Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Chávez é “um perigo”,
diz editorial do Estadão


Leia abaixo os textos de quarta-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 6 de junho de 2007


VENEZUELA
Editorial


Por que Chávez é um perigo


‘Seria irrealista esperar que o presidente Lula dissesse o contrário, mas nem por isso pode passar sem reparo a sua avaliação, manifestada em entrevista ao programa Hard Talk, da BBC de Londres, de que o presidente – ou melhor, o protoditador – da Venezuela, Hugo Chávez, ‘não representa um perigo’ para a América Latina. Naturalmente, o que levou o entrevistador Stephen Sackur a trazer para a sabatina a posição de Lula diante da figura do coronel de Caracas foi a sua mais recente agressão às já combalidas liberdades democráticas no seu país, o cancelamento da concessão da emissora oposicionista RCTV, a mais popular da Venezuela. Lula fez o que sabia para sair pela tangente do embaraçoso questionamento, a ponto de ser admoestado pelo jornalista: ‘Para mim, o senhor está tentando evitar fazer críticas a Chávez.’ Pura verdade.


O Brasil é o segundo maior parceiro comercial da Venezuela, depois dos Estados Unidos – e Lula leva em conta os interesses de empresas brasileiras no vizinho país para reagir com menos ênfase do que seria apropriado às sortidas chavistas, mesmo quando afetam diretamente o País, a exemplo do rombudo ataque do caudilho ao Congresso Nacional por sua moção de censura à extinção da RCTV. Se quisesse traçar a proverbial linha vermelha entre o tolerável e o inaceitável, o governo, em vez de convocar o embaixador venezuelano a dar explicações ao Itamaraty, poderia chamar a Brasília, ‘para consultas’, o embaixador brasileiro em Caracas – uma inequívoca mensagem nas relações bilaterais de quaisquer países. De todo modo, vai uma distância entre ficar aquém do necessário e ir além do conveniente.


Nesse intervalo é que se situa a questão substantiva do perigo representado pelo chavismo – ou pela tentação autoritária em geral, onde quer que se manifeste na região – para a consolidação democrática no hemisfério. Se o regime das liberdades de há muito estivesse firmemente enraizado na América Latina, a Carta da Organização dos Estados Americanos (OEA), da qual a Venezuela é signatária, não conteria uma Cláusula Democrática e tampouco o Tratado do Mercosul, ao qual a Venezuela quer associar-se. Ambos os textos deixam explícito que afrontas à democracia não são assuntos de alçada exclusivamente interna dos países onde tenham ocorrido, mas de toda a comunidade regional. É um equívoco, nesse contexto, falar em ‘aprender a respeitar’, como recomendou Lula na mencionada entrevista à BBC, ‘a lógica legal de cada país’.


Depois de uma sombria história de ditaduras e violações brutais dos direitos humanos que parecia não terminar jamais em todo o território latino-americano, instituíram-se a duras penas normas multilaterais destinadas a salvaguardar as franquias democráticas comuns – ainda longe de adquirir imunidade contra as investidas da tirania. Precisamente por isso, ‘a lógica legal de cada país’ haverá de merecer o irrestrito respeito dos vizinhos, sim, desde que não atente contra os princípios e as práticas da democracia secularmente espezinhados neste canto do mundo, a começar da liberdade de expressão. Ou desde que não se valha do formalismo jurídico para dar fumaças de legalidade a uma violência – assim reconhecida em todo o mundo civilizado – como a que tirou do ar a RCTV.


Os protestos surgidos na América Latina contra mais essa pedra assentada na construção da autocracia chavista – que alcançaram na própria Venezuela proporções inéditas desde o advento da malsinada ‘revolução bolivariana’ – são alentadores por evidenciar a presença, na região, de anticorpos contra o contágio autoritário, em que pese o chavismo de meia-confecção do dirigente boliviano Evo Morales.


