AGRESSÃO
OAB-PR vai instaurar processo contra advogado que agrediu repórter, 26/10
‘A Rede Paranaense de Comunicação (RPC TV) entrou com uma representação na Ordem dos Advogados do Brasil do Paraná pela agressão sofrida pelo repórter cinematográfico Humberto Vendramel. Alberto de Paula Machado, presidente da OAB Paraná, já determinou a instauração de processo disciplinar contra o advogado Eudes Martinho Rodrigues.
Durante o fechamento de uma casa de bingo clandestina na sexta-feira (19/10), em Curitiba (PR), Vendramel foi agredido com um soco no rosto pelo advogado. Rodrigues exigia que os repórteres se retirassem e era questionado pelo jornalista da RPC. Subitamente, ele deu um soco em Vendramel.
Lesão corporal
‘Vou processá-lo. A gente está correndo com os trâmites para o processo de lesão corporal e o sindicato também vai entrar com uma representação’, explicou o repórter. Vendramel contou que o que ‘revoltou bastante’ foi o fato de a agressão ser súbita, sem nada que indicasse que Rodrigues seria violento. ‘Eu estava dialogando com ele, que me questionava por estar ali’.
De acordo com o repórter, a Secretaria de Segurança avisou e autorizou a imprensa a entrar na casa clandestina. ‘No meu caso, um policial ainda me indicou onde estavam as máquinas’. Rodrigues afirma que os repórteres não tinham autorização para estar ali e pediu que se retirassem. Em momento algum, os policiais interviram no episódio e ninguém foi autuado.
Outra versão
Em entrevista ao Comunique-se, o advogado reclamou de notícias falsas sobre ‘agressões verbais’. Os dois lados descartam qualquer xingamento. Rodrigues admite que a ‘agressão foi um exagero que nunca poderia ter ocorrido’.
‘Ele [Vendramel] me perguntava de um jeito arrogante, como se não fosse sair dali. Nesse momento, no nervosismo, eu me exaltei e acabei acertando ele’, declarou o advogado, que não teme ser impedido de exercer a profissão pela OAB. ‘Não falsifiquei nenhum documento e não roubei nenhum cliente’, explicou.
Contradições
O advogado nega trabalhar para o dono do Cassino ou para a vereadora Nely Almeida (PSDB-PR), que estava no local. Segundo Rodrigues, ele ajudou os donos do Bingo a pedido de uma funcionária da casa que já o conhecia. Rodrigues não quis revelar o nome dela.
‘Cheguei lá a pedido de uma amiga que disse que a mãe dela estava lá. Os repórteres chegaram depois de mim e uma funcionária que me conhecia me pediu ajuda’, explicou. Ele descartou defender a casa em qualquer processo.’
TELEVISÃO
Miriam Abreu
TVs querem unificar fuso horário, 26/10
‘Afiliadas de emissoras de TV do Acre, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Roraima querem o fim de fusos horários diferentes no País. Preocupadas com as conseqüências das normas da nova classificação indicativa podem gerar a partir de 09/01 – uma delas é a obrigatoriedade de cumprimento do fuso horário – elas têm duas opções: conseguir o apoio à campanha para que o País tenha um único horário, o de Brasília. Ou convencer o Ministério da Justiça a adiar o prazo enquanto estuda outra solução.
‘Teremos que montar uma superestrutura. Também teremos problemas de comercialização. O cliente não vai querer pagar por algo que chega com uma hora atraso’, reclama o presidente da Associação das Empresas de Rádio e TV do Amazonas, do Sindicato de Emissoras de Radiodifusão do Estado do Amazonas e conselheiro da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV, Rui Alencar.
Representantes de afiliadas no Norte do País procuraram a deputada Rebecca Garcia (PP-AM) e pediram apoio à campanha. Depois de realizar uma audiência pública com técnicos para tratar do assunto, além de discutir a possibilidade de igualar o horário do Acre ao resto da região Norte (de –2h passaria a –1h), ela deu uma resposta negativa aos empresários. ‘Mudar o horário do Acre não causaria danos à população, mas de toda a região Norte representaria um custo muito alto, não só para a população como para a União’, explica.
Rebecca é relatora do projeto de lei 882/07, aprovado pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, da Câmara dos Deputados, e que agora está na Comissão de Constituição e Justiça. O PL pede a alteração da lei 2784, de 18 de junho de 1913, e garante que o Acre e todo o Estado do Amazonas tenham uma hora a menos que Brasília. Se aprovado, seguirá para o Senado.
A decisão acabou indo contra também os interesses de familiares da deputada, cujo pai é dono da TV Rio Negro (AM), retransmissora da TV Bandeirantes. Para ela, o problema todo está na nova portaria da classificação indicativa. ‘Tem que ser feito um trabalho para que caia essa portaria da classificação. O que me preocupava seria a informação gravada. Mas o Ministério da Justiça deixou claro que programas jornalísticos não têm censura, então não precisam ser gravados’.
Alencar promete estudar alternativas. Ele ainda não sabe qual será o impacto dessa nova classificação no orçamento das emissoras. ‘Sabemos que perderemos clientes ou que eles vão questionar os valores que pagam hoje. Também sabemos que precisamos montar uma estrutura de gravação e reprodução, e isso tem um custo alto. Além de aumento de pessoal. É bom considerar também que as TVs terão que se adaptar ao sistema digital e manter o analógico. Acho que poucas empresas aqui têm condições de arcar com essa responsabilidade. É uma sobrecarga em cima dessas empresas’, finaliza ele, que também é diretor-executivo da TV A Crítica.’
