas’ contemporâneos do gênero, como James Ellroy e Elmore Leonard, até descobrir um filão para brasileiros. O primeiro, Modelo para Morrer, de Flávio Moreira da Costa, foi lançado em 1999. Em seguida, a fila engordou com obras de Tabajara Ruas, Rubem Mauro Machado e Rubens Figueiredo. Na época, o fato foi comemorado por Moreira da Costa que, veterano em escritos de suspense, notava que, pela primeira vez no Brasil, percebia-se que não se tratavam de casos isolados de livros policiais.


‘Literatura policial é entretenimento com uma temática muito forte, sedutora. É uma forma muito moderna de literatura. O texto é enxuto e não existe aquela vaidade literária comum em autores de outros gêneros’, observa Tony Bellotto, que recentemente lançou a terceira aventura de seu detetive, Bellini e os Espíritos.


Todos concordam que Rubem Fonseca foi o primeiro a iluminar o caminho, mostrando a possibilidade de se produzir romance policial brasileiro com qualidade – antes dele, os exemplos eram esporádicos, como o advogado Luís Lopes Coelho que, embora com um texto rebuscado demais, produziu histórias interessantes, especialmente por serem ambientadas em São Paulo, como O Homem Que Matava Quadros.


O fortalecimento das coleções comprova que o ressurgimento do romance policial não é fenômeno exclusivamente brasileiro – desde os anos 1960, Espanha, Dinamarca, Itália, França e países aparentemente periféricos nesse mapa literário, como Cuba, vêm revelando excelentes escritores.


É uma tendência mundial que cria características próprias em cada lugar, como comprovam os romances publicados no Brasil pelos cubanos Leonardo Padura Fuentes e José Latour, exemplares por revelarem uma visão contundente da sociedade capitalista, onde a justiça muitas vezes só parece possível fora da lei – e uma reflexão lúcida sobre o significado de ser cubano, tanto em Cuba como em Miami, desde a revolução comunista.


O que ainda não parece existir é uma literatura policial com características exclusivamente brasileiras, devido ao pequeno número de escritores do gênero e por alguns ainda disfarçarem o romance policial com outros elementos. As vendas e os lançamentos, porém, apontam para mudanças significativas.’



Arnaldo Bloch


‘O veneno de Jô’, copyright O Globo, 30/04/05


‘Um alfaiate anão de beleza descomunal (!). Um jurisconsulto com um hálito capaz de abrir clarões na multidão. Um padre imortal de grande fervor e castidade, mas libidinoso a ponto de assistir a um Fla-Flu nas Laranjeiras sem roupas de baixo (para, através do contato com o cimento das arquibancadas, ‘comunicar-se’ por tabela com a carne do povo). Um envenenador compulsivo, descendente de uma seita medieval. E um detetive devorador de livros e de mulheres que se chama Machado Machado.


A colméia humana criada por Jô Soares em seu terceiro romance, ‘Assassinatos na Academia Brasileira de Letras’, produz na mente do leitor um zumbido ininterrupto do início ao fim. É o efeito do mel e do fel da escrita de Jô, que agora une suspense policial, humor negro (e sua já conhecida obsessão por curiosidades históricas) para compor uma sátira mordaz à Casa de Machado de Assis nos anos 20.


Apesar de a temática remeter à candidatura-blague de Jô à vaga de Jorge Amado em 2002, o humorista-escritor-pintor-dramaturgo-entrevistador-ator (apelidado de renaissance-man em reportagem no ‘New York Times’) jura que a idéia do livro partiu de uma notícia de jornal.


– A notícia era sobre uma recepção solene em que a comida estava estragada e os convidados foram parar no hospital. Nada a ver com a minha candidatura, que foi apenas uma brincadeira ao saber que o Paulo Coelho estava concorrendo, mas transformaram aquilo numa grande quizumba – assegura Jô, que, de leve, promove, no novo livro, uma discreta e incidental aparição do alquimista, ali transmutado na carcaça de escritor francês, um certo Paul Lapin.


Mas, como diz, com grande sabedoria, o gordíssimo poeta Euzébio Fernandes na página 162 do romance, ‘No fundo, todos querem entrar para a Academia’.


Será?


– Não sei… acho que não. Eu, pelo menos, não sou candidato. A ABL tem uma coisa engraçadíssima: é a única honraria pela qual você tem que batalhar, fazer campanha política, elogios, mandar cartas! Todas as outras honrarias são outorgadas. Sinceramente, não me vejo no papel de mandar flores e chocolates para ser imortal. Agora, não tenho nada contra nem a favor da Academia, tenho amigos por lá, e fui casado 20 anos com a Thereza Austregésilo. Se fosse uma escolha natural e espontânea, tudo bem. Afinal, aceitei a comenda de chevalier na França, e a Ordem do Rio Branco.