Se é fato que os latino-americanos estão diante de dois modelos de transformação prometida – encarnados por Lula e Chávez -, as políticas atrabiliárias deste último proporcionam ao brasileiro uma nova oportunidade para reforçar a própria imagem, no hemisfério e na arena global, de líder de esquerda capaz de ‘fazer mais para mudar o mundo’ – nas palavras do Guardian de Londres – do que o vociferante venezuelano, cujo esquerdismo é um pobre disfarce para o seu projeto, até aqui vitorioso, de transformar a Venezuela numa ditadura caudilhista.’


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RCTV transmitirá em praça pública


‘AFP E AP – A emissora Rádio Caracas Televisão (RCTV), fora do ar desde o último dia 27 por decisão do governo venezuelano, irá transmitir parte de sua programação em telões instalados em praças públicas de Caracas e cidades no interior do país. A decisão foi anunciada ontem junto com o local e data da primeira transmissão: hoje, na Praça Alfredo Sadel, na capital venezuelana.


De acordo com diretores da RCTV, os telões irão exibir capítulos das novelas Mi Prima Ciela e Camaleona, que iam ao ar no horário nobre até o sinal da emissora ser cortado. O público também poderá assistir ao vivo à gravação de programas humorísticos e de auditório, como o campeão de audiência Quem Quer Ser Milionário?


Há 53 anos no ar, a RCTV era a emissora mais popular da Venezuela e a única de alcance nacional que fazia oposição ao presidente Hugo Chávez. O governo venezuelano, porém, se recusou a renovar sua licença para transmitir pelo canal 2 alegando que seus diretores são golpistas e não cumpriram com compromissos legais e fiscais. Nos últimos dias, parte da programação da RCTV tem sido veiculada na internet e pelo sinal internacional da emissora colombiana Caracol. A direção da RCTV diz não ter intenção de mudar suas operações para outro país.


O fim das transmissões da RCTV provocou manifestações de repúdio de diversos países e organizações internacionais, que encararam a decisão do governo como um ataque à liberdade de expressão. Até o Senado brasileiro se manifestou contra a medida, o que levou Chávez a acusá-lo de ser um ‘papagaio’ do Congresso americano e a abrir uma crise diplomática entre os dois países.


Nas principais cidades venezuelanas, milhares de estudantes estão protestando há mais de uma semana contra o fim das transmissões da RCTV. Ontem, eles organizaram uma manifestação no metrô de Caracas.


Numa conferência em Praga, o presidente americano, George W. Bush, incluiu a Venezuela na lista de países nos quais a liberdade está ameaçada – junto com Usbequistão e Vietnã – e acusou Chávez de ‘desmantelar as instituições democráticas’ de seu país. No Panamá, uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA) terminou respaldando a liberdade de imprensa, mas sem nenhuma menção ao caso RCTV em seu documento final – o que pode ser interpretado como uma vitória da Venezuela sobre os EUA.


MERCOSUL


O presidente da Câmara dos Deputados brasileira, Arlindo Chinaglia (PT-SP), defendeu ontem a aprovação do protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul. Na véspera, a oposição havia ameaçado obstruir a tramitação do documento em resposta aos ataques de Chávez ao Congresso. Segundo Chinaglia, os dois temas devem ser tratados independentemente.’


MÍDIA & MERCADO
Seth Sutel


Bilionário entra na briga pela Dow Jones


‘Associated Press, Nova York – O bilionário do ramo de supermercados Ron Burkle está interessado em fazer uma oferta pelo grupo de mídia Dow Jones & Co., que edita o Wall Street Journal. A oferta seria feita em conjunto com o sindicato Independent Association of Publishers’ Employees (Iape), que representa os empregados do jornal. A informação foi dada ontem pelo próprio presidente do sindicato, Steve Yount.


O sindicato procurou Burkle e outros interessados em potencial depois que a família Bancroft, que controla a Dow Jones, aceitou se reunir com o magnata da mídia Rupert Murdoch, dono da News Corp., para analisar sua oferta de US$ 5 bilhões pela companhia. A notícia surge um dia depois de Murdoch ter realizado sua primeira reunião com três membros da família Bancroft que também integram o conselho de administração da Dow Jones. Murdoch e um representante da família disseram depois da reunião que as conversas foram ‘construtivas’, mas nenhum quis fornecer mais detalhes e não ficou claro quando poderiam ocorrer novas conversações.


