MÍDIA & POLÍTICA
ANJ critica PT por resolução contra a mídia nacional, 03/08/07
‘A Associação Nacionais de Jornais (ANJ) protestou contra o texto aprovado pela executiva nacional do Partido dos Trabalhadores (PT). A resolução convoca militantes e mandatários do partido a lutar contra a ‘mais nova ofensiva da direita, articulada com setores da mídia, contra o PT e o governo Lula’.
‘O que os meios de comunicação do país fazem é informar livremente a sociedade, de forma ampla e plural, com espaço para todas manifestações e opiniões. Inclusive do PT, que teve sua resolução amplamente noticiada. Esse é o papel dos meios de comunicação e é isso que se espera deles num regime democrático. Simples com isso’, diz o comunicado oficial assinado por Antonio Athayde, diretor executivo da ANJ.
A Associação afirma ainda que a resolução é ‘despropositada’. A reportagem procurou representantes da Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), mas as duas entidades não quiseram se pronunciar sobre o assunto.
Falta bom senso
Em entrevista ao jornal O Globo, Valter Pomar, secretário de Relações Internacionais do PT, minimizou a reação da Repórteres Sem Fronteiras (RSF). ‘Achamos que falta bom senso à organização. A nossa reclamação em relação à imprensa é simples: uma coisa é falar que o governo falha na crise aérea, outra é dizer que o governo é culpado pelo acidente com o Airbus. Desde o acidente, os jornais e meios de comunicação dizem que o governo Lula é culpado pela crise, como se tivesse matado as quase 200 pessoas’, criticou o secretário se referindo à cobertura do acidente da TAM.
Além do texto da Executiva do PT, a RSF também criticou as declarações de Gléber Naine, secretário de comunicação do partido. Ele chegou a citar a TV Globo e os jornais Correio Braziliense, Folha de S. Paulo, O Globo e Estadão como exemplos de veículos que ‘nunca fizeram antes oposição a um governo como fazem agora’.’
Luís Nassif
Marcha da insensatez, 02/08/08
‘Fonte:Consultor Jurídico – Essa atoarda da chamada grande mídia em relação à situação do país está extrapolando os limites do razoável. Faço parte do grupo de analistas que julga que o país está perdendo a maior oportunidade da história. Falta plano de vôo, pensamento estratégico, sucumbiu-se aos desígnios do mercado, deixou-se iludir e não se aproveitaram as oportunidades extraordinárias trazidas pelo boom da China.
Mas não é disso que os grandes jornais se queixam. Pelo contrário, têm aprovado incondicionalmente essa política econômica que permitiu aos detentores de capitais, nesse primeiro semestre, um dos maiores ganhos da história, e que continuou consumindo parcela expressiva do orçamento público em detrimento dos investimentos.
No entanto, desde o acidente com o avião da TAM – que, ao que tudo indica em decorrência de problemas técnicos e/ou falha humana – parece que nada funciona no país. Como assim?
É facílimo manipular a opinião pública, ainda mais quando se juntam veículos com poder de mercado. Se quiser medir o poder de manipulação da informação, montem-se dois grupos de leitores. Alimente-se o primeiro com noticiário exclusivamente negativo.
Não precisa ir muito longe. Se um brigadeiro diz que a pista de Cumbica está ruim, e todas as associações de pilotos e usuários dizem que não, dê destaque apenas à declaração do brigadeiro. Em cada Ministério será possível encontrar falhas que, colocadas em manchetes, joguem quaisquer méritos para segundo plano.
Ao segundo grupo, forneça apenas notícias positivas. Fale dos superávits da balança comercial, como se nada tivesse a ver com efeito-China. Celebre a apreciação do câmbio, como se fosse sinal de saúde da economia. Mostre o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o PAC da Tecnologia, o PAC da Saúde, o PAC da Educação. Destaque os recordes sucessivos do setor imobiliário, o bom desempenho da indústria de máquinas e equipamentos, e esconda todos os setores que estão sendo dizimados pelo câmbio.
O primeiro grupo achará que tudo está perdido e o segundo que o país está à beira do paraíso. Toda essa diferença em cima de uma mesma realidade, valendo-se apenas do poder de manipulação da informação.
Quando se tem equilíbrio, se mostra o certo e o errado, passa ao leitor objetividade e, ao governo, pressão certa. Analisa-se um problema localizado e cobra-se a sua solução.
Quando se cria essa zorra em que, aparentemente, nada funciona, a intenção não é resolver nada. Ao leitor desnorteado por tantos problemas apresentados simultaneamente, sem nenhuma proposta de solução, a única alternativa que ocorre é mudar tudo. Como? Pedindo a cabeça do responsável maior pelo suposto caos: o Presidente da República.
Aí se geram dois efeitos simultâneos, ambos radicalizantes. De um lado, um público indignado, querendo a cabeça do presidente. Do outro, um público indignado, querendo o fígado da mídia.
Pior: quando a crítica ao Lula extrapola e assume ares de campanha sistemática, desarma todas as críticas relevantes que deveriam ser feitas aos inúmeros problemas reais que existem na administração pública.
Até onde irá essa marcha da insensatez, não sei.’
Carlos Chaparro
Os quatro equívocos do ‘Cansei’, 3/07/07
‘OXIS DA QUESTÃO – O ‘Cansei’ nasceu mal pensado, mal planejado, extemporâneo, sem propostas. E sem representatividade, razão pela qual a OAB-SP foi convidada, como quebra-galho, a assumir a frente do movimento..
1. Razões e justificativas
Sob a pressão de críticas vindas de vários lados, os mentores do ‘Cansei’ aproveitam o espaço que a Folha de S. Paulo tem concedido ao debate em torno do assunto, para justificarem e defenderem a idéia do Movimento. Nesse esforço defensivo de argumentação, a abordagem mais ampla e consistente foi feita ontem (quinta-feira, 2 de agosto) pelo presidente da Philips do Brasil, sr. Paulo Zottolo, autor da sugestão que deu o nome de ‘Cansei’ ao protesto.
Depois de revelar as circunstâncias e os personagens das quais brotou o Movimento (um pequeno grupo de gente rica, em que cada um se representa a si mesmo), o sr. Zottolo apresenta em defesa do movimento um conjunto de argumentos que podem ser assim sintetizados:
– O ‘Cansei’ é apartidário, não é contra o governo, nem contra o presidente Lula. É contra o marasmo do cidadão. ‘O marasmo é do cidadão, não do governo’.
– O movimento não tem proposta, exatamente para não ter característica de partidário.
– ‘Achamos que o ‘Cansei’ não deveria ser liderado por mim ou pelo João Dória, e consultamos a OAB, que se engajou’.
– O ‘Cansei’ não é um movimento de oposição nem de elite, mas de cidadãos brasileiros dispostos a recuperar a capacidade de se indignarem.
– ‘Não quero ser visto como elite branca ou elite branca de Campos do Jordão. Quero ser visto como brasileiro que chegou lá. Não preciso me sentir culpado por ser rico’.
– ‘Os números da economia estão bons, mas não sei se devemos medir um país pelos números da economia.
Eu tenho salários aqui que são 100 vezes maiores do que o salário de qualquer pai dessas famílias’ – e o sr. Zottolo olha para a parede em frente à sua mesa, onde estão expostas 16 molduras com fotografias de cenas de favelas brasileiras.
