‘Para assistir à maioria dos seus programas favoritos, James Finn não liga o televisor. Ele liga seu computador. O gerente de 25 anos de uma sala de cinema em Baltimore passa até quatro horas por dia no ManiaTV.com assistindo vídeos de música, destaques dos esportes e filmes curtos exibidos na Internet.
‘Eu costumava ver televisão de três a quatro horas por dia’, disse Finn. ‘Agora estou reduzido a apenas duas horas de televisão por semana’.
Há cinco anos, no auge do surto de crescimento das empresas pontocom, empresários e visionários previram que a novos serviços online tomariam o lugar da mídia tradicional à medida que espectadores como Finn desfrutassem de espetáculos e outros conteúdos adaptados a seus gostos e horários.
Isso não aconteceu.
As conexões de internet de alta velocidade eram raras e pouca gente estava disposta a esperar horas para descarregar um clipe de vídeo de 10 minutos. Mais ainda, a idéia de entretenimento sob encomenda da maioria das pessoas era uma incursão à videolocadora mais próxima. O brutal colapso da Nasdaq pareceu ter acabado com as aspirações daqueles que divisavam a internet como transformadora da forma como as notícias e entretenimento eram produzidos e consumidos.
Mas, como se viu, o colapso das empresas pontocom pode ter sido o prólogo. Depois de lamber suas feridas, um série de empresas, entre elas pequenas participantes tais como a ManiaTV, gigantes da Web como a Yahoo Inc. e tradicionais titãs da mídia como a Walt Disney Co., estão mais uma vez investindo pesadamente para trazer mais áudio e vídeo para a internet.
Desta vez, porém, estão fazendo dinheiro, conquistando audiência e, sim, modificando a forma como as notícias e o entretenimento são produzidos e consumidos.
Desta vez pouca gente espera um colapso, porque a tecnologia melhorou.
As pessoas se habituaram a obter notícias nos seus BlackBerries e assistir vídeo no seu computador. E os velhos gigantes da mídia estão trabalhando com os líderes da nova mídia para fazer mudanças de forma mais sensata.
Mais de 20% das pessoas que costumam ler jornais vêem primeiramente nas edições online. No ano passado, os consumidores assistiram 2,9 bilhões de vídeo musicais, apresentações ao vivo e entrevistas no site na Web da Yahoo Music. A iTunes Music Store da Apple Computer Inc. vende 40 milhões de canções por mês.
A Google Inc., que vende publicidade online, rivaliza com a Time Warner Inc. como a empresa de mídia mais valiosa do mundo. A propaganda online atingiu 9,6 bilhões nos Estados Unidos no ano passado. Isso representa apenas 6% de toda a receita com publicidade, mas está crescendo rapidamente.’
MTV vs. REDE TV!
Laura Mattos
‘MTV acusa Rede TV! de plagiar Gordo’, copyright Folha de S. Paulo, 02/07/05
‘A MTV acusa o ‘Superpop’, apresentado por Luciana Gimenez na Rede TV!, de copiar o ‘Gordo Freak Show’.
Segundo Zico Goes, diretor de programação da MTV, o ‘Superpop’ criou um quadro ‘freak’ (com atrações bizarras) às quintas, quando vai ao ar o ‘Gordo’.
Goes aponta ao menos três convidados que estiveram na MTV e depois na Rede TV!: Diabo Loiro (homem que costura a boca), Heitor Werneck (faz implantes sadomasoquistas no corpo) e uma mulher que faz a dança do ventre com uma cobra.
Goes diz que o ‘Superpop’ tentou contratar uma assistente de palco do ‘Gordo’. ‘Não entraremos na Justiça, mas fico triste em ver a falta de criatividade e a preguiça na TV. Foi totalmente ‘chupado’ da MTV, e isso é nefasto.’
Diretor do ‘Superpop’, Marcelo Nascimento nega. Diz que o ‘Super Freak Pop’ não é quadro fixo, mas um especial exibido eventualmente, e que há muitas atrações ‘freaks’ no mundo. ‘São referências internacionais. A própria MTV se inspira em muitas delas, como o Jim Rose [que faz shows ‘freaks’ nos EUA]’, afirma.
Para Nascimento, o ‘Superpop’ tem um ‘tripé’ de inspiração na TV dos EUA: os apresentadores Jerry Springer e Oprah Winfrey e o programa ‘Saturday Night Live’. Ele nega ter feito proposta a uma funcionária do ‘Gordo’.’