O sindicato e muitos empregados do Wall Street Journal, bem como um acionista importante, Jim Ottaway Jr., continuam contrários à proposta de Murdoch, dizendo que este poderia interferir na cobertura do jornal para atender a interesses empresariais. Steve Yount disse que Burkle foi o primeiro de vários interessados em potencial a responder a suas iniciativas. O interesse de Burkle foi noticiado inicialmente pelo próprio Wall Street Journal.


Yount disse que o interesse de Burkle era preliminar, e os detalhes ainda precisavam ser trabalhados. Disse ainda que o sindicato também havia sondado outros interessados em potencial, entre eles o investidor Warren Buffett, mas só recebera resposta até então de Burkle. Yount não quis identificar os outros interessados, nem detalhar o papel financeiro do sindicato em alguma proposta.


Em Omaha, a assistente de Buffett, Debbie Bosanek, confirmou o recebimento de uma carta do sindicato na terça-feira, mas não quis fazer outros comentários. O surgimento de um novo disputante em potencial pela Dow Jones fez as ações da empresa avançarem US$ 0,66, ou 1,1%, para US$ 60,82. O nível está levemente acima da oferta de US$ 60 feita por Murdoch, indicando que os investidores podem esperar um preço mais alto na venda da companhia.


Burkle já havia manifestado interesse em adquirir a Tribune Co., que publica os jornais Los Angeles Times e Chicago Tribune, entre outros, junto com o colega bilionário Eli Broad. Mas a companhia terminou concordando com sua aquisição privada em um acordo patrocinado pelo investidor imobiliário de Chicago, Sam Zell.


Burkle, que fez fortuna investindo em cadeias de supermercados, também se associou no ano passado a um sindicato representante de empregados em nove jornais da Knight Ridder Inc. na tentativa de comprar esta empresa. Mas a Knight Ridder terminou acertando a própria venda à McClatchy Co., outro grupo de mídia da Califórnia.


O escritório de Burkle não retornou às ligações pedindo comentários. A família Bancroft, descendentes do ex-proprietário da Dow Jones, Clarence Barron, controla 64% dos direitos de voto na companhia por meio de uma classe especial de ações com direito de voto maior que o das outras ações. A família detém 25% total do capital da companhia.’


O Estado de S. Paulo


Revista revela o perfil do aplicador


‘Os investidores pessoa física ocupam lugar de destaque na Bolsa. Eles respondem por mais de 22% do volume à vista e acima de 69% do volume com opções, de acordo com a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) – que já tem mais de R$ 53,7 bilhões em ativos custodiados de pessoas físicas. O universo desses investidores, porém, se divide em subgrupos com hábitos e interesses bem diferentes. Por isso, requerem também estratégias e cuidados distintos. Essa diversidade é avaliada na reportagem de capa da edição 14 da revista Estadão Investimentos, nas bancas desde 5 de junho.


Grande parte dos novatos, por exemplo, migram não por confiar plenamente na Bolsa, mas por falta de opções atraentes na renda fixa. Esses investidores tendem a concentrar suas aplicações em papéis de grandes empresas, acreditando ser mais seguras. A maior parte dos especialistas, porém, alerta que a diversificação é uma estratégia mais segura, sobretudo ao pequeno investidor.


Pode-se perceber também que a nova geração de investidores da Bolsa aproveita intensivamente a tecnologia. Em abril, as negociações feitas por home broker já chegavam a 26,61% dos negócios da Bovespa e a 7,49% do volume total negociado.


A revista traz ainda reportagem sobre a análise grafista (ou técnica), adotada por boa parcela dos pequenos investidores. Especialistas de mercado, porém, apontam restrições a seu uso indiscriminado. Um dos problemas é a ansiedade dos novatos em conseguir ‘enxergar’ nos gráficos as figuras esperadas, o que leva a decisões precipitadas.