– ‘Mantenho esses quadros para a toda a hora pensar na realidade que é o meu país. Para não viver num mundo cor-de-rosa de sair daqui, pegar um helicóptero, pegar o motorista de meu carro blindado e andar no meu iate. Essas fotos são a realidade do meu país. Se a economia vai bem e isso (as favelas das fotos) continua a existir, o país não vai bem.
– ‘A Philips está nisso desde que o movimento seja apartidário’.
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Eis aí uma síntese da longa argumentação do sr. Paulo Zottolo, que usou grande parte da entrevista para dar um depoimento das suas angústias pessoais.
A síntese é certamente suficiente para que se faça uma reflexão em torno dos equívocos desse ‘Cansei’ que – sabe-se agora, depois da entrevista do presidente da Philips – nasceu mal pensado, mal planejado, extemporâneo, sem propostas. E sem representatividade, razão pela qual a OAB-SP foi convidada, como quebra-galho. Aliás, fica mal para uma instituição do porte da OAB-SP aceitar a colocação do seu nome na liderança do movimento só porque, como diz o sr. Zottolo na entrevista, ‘não deveria ser liderado por mim ou pelo João Doria’.
2. Erros de origem
Mas vamos aos quatro grandes equívocos do ‘Cansei’:
1) O equívoco do oportunismo – Quer isso represente ou não a vontade e a decisão dos organizadores, e por mais cívicas e justas que sejam as suas razões, o ‘Cansei’ surgiu e se apresentou de forma oportunista, num momento de intensa comoção nacional. O acidente do Airbus da TAM colocou o País em estado de choque, sob dolorosa emoção, com a população propensa a encontrar, julgar e condenar culpados. E o ‘Cansei’ aproveitou a maré alta dessa onde de tristeza e indignação para projetar no caldeirão das emoções um movimento de protesto tão mal definido que chega a ser espantoso sabermos agora, pelo sr. Zottolo, que o ‘Cansei’ não é contra o governo, mas contra o marasmo do cidadão.
2) O equívoco discursivo – Se é verdade o que o sr. Zottolo diz, os organizadores não souberam dizer o que pensavam e pretendiam. Ninguém percebeu, nem nas falas públicas dos raros porta-vozes do movimento nem em nenhuma das mensagens apresentadas na mídia, que o objeto da crítica fosse o marasmo do cidadão. Desde as primeiras notícias, o tom, a forma e o núcleo do discurso sempre foi o de um grito de protesto contra o governo. E de pouco adianta agora dizer que não era assim, se a percepção social foi essa. Protesto contra o marasmo do cidadão? Fica até difícil acreditar nesse malabarismo retórico.
3) O equívoco do alvo – Na significação socialmente atribuída ao ‘Cansei’, e devido às suas evasivas discursivas, movimento tinha o claro objetivo de atingir o governo e o presidente Lula. Porque o ‘Cansei’ surgiu, exatamente, no momento em que, estimulada pela dramaticidade do acidente de Congonhas, a opinião pública fazia pesadas críticas à escandalosa omissão do Presidente da República no que se refere às obrigações de solidariedade para com as famílias enlutadas. E se escandalizava com as prolongadas manifestações de incompetência e incúria do governo, no gerenciamento da crise aérea. Eram circunstâncias aparentemente favoráveis ao lançamento esperto do ‘Cansei’. Mas que acabaram funcionando contra ele, devido ao conjunto dos equívocos que o marcavam. Ainda por cima, logo se soube que, na concepção e no lançamento do ‘Cansei’, como sua pedra angular, estava o sr. João Dória Jr., tucano historicamente engajado. A pecha de golpismo tornou-se inevitável. E de nada adiante nos darem agora essa explicação no mínimo extravagante, de que o alvo era o marasmo do cidadão.
4) O equívoco da identidade – Ainda dentro do espaço do discurso, ficou sem resposta uma pergunta essencial para a interlocução social: que sujeito ou sujeitos davam autoria ao ‘Cansei’? Quem falava e em nome de quem se falava? Até com certo formalismo, criou-se a sugestão de que à frente de tudo estava a OAB-SP. Mas a timidez das intervenções vindas da própria OAB-SP tornavam isso duvidoso – e agora se sabe que essa instituição, de notável respeitabilidade, entrou apenas de carona no ‘Cansei’, porque os verdadeiros pais da idéia preferiam ficar ocultos. E precisavam que alguma entidade de bom conceito emprestasse fisionomia institucional ao movimento. Não funcionou. Por isso, no vazio de identidade, os mecanismos culturais e políticos logo resolveram o problema: isso é coisa de rico, de rico oportunista.
Por todos os equívocos cometidos, não dá para desmentir.
3. Triste realidade
A propósito de ricos e pobres, e também porque o sr. Zottolo nos diz que é tempo de fazer reflexões, coloco aqui duas reflexões, a encerrar este comentário:
1) Por mais que o zr. Zottolo acredite e proponha que a Nação não se divide em ricos e pobres, porque todos são cidadãos brasileiros, e nisso está certo, a verdade é que os ricos existem, e são poucos, e os pobres existem, e são multidões. Há uma relação íntima entre eles: a participação no bolo da riqueza. O bolo é um só, e não é elástico. Logo, quando as fatias da divisão crescem para um lado, encolhem geometricamente para o outro. Com o detalhe de que a faca do corte está sempre nas mãos de quem leva a fatia maior. Embora não explique tudo, essa divisão injusta do bolo justifica a imagem das favelas que decora o gabinete do presidente da Philips.
2) Claro que o sr. Zottolo não precisa sentir-se culpado por ser rico. Mas a questão da culpa é outra, e interessa profundamente a todos e a cada um de nós, incluindo o cidadão Paulo Zottolo: quem são os culpados pela pobreza miserável da maioria? – e acredito que a decisão do presidente da Philips do Brasil, de colocar 16 fotografias de favelas em uma das paredes de seu gabinete, tem a ver com a dramaticidade da pergunta. A decoração pode representar, até, um clamor de consciência. Ou um grito simbólico do inconsciente. Entretanto, é pena que fotografias na parede nada resolvam. Nem nada minorem.
Já agora, uma sugestão ao sr. Zottolo. Ele diz, em sua entrevista, que as fotografias de favelas estão lá para lhe lembrar sempre a realidade do seu país. Pois a realidade do país ficaria retratada de maneira bem mais verdadeira se, ao lado das 16 imagens de favelas reais, fossem colocadas três ou quatro fotografias do próprio sr. Zottolo, também com cenas reais, viajando de helicóptero e de carro blindado com motorista, a serviço, e passeando de iate, no seu iate, em algum delicioso fim de semana.
No contraste estaria um retrato mais próximo da verdade do País. Porque pobres e ricos são partes indissociáveis da mesma realidade.
No nosso caso brasileiro, triste realidade.
(*) Manuel Carlos Chaparro é doutor em Ciências da Comunicação e professor livre-docente (aposentado) do Departamento de Jornalismo e Editoração, na Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo, onde continua a orientar teses. É também jornalista, desde 1957. Com trabalhos individuais de reportagem, foi quatro vezes distinguido no Prêmio Esso de Jornalismo. No percurso acadêmico, dedicou-se ao estudo do discurso jornalístico, em projetos de pesquisa sobre gêneros jornalísticos, teoria do acontecimento e ação das fontes. Tem quatro livros publicados, sobre jornalismo. E um livro-reportagem, lançado em 2006 pela Hucitec. Foi presidente da Intercom, entre 1989-1991. É conselheiro da ABI em São Paulo e membro do Conselho de Ética da Abracom.’