JORNALISMO DE INTERNET
Como cobrar por textos web, 25/10
‘É difícil escapar do vício de tomar o impresso como exemplo para cobrar por um trabalho de redação para a web.
Ainda estamos todos, redatores e clientes, tateando no escuro – o que significa que um ou outro acabará perdendo dinheiro, não há jeito. Mas há algumas opções criativas, que podem ser conferidas neste texto.
Por isso mesmo, para orientá-los, inclui os símbolos (+) e (-) antes de cada opção, dependendo do ‘benefício’ que as sugestões proporcionam a cada um dos lados, fornecedor e cliente.
Há uma coluna para cada lado. A primeira é destinada a nós, esforçados redatores web, e a segunda ao fim do arco-íris, o cliente. Como já avisei, você notará que um dos dois sairá contrariado. Sinto muito.
Não vou sugerir quantias. O que é muito para mim, pode ser pouco para você – e vice-versa.
1. Lauda do Sindicato dos Jornalistas
(-)(+)
É a opção óbvia. O preço da lauda é tabelado, o que vale ouro em um mercado como o de webwriting, em que ainda não há nada oficial para propor ao cliente. O problema é que apenas ele irá gostar da idéia. Por quê? Como o trabalho do webwriter vai muito além da redação propriamente dita – afinal, o redator web também preocupa-se com aspectos subjetivos como com navegabilidade, visibilidade, etc. – você receberá muito pouco se traçar um paralelo com o número de horas que irá despender. Esqueça.
2. Cobrar por página (tela) produzida
(+) (-)
É o meio-termo. Cobre por tela com textos até 20 linhas, com a decência de não contabilizar telas com textos de menos de cinco linhas. Dê descontos progressivos: de 50 a 100 telas, 5% de desconto; de 100 a 200 telas, 10%, e assim sucessivamente. A tabela deve ser entregue antes, para que o cliente tenha idéia do valor total a ser gasto. É a opção mais palpável – e negociável.
3. Preço de pacote pré-acordado
(-)(+)
Fechar um trabalho de um tamanho imprevisível, com valor pré-acordado? Não, não e não! Fuja desta opção – que muitas vezes é sugestão do cliente. Ou você faz pouco e o cliente reclama em pagar o valor total, ou faz-se muito e você se sente explorado. Quem vende pacote é agência de turismo, e ponto final.
4. A sua opção
(+)(+)(+)(+)(+)
Lembre-se: o mercado ainda é novo, então toda idéia é bem-vinda. Se alguém descobrir uma opção que proporcione a redatores web e clientes o número de (+) aí de cima, é só disseminar a idéia. Ela existe e está em algum lugar, tenho certeza!
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Ontem, com o caos provocado pela chuva no Rio de Janeiro, meu curso ‘Webwriting e Arquitetura da Informação’ teve o início adiado para quarta-feira da semana que vem, dia 31/10. Ainda está em tempo, portanto! Serão cinco aulas semanais, sempre à noite. Para mais informações, é só ligar para 0xx 21 21023200 e falar com Cursos de Extensão, ou enviar um e-mail para extensao@facha.edu.br. Até lá!
(*) É autor do primeiro livro em português e terceiro no mundo sobre conteúdo online, ‘Webwriting – Pensando o texto para mídia digital’, e de sua continuação, ‘Webwriting – Redação e Informação para a web’. Ministra treinamentos em Webwriting e Arquitetura da Informação no Brasil e no exterior. Em sete anos, seus cursos formaram 1.300 alunos. É Consultor de Informação para a Mídia Digital do website Petrobras, um dos maiores da internet brasileira, e é citado no verbete ‘Webwriting’ do ‘Dicionário de Comunicação’, há três décadas uma das principais referências na área de Comunicação Social no Brasil.’
CHINA
Pensar bem, não Mao: os segredos da China, 26/10
‘Eu sei, o trocadilho é infame, mas, no caso, nada mau, concordam? No momento em que o mundo – em alguns casos, com dificuldade, digere as previsões de que a economia chinesa passa a ser a terceira do mundo até o fim de 2007, superando o Japão, e deverá se tornar a segunda em 2010, vale a pena refletir sobre as razões desse sucesso.
A Revolução Cultural, promovida por Mao Tse-Tung e alguns auxiliares imediatos, tinha como base a crença de que a vontade pode antecipar mudanças históricas, sem esperar pelo que os marxistas chamam de ‘condições objetivas do desenvolvimento’. Até hoje se debate a aparente contradição entre a condenação ao ‘esquerdismo’ como ‘doença infantil do comunista’ feita por Lênin e sua própria defesa da tomada imediata do poder pelos bolcheviques, enquanto outros socialistas, como Bernstein e Kautski, defendiam a paciência democrática.
O dilema também inspirou a divisão sobre a tática a ser seguida contra a ditadura militar brasileira: o Partido Comunista Brasileiro defendia uma frente política popular e no Congresso, enquanto outras forças, como a Ação Popular, PCdoB, dissidentes do próprio PCB e outras afirmavam que só a luta armada poderia derrubar o regime autoritário. Só faço menção ao caso brasileiro porque foi aqui que esse dilema crucial da esquerda se expressou numa bela canção de Geraldo Vandré: ‘Vem, vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer.’