Ainda no tema ações, Estadão Investimentos apresenta a história completa da formação e estratégia do Clube de Investimento de Detroit, um dos mais antigos clubes de ações dos EUA. Seus sócios-fundadores, temporariamente separados durante a 2ª Guerra Mundial, buscaram ao longo de décadas localizar os melhores administradores de empresas do mercado, para aplicar em papéis destinados a crescer. Os integrantes do clube ficaram milionários. Um deles criou a maior rede de educação de investidores dos EUA (a NAIC, sigla em inglês da Associação Nacional dos Clubes de Investidores).


Na entrevista da edição 14, o leitor pode conhecer melhor o estilo de investir e a filosofia de vida do gestor e milionário Christopher Gardner, o homem que inspirou o filme ‘À procura da felicidade’, estrelado por Will Smith. Embora otimista, ele alerta para o ‘índice ansiedade’ que cresce no mundo e, particularmente, nos EUA, por causa da situação no Iraque e de outros conflitos.


A revista contém ainda avaliações de fundos mais acessíveis para a classe média e analisa a estréia na Bolsa de empresas de novos setores, como o de educação e saúde.’


CASO ROBERTO CARLOS
Jotabê Medeiros


Biógrafo de Roberto seduz com ‘aula-show’


‘Te cuida, Ariano Suassuna! Outro autor brasileiro, dessa feita um baiano de Vitória da Conquista, está fazendo escola na seara das ‘aulas-show’ que celebrizaram o paraibano de A Pedra do Reino.


O fato deu-se na Livraria da Vila da Alameda Lorena, na noite de segunda-feira. O astro era Paulo César Araújo, autor da biografia não-autorizada Roberto Carlos em Detalhes. Privado de sua obra, que levou 15 anos para escrever, restou a Paulo César um único trunfo, o de recontar a história, e ele faz isso com habilidade, ironia e presença de espírito.


É hilariante sua teatralização dos encontros entre Roberto Carlos e seus advogados. O advogado lia o livro, louco para iniciar uma ação por calúnia e difamação, grifava alguma coisa que lhe parecia cabeluda e levava a Roberto. ‘Isso aqui é mentira, Roberto?’, perguntava o rábula. ‘Não, bicho! É verdade…’, responde Araújo, imitando Roberto Carlos, e a platéia desaba em risadas. Ao final, não restou outra alternativa à defesa do cantor senão iniciar um processo por ‘invasão de privacidade’ generalizante. ‘Os advogados dele tiraram leite de pedra.’


Autor também de Eu não Sou Cachorro não, sobre astros da música brasileira considerada cafona, Paulo César recheia suas falas com trechos das canções que analisou, de Waldick Soriano, Nelson Ned, Reginaldo Rossi. Faz a platéia chorar de rir ao contar como tremia de medo ao pensar na reação de Agnaldo Timóteo às suas análises de canções com temática homossexual. Foi o caso de Galeria do Amor (referência à Galeria Alaska, famoso ponto de ‘pegação’ no Rio).


‘Timóteo, pouca gente sabe, é botafoguense doente. Dizem que ele assiste a todas as mesas-redondas de futebol, e é capaz de, se alguém falar muito mal do Botafogo, ele pegar o carro e ir até a estação de TV para tentar dar um refrega no comentarista.’


No dia do lançamento do livro, dia chuvoso no Rio de Janeiro, eis que entra na livraria um sujeito de capa todo encharcado, tira o capuz e pergunta em voz alta: ‘Quem aí é o Paulo César?’ Era Timóteo. Araújo já se via nocauteado no chão. Mas o cantor o abraçou. Viera para elogiar o livro, ‘muito respeitoso’, e pedir autógrafos em exemplares para ele, Silvio Santos e Raul Gil.


O escritor levantou aspectos de consumo de drogas na obra de Odair José, falou da violência já premente na obra de Lindomar Castilho (que matou a mulher numa boate com três tiros) e ninguém o perturbou. ‘Coube a Roberto Carlos, sem homossexualismo, sem assassinato, sem maconha, partir com tudo para cima de mim. E ele resolveu inovar: veio com dois processos, um cível e um criminal’, bradou, no único momento queixoso do encontro.