VENEZUELA
Governo de Hugo Chávez não concorda, mas acata decisão sobre RCTV, 03/08/07
‘O governo venezuelano garantiu que respeitará a decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) de permitir que a RCTV Internacional continue com suas transmissões. Apesar de respeitar, as autoridades do país ressaltaram que não concordam com a interpretação da corte. A decisão beneficiou também 45 emissoras na Venezuela.
‘Um canal que é venezuelano e dirige sua programação à sociedade venezuelana é nacional. Se a programação antes e depois de vencida a concessão [da RCTV] é a mesma, qual é a diferença? O que queremos é que a sociedade venezuelana tenha um mecanismo de respeito, porque hoje alguns setores não querem cumprir a lei’, afirmou Jessé Chacón, ministro das telecomunicações.
De acordo com Mario Seijas, presidente da Câmara Venezuelana de Televisão por Assinatura (Cavetesu), ‘a medida de amparo dá tempo à RCTV para se adequar às novas regras que ainda serão elaboradas’. Ele considerou a decisão ‘uma vitória para a TV a cabo’ do país, mas reconheceu que ‘agora começa uma nova etapa de negociações’. Seijas reiterou que todos os canais deverão respeitar ‘as novas regras do jogo’. Ainda hoje, o presidente do órgão espera se reunir com Chacón para iniciar as discussões da nova regulação. ‘O governo deve convocar uma audiência pública para começar a esclarecer esta situação’, declarou.
A manutenção do sinal da RCTV ocorreu graças a um recurso apresentado à justiça pela Cavetesu. No documento jurídico, o órgão independente afirmava que a constituição do país não define claramente a diferença entre uma produtora nacional e internacional de TV.
(*) Com informações do O Globo.’
MERCADO DE MÍDIA
Quem quer injeção na testa?, 03/08/07
‘Devin Wenig vai comandar o lado noticioso e financeiro da empresa (com um valor de 17 bilhões de dólares) resultante da fusão da Reuters com a Thompson e, portanto, não pode ser considerado um bobo nem um comunista qualquer quando afirma: ‘As notícias e as informações estão sendo inexoravelmente transformadas em mercadorias.’
Porque Marx foi quem formulou a teoria do valor-trabalho, pela qual o valor de uma mercadoria representa a quantidade de trabalho socialmente necessário para produzi-la. Wenig só século e meio depois passou a acreditar nisso. O que parece tê-lo convencido foi a constatação banal de uma lei do comportamento humano – a lei do maior rendimento pelo menor esforço/custo – básica justificativa do capitalismo, da economia de mercado: as agências de noticias Bloomberg e Reuters ‘estão tentando cada vez mais atingir um público consumidor, financiadas pela propaganda on-line’. E mais: ‘alguns setores do mercado, como o de administração de fortunas nos Estados Unidos, estão tendendo mais a obter suas informações de graça’ em sites como Yahoo Finance. Ou, como dizemos aqui, ‘de graça a gente toma até injeção na testa.’
Se noticia é mercadoria e o valor dessa mercadoria – a informação – é quantidade de trabalho necessária para produzi-la, os jornais impressos realmente têm um modelo de negócios condenado à destruição. O ‘trabalho socialmente necessário’ para a produção da informação impressa, segundo Marx, inclui a captação e apresentação atraente da informação (olha nós, aí, pessoal!), mais a derrubada de árvores, a transformação em celulose/papel e o transporte até as gráficas, a produção e utilização de sistemas de informática, rotativas, frotas de transporte etc.
Esse modelo é viável porque consegue obter no mercado uma receita (em geral, dois terços oriundos da publicidade e o outro terço, da venda de exemplares). Mas a receita dos jornais nos Estados Unidos (seguramente indicativa de uma tendência mundial) está caindo: em maio deste ano ficou 9% abaixo de maio do ano passado.
A lógica é natural: é muito mais barato produzir informação e distribuí-la via internet do que via papel impresso. A dúvida: será que é mais vantajoso vender publicidade transmitida pela internet do que impressa em jornais? O sucesso do Google, do Wall Street Journal e até do Comunique-se apontam para a primeira hipótese.
O Google, em poucos anos, transformou-se numa empresa gigante, maior do que qualquer produtora de jornais impressos. A edição on-line do Wall Street Journal já tem hoje 900 mil assinantes pagos, uns 40% menos do que os leitores da assinatura impressa. O Comunique-se tem mais de 100 mil profissionais de comunicação cadastrados e vive exclusivamente de publicidade e venda de serviços.
Essa é uma das incógnitas sobre o que levou Rupert Murdoch a pagar 5,6 bilhões de dólares para comandar a agência de notícias financeiras Dow Jones e The Wall Street Journal, 67% acima do valor atribuído anteriormente pelo mercado. Vai melhorar a credibilidade de seu império de comunicação? Vai manter a credibilidade do WSJ? E, talvez muito mais importante: vai deixar de cobrar a assinatura pelo WSJ e satisfazer os avarentos leitores dispostos a ver qualquer anúncio desde que leiam notícias de graça? Muita gente acredita que o WSJ se tornaria o maior site de informações financeiras no planeta.
Só faltava essa neste mundo a caminho da completa globalização: Marx ter sido o profeta de Rupert Murdoch e Rupert Murdoch descobrir que, no fundo, sempre foi um pouco marxista.
(*) Milton Coelho da Graça, 77, jornalista desde 1959. Foi editor-chefe de O Globo e outros jornais (inclusive os clandestinos Notícias Censuradas e Resistência), das revistas Realidade, IstoÉ, 4 Rodas, Placar, Intervalo e deste Comunique-se.’
GLOBO
VETA EXTRAMarcelo Tavela
Jornal Extra é vetado na TV Globo, 03/08/07
‘Um ovo podre acertou em cheio as Organizações Globo. O diário Extra, editado pelo Infoglobo, trouxe na quinta-feira (02/08) reportagem de primeira página sobre um vídeo com grupo de personalidades cariocas que gostam de atirar ovos nos passantes. Entre os que dão depoimento está Boninho, diretor do Big Brother Brasil, reality show da TV Globo. Após a publicação, os profissionais do Extra foram vetados na Globo.
Além de não ter mais acesso ao site de imprensa da TV, os repórteres não puderam entrar no Projac nem acompanhar gravações externas. Quem tentava falar com a assessoria só recebia negativas. A Central Globo de Comunicação (CGCom) já vetou outros veículos após reportagens, mas essa é possivelmente a primera vez que jornal das próprias Organizações Globo é censurado. ‘O que esperar de uma emissora formada nos tempos da ditadura?’, questionou um profissional.
O que diz a Globo
Segundo a CGCom, o Extra fez o pedido de entrevista com Boninho. O diretor falou, mas sua versão para a história ‘não foi acolhida’. ‘Sempre que acontece esse tipo de omissão, a gente suspende o envio de material para avaliar se está havendo algum problema no processo. O fluxo já foi restabelecido’, diz a nota da emissora.