A turma do Mao deve ter gostado desse ensinamento musical e desfechou a Revolução Cultural – na base de que ‘é preciso mudar tudo e rapidamente para que a revolução se realize.’ Mas havia muitos comunistas veteranos que não concordavam com isso e, pelo menos, uma pessoa muito importante no governo: Chu em Lai, ministro das Relações Exteriores. Chu compreendeu que, diante da enorme popularidade de Mao, não dava para enfrentá-lo nem junto ao povo e muito menos junto aos membros do PC chinês. E foi juntando e protegendo os mais capazes em grupos de estudo dentro de seu Ministério.
Com a morte de Mao (setembro de 1976) esses grupos, sob o comando intelectual de Deng Xiao Ping, foram gradativamente convencendo os membros do Comitê Central do PC e, em dezembro de 78, conquistaram uma maioria suficiente para mudar os rumos da China.
Essa mudança consagrou alguns princípios fundamentais para um novo projeto nacional do país: 1. a declaração de que o problema fundamental do país era a fome, o que exigia uma total revisão do regime de propriedade da terra, abandonando-se o sonho da coletivização, substituído pelo arrendamento, em que cada família camponesa recebe de acordo com o valor de mercado de sua produção deixando de lado qualquer divisão solidária com vizinhos próximos ou distantes; 2. o fim do planejamento centralizado da economia e a adoção dos princípios da economia de mercado (duas décadas antes do colapso da União Soviética!); 3. e uma firme política de planejamento familiar – cada família, um filho – com sanções financeiras a quem a desrespeitasse.
Esse último detalhe – que não vem sendo mencionado pela imprensa – fez com que a renda per capita (não a igualdade) fosse também progredindo. Já no ano passado, a China conseguiu o milagre – impensado há 30 anos – de atingir o chamado ‘índice de reposição’, crescimento zero da população. E isso mostra também não ser impossível o objetivo de uma população de apenas 800 milhões de habitantes (hoje por volta de 1,3 bilhões) antes do final do século.
Moral da novela: é impossível mudar o curso da história sem prévia elaboração de um projeto nacional (os Estados Unidos, o Reino Unido, a França, a Alemanha e, mais recentemente, a Espanha são exemplos de outros projetos nacionais que deram certo, embora por outros caminhos). E, sem pensar no futuro e apenas pensando no aqui e agora, é impossível elaborar um projeto nacional sensato.
(*) Milton Coelho da Graça, 76, jornalista desde 1959. Foi editor-chefe de O Globo e outros jornais (inclusive os clandestinos Notícias Censuradas e Resistência), das revistas Realidade, IstoÉ, 4 Rodas, Placar, Intervalo e deste Comunique-se.’
FUTEBOL
Marcelo Russio
No limbo da informação, 23/10
‘Olá, amigos. Na última semana dei uma esticada a Paris e Lisboa, para um merecido descanso. Tirando os passeios tradicionais e ‘turistadas’ clássicas, decidi dedicar algum tempo a buscar nas TVs francesa e portuguesa informações sobre o Campeonato Brasileiro, já que estava curioso sobre o que estaria acontecendo nos dias em que estive fora.
A curiosidade transformou-se em um tormento. Incrivelmente, mesmo em TVs por assinatura, descobrir os resultados e a classificação do Brasileirão em Paris e, pasmem, em Lisboa, cidade que recebe inúmeros brasileiros, a turismo ou como imigrantes, foi uma autêntica caça à agulha no palheiro. Os jornais especializados em esportes não davam nada, nem uma linha que fosse, com os placares dos jogos. As TVs preocupavam-se com o esporte local, e ignoravam totalmente o nosso futebol. Encontrei diversos brasileiros pelas ruas e, em conversa informal, percebi que eles já haviam tentado, e desistido de descobrir os placares dos jogos. Ver os gols seria querer demais.
Após uma busca que me rendeu broncas da esposa e algumas noites mal-dormidas em frente à TV, acabei cedendo e pagando para acessar a internet dos hotéis. Só assim descobri que o mundo, literalmente, tinha virado de cabeça para baixo no futebol nacional. O Flamengo era o sexto colocado (quando deixei o Brasil, estava brigando para não cair); o Vasco, que hoje já corre risco de rebaixamento, tem como técnico simplesmente Romário; o Palmeiras perdeu do Cruzeiro por 5 a 0, e atualmente é o vice-líder do campeonato, à frente exatamente do Cruzeiro; o Botafogo caminha para não conseguir sequer uma vaga na Sul-Americana.
Quando li, na última segunda-feira, estas notícias todas, me convenci de que eu estava no limbo da informação esportiva. O impressionante é que este limbo era a Europa, e um dos destinos teria, a meu ver, a obrigação de dar aos brasileiros uma informação mínima sobre o esporte mais popular do país.
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Para não dizer que só tive decepções com o futebol, também não consegui assistir ao GP do Brasil de F-1 e à final da Copa do Mundo de Rugby. Ambos os eventos foram transmitidos para Portugal, mas a seleção de TV a cabo do hotel não tinha os canais que detinham os direitos. Com muito boa vontade, acompanhei a Sky News, da Inglaterra, que mostrava a imagem de um repórter na Torre Eifel, vendo o jogo pelo telão e dando informações ao vivo, e, no caso da F-1, um repórter da mesma emissora estava ao lado do Autódromo de Interlagos passando informações ao vivo sobre o título de Kimi Raikkonen.