Se na vida real o gordo morde e sopra, no novo livro, editado pela Companhia das Letras, a Academia é retratada como um enxame convulso e ardiloso, a ponto de o leitor perguntar-se até que ponto o infame envenenador de imortais(!) é assim tão infame.


– Ora, não se pode fazer um livro reverente sobre a academia! Jorge Amado, em ‘Farda, fardão, camisola de dormir’, descreve esses meandros. Qualquer escritor consciente que faz um retrato de uma instituição dessas não fecharia os olhos. Ou de qualquer instituição. Até de um conclave do Papa! Na academia francesa é a mesma coisa. No colegiado dos cardeais, idem. O homem, em qualquer associação, tem grandezas e pequenezas. Como disse um acadêmico francês, nenhum grupo humano é composto só de virtuosos. Se fosse assim, seria um tédio – decreta Jô, convidado para um chá na ABL em junho, quando o livro terá um lançamento extraordinário no Petit Trianon. Audácia!’



***


‘Na nova viagem ao passado, parada nos boêmios anos 20’, copyright O Globo, 30/04/05


‘Marcando as cenas de ‘Assassinatos…’ com uma precisão que mistura a experiência nos palcos aos cortes cinematográficos, Jô, cinéfilo de longa folha, descreve o Rio da primeira metade dos anos 20 com um olho curioso e detalhista, em que a qualidade de cada madeira, a cor de cada fachada, o desenho de cada tecido, a marca de cada carro entregam de bandeja ao leitor (e, talvez, a um futuro diretor de arte de cinema) a reconstituição da época.


Fatos como as comemorações do centenário da Independência e a revolta tenentista emolduram a cena carioca, que Jô concentra nos salões, nos restaurantes, no cassino e na piscina do Copacabana Palace recém-inaugurado, no burburinho do restaurante Lamas (que na época ficava no Largo do Machado e era um dos pontos de encontro da intelectualidade), no Teatro São José (palco de revistas e de vedetes à française ), e no esplendor da Lapa quando era a Lapa e, é claro, no Petit Trianon, e nas ruas do Centro em geral.


– Meu interesse quando entro num livro é o de voltar numa máquina do tempo. E é essa pesquisa que vai despertando em mim analogias e idéias para ir preenchendo o roteiro que faço previamente da história.


O interesse de Jô por essa época em especial tem raízes que transcendem o esforço de pesquisa: os pais viveram-na com intensidade (a mãe freqüentava o cassino do Copa, o pai bebia no Lamas) , e Jô absorveu esta paixão pela cidade na forma de narrações espontâneas que o lançaram, conseqüentemente, na roda carioca das décadas que se seguiriam.


Jô segue regra de Rubem Fonseca e não cria palavras


Pelo Copacabana Palace, Jô cultiva um carinho especial: quando criança, morou lá.


– Eu tinha 9 anos quando minha família se mudou para o Copa. Depois fui estudar no exterior. Quando voltei, os negócios de papai estavam em crise, ele foi para um apartamento emprestado, e eu tive que ir morar num quarto alugado na Prado Junior. Lembro que a mudança foi a pé, com um burro-sem-rabo levando minhas coisas e eu, de terno e gravata, acompanhando o rapaz que puxava a carroça. Era o período da piscina do Copa, que depois voltei a freqüentar durante anos com amigos.


O gosto pelo detalhe pode ser percebido também no uso das palavras: as frases de Jô estão cada vez mais frondosas, de termos escolhidos, ora exatos, ora pomposos, ora exóticos, onomatopéicos, sinonímicos, musicais, esdrúxulos, zombeteiros. Mas nunca inventados:


– O Rubem Fonseca disse que inventar palavra só depois do quinto livro.


Para compor as notícias fictícias sobre os crimes da Academia (impressas no livro em tipos especiais), dicionários de época tiveram que ser consultados para que, palavra por palavra, o texto fosse escrito conforme a grafia de então.


– Tenho um fascínio enorme pelos detalhes. Se ler em algum lugar por que é que o botão tem quatro furos em vez de dois, usarei essa informação um dia. Acho fascinante essa pequena descoberta, que não é importante no todo, mas é importante na sondagem da natureza humana. Quem é esse cara que inventou isso? Quando o açúcar era em pedra no papel, ele esfarinhava um mês depois. Um sujeito fez um corte por dentro e, quatro meses depois, a pedra estava inteira. Registrou a idéia e ficou milionário. A informação não quer dizer nada, mas o nível de ociosidade do cara é, certamente, um assunto interessante.