O diretor do Extra, Bruno Thys, informa que não chegou a existir um veto. ‘Temos uma ótima relação com a TV Globo’, disse.
O vídeo ‘Ovos 2’, encontrado no YouTube, mostra os socialites Narcisa Tamborindeguy e Bruno Chateaubriand, além de Boninho, falando de ovos atirados e dando receitas de como deixá-los podres. ‘Já acertei muita vagabunda em São Paulo’, diz o diretor. Todos sabiam que estavam sendo filmados. O filme – e o original, ‘Ovos’, que tem Leonel Brizola Neto como protagonista – pode ser assistido no site do Extra.’
TV PÚBLICA
Migalhas de um modelo caduco, 31/07/07
‘Fonte:O Globo – O projeto de se criar uma grande rede de televisão pública no Brasil esbarra neste momento numa disputa insólita: a da primazia da ‘cabeça de rede’. Com a fusão das infra-estruturas da TVE e da Radiobras, Rio e Brasília almejam o privilégio de ser o pólo irradiador da nova televisão.
Trata-se de uma luta pela representação do atraso. Em televisão moderna, ‘cabeça de rede’ é um conceito jurássico. Estruturas verticais de televisão estão em processo de extinção em todo o mundo. Basicamente, neste modelo, uma emissora produz e transmite para todo o país. É uma solução que foi montada no início dos anos sessenta, quando a capacidade de produção da maioria das afiliadas era muito pequena – e a qualidade dessa produção era, na melhor das hipóteses, desigual, em relação aos grandes centros.
Com o tempo, os meios de produção baratearam e todo mundo passou a ter capacidade de produzir mais e melhor. Centenas de produtores independentes surgiram em toda parte com alta capacidade de criação e execução. As redes se horizontalizaram, dando margem a que a produção se tornasse mais diversificada e plural – mais parecida, enfim, com a sociedade.
Isso aconteceu indistintamente. As grandes redes de televisão nos EUA geram hoje programação de todos os pontos do país. O mesmo acontece em toda a Europa, mesmo em países pequenos como a Holanda e a Bélgica, e inclusive na Inglaterra, onde a BBC necessariamente passava por Londres e hoje não tem mais essa obrigação.
No que diz respeito às redes de TV por assinatura, as sedes viraram meras referências administrativas. A base da CNN é Atlanta, mas chamá-la de ‘cabeça de rede’ é quase uma piada, porque há pelo menos dez cidades norte-americanas (incluindo Washington, Nova York e Los Angeles) que produzem bem mais para a veiculação nacional e internacional. E ganha um prêmio quem disser onde fica a Cartoon Network, a maior rede de TV por assinatura do mundo.
As duas maiores redes abertas brasileiras já caminham há algum tempo nessa direção. A Globo nasceu no Rio, mas alguns de seus principais programas são hoje gerados de São Paulo. A Record é uma rede paulista, mas acaba de montar no Rio um dos maiores centros de produção de teledramaturgia do país. Não vai demorar para que outros centros de produção se espalhem por muitos estados.
Se na televisão comercial essa é uma tendência, na televisão pública deveria ser uma obrigação. Há duas razões principais para isso. A primeira é que existem no Brasil dezenas de grandes centros produtores capazes de gerar idéias, expressar a pluralidade cultural e promover a democratização da difusão televisiva no país – e reconhecer isso é dever do Estado. A segunda é que a televisão pública tem que estar na vanguarda dos conceitos televisivos no país – deve expressar modernidade e ousadia, seja no âmbito da sua produção ou da sua arquitetura, e não fincar a sua lanterna na popa da atividade.
Existe ainda uma terceira razão, que abrange e absorve todas as demais. Quanto mais horizontalizada estiver uma rede, menos espaço haverá para a centralização e o dirigismo, que são os grandes fantasmas que pairam por cima da idéia da criação de uma grande televisão pública. A luta pelo privilégio do concentracionismo sugere a instrumentalização do controle sobre uma rede de televisão que deveria ser gerida pela sociedade. Isso definitivamente não é um bom começo para essa rede.
A opção pela descentralização seria, pelo contrário, uma boa sinalização. A quatro meses da prometida inauguração da grande rede, está na hora de se falar em inovação, em produção de excelência, em modernidade dos mecanismos de gestão – e sepultar as lutas por migalhas de poder dentro de um modelo que caducou.
(*) Jornalista, produtor e diretor de televisão, presidente do IETV (Instituto de Estudos de Televisão).’
JORNALISMO ESPORTIVO
Contradições da profissão, 31/07/07
‘Olá, amigos. Para um jornalista, estar em um grande evento é sempre importante, seja em que área for. No esporte, principalmente, além de ser bom para o currículo, é a chance que o jornalista tem de provar seu valor em condições muito diferentes das que encontra diariamente para trabalhar. Se o evento acontece no exterior, a cobertura ganha em charme e em dificuldade. Não há como negar: todo jornalista quer fazer coberturas no exterior, tanto para se valorizar profissionalmente quanto para ter contato com outras culturas e poder trabalhar em um grande evento.
Mas, passado o evento, bate uma espécie de ‘banzo jornalístico’. A volta à rotina é um pouco chocante para quem fica alguns dias, ou até um mês, fora do ambiente da redação. Não ter aquela correria, da qual tanto reclamamos quando a competição começa, entristece e/ou frustra quem já se acostumou a dormir três ou quatro horas por noite, comer o que vier pela frente e escrever ensandecidamente páginas e páginas, ou gravar passagens e matérias seguidas.
O fim do Pan trouxe às redações aquele impacto da volta ao dia a dia e à rotina. Foi possível perceber nos rostos dos colegas de redação não só o cansaço pelos dias seguidos em ritmo frenético, mas também aquela pontinha de saudade pelas semanas que fazem os jornalistas se sentirem verdadeiramente vivos na profissão.
Pessoalmente, agora que acabou o Pan, não sinto que tenha sido tão cansativo quanto achei que fosse antes de começar, nem quando estava no meio do evento. Não sei o que os demais colegas pensam, mas sei que vou sentir saudade daquela correria toda daqui a alguns dias.
(*) Jornalista esportivo, trabalha com internet desde 1995, quando participou da fundação de alguns dos primeiros sites esportivos do Brasil, criando a cobertura ao vivo online de jogos de futebol. Foi fundador e chegou a editor-chefe do Lancenet e editor-assistente de esportes da Globo.com.’
Antonio Brasil
Melhores e piores momentos da cobertura do Pan 2007, 02/08/07
‘‘Como você está sentindo após ter conquistado essa medalha?’
Jurei que se eu ouvisse essa pergunta novamente atiraria a TV pela janela. Nossos repórteres abusaram. Foram centenas, talvez milhares de perguntas igualmente desnecessárias e inúteis. E não faltaram os famigerados clichês. Perdi a conta e a paciência. Se fosse esporte olímpico, era medalha de ouro, prata e bronze com direito a recorde mundial. Mas apesar dos deslizes, o saldo geral a cobertura de TV foi bom.
Como já era previsível, a riqueza das imagens superou a pobreza das palavras. Em muitos momentos foi um verdadeiro ‘apagão de informações’.