Acabei tendo as informações em primeira mão, mas com um gosto decepcionante de não ter visto os eventos que movimentaram o mundo esportivo no último domingo.
Na minha volta ao Brasil, uma certeza: temos algumas das melhores emissoras esportivas do mundo. SporTV e ESPN Brasil dão um show de cobertura esportiva.
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Em Portugal, assisti ao jogo entre a seleção local e o Cazaquistão em um restaurante no centro de Lisboa. Foi uma experiência interessante, já que o jogo foi às 15h locais, e muita gente ‘enforcou’ o emprego para poder assistir à partida. Mas o interessante mesmo foi ver o endeusamento de Cristiano Ronaldo na capital portuguesa. O jovem atacante do Manchester United é, hoje, o principal nome do esporte lusitano, a ponto de ter sua imagem estampada em outdoors em toda a cidade e ser o principal assunto de todos os programas esportivos.
Uma mesa-redonda transmitida pela SIC na noite de segunda-feira foi um belo exemplo de quanto Cristiano Ronaldo representa para Portugal. Dos quatro blocos do programa, simplesmente três foram integralmente dedicados ao jogador, esquecendo-se dos demais atletas da seleção. A única exceção foi uma menção rápida a Luís Figo, que atingirá 100 jogos pela Liga dos Campeões da Europa nesta semana. E mais nada.
Em Paris, Thierry Henry também monopoliza as atenções. Após a eliminação da seleção francesa da Copa do Mundo de Rugby, Henry, que ultrapassou Platini como máximo goleador da seleção francesa em todos os tempos, foi o assunto principal dos jornais esportivos e dos programas de esporte da França.
Estão certos os colegas franceses e portugueses. Quem tem craque, tem notícia, e tem audiência.’
JORNAL DA IMPRENÇA
Moacir Japiassu
Calcinhas de protesto, 25/10
‘Moro tão longe que as serpentes
morrem no meio do caminho.
Moro bem longe: quem me alcança
para sempre me alcançará.
(Alberto da Cunha Melo in Um Cartão de Visita)
Calcinhas de protesto
Depois que as ativistas descobriram os encantos do ridículo, notícias como esta, se não mortificam, também não abufelam, com perdão da palavra:
Como protesto, mulheres enviam calcinhas a Embaixadas de Mianmar
da Associated Press
Mulheres de vários países estão enviando calcinhas para Embaixadas de Mianmar, em um gesto de protesto contra a violenta repressão às manifestações pró-democracia no país.
‘Você pode enviá-las pelo correio, entregá-las pessoalmente ou arremessá-las contra o prédio da Embaixada de Mianmar mais próxima de você. Mandem-as já, mande várias’, diz o site do grupo na internet, que disponibiliza os endereços das embaixadas.
Janistraquis achou o protesto muito inteligente e oportuno, porém ficou com uma crudelíssima dúvida:
‘Considerado, como se trata de protesto, pensei que as ativistas mais empedernidas enviassem calcinhas, como direi, usadas; ou melhor, sujas. Porém o site não informa.’
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Assassino?!?!?!?!
O considerado Roldão Simas Filho, diretor de nossa sucursal no Planalto, de onde é possível assistir ao tiroteio que festeja as excelências da democracia, pois Roldão lia o Correio Braziliense quando encontrou o seguinte texto, agachado sob o título Jovem invade escola e abre fogo:
O ‘olho’ dizia — ‘Suspenso na terça-feira, após briga, aluno dispara a esmo, fere cinco pessoas e comete suicídio, em Cleveland. Estudantes revelam que assassino, cujo nome não foi revelado, era ‘esquisito e infeliz’.
A notícia diz que dois estudantes e dois adultos ficaram feridos. (Não houve mortos, portanto). E confirma que a identidade do agressor não foi revelada.
Se o único morto foi o agressor, por suicídio, não houve nenhum assassino. Parece que quem fez o título não leu a reportagem.
Janistraquis garante que, às vezes, não lêem mesmo, ó Roldão!
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Legítima defesa
A coluna cumprimenta o considerado José Paulo Lanyi pelas excelentes reportagens sobre o promotor Thales Schoedl, acusado, julgado e condenado pela imprensa, digamos, mais açodada. Lanyi, que dissecou os autos do processo, prova que o indigitado matou em legítima defesa.
O último texto da série publicada no Observatório da Imprensa é uma entrevista com Schoedl. Clique aqui e leia.
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Heraldo, o Bom
O considerado José Truda Júnior despacha do alto de seu minarete de Santa Teresa:
Veja que fenômeno! O excelente Bernardo de la Peña descobriu bem na redação da TV Globo e publicou no blog do Anselmo, no Globo Online:
‘Aos 46 anos, o jornalista e advogado Heraldo Pereira nasceu e cresceu em Ribeirão Preto, no interior do Estado de São Paulo’.
Só faltou Bernardo explicar se Heraldo Pereira, com aquela idade, já nasceu jornalista e advogado!