‘Só trato de aspectos pessoais da vida de alguém em meus livros se isso contribuir para o entendimento da obra’, afirmou o autor que, aos 16 anos, recém-chegado da Bahia, ia de Vila Maria a Santana para trabalhar como operário. Foi parar no Rio de Janeiro atrás de uma namorada, onde se estabeleceu.


Araújo começou sua aula-show lembrando da primeira entrevista que fez, ainda estudante da PUC do Rio, ao iniciar sua pesquisa sobre a MPB. Ligou de um orelhão para o maior ícone da música brasileira, Tom Jobim. O próprio Tom atendeu, e cansado de perder o interlocutor porque a ficha acabava, Tom o convidou a ir à sua casa. Depois, Araújo ligou para Caetano Veloso. ‘Era uma época em que o Caetano também atendia o telefone’, brincou. ‘É, quando ele não tinha mulher chata ainda’, emenda alguém na platéia.


Na platéia, cerca de 50 sem-livro, gente que se viu privada do direito de ler a história do maior cantor popular brasileiro por conta de decisão judicial. Participação especial: o escritor Marcelino Freire, que leu o anárquico manifesto Vamos Todos Processar Roberto Carlos (‘Ele, sim, sempre invadiu nossa privacidade, a nossa casa no Natal. Invadiu o nosso carro, o nosso motel, a nossa estrada de Santos’). Marcelino terminou com uma reinterpretação de Sua Estupidez. A platéia desabou na risada.


‘O mundo está perplexo. Me ligam de Portugal, do México. Agora mesmo estou indo aos Estados Unidos para um debate. Lá, todo dia sai uma biografia não-autorizada, e ninguém censura. Tem mais de cem biografias só do Frank Sinatra’, disse Paulo César, que também é estrela da Feira Literária de Paraty, a Flip.’


TELEVISÃO
Keila Jimenez


Lobão vira VJ


‘O ódio virou amor. Pelo menos no caso envolvendo Lobão e a MTV. O cantor que por décadas amaldiçoou a emissora e todos os seus respectivos frutos não só se rendeu ao famoso acústico do canal, como virou VJ da casa. Ou melhor: apresentador, uma vez que a MTV resolveu abolir esse rótulo de VJ de todo o seu casting. Agora todos são apresentadores.


VJ ou não, o fato é que Lobão, que foi mordido pelo bichinho da TV ao apresentar o extinto Saca-Rolha, da PlayTV (ao lado de Marcelo Tas e Mariana Weickert), será o novo apresentador do Debate MTV.


O contrato inicial do cantor com a emissora musical é de três meses: começa em 19 de junho e vai até 18 de setembro. Lobão assume a vaga deixada por Cazé, que vai gravar a nova temporada do Casal Neura.


O cantor chamou a atenção da emissora para a vaga ao participar de uma edição do programa em abril, em um debate sobre o futuro do CD no Brasil.


Chegado em uma polêmica, Lobão pode até ganhar um contrato fixo com a MTV – passados os três meses de experiência – em uma nova atração. Isso tudo se amor entre eles continuar, é claro!


entre- linhas


O ex-SBT Rodrigo Veronese, o Lucas de Paraíso Tropical, assinou contrato com a Globo até 2011. Assim como seu par na novela, a atriz Renée de Vielmond, ele voltará para participações na trama de Gilberto Braga e Ricardo Linhares.


A minissérie Amazônia, de Glória Perez, tem estréia prevista para o domingo no horário nobre da emissora portuguesa SIC.


Após viver a irmã de Marta (Lilia Cabral) em Páginas da Vida, Sívia Salgado será uma das protagonistas de Amigas e Rivais, nova trama do SBT.


A NET abre o sinal do canal Telecine Light para todos os assinantes até 12 de junho. O Canal Brasil também está liberado até o dia 13.


O Universal Channel exibe no dia 13 de junho, às 23 horas, o último episódio da quinta temporada da série Monk.


O programa Conexão Roberto D’Ávila exibe uma entrevista com o empresário Antônio Ermírio de Moraes. Hoje, na Cultura, às 23h40.