Ainda me surpreendo com o despreparo dos nossos repórteres para enfrentar as dificuldades de transmissões ao vivo. Confiam demais no talento – por sinal, cada vez mais raro – e no improviso. A desculpa é sempre a mesma: o que vale mesmo é transmitir a emoção do momento. Ou seja, dane-se a informação, o planejamento e principalmente, o treinamento dos profissionais de TV. Na hora, recorre-se ao ‘jeitinho’. Afinal, para muitos, TV ao vivo é assim mesmo.
Jornalismo em geral e principalmente, Jornalismo de TV, não acreditam ou investem em treinamento profissional. Tudo se aprende fazendo. Ou seja, errando. E a avaliação costuma se resumir ao afastamento do vídeo ou desemprego.
Quem sabe um dia as nossas TVs resolvem investir menos em promessas digitais e mais na qualificação de seus profissionais. Hoje já é possível desenvolver simuladores de TV ao vivo em jogos virtuais para treinar repórteres de campo da mesma forma que pilotos se preparam para enfrentar condições adversas ou inesperadas. Esses jogos ou simuladores não são infalíveis, mas evitam acidentes. Não substituem jamais a prática e a realidade. Mas ajudam, por exemplo, os jornalistas a se prepararem para fazer TV.
O saldo positivo ficou por conta dos ex-grandes atletas que se tornaram comentaristas e até mesmo repórteres. A destacar Robson Caetano, Giovane, Oscar e Hortência. Todos excelentes e todos da Globo. Mas a minha repórter e apresentadora de programas de esporte favorita é a Glenda Koslowski. De jovem campeã mundial de bodyboarding a repórter de esportes da Globo foi sem dúvida uma longa e bem sucedida jornada. Ela esbanja segurança, simpatia e conhecimento. É séria candidata a receber o troféu Brasil 2007 para os melhores e piores da TV. Aguardem!
Órfãos do Pan
Mas certamente vamos sentir saudades do Pan. Já tinha gente viciada nos jogos. Nunca me imaginei assistindo às finais de tênis de mesa – por sinal, emocionantes – ou esportes incomuns na TV como waterpolo ou handibol. O magnetismo exercido pela combinação de esportes e TV ainda é muito poderoso. É a televisão nos seus melhores momentos.
A destacar, na categoria melhores momentos do Pan do Rio 2007
– Tiago Pereira, o nadador de ouro. Boa avaliação do jornalista e amigo Tiago Lavínias no Globo.com; ‘Se fosse um ‘país’, nosso campeão ficaria em 12º lugar entre os 42 participantes no quadro geral de medalhas.’
– A vitória do time brasileiro de futebol feminino. Marta, além de ser a melhor jogadora do mundo, é séria candidata à musa do Pan do Rio.
– Brasil vence os EUA nas finais do vôlei masculino por 3 sets a 0. Pelo menos no vôlei, demos uma surra nos gringos.
– Elevada qualidade técnica das competições. Para o Comitê Olímpico o Pan do Rio foi um sucesso. Foram 123 recordes pan-americanos batidos.
– Ampla participação do público nos estádios – foram mais de 1,3 milhão de espectadores, 1.024.741 de ingressos vendidos, com R$ 17 milhões de receita líquida.
– Medalha de ouro para a segurança da cidade. Os jogos pan-americanos deveriam continuar para sempre. Outro dia, em volta da Lagoa Rodrigos de Freitas havia efetivos da Guarda Nacional, Polícia Federal, Polícia Militar, Guarda Municipal e seguranças privados. Muitas vezes, não há sequer um cão de guarda. Há muitos anos não vemos tantos policiais nos Rio de Janeiro e tanta paz. Mas segundo o noticiário, os traficantes estavam muito ocupados vendendo grandes quantidades de drogas. É, pode ser.
Na categoria piores (ou mais tristes) momentos destacamos:
– A participação simplesmente patética do principal esporte brasileiro: o futebol masculino.
– A derrota da equipe brasileira de voleibol feminino na final contra Cuba. As meninas do Brasil mereciam vencer. Tremenda injustiça.
– A participação inexpressiva do nosso esporte principal: o futebol masculino. Desperdiçamos a oportunidade de ganhar uma medalha importante. No final, no ranking de medalhas, na nossa competição particular com Cuba, fez falta. Aqui entre nós, mandar um time com atletas do sub-17 para enfrentar os atletas de sub-20 foi um enorme descaso ou desrespeito. Coisa dos nossos dirigentes de futebol. Sempre eles!
– A mídia internacional e principalmente a mídia americana não deram muita bola para o Pan. Gastamos bilhões para melhorar a nossa imagem e um misto de vaias, apagão aéreo e acidente recorde da TAM garantiram cobertura expressiva na imprensa mundial.
– Os cada vez mais freqüentes erros do Galvão Bueno durante as transmissões. Ele certamente não está bem. Já que não se aposenta, deveria fazer um check-up com urgência!
(*) É jornalista, professor de jornalismo da UERJ e professor visitante da Rutgers, The State University of New Jersey. Fez mestrado em Antropologia pela London School of Economics, doutorado em Ciência da Informação pela UFRJ e pós-doutorado em Novas Tecnologias na Rutgers University. Trabalhou no escritório da TV Globo em Londres e foi correspondente na América Latina para as agências internacionais de notícias para TV, UPITN e WTN. Autor de diversos livros, a destacar ‘Telejornalismo, Internet e Guerrilha Tecnológica’ e ‘O Poder das Imagens’. É torcedor do Flamengo e não tem vergonha de dizer que adora televisão.’
MERCADO EDITORIAL
Os altos e baixos de nossa atividade, 01/08/07
‘No último dia 26 de julho faleceu, aos 76 anos, de câncer, em Botucatu, Interior de São Paulo, Durval Ferreira, que fez carreira como repórter no período áureo da revista Manchete (décadas de 1960 a 1980), onde trabalhou até a falência da Editora Bloch, em 1999. Segundo companheiros daquele período, morreu sem ter conseguido receber o que a Bloch lhe devia. Bem humorado, ótimo contador de histórias, Durval correu o mundo pela Manchete fazendo reportagens de que guardava recordações exibidas com orgulho, entre elas fotos no Pólo Sul e com a rainha da Inglaterra. Antes da Bloch, trabalhou na sucursal de Santos da Última Hora e nos Diários Associados. Depois do fechamento da editora, passou a fazer frilas, até sofrer um AVC, em 2005, motivo pelo qual foi morar com o filho, também Durval, e a esposa, em Botucatu.
Não tive o prazer de conhecê-lo, mas tenho clara lembranças das matérias por ele assinadas na multicolorida Manchete, publicação que fez história, mas que sucumbiu, assim como toda a Editora Bloch, por força de má administração e descalabro dos herdeiros de Adolph Bloch.
Dois dias depois da morte de Durval, foi a vez de ir embora, antes do combinado, aos 55 anos, Ivanea Pastorelli, esta sim, uma amiga de muitos anos, que fez amizades por onde passou, e que deixa naqueles que a conheceram um vazio muito grande. Nea, como os amigos carinhosamente a chamavam, foi vítima da tal de ELA, cujo nome completo é esclerose lateral amiotrófica, uma doença fatal, degenerativa e que leva ao óbito em questão de meses ou de poucos anos.