Janistraquis acha que o novo comentarista político do Jornal da Globo é mesmo incomum, ó Truda:
‘Tenho acompanhado o trabalho do Heraldo, considerado; o rapaz é muito bom de serviço e ilustra seus comentários políticos com entrevistas que ele mesmo faz. Trata-se, sem dúvida, de uma novidade no ar.’
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Susto arretado
A considerada Daise Cristina Moraes, analista/consultora de seguros em São Paulo, leu no G1, com informações da Globo News:
Queda de energia causa pânico em metrô de Tóquio
O acidente assustou passageiros que chegaram a desmaiar nos vagões lotados.
Mais de 1,5 pessoas ficaram presas no escuro.
Janistraquis, que escapou fedendo de um acidente de pau-de-arara em 1950, também ficou impressionado:
‘Considerado, será que a Daise conseguiu calcular o prêmio de uma apólice baseada nas informações desta notícia?’
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Arte no lixo
O considerado Bruno Viécili, assessor de imprensa em São Paulo, passeava os olhos pela Ilustrada quando envesgou-se nesta chamada:
Mulher encontra quadro que vale US$ 1 milhão no lixo
Bruno invocou os botões do Datena:
‘Ora, se vale tudo isso no lixo, imagina só quanto valeria na parede de um museu…’
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Inquisição
O considerado Camilo Viana, diretor de nossa sucursal mineira, vizinha do Palácio da Liberdade onde Aécio Neves desdobra fibra por fibra o coração apaixonado pela Miss Brasil, pois Camilo visitava a Wikipédia quando lhe apareceu o piedoso inquisidor espanhol Tomás de Torquemada. Dizia o, com perdão da palavra, epítome virtual:
(…) Após completar a expulsão dos judeus, Torquemada retirou-se para o convento de São Tomás, em Ávila do qual tinha sido o fundador, onde passou seus últimos anos convencido de que desejavam envenená-lo, o que o levava a manter um chifre de unicórnio, considerado um antídoto eficaz, sempre perto de si. O Grande Inquisidor acabou sendo vítima de morte natural, em 1498.
Camilo acendeu a fogueira da impaciência:
Ora, quem morre ‘naturalmente’, não é vítima de nada… O que me irrita é esse ‘currículo Google’ hoje adotado pelos estudantes, os quais não estudam, simplesmente pesquisam por respostas e se dão por satisfeitos. Os ministros da Educação e Cultura nada enxergam. Depois dos livros ilustrados que acabaram com os professores e criaram os ‘explicadores’, cada vez mais o aluno brasileiro é levado a não raciocinar para aprender.
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É o bicho!
O considerado Alfredo Borba de Carvalho, economista paulistano que já perdeu relógio, carteira e celular para assaltantes, está revoltado com as ONGs que condenam a polícia carioca por atirar em bandidos na Favela da Coréia:
‘É impressionante a alienação desses grupos; ora, o Rio vive uma verdadeira guerra e São Paulo não está muito atrás nessa desgraça. E querem que a polícia simplesmente ‘investigue e prenda’, como se isso fosse possível. Ninguém se lembra do repórter Tim Lopes, que queria fazer apenas uma reportagem e morreu daquela forma; os onguistas querem que os policiais morram, esta é a verdade; onguistas são elementos perigosos com os quais a sociedade não pode contar.’
Por essas e outras, Janistraquis anda com duas pulgas atrás da orelha:
‘É, considerado; se correr, o bicho pega…’
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De revisores
A considerada Ana Lúcia Sesso, conhecida e competente profissional, escreve à coluna:
Sou revisora de textos com quase 30 anos de profissão e percebi que no mercado há uma lacuna para a formação de profissionais. Pensando nisso, organizei um Curso de Revisão que visa à formação de profissionais tanto para a área publicitária como para a editorial. Ou até mesmo sem vincular a alguma área específica.
Aguardo sua visita no site www.revisao.porquenao.nom.br
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Por fora
Notícia publicada em 17 deste mês na Folha Online:
CBL muda o vencedor de Jabuti de biografia
A Câmara Brasileira do Livro alterou o vencedor do prêmio Jabuti de biografia deste ano após descobrir que Marta Rossetti Batista, autora de ‘Anita Malfatti -Biografia e Estudo da Obra’ (ed. 34/ Edusp), morreu em maio. O escritor Lira Neto, com ‘O Inimigo do Rei: Uma Biografia de José de Alencar…’ (ed. Globo), receberá o prêmio, no próximo dia 31. Batista será premiada ‘in memoriam’.
Janistraquis achou esquisito:
‘Caramba, considerado! A autora perdeu a vida em maio e, como ninguém avisou à Câmara Brasileira do Livro, ela também perdeu o prêmio em outubro…’.
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Choque de gestão
Janistraquis tem jogado compulsoriamente na loteria e, diante de minha enérgica reprovação, tentou explicar:
‘Considerado, já que não podemos meter a mão no erário, somente com dinheiro ganho no jogo de azar será possível empreender um choque de gestão aqui no sítio!’
Tá certo que precisamos de um empregado jovem para cuidar dos serviços essenciais, é absolutamente necessária a substituição do burro Salomão, que morreu, e de um cachorro de raça, pois o pointer Vasco também morreu, todavia não creio que a jogatina seja a salvação da lavoura.
