Friday, 15 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

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‘A BBC Brasil e a Rádio Globo fecharam uma parceria para a retransmissão de programas de rádio no Brasil. O acordo começou a vigorar nesta segunda-feira (10/01), quando as 18 emissoras que compõem a rede Rádio Globo Brasil passaram a retransmitir dois programas produzidos pela equipe da BBC Brasil em Londres. São eles Giro pelo Mundo da BBC Brasil e Futebol Europa.

O Giro Pelo Mundo da BBC Brasil é um boletim de dois minutos com as principais notícias internacionais do dia. O boletim entrará no ar, de segunda a sexta, logo após a edição das 13h do noticiário O Globo no Ar. O Futebol Europa traz para o ouvinte brasileiro as últimas novidades do futebol europeu comentadas pela equipe da BBC. Contará com três minutos de duração e será retransmitido como parte dos programas Globo Esportivo e Panorama Esportivo.

A parceria ainda envolve a particpação dos repórteres da BBC Brasil, duas vezes por semana, no programa Quintal da Globo, de segunda a sexta, das 20h às 22h. A equipe da BBC Brasil comentará os assuntos que são manchete no noticiário internacional.

O Globo Esportivo vai ao ar de segunda a sexta, das 18h às 19h. Já o Panorama esportivo é das 22h às 23h59.’



INTERNET
Marcela Canavarro

‘Estudo prevê o futuro da internet’, copyright Jornal do Brasil, 17/1/05

‘Que reflexos a internet trará nos próximos 10 anos? Esta é a questão que o instituto Pew Internet e a Elon University School of Communications tentaram responder com uma pesquisa dirigida a especialistas em tecnologia e analistas sociais, entre setembro e novembro do ano passado.

Os 1.286 entrevistados responderam a um questionário com 24 questões sobre a rede que revolucionou o final do século 20. Para eles, a internet terá tanta importância para os usuários que será um chamariz para fraudes – 66% acreditam em pelo menos um ataque devastador na infra-estrutura de informação na próxima década.

Eles apostam na modificação de dinâmicas de trabalho e de relações interpessoais com a popularização da conexão em banda larga e o aumento de pessoas conectadas pela web.

A pesquisa apontou que 57% acreditam na maior adoção de aulas virtuais e no ocasional agrupamento em classes por questões de interesse, ao invés de ter a idade como critério. Para 56% dos entrevistados, esta situação terá impacto na dinâmica familiar.

Em relação aos temas delicados, como política e religião, os especialistas ficaram divididos. Apenas 32% acreditam na ampla adoção da eleição online até 2014 e não houve opinião predominante sobre a influência da rede no fomento de grupos extremistas e de organizações civis.

Para os entrevistados, as instituições religiosas são as que sofrerão menor impacto da internet na próxima década. A mudança mais radical seria sentida entre as de serviço noticioso – especialmente com o advento dos blogs -, além de instituições educacionais e de saúde.

Os especialistas apostam também na quebra de hierarquias por conta do formato ‘hiperlinkado’ trazido pela web, além de uma transformação profunda na sociedade em função da permanente presença online e das novas possibilidades de comunicação.

A pesquisa aponta surpresas da última década, como a explosão dos blogs, a evolução dos mecanismos de busca e a oferta de informações na Rede. A surpresa negativa ficou por conta da resistência das instituições de ensino em adotar a tecnologia, apesar das previsões de 10 anos atrás apostarem no contrário.

Os resultados serão incluídos no site da Elon University, com mais de 4 mil previsões e comentários sobre o impacto da internet para o período de 1990 a 1995, levantados em trabalhos anteriores.

Vale ressaltar que, como especialistas em tecnologia, as opiniões da pesquisa podem não ser exatamente neutras. Mas o site reserva espaço para os visitantes registrarem seus comentários e previsões para o futuro da internet.

www.elon.edu/predictions’



IBM GAY
Claudia Ferraz

‘IBM cria site interno para gays’, copyright O Estado de S. Paulo, 14/1/05

‘Funcionários homossexuais da multinacional IBM podem se comunicar no mundo todo por meio de um site específico para eles. O Eagle – águia em inglês e também as iniciais na mesma língua de Aliança de Empregados Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros (GLBT) – faz parte da rede interna da empresa. Foi criado no Brasil há um ano, mas já existe em outros países desde 1991. Hoje, são 20 os cadastrados na filial brasileira, mas apenas 5 deles são usuários abertos, isto é, que se identificaram.