Nea trabalhou na Gazeta Mercantil na década de 80, num período áureo do jornal, partindo depois para a área de Comunicação Corporativa, de onde não mais sairia. Foi assessora de imprensa da Assobrav – Associação Brasileira dos Distribuidores Volkswagen, da Credicard e depois dedicou-se por um período aos seus próprios negócios editoriais, até que a crise a obrigasse a mudar novamente de rumo. Veio a especializar-se em Comunicação para o Terceiro Setor, atuando sobretudo em projetos ligados à infância e à adolescência, mas aí as oportunidades de trabalho já começaram a se mostrar muito mais raras e preocupantes. Guerreira, ela continuou na lida, buscando administrar trabalho e família com a sobrevivência e assim o fez até que a doença, meses atrás, a tirasse de vez do mercado e da vida.
O jornalismo, essa atividade mágica, apaixonante, envolvente, que todos nós abraçamos e amamos, tem dessas contradições. Ao mesmo tempo em que é algoz com profissionais mais experientes, expulsando-os muitas vezes para longe do mercado formal, ele dá a esses mesmos profissionais a oportunidade de continuarem trabalhando como free-lancers, se não em situações privilegiadas, ao menos com mínimas condições de sobrevivência. Mas casos como os de Durval e Nea são efetivamente dolorosos, sobretudo por sabermos que ambos tinham bagagem e talento para contribuir muito mais com nossa atividade e foram impedidos pelas circunstâncias.
Quantos bons, excelentes profissionais, estão por aí, hoje, amargando a mesma situação? Dezenas, centenas, quem sabe milhares. E eu estou falando só de jornalistas, embora se saiba que esse é um fenômeno que atinge praticamente todas as atividades profissionais em nosso País.
Com cada um deles, vai-se embora um pouco de nossa memória, de nossa história. Por isso considero relevante uma iniciativa que está sendo tomada por Hilda Prado Araújo (hildaa@uol.com.br), que decidiu valer-se do mote dos 20 anos de fechamento do jornal Cidade de Santos, um dos mais importantes do País, no período em que circulou, entre julho de 1967 e setembro de 1987, para organizar a memória da publicação e reunir o grupo de ex-colaboradores. Além de recuperarem histórias, reportagens e momentos políticos vividos naquele período, a idéia é identificar todos os profissionais que trabalharam no diário santista e reuni-los numa festa em Santos, se possível no dia 15 de setembro, o mesmo em que o jornal circulou pela última vez, 20 anos atrás.
O mesmo certamente poderão fazer os colegas que na última semana viram o Grupo Associados fechar o Diário da Tarde, em Belo Horizonte, numa decisão que ‘abateu’ quase 60 empregos, num veículo com 77 anos de história.
Enfim, essa é a roda da vida e é com ela que temos de seguir em frente.
Para terminar a coluna num astral melhor, vou aproveitar para falar um pouco das boas novas do mercado.
Uma delas é o lançamento da Revista da Semana, que a Editora Abril prepara para o final de agosto e que todas as quintas-feiras circulará com as notícias mais relevantes da semana, do mundo todo. O diretor Editorial do projeto é Wagner Barreira, que foi anteriormente da Diretoria de Secretaria Editorial da empresa. Ao lado dele estão o editor-chefe Fábio Altman (ex-Época), o diretor de Arte Betto Vaz (ex-Veja) e os editores Ana Cláudia Fonseca (ex-Reuters), de Internacional, Christian Cruz (ex-Quatro Rodas e Superinteressante), de Brasil, Dárcio Oliveira (ex-IstoÉ Dinheiro), de Economia e Negócios, Ivan Padilla (ex-Época), de Geral, e Tato Coutinho (ex-Capricho), de Artes e Espetáculos. Também estão na equipe o produtor Marcelo Nina (ex-Dedoc) e o assistente de Arte Paulo Argento (ex-Exame).
A publicação chega com tiragem inicial de 230 mil exemplares, preço de R$ 4,90 e entre 44 e 52 páginas editoriais, mais 16 a 20 de publicidade. Embora trafegue numa faixa em que as semanais de informação, incluindo Veja, também entram, o objetivo é buscar um público novo, composto de pessoas com pouco tempo para ler e que queiram estar informadas sobre as coisas mais importantes do Brasil e do mundo, mas deverá abrir mão de uma cobertura hard news em favor de outra que vai procurar contextualizar o noticiário. Seu formato é o de uma publicação para ser lida em 45 minutos. A nova revista fará parte do núcleo Veja, dirigido pelo vice-presidente da editora, Mauro Calliari. Terá uma estrutura editorial fixa e será uma publicação basicamente de texto, de edição, que não fará uso de infográficos ou tabelas e nem de entrevistas exclusivas ou reportagens especiais.
Outro novo título que a Abril prepara e que vai lançar em outubro é a Gloss, para leitoras de 18 a 28 anos, que serão atraídas por uma fórmula editorial que buscará trazer as novidades do mercado de moda, beleza e consumo com matérias sobre sexo, amor, dinheiro e estilo de vida. Ela vai custar R$ 5 e terá 240 páginas, tiragem de 200 mil exemplares e um formato dimensionado para caber numa bolsa de mulher. A diretora de redação é Angélica Santa Cruz, que já definiu alguns nomes da equipe: Taciane Barros (ex-Bravo e revista da MTV), como editora de Arte; Lena Carderari (ex-Nova), editora de Moda; Sandra Soares (ex-Vejinha), editora de Comportamento; Gabriella Araújo, repórter de Beleza; além da repórter de Comportamento Regina Terraz, vinda do Diário de S.Paulo, onde estava havia cinco anos, o último como chefe de Reportagem de Cidades. A revista integra o Núcleo Comportamento da Abril, comandado por Helena Bagnoli.
E não podemos esquecer que vem aí a Record News, emissora do Grupo Record que veiculará notícias 24 horas por dia, a exemplo do que já fazem a GloboNews e a BandNews. Ou seja, um importante mercado que se abre.
(*) É jornalista profissional formado pela Fundação Armando Álvares Penteado e co-autor de inúmeros projetos editoriais focados no jornalismo e na comunicação corporativa, entre eles o livro-guia ‘Fontes de Informação’ e o livro ‘Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia’. Integra o Conselho Fiscal da Abracom – Associação Brasileira das Agências de Comunicação e é também colunista do jornal Unidade, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, além de dirigir e editar o informativo Jornalistas&Cia, da M&A Editora. É também diretor da Mega Brasil Comunicação, empresa responsável pela organização do Congresso Brasileiro de Jornalismo Empresarial, Assessoria de Imprensa e Relações Públicas.’
JORNAL DA IMPRENÇA
Estudante de jornalismo, 03/08/07
‘Só na velhice a mesa
fica repleta de ausências.
(Fabrício Carpinejar in Terceira sede)
Estudante de jornalismo
O considerado Alceu Araújo, empresário em São Paulo, extraiu esta obra-prima ao pé de um artigo publicado no Observatório da Imprensa:
Josinaldo Nascimento , Paulista-PE – Estudante de jornalismo
Enviado em 24/7/2007 às 1:56:51 PM
Quem assistiu as coberturas dos dois ultimos PANs, pela ESPN Brasil, sabe que esta cobertura esta sendo bem aquem das demais, nos primeiros dias dividos aos problemas citados no artigo, perderam completamente, talvez devido aos problemas tecnicos. Agora passado varios dias de competição estão novamente no bom caminho que sempre trilharam. Eu por sua vez tenho oportunidade de comparar com a Sportv, que é a cara do sistema Globo de comunicação(…)
Janistraquis adorou o post do estudante de jornalismo, ó Alceu, e considerou ‘do cacete’ a frase que começa assim: ‘Eu, por sua vez, tenho…’.