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Nota dez
Esse grande escritor que é Urariano Mota assim escreveu sobre aquele indispensável poeta que foi Alberto da Cunha Melo:
A imensa poesia que a imprensa não vê
O Brasil perdeu no fim de semana um poeta fundamental, um desses gigantes que fazem arte sem marketing. Refiro-me ao poeta Alberto da Cunha Melo, falecido em 13/10/2007. Disso não houve qualquer notícia na imprensa do Sul e Sudeste. Se vivêssemos em uma civilização, o poeta seria celebrado como os gregos faziam com os seus melhores. Não exagero.
Leia no Observatório da Imprensa a íntegra do texto, ilustrado por alguns poemas do Mestre de Jaboatão dos Guararapes. E clique aqui para conhecer melhor a vida e a obra do poeta, sociólogo e jornalista.
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Errei, sim!
‘POÇO QUE PENÇA – Afundado na cultura, atolado na argila da erudição, o caderno São Paulo (inclui Cotidiano), da Folha, chamou na primeira página: ÁGUA: Moradores de SP com poços cartesianos em casa conseguem driblar racionamento.
Que seria um poço cartesiano? Será que em vez de apenas driblar não era driblar o raciocínio? Janistraquis se debruçou sobre o problema, consultou engenheiros do DNOCS e concluiu:
‘Considerado, não é raciocínio, é racionamento mesmo. E poço cartesiano é aquele que a gente nem precisa furar; ele pensa e, logo, existe.’
Meu assistente só não descobriu qual a verba que é possível desviar para obter tal preciosidade. (janeiro de 1995)’
Colaborem com a coluna, que é atualizada às quintas-feiras: Caixa Postal 067 – CEP 12530-970, Cunha (SP), ou japi.coluna@gmail.com.
(*) Paraibano, 65 anos de idade e 45 de profissão, é jornalista, escritor e torcedor do Vasco. Trabalhou, entre outros, no Correio de Minas, Última Hora, Jornal do Brasil, Pais&Filhos, Jornal da Tarde, Istoé, Veja, Placar, Elle. E foi editor-chefe do Fantástico. Criou os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo. Também escreveu nove livros (dos quais três romances) e o mais recente é a seleção de crônicas intitulada ‘Carta a Uma Paixão Definitiva’.’
JORNALISMO
Velhos conhecidos, novos desafios, 24/10
‘Uma das mais fascinantes faces do Jornalismo, da Comunicação, é a oportunidade que essa atividade proporciona, a quem dela sobrevive, de novos e instigantes desafios.
Temos lá nossos velhos e aborrecidos problemas, com os quais convivemos, ora macambúzios, ora irritados, ora desenxabidos, ora revoltados, como quando perdemos o emprego, quando vemos um amigo perder um emprego, quando vemos vários amigos perderem os empregos ou simplesmente quando vemos jornalistas e veículos fazendo aquilo que deles não se admite. Isso está na gênese do sistema que domina o mundo há décadas e dele não se espera, embora se deseje, humanidade, compaixão, retidão de princípios, solidariedade etc. Capitalismo é competição, é produtividade, é cada vez mais cada um por si, na selvagem sina da sobrevivência.
Mas não estou aqui para deitar filosofia, pensamentos políticos ou coisa parecida, até porque sei que cada leitor tem os seus princípios e não precisa de um articulista metido a besta para ficar deitando falação.
Fiz o preâmbulo, ou o nariz de cera, como prefiram, para mostrar que, mesmo com tantas adversidades, essa atividade é mágica, quando permite aos seus protagonistas reinventarem-se, renovarem-se, reencontrarem na profissão desafios com alto grau de motivação, tanto profissional, quanto pessoal.
Nos últimos dias ao menos quatro velhos conhecidos de centenas, talvez milhares de profissionais, estão abraçando novas causas profissionais. Sim, são novos empregos, em alguns casos, mas mais do que isso são efetivamente novas causas, não só pelo que representam para eles, mas pelo que eles poderão fazer em benefício tanto de si quanto do próprio Jornalismo.
Começo com o nosso Maurício Lara, da também nossa Minas Gerais. Profissional de estirpe, boa praça, agradabilíssima companhia, Maurício já foi do céu ao inferno, enfrentando e vencendo um câncer, que até acabou rendendo um livro. Isso foi há alguns anos, praticamente no mesmo período em que integrou a equipe de Comunicação do ministro Luiz Gushiken, no primeiro mandato do Governo Lula. Experiência que certamente marcou profundamente a sua vida, mas da qual voluntariamente abriu mão, para – buscando maior qualidade de vida – retornar aos seus afazeres na terra natal.
Pois Maurício, desde que deixou o Planalto, vinha se dedicando a uma dupla vida acadêmica, como professor e também como secretário de Comunicação da PUC-Minas, além de paralelamente se dedicar à literatura, autor que é de algumas obras. Em agosto passado ele deixou a PUC com o propósito de se dedicar à sua Lara Agência de Comunicação e Pesquisa (Instituto Ver), ali atuando basicamente como consultor de comunicação e outros médios afazeres nessa área corporativa. E também aproveitaria – vejam só que coisa boa – para voltar à reportagem, chegando mesmo a ensaiar esse retorno na revista Brasileiros, dos amigos Hélio Campos Mello, Ricardo Kotscho e Nirlando Beirão. Não deu certo o acordo com a Brasileiros, que seria uma colaboração esporádica, mas deu com o Estado de Minas. E aí como emprego mesmo. A convite do diretor de Redação Josemar Gimenez, ele estréia nesta quinta-feira (25/10) no caderno Gerais com a coluna Pois É, que também será publicada às terças-feiras e aos sábados. Mas essa é apenas uma parte de suas atividades no jornal. Ele também será repórter especial, com liberdade para fazer tanto matérias de Cidades quanto de abrangência nacional, aí possivelmente para aproveitamento também no Correio Braziliense, que tanto quanto o Estado de Minas pertence ao condomínio dos Diários Associados. Está feliz, estimulado, vibrando com esse retorno às origens e com a possibilidade de voltar a fazer uma coisa da qual gosta e na chamada fase da maturidade.