Lílian Pacce entrevista a top Gisele Bündchen no seu GNT Fashion. Hoje, às 22 horas.


O 8.º Fórum Brasil de Televisão premiou três produções em seu pitching: o seriado Os Buchas, da Vitória Produções, do Rio; a animação Os Abelhudos, da Editora Os Abelhudos, de Curitiba; e o documentário À Margem do Lixo, de Evaldo Mocarzel, da Raiz Produções Cinematográficas, de São Paulo.’


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 6 de junho de 2007


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Insegurança


‘O blog de Fernando Rodrigues no UOL abriu o dia dizendo que a ‘operação da Polícia Federal é boa para lustrar a imagem de Lula’, ao menos ‘por enquanto’.


O blog de Ricardo Noblat no Globo Online foi pela mesma linha, ‘Lula vai faturar um horror com essa de a PF vasculhar a casa do irmão’. Veio a Globo e, na entrevista com Lula na Índia, confirmou as suspeitas. E no início da noite, na manchete da Reuters Brasil, ‘Oposição adota cautela e diz que Lula pode usar a investigação do irmão para se vangloriar’. Roberto Jefferson, em seu blog, com reprodução no Globo Online, foi além e alertou que ‘a busca na casa do irmão parece um pretexto para agudizar ações’ que causam ‘insegurança quanto a garantias individuais’.


De volta a Lula, o problema talvez nem seja o irmão, mas o ‘compadre’, já nas manchetes do ‘JN’, ontem.


AGORA É FEDERAL


A velha UNE corre atrás da ocupação na USP -e ontem, na manchete do portal iG, ‘Alunos ocupam as reitorias de universidades de quatro Estados’, todas federais.


Mas a notícia surgiu antes no site do MST, e as quatro se adiantaram à data marcada pela UNE. Nada garante que a entidade, ligada ao PC do B e afastada dos estudantes da USP, esteja no comando dos movimentos de ocupação.


COMO RECOMEÇAR?


O blog Ocupação da USP, do movimento que toma o MST como modelo de organização apartidária, vem convocando uma ‘Plenária Nacional’ para o dia 16 na ‘reitoria ocupada’. Quer ‘unificar e potencializar a mobilização’ contra os governos estaduais e federal.


Em poesias postadas, o blog se diz ‘farto do lirismo bem comportado’ e ‘político’ -e vem perguntando ‘como acordar, como recomeçar?’.


‘REVOLUÇÃO’ E OCUPAÇÃO


O ‘La Vanguardia’, de Barcelona, destacou e o UOL traduziu ontem ‘A revolução educacional chega ao Brasil’. É uma longa reportagem sobre o programa do ministro Fernando Haddad. Não se toca em movimento estudantil, mas a foto editada no alto do texto é de ‘alunos da universidade pública de São Paulo (USP), em greve pela autonomia universitária, durante protesto’.


A MÃO DE MURDOCH


Na manchete do ‘Wall Street Journal’, ‘Na carreira de Murdoch, uma mão sobre as notícias’, um longo relato sobre o ‘estilo agressivo’ do empresário que quer comprar o próprio ‘WSJ’ e que ‘borra limites’ e invade a cobertura.


De outro lado, no noticiário do dia na home do jornal, ‘Murdoch descreve encontro como construtivo’, sobre a primeira reunião que ele teve com os acionistas do jornal.


OUTROS BILIONÁRIOS


Já na manchete do site do ‘Financial Times’, ‘Burkle estuda entrar na arena’ para comprar o ‘WSJ’. Ele é ‘um bilionário da Califórnia com relações estreitas com os Clintons’ -democratas. Rupert Murdoch tem ligações estreitas com republicanos.


A reportagem do ‘FT’, além de Ron Burkle, lista o também bilionário Warren Buffett como uma eventual alternativa contra Murdoch.


O CARTEL CONTRA-ATACA


A reação ao etanol chegou à Opep, ao se abrir o G8. No destaque no ‘FT’, ‘Cartel avisa países ocidentais que esforço para produzir biocombustíveis pode levar preço do petróleo a ‘atravessar o teto’. A ameaça visa os EUA.