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Pelo menos demais
O considerado Ageu Vieira lia a Folha de S. Paulo Online quando aquaplanou e derrapou nesta notícia sobre a tragédia com o avião da TAM:
Bebês, idosas e grávidas estão entre vítimas
Entre os pelo menos 192 mortos na tragédia no aeroporto de Congonhas, havia famílias inteiras de férias, um grupo de aposentadas com idades entre 71 e 85 anos e pelo menos duas grávidas e duas crianças pequenas. Eram ao menos 75 mulheres. Também havia estrangeiros a bordo -pelo menos um argentino, dois franceses e um peruano.
Ageu convocou Janistraquis:
‘Você não acha que a notícia tem ‘pelo menos’ demais?’
Meu secretário examinou e examinou o texto e depois respondeu:
‘Acho’.
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Relaxar e gozar
O considerado Waldir Moraes Bittencourt, que se apresenta como ‘cinéfilo insaciável’, enviou matéria da Folha de S. Paulo:
Xuxa enfrenta dificuldade para retirar vídeo sensual da internet
A apresentadora Xuxa Meneghel está tendo dificuldades para tirar da internet imagens do filme ‘Amor, Estranho Amor’ (1982), em que aparece em cenas sensuais com um garoto de 12 anos.
Bittencourt, que tem em casa o filme inteiríssimo, sem nenhum corte, achou graça de Maria da Graça:
‘O episódio serve para alertar a todas que, num momento de fraqueza, ceder é o primeiro passo pra se arrepender…’
Janistraquis acha que nossa considerada Xuxa deveria esquecer o assunto:
‘Ela pode processar o YouTube e conseguir retirar as cenas da internet; mas como vai fazer para impedir o troca-troca virtual? O vídeo já foi visto (e arquivado) por Deus e o mundo…’.
É a mais pura verdade. Há alguns anos, recebemos via internet uma cópia bastante vagabunda; há algum tempo nos chegou outra, perfeita.
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De saco cheio
Janistraquis acompanhou a polêmica pelos jornais e confessou:
‘Considerado, eu também cansei. Todavia, não cansei agora, como os integrantes desse movimento da OAB paulista; estou de saco cheio desde os primeiros meses da administração petista e sua (in)capacidade de gerir as safadezas que inventa.’
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Homem preso com Z
A considerada Raquel Lang leu em O Dia Online, enviou pro não menos considerado Tiago Cordeiro e este despachou para cá mais uma medalha de ouro do idioma pátrio:
Homem prezo com fuzil e drogas em Piedade
Rio – Policiais do 3º BPM (Méier) fizeram uma operação na rua Manoel Corrêa, acesso ao Morro do Urubu, em Piedade, após receberem uma denúncia, através do Disque-Denúncia, de que homens armados com fuzil estariam vendendo drogas no local. Na operação os policiais prenderam Odivaldo Manoel de Araújo, de 22 anos, conhecido como ‘Nem’, que portava um fuzil Rugger, 15 cartuchos de munição e 489g de cocaína.
O traficante foi levado para a 24ª DP (Encantado) onde foi autuado.
Raquel ficou horrorizada com o homem PREZO (‘gente, os computadores têm corretor ortográfico, como um jornalista pode escrever isto???’), porém Janistraquis resolveu teorizar a respeito:
‘Considerado, precisamos entender que, quando algum homem é realmente prezo, só o diabo çolta.’
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Bom joguinho
A considerada Mirthes Oliveira Brandão, professora em Recife, envia matéria que leu no UOL:
Jogo online em que é preciso matar políticos faz sucesso na China
Pequim, 1 ago (EFE).- Um jogo online no qual a principal missão é acabar com políticos corruptos está fazendo sucesso entre os internautas de uma cidade onde há alguns anos aconteceu um dos maiores escândalos de corrupção do país, informou hoje a imprensa da China.
Mirthes se confessou ‘morta de curiosidade’:
‘Você não acha que o Brasil precisa aprender o joguinho? Se aparecesse por aqui seria o maior sucesso. Mas não acredito que os politicamente corretos permitam a importação.’
É mesmo, professora, é mesmo. Neste país de boa índole, a simples existência do verbo matar já constitui séria ameaça ao direito à vida.
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Ecos do Pan
O considerado Miguel Mota, conhecido como ‘Águia da Vila Formosa’, em São Paulo, enxergou de longe mais uma perversidade que o chamado jornalismo moderno tem feito com os textos dos repórteres. Sob o título Ginástica masculina brilha 6 meses após dissolução, lia-se:
A seleção masculina brasileira, medalha de prata neste sábado no Pan, correu risco de chegar desmembrada ao Rio. Em janeiro, a equipe foi dissolvida pela CBG (Confederação Brasileira de Ginástica).
A entidade estava descontente com o trabalho realizado pela equipe, sob o comando de Raimundo Blanco, e acabou com as atividades no centro de treinamento de Curitiba. ‘Eles disseram que não está iriam continuar o trabalho porque não estavam gostando do jeito que as coisas estavam’, afirmou o atual técnico do grupo, Leonardo Finco.
Janistraquis ponderou que ‘na ginástica do idioma’, os verbos precisam fazer um exercício de cada vez.
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Grande Carpinejar!
Leia no Blogstraquis a íntegra de Décima Elegia, cujo excerto encima esta coluna. Trata-se de breve amostra do talento desse que é um dos mais inspirados poetas do Brasil.
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No atacado
O considerado Roldão Simas Filho, diretor de nossa sucursal em Brasília, de cujo varandão debruçado sobre gramados verdejantes é possível flagrar a safadeza em galope cívico, pois Roldão resolveu dar um corretivo geral no número 45 da revista História Viva:
— página – 28 – ‘Isabel, educada para governar o Brasil’
No primeiro parágrafo: ‘a Constituição de 1824 determinava que o critério de gênero, no caso, o masculino. sobrepunha-se ao da primogenitura’.
As pessoas têm SEXO. Gênero é para os substantivos e adjetivos qualificativos. Isso é coisa de homossexual.
— página 38 – ‘Cronologia – 1054 Início do cisma entre as igrejas cristãs latina e grega.’
O que seria ‘igreja cristã latina? Deve ser a igreja cristã romana.
— página 70 – ‘Hierápolis (atual Parnukkale) na Ásia Menor (atual Turquia e sede de ruínas de várias e extensas cidades gregas)’
A grafia certa é Pamukkale.
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Nota dez
O considerado Mestre Sérgio Augusto, melhor jornalista cultural do país, escreveu no Estadão:
(…) Descobri, ao longo da semana, que os funcionários da Anac não pagam passagem de avião. Se isso não configura uma dependência nada recomendável em relação às empresas aéreas, minha avó é bicicleta; ou melhor, um Cessna. A direção da Anac considera a regalia ‘um passe livre funcional’.
Com base nessa mordomia, eu poderia iniciar uma campanha para que ao menos os jornalistas ligados à área cultural passassem a entrar de graça em todas as casas de espetáculo e, também munidos de um ‘passe livre funcional’, ficassem isentos de pagar contas em livrarias, lojas de discos, antiquários, galerias de arte, restaurantes, adegas e lojas de roupas, mas o decoro me impele a propor outra coisa: uma CPI do Cinismo. Com passe livre para o xadrez.