A mesma Minas é a terra de outro de nossos personagens, Róbson Moreira, que, neste Brasil, depois de deixar Minas, andou pelo Espírito Santo, sentando praça em São Paulo. São Paulo? Sim, até 20 dias atrás, porque agora está morando em Brasília.
Por partes, como diria Jack, o estripador. Róbson, para quem não conhece, é figura muito conhecida nos meios sindicais, graças, de um lado, ao período em que atuou no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (parte dele como seu presidente, entre 1987 e 1990); e, de outro, à temporada em que trabalhou na sucursal do Estadão no ABC paulista, num momento em que o movimento sindical brasileiro, Lula à frente, empurrou, com a ajuda de outras forças, o País para a redemocratização. Ele esteve depois por uma temporada na revista Exame e, mais tarde, a partir de 1996, foi o diretor de Programação da ex-Rede STV (antiga TV Senac), de lá saindo em 2006, quando a operação foi assumida integralmente pelo Sesc.
Enquanto buscava uma nova oportunidade profissional no Jornalismo, valeu-se de sua segunda formação menos para sobreviver do que para se manter em atividade: fez teatro, atividade que, como se sabe, com as exceções globais, não garante o futuro de ninguém.
Róbson atendeu a um chamado do presidente da Radiobrás, José Roberto Garcez, e acabou convidado a assumir a Coordenação Geral da TV Brasil-Canal Integración. Esse canal, que ele agora está encarregado de tocar, foi criado há dois anos sob os auspícios dos poderes Legislativo, Judiciário e Executivo, com objetivos de integração entre os países da América Latina, veiculando tanto notícias brasileiras para os países vizinhos, quanto dos países vizinhos para o Brasil. É um canal com programação ininterrupta 24 horas por dia, que opera pelo satélite NSS-806, com forte penetração na América do Sul.
Não é preciso dizer que se trata de um super desafio para esse mineiro nascido no Vale do Jequitinhonha e que agora encara a quarta mudança de região na sua vida. Dessa vez, flertando pra valer com o poder.
Cidadão do mundo, mas já há alguns anos de volta ao Brasil, nosso terceiro personagem é Adhemar Altieri, profissional cujo currículo demonstra sua inquietude e capacidade de enfrentar desafios. Querem ver?
Ele elaborou e dirigiu projetos de grande porte e repercussão no Brasil e no Canadá, tendo atuado também nos Estados Unidos. No Brasil, por exemplo, foi diretor de Jornalismo da Rádio Eldorado em duas ocasiões (1982-1987 e 1997-2001), ali também coordenando a presença da emissora na internet. Dirigiu os Telejornais Regionais do SBT, entre 1988 e 1990, num período histórico do Jornalismo da emissora, que ainda contava com Boris Casoy, Dacio Nitrini, Marcos Wilson e Luiz Fernando Emediato. Atuou ainda como repórter da Rede Globo em São Paulo (1981-82).
No Canadá, Altieri teve uma movimentada e diversificada carreira. Foi repórter da Rádio 590/CKEY de Toronto (1978-81), editor especial e editor de Internacional da Rede CTV de Televisão (1990-1991), editor de Internacional do programa de documentários Sunday Morning da rede pública canadense CBC – Canadian Broadcasting Corporation (1991-1994) e editor-chefe de Telejornais da rede de telejornalismo a cabo 24 horas Newsworld International, também pertencente à CBC (1994-1997). Foi ainda colaborador da rede americana de radio e televisão CBS News (1981-1989).
Deixo para uma outra oportunidade os detalhes da experiência por ele acumulada no campo acadêmico, entre Brasil, Canadá e Estados Unidos. Mas cito ainda três outros momentos profissionais que marcaram sua biografia: montar e dirigir a Kiss FM, primeira rádio brasileira focada no chamado rock clássico; montar e dirigir a Comunicação do Instituto Hospitalidade, em Salvador; e, de volta a São Paulo, encarar a total reestruturação da Comunicação da Câmara de Comércio Brasil Estados Unidos – Amcham, missão que ele considera plenamente atingida e que lhe proporciona a oportunidade de alçar novos vôos. É o que ele está fazendo.
Na próxima semana, ele deixa a Amcham, após dois anos e três meses de casa, e em seguida assume a Comunicação da Única – União dos Produtores de Açúcar e Álcool. Com a importância que o etanol assumiu na economia mundial e das nações, constituindo-se de forma crescente como pauta obrigatória da mídia mundial, não é preciso ser um estudioso no tema para saber o que esse trabalho oferece de oportunidades e desafios. Trata-se apenas e tão somente de ajudar a cuidar da imagem do etanol brasileiro tanto em terras nativas quanto além-mar.