‘Minha ferramenta para tudo é o humor’


Confrontado com um possível desafio futuro, o de escrever um livro que o liberte deste gosto pela pesquisa e pelo detalhe, Jô não hesita:


– Não acredito. Sem me divertir, não consigo escrever. Minha ferramenta para tudo é o humor. Só comecei a escrever quando descobri que podia explorar qualquer assunto com o riso. Escrever sem pensar, sobre o que passa no interior, no inconsciente, não sei fazer. Já bastam as sessões de análise. Mas gosto e até invejo quem consegue. Há livros do Jorge Mautner extraordinários nessa linha. Mas não sei fazer. Cada um tem o seu jeito.


Como leitor, o espectro de interesses de Jô é amplo, como o do personagem Machado Machado, que surpreende a todos com sua erudição.


– Leio tudo, de Proust a Bukowsky. O leitor tem essa vantagem: pode ler o que quiser. O escritor, por outro lado, não pode escrever sobre tudo de todas as maneiras.’



ROMANCE POLICIAL


Patrícia Villalba


‘‘A literatura policial não deve nada a ninguém’’, copyright O Estado de S. Paulo, 30/04/05


‘Por muito tempo, os americanos acharam que só eles poderiam escrever romances policiais. Afinal, os detetives de lá são mais charmosos que os nossos, é fato. O delegado Espinosa, porém, fez exceção à regra. Seu criador, o escritor carioca Luiz Alfredo Garcia-Roza já o levou a 12 países e conseguiu o que é para poucos: seu novo livro, que foi entregue à Companhia das Letras na semana passada, já está comprado pela americana Henry Holt. O próximo, que ele nem sabe que cara terá, também já está encomendado. Nesta entrevista ao Estado, o escritor fala do gênero policial e conta um pouco – bem pouco, para não perder o hábito do mistério – do seu novo romance, ainda sem data de lançamento:


O gênero policial já está consolidado no Brasil?


Acho que a gente ainda não tem massa crítica para falar numa literatura policial brasileira. Temos poucos escritores do gênero e alguns ainda disfarçam o romance policial com outros elementos.


Onde está a dificuldade?


Tem muito a ver com a imagem que o brasileiro tem da polícia. A gente vem de um período de repressão, quando qualquer coisa que implicasse investigação era muito mal vista. Até romper essa crosta de resistência leva tempo. O que se deve fazer é dar uma outra imagem da polícia nos livros. E para fazer uma novela policial você não precisa necessariamente ambientar a história dentro da polícia. É possível fazer romance policial, apesar da polícia.


Mesmo com uma pequena produção, o senhor vê algum traço que marque a literatura policial brasileira?


O que o autor brasileiro pode apresentar de específico dele é a ambientação da trama. Acho que os romances que se desenvolvem no Rio – mais do que os que se passam em cidades como São Paulo e Porto Alegre – passam a ter um sabor próprio, em comparação com os livros nova-iorquinos, por exemplo. Mas não sei se isso é um diferencial ou um detalhe.


O fato de um romance ser ambientado no Rio conta, na hora de lançá-lo no exterior?


Sem dúvida é um grande atrativo. O Rio é o próprio corpo das minhas histórias. Ninguém é impermeável a sua geografia. Copacabana, por exemplo, é misteriosa por ela própria.


Pode-se dizer, então, que a geografia, o lugar onde se passa a história, é fundamental num romance policial?


Claro, a geografia não é um acidente na história. Se uma novela policial é uma história, ela também é uma geografia. E não estou dizendo que apenas as cidades bonitas são importantes. Uma geografia pode ser importante até pela falta de estética. Vai implicar um modo de ser diferente.


O sr. já é um expert em criminalística?


Não sei nada, sou completamente ignorante no assunto. Nos meus livros, os aspectos policiais são pouco usados, me interessa muito mais o humano do que o policial. Me interessa mais o fato de o delegado Espinosa ser excêntrico e solitário. Estou no quinto livro com ele e nem sequer disse que arma usa. Ao escrever, quando sinto que posso incorrer em algum erro jurídico, recorro a um amigo que é advogado criminalista. Então, os conhecimentos técnicos não interferem na criação. E é claro que não vou cometer enganos estruturais. Sei minimamente como funciona uma delegacia.


A literatura policial ainda espera um reconhecimento?


Não, pelo contrário. A literatura policial se mantém sozinha há décadas, não deve nada a ninguém. Não é subliteratura, o prestígio dela está mais do que estabelecido.


Como será o próximo livro?


Não dá para contar ainda. O que posso dizer é que não é uma história com o Espinosa, não tem polícia. Tomei esta decisão porque já escrevi cinco livros com ele e o personagem tende a empobrecer se for muito usado. Vou dar umas férias para ele, depois retomo.’