(Leia no Blogstraquis a íntegra do texto que pede uma ‘CPI do Brasil’.)
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Errei, sim!
‘GATO POR LEBRE – Ninguém entende mais de bicho que Globo Rural e, é claro, a Vejinha Centro-Oeste. Esta, porém, comeu gato por lebre ao perpetrar a seguinte legenda: ‘O Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, na capital sul-matogrossense, trata de bichos encontrados atropelados ou doentes em todo o Estado, como macacos de várias espécies (acima)’. Pois bem: acima, com as asas abertas e olhos esbugalhados, jazia monumental coruja.’ (novembro de 1992)
Colaborem com a coluna, que é atualizada às quintas-feiras: Caixa Postal 067 – CEP 12530-970, Cunha (SP), ou japi.coluna@gmail.com.
(*) Paraibano, 65 anos de idade e 45 de profissão, é jornalista, escritor e torcedor do Vasco. Trabalhou, entre outros, no Correio de Minas, Última Hora, Jornal do Brasil, Pais&Filhos, Jornal da Tarde, Istoé, Veja, Placar, Elle. E foi editor-chefe do Fantástico. Criou os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo. Também escreveu nove livros(dos quais três romances) e o mais recente é a seleção de crônicas intitulada ‘Carta a Uma Paixão Definitiva’.’
COMUNIQUE-SE
Jornalismo colaborativo ou fonte espontânea?, 30/07/07
‘Na mesma cobertura da tragédia em Congonhas, Comunique-se e UOL cometeram erros relacionados a fotos. O ponto de convergência entre os dois casos é uma prática que está em moda: o jornalismo colaborativo. O Comunique-se errou na legenda da foto quando informou que o posto de gasolina ao lado do prédio da TAM Express não foi destruído. Alertado por um leitor, fez a correção. No caso do UOL, uma fotomontagem foi ao ar.
O Comunique-se publicou um artigo do site Jornalistas da Web. A autora, Ana Maria Brambilla, pondera que a imagem só foi parar na home do UOL pelas mãos de um jornalista. Um leitor analisou:
* A eficácia do tal jornalismo colaborativo é muito restrita (…) Funciona no rádio, em assuntos como trânsito. Ou funciona como sugestão de pauta, nas seções de cartas de jornais e revistas. Além disso, é correr riscos desnecessários.
Concordo com Ana Maria e com o leitor. Um indivíduo andando pela rua não é exatamente um jornalista potencial, mas uma fonte potencial – e espontânea.
Recentemente o instituto Poynter, dos Estados Unidos, fez um levantamento com editores de sites norte-americanos sobre os atuais desafios do webjornalismo. O questionamento de um dos entrevistados é interessante: ‘São pessoas que provavelmente têm as melhores informações, mas são também aqueles que têm um ponto de vista, que pode ser fortemente tendencioso’. O mesmo pensa um usuário do Comunique-se:
* Jornalismo colaborativo funciona, se tiver um bom jornalista com ‘faro’ para checar a informação.
Mansidão
Ao discordar do posicionamento da editora do Comunique-se sobre a cobertura da morte de ACM, um usuário escreveu o seguinte comentário, dirigido à jornalista: ‘Machistamente digo: escolha ‘outros dias’ para escrever’. Eu já havia lido comentários grosseiros, mas poucos chegaram a um nível tão rasteiro.
Os agressores são minoria entre os leitores do Portal, felizmente. Mas os ataques continuam impunes. Quem comenta pode ser agredido. Quem poderia contribuir com bons comentários prefere não se expor.
Num ambiente saudável de troca de idéias, vale tudo: opinar, criticar, polemizar. Vale ser favorável ou contrário ao governo, à obrigatoriedade do diploma ou a qualquer coisa. Vale criticar o Comunique-se (ou esta coluna nem sequer existiria). Só não vale ofender.
A redação tem culpa. É leniente com os agressores. Não cumpre as regras dos comentários que estão claras em todas as páginas de conteúdo do site. É obrigação da redação eliminar comentário que faça qualquer tipo de ofensa, da mais leve à mais grave.
Invasão na USP
Um leitor afirma que o Comunique-se não publicou nada sobre ‘a agressão de militantes do movimento estudantil a jornalistas na USP, no fim da invasão comandada por Sintusp, PSTU e PSOL’. Por e-mail, a redação admitiu a falha na cobertura desse episódio.
Fotos
O jornal gaúcho O Taquaryense completa nesta semana 120 anos. Curiosamente, continua fiel ao processo de impressão – por tipografia. Um leitor sugeriu que o Comunique-se publique a imagem da capa do jornal. Concordo com ele: uma matéria dessa natureza fica capenga sem a foto.
Banco de empregos (I)
O problema no Banco de Empregos apontado por três leitores nos últimos meses foi, enfim, resolvido. Legislação e regras adicionais de uso foram incluídas no canal, seguindo instrução de advogados. É o mesmo princípio da área de comentários: as condições para se postar vaga ou currículo são claras. Aqueles que não respeitarem as normas serão deletados. Em caso de reincidência, o responsável pela postagem poderá ter seu acesso ao Banco de Empregos bloqueado.
Prezado usuário,
Ao ombudsman do Comunique-se, cabe analisar o conteúdo jornalístico e interativo do Portal, com foco no interesse do leitor. A área de comentários desta página está à sua disposição para que livremente opine, critique ou dê sugestões acerca do material produzido pela redação ou pelos próprios usuários. Questões referentes a serviços oferecidos pelo Comunique-se, sejam gratuitos ou pagos, devem ser encaminhadas pelo e-mail de atendimento ou pelo telefone da empresa: (11) 3897-0860.
Os leitores podem contribuir denunciando ofertas irregulares com mecanismo muito similar ao utilizado para apontar, nas matérias e colunas, comentários agressivos ou que fujam aos temas propostos pelo autor.
Banco de empregos (II)
Agradeço aos usuários que enviaram mensagens visando a melhorar uma funcionalidade do Portal e informo que, seguindo as premissas que deram origem à função do ouvidor no Comunique-se, o foco desta coluna é analisar o conteúdo jornalístico. Agir na questão do Banco de Empregos foi uma exceção. A partir de hoje, o box ao lado informa os assuntos que estão ao alcance do ouvidor. Afinal, somos todos jornalistas: eu e os futuros ombudsmän do Portal.
Antes que alguém estranhe: em sueco, idioma que dá origem à palavra, o plural de ‘ombudsman’ é ‘ombudsmän’ – assim mesmo, com trema no ‘a’. Muitas empresas adotam como padrão ‘ombudsmans’ (adaptado ao português) ou ‘ombudsmen’ (ao inglês). Ficam três as opções para o leitor.
Cassio Politi é jornalista. Atua na Internet desde 1997, com passagens por projetos pioneiros e grandes portais, como o UOL. Ministra cursos de Jornalismo On-Line e Videorreportagem desde 2001. Deu aulas em 25 estados brasileiros para mais de 2,5 mil jornalistas. Em janeiro de 2007, tornou-se o primeiro ombudsman do Comunique-se, empresa na qual também ocupa o cargo de diretor da Escola de Comunicação.’
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