Para finalizar, tenho também de render justas homenagens a um dos grandes jornalistas de nosso tempo, Audálio Dantas, com quem tenho a honra de dividir alguns momentos de trabalho e alegria, na ABI, a nossa Associação Brasileira de Imprensa, que o tem como vice-presidente nacional e presidente da Representação São Paulo. Personagem que ajudou a escrever a história da redemocratização do País, sobretudo no período em que presidiu o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, em 1975, quando Vladimir Herzog foi assassinado no Doi-Codi, Audálio, aos 75 anos, continua lutando a boa luta. Ele idealizou e está viabilizando o 1º Salão Nacional do Jornalista Escritor, evento que promete ser um acontecimento e que será realizado de 14 a 18 de novembro, em São Paulo, no Memorial da América Latina, com a presença de alguns dos mais renomados jornalistas escritores do Brasil e que também contará com a presença internacional de Ignacio Ramonet, diretor do prestigiado Le Monde Diplomatique.
Precisar fazer, provar algo ainda a alguém, ele não precisava. Mas quem o convence a parar? Que bom termos ao nosso lado Laras, Moreiras, Altieris e Dantas.
Egoístas que somos, queremos mais. Que venham!
(*) É jornalista profissional formado pela Fundação Armando Álvares Penteado e co-autor de inúmeros projetos editoriais focados no jornalismo e na comunicação corporativa, entre eles o livro-guia ‘Fontes de Informação’ e o livro ‘Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia’. Integra o Conselho Fiscal da Abracom – Associação Brasileira das Agências de Comunicação e é também colunista do jornal Unidade, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, além de dirigir e editar o informativo Jornalistas&Cia, da M&A Editora. É também diretor da Mega Brasil Comunicação, empresa responsável pela organização do Congresso Brasileiro de Jornalismo Empresarial, Assessoria de Imprensa e Relações Públicas.’
TELEVISÃO
Antonio Brasil
Que tal um Big Brother Brasil nas redações de TV?, 22/10
‘Depois não digam que o crítico não ajuda. A idéia é produzir uma mistura de Reality Show com documentário e telenovela que mostre o trabalho dos jornalistas de TV, o drama das redações e que também ajude a selecionar novos talentos.
Os ‘aprendizes’ disputariam uma vaga para a ‘Profissão Repórter’e nós teríamos a oportunidade de ver os bastidores dos nossos telejornais.
Nos EUA, um programa semelhante já existe e se chama Making News (ver um dos episódios da série aqui).
Produzido pela TV Guide Network, a rede responsável pela publicação do velho TV Guia americano, Making News é sucesso de crítica e de público. Agrada principalmente, aqueles que se interessam pelos bastidores da TV e do jornalismo.
Repórter é gente
E as redes americanas já perceberam que esse tipo de programa pode ser uma grande oportunidade para reverter a tendência de queda de audiência nos telejornais. É uma boa maneira do jornalismo se aproximar novamente do público.
Este ano, seis redações de estações locais de TVs americanas disputam o privilégio de sediar mais uma edição do Making News. Seus responsáveis fazem questão de apontar as vantagens de sediar o programa. Eles citam as oportunidades de novos negócios com mais anunciantes, aumento de audiência e maior identificação do público com os jornalistas.
Mas também fazem questão de denunciar problemas como a perda de jovens talentos para os concorrentes e que muitos telespectadores parecem perder a ‘mística’ de sobriedade e correção dos repórteres de TV. Muitos ficariam decepcionados de ver repórteres sendo ‘emocionais’ e cometendo erros. Ou seja, no Making News, o público descobre que jornalista de TV também é gente.
Fim dos telejornais
Esta pode ser boa idéia para salva os nossos telejornais. Pelo menos é melhor do que mostrar as pernas das apresentadoras em mesas vazadas, colocar apresentadores sentados em poltronas, aposentar Teleprompter, ligar para os telespectadores no final do telejornal e ficar no ar com cara de bobos , e tantas outras ‘inovações’ desastrosas dos nossos telejornais.
Não deveríamos ter medo de visibilidade pública e transparência. Nossas redações de TV teriam muito a ganhar com a produção de séries como o Making News. Não temos nada a esconder. Jornalismo de TV é prestação de serviço em concessão pública.
Mas as câmeras indiscretas revelariam os segredos das redações para o público e igualmente para os competidores. Esse argumento é uma bobagem. Não vemos tudo que acontece no BBB ou no Congresso brasileiro. E ambos possuem cobertura ‘ao vivo’ pela TV. Os segredos sempre existirão. Porém, as discussões e negociações do políticos durante as sessões do plenário ou dos jornalistas durante as reuniões de pauta tendem a ficar mais objetivas e ‘transparentes’.
Esse tipo de visibilidade também pode ajudar nossas TVs na hora de renovar suas concessões. Esse debate tem que se tornar mais aberto e democrático. É um bom tema para outro artigo e para as nossas discussões. Nenhuma rede de TV brasileira, nem mesmo a Globo, deveria ter sua concessão de 15 anos, repito, de 15 anos, renovada de forma automática e secreta. A sociedade brasileira tem o direito de avaliar o conteúdo de seus programas e acompanhar essas ‘negociações’ para a renovação de concessões.
Enquanto isso, programas como o Making News e suas adaptações podem evitar a decadência ou mesmo o fim dos nossos telejornais.
E por falar em fracasso previsível, o que houve com a TV JB?’
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