Por aqui, o encontro sobre etanol achou sua estrela em George Soros, entrevistado por todo lado. ‘Especulador’ até na Globo, ele abraçou a expressão, descrevendo que seus investimentos em álcool no país ‘são especulativos’ -e ele, ‘um especulador do etanol’, por causa do eventual excesso de produção ‘se os mercados mundiais não se abrirem’. Se EUA e Europa não derrubarem suas tarifas.’


CASO PLAME
Denyse Godoy


Assessor de Cheney é condenado a 30 meses


‘Lewis Libby, ex-chefe-de-gabinete do vice-presidente americano, Dick Cheney, foi condenado ontem a 30 meses de prisão e a pagar uma multa de US$ 250 mil por perjúrio e obstrução da Justiça no caso do vazamento do nome da ex-espiã da CIA Valerie Plame, em 2003.


No início de março, diante de veredicto semelhante, a defesa havia solicitado um novo julgamento. Porém, novamente, Libby não foi considerado culpado pelo crime de divulgar a identidade de Plame mas sim por mentir, durante a investigação, sobre quando teria conversado pela primeira vez sobre o assunto com jornalistas.


‘As pessoas que ocupam esse tipo de cargo, como estão com o bem-estar e a segurança do país em suas mãos, têm a especial obrigação de não fazer nada que possa criar um problema’, disse, na véspera da nova audiência, o juiz Reggie Walton.


A pena foi considerada severa -mesmo apresentando bom comportamento na cadeia, Libby tem que cumprir no mínimo dois anos de reclusão-, o que deve aumentar a pressão de setores conservadores sobre George W. Bush para que perdoe o ex-assessor de Cheney.


Em comunicado, o vice elogiou Libby como sendo ‘um homem de grande inteligência, justiça e integridade pessoal, totalmente comprometido com os interesses vitais dos EUA e dos seus cidadãos’.


Em 2002, o diplomata Joseph Wilson, marido de Plame, foi mandado ao Níger para verificar se o governo local estava vendendo urânio ao ditador iraquiano Saddam Hussein (1979-2003) e concluiu que tal informação era falsa. Entretanto o governo sustentou essa versão para justificar a invasão do Iraque, em março de 2003. O diplomata então publicou em julho daquele ano um artigo no qual acusava o governo de distorcer os fatos.


No que é visto como retaliação, a Casa Branca, na pessoa de Libby, disse a jornalistas que Plame trabalhava para a CIA -ter a identidade revelada é o fim da carreira de um espião.


Na época, o ex-assessor disse que não se lembrava das conversas com repórteres. Judith Miller, repórter do ‘The New York Times’, foi presa por ter se recusado a dizer quem era o seu informante.


Libby, que recebeu calmamente a sentença ontem, é o mais alto funcionário da Casa Branca condenado por um delito grave na história recente.


Na próxima semana o juiz decidirá se o assessor deve ir imediatamente para a prisão ou se pode recorrer em liberdade -processo que pode demorar até um ano. Esse tempo é considerado muito importante estrategicamente pelos advogados de Libby, já que, se dado no final do seu mandato, um perdão por parte de Bush teria poucas conseqüências políticas para o presidente.


A porta-voz de Bush, Dana Perino, afirmou que ele não vai interferir enquanto houver possibilidade de apelação.


Plame está processando a CIA porque a agência proibiu que ela mencionasse, em seu livro de memórias, o período em que trabalhou para o serviço secreto. ‘Fair Game’ (jogo justo) seria publicado em outubro.’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Sem Copa, redes perdem audiência em 2007


‘O frio em maio ajudou um pouco, mas não o suficiente para evitar que as TVs registrem no início de 2007 a menor audiência dos últimos quatro anos no horário nobre.


No acumulado de janeiro a maio deste ano, o total de televisores ligados na Grande São Paulo no horário nobre (18h/ 24h) foi de 61,6%, contra 64,1% no mesmo período de 2006, uma queda de 4%. A diferença, de 2,5 pontos no Ibope, equivale a quase toda a audiência da Rede TV!, quinta maior rede.