Segundo a gerente de vendas Eleonora Campi, de 50 anos, que é coordenadora do grupo GLBT no Brasil há um ano e meio, a empresa tem uma política de diversidade que oferece oportunidades a quatro grupos: mulheres, negros, deficientes físicos e GLBT. No ano passado, os funcionários homossexuais conseguiram benefícios como plano de saúde médico e odontológico para seus parceiros.

Eleonora diz que o maior objetivo da Eagle é a comunicação. O site divulga notícias, eventos educacionais e de entretenimento e tem um fórum de comunicação. ‘É como um grêmio. Une as pessoas com interesses comuns e as mesmas dificuldades’, explica. ‘Se existe um problema ou preconceito dentro da empresa, ele pode ser vencido através da rede. O funcionário brasileiro troca experiência com alguém da empresa na Alemanha. É muito útil.’

Ela conta que houve um caso foi de um empregado brasileiro que seria transferido de cidade, mas não queria revelar sobre o parceiro. ‘Através do grupo, ele resolveu o problema’, conta.

Eleonora sente que, depois de revelar a sua opção sexual para o diretor de Recursos Humanos e pedir a coordenação do grupo GLBT, sua produtividade no trabalho aumentou. ‘Ao falar sobre meu fim de semana, sempre contava que tinha saído com uma amiga ou irmã. Agora eu posso ser sincera e eu mesma.’

Para o consultor de recursos humanos Senir Fernandez, de 56 anos, iniciativas como a da IBM têm um significado de respeito às diferenças individuais. ‘As pessoas se sentem mais integradas e melhora a auto-estima e assim, a produtividade’, disse.

O gerente de Recursos Humanos da Mercer Consultoria, Willian Bull, concorda. ‘Quando a empresa assume esse tipo de criação, ela está assumindo o respeito e colocando em conexão com a prática, com os benefícios já conseguidos.’’



RACISMO NO ORKUT
Folha de S. Paulo

‘Mensagens contra negro em site serão investigadas’, copyright Folha de S. Paulo, 18/1/05

‘O site de relacionamentos Orkut, que reúne pessoas com afinidades, tornou-se uma ferramenta racista na internet.

Na última sexta-feira, uma família negra da zona norte de São Paulo foi agredida virtualmente com mensagens ofensivas e preconceituosas. Entre as vítimas, havia um menor de 13 anos.

O caso repercutiu e, três dias depois, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), do governo federal, solicitou investigação à Polícia Federal e abriu processo interno na ouvidoria.

A ouvidora Sandra Regina Teixeira afirmou que apresentará informe ao Conselho Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, que poderá designar uma comissão especial para acompanhar o caso.

O episódio ocorreu na última sexta, quando o estudante universitário D., 19, descobriu na página do Orkut de seu irmão C., 13, mensagens ofensivas. Ao tentar descobrir o remetente, denominado apenas Arthur White, encontrou uma comunidade intitulada ‘anti-heróis’.

Na página, havia a seguinte recomendação: ‘se você já foi atacado por algum maldito que se julga herói está na hora de se vingar. E não tenha pudores ou dor na consciência. Descarregue toda a sua fúria nesse pobre pretinho inocente. Clique e vingue-se.’ Ao clicar, o internauta era remetido para a página de C.. A comunidade já foi retirada do ar, e a página de ‘Arthur White’, modificada.

Após o ocorrido, D. apagou as mensagens, enviou alertas para comunidades de negros e contou a história para sua mãe. ‘Eu não sabia que atitude tomar. Sabia que era um crime e pensei em ir à polícia registrar um boletim de ocorrência, mas não tinha a quem acusar’, disse ela.

No mesmo dia, mais mensagens racistas foram postadas na página pessoal dos irmãos e também no da mãe. ‘Eu fiquei assustado e chateado com o que aconteceu. [As mensagens] falavam de forma maldosa das minhas amigas brancas’, disse C.

Eles procuraram a ONG ABC Sem Racismo, que encaminhou o caso à Seppir. ‘Além de solicitar uma investigação e providências, sugerimos uma campanha de alerta para o crime de racismo’, disse o presidente da ONG, Dojival Vieira. (MS)’