O número de televisores ligados em maio cresceu quase um ponto percentual em relação aos demais meses de 2007, mas a média do mês (62,6%) é 4,1 pontos menor do que a de maio de 2006. Isso quer dizer que os moradores de 225 mil domicílios da Grande São Paulo (4,1% do total) deixaram de ver TV.


O resultado é atribuído principalmente ao fato de em 2006 ter havido Copa do Mundo de futebol (em junho). O desempenho das novelas e minissérie da Globo, inferior ao de 2006, também teve peso grande.


Na média dos cinco primeiros meses de 2007, apenas a Rede TV! (10%) e a Record (5%) cresceram no horário nobre. SBT (-18%), Globo (-8%) e Band (-6%) caíram. A Globo, que registrava 34,5 pontos de janeiro a maio de 2006, tem agora 31,8 _também encolheu quase uma Rede TV!.


Houve queda também à tarde (-3%), mas de manhã as TVs ligadas aumentaram 4%.


PROPRIEDADE PRIVADA


Após decidir ‘bancar’ a prostituta Bebel (Camila Pitanga) em ‘Paraíso Tropical’, Olavo (Wagner Moura) irá ceder mais um pouco. Em breve, o vilão irá a uma loja tirar satisfações com vendedora que humilhará Bebel e contratará Virgínia (Yoná Magalhães) para dar aulas de ‘categoria’ à amada.


PREFERÊNCIA


De passagem pelo Brasil para desfilar na Fashion Rio, Gisele Bündchen deu entrevista para o ‘Estrelas’, de Angélica.


APELANDO


A assessoria da nova JB TV tem feito o impossível para divulgar a emissora. Anteontem, enviou às redações e-mail com o título ‘Léo Almeida, apresentador do ‘Na Rua’, sofre acidente’. Na verdade, um ‘tombo memorável’ de skate.


CORRENTE 1


Circula pela internet um abaixo-assinado a favor da portaria 264, que instituiu novas regras para a classificação indicativa e que corre o risco de, sob pressão das grandes redes, perder suas principais características, ou seja, a vinculação de idades a horários na TV e o respeito aos fusos horários do país.


CORRENTE 2


O abaixo-assinado traz uma carta enviada na semana passada ao ministro Tarso Genro e um texto que pede ao receptor que mande e-mail a um endereço do governo federal.


BALANÇA


O SBT já recebeu 5.000 inscrições para a segunda edição do reality show ‘O Maior Perdedor do Mundo’, em que pessoas obesas competirão para perder peso, no ar em agosto.’


CASO ROBERTO CARLOS
Folha de S. Paulo


Biógrafo de RC reafirma luta contra proibição


‘O historiador Paulo Cesar de Araújo reafirmou anteontem em São Paulo que vai buscar na Justiça a liberação da produção, publicação e venda de seu livro ‘Roberto Carlos em Detalhes’, biografia não-autorizada do Rei, proibida desde o dia 27 de abril, após audiência de conciliação e acordo feita entre o autor e os advogados do cantor e da Planeta.


‘Demorei 15 anos para escrever o livro. Ficarei mais 15 anos lutando, se for preciso, para o livro voltar às livrarias’, disse Araújo na noite de segunda-feira, na primeira edição do Prosa na Vila, evento organizado pela Livraria da Vila, nos Jardins.


Depois que Araújo falou de sua trajetória e da polêmica envolvendo seu livro, o escritor Marcelino Freire leu um texto bem-humorado, sugerindo que Roberto seja processado por ter invadido ‘nossa casa no Natal’, ter abusado de ‘nossas gordinhas’ e se aproveitado de ‘nossas doenças ecológicas’.


A polêmica voltará à tona no dia 6 de julho, quando Araújo participa de uma mesa na Festa Literária Internacional de Parati, a Flip, ao lado de Ruy Castro e Fernando Morais, biógrafos cujos livros também tiveram problemas na Justiça.’


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