Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Comunique-se

ELEIÇÕES
Carla Soares Martin

‘Paranóia da eqüidade prejudica cobertura’, diz Soninha Francine, 15/9

‘A vereadora e candidata à Prefeitura de São Paulo Soninha Francine (PPS) disse que a preocupação da mídia em dar espaço igual para todos os candidatos atrapalha a cobertura. ‘A paranóia da eqüidade prejudica’, afirmou Soninha ao Comunique-se após sabatina no Estadão, em 04/09.

Soninha explicou que particularmente os impressos, quando pedem a opinião do candidato sobre algum tema, especificam o número de toques e cortam parte das propostas. ‘Ninguém consegue expor plataforma política em 1.500 toques’.

A candidata do PPS não enxerga isonomia no tratamento aos candidatos, sobretudo na mídia impressa. ‘A Folha (de S.Paulo) e o UOL não citam a minha existência’, declarou. Soninha analisa que se dá espaço apenas para os três ou quatro candidatos mais bem colocados nas pesquisas.

UOL e Folha

Segundo o UOL, a candidata do PPS foi a única entrevistada pelo site duas vezes — uma como pré-candidata e outra como candidata. ‘Nas duas ocasiões ela falou sobre suas propostas e teve ampla divulgação na primeira página do portal’, afirmou Márion Strecker, diretora de conteúdo do UOL.

De acordo com Márion, o UOL se pauta pela igualdade entre os candidatos. ‘Notícias referentes à candidata Soninha Francine recebem o mesmo tratamento dado aos demais candidatos, dentro do espírito apartidário, pluralista e crítico que pauta o jornalismo do UOL’, disse.

A Folha não respondeu, até o momento, ao questionamento sobre a declaração de Soninha.

Sugestões

Também jornalista, a candidata à Prefeitura de São Paulo dá sugestões para a melhoria da cobertura política na cidade. Para ela, a imprensa precisa ter mais apuração, ser menos declaratória. ‘A mídia tem que apurar. Não pode ter só aspas’, disse.’

 

 

E-BOOKS
Bruno Rodrigues

A nova Era do Livro, 9/9

‘As ferramentas estavam lá há tempos, em anos que hoje podem ser contados nos dedos de uma mão, apenas, ou em longas décadas. Fato é que, após tanto tempo colocado no centro das atenções do apocalipse cultural, sim, o livro sobreviveu.

Se foi difícil? Uma pedreira, sem exageros. Leve em conta um mundo em constante recessão desde a primeira crise do petróleo, nos 70, ameaçando aprisionar o mercado editorial na literatura ‘difícil’.

Nem a propagação dos bestsellers – que na virada para os 80 alçou editoras americanas ao mainstream -, nem os livros-evento, como ‘O Nome da Rosa’, serviram para que a arte de contar histórias em papel pudesse se estabilizar.

E então veio a internet. Aquela que viria a se alimentar do clichê ‘o livro de papel irá acabar?’ tinha mais o que fazer, e passou ao largo do Armagedon que tanto se anunciava. Em silêncio, apenas esperou o tempo passar, acrescentando com trabalho silencioso o que a tão temida mídia digital poderia ajudar.

Tecnologia? Inovação? Novos formatos? Qual nada. O que o admirável mundo novo da web trouxe ao livro – sabe-se hoje no emblemático ano de 2008 – não foi a técnica de recriar formatos, mas a magia de aproximar histórias de pessoas.

‘Harry Potter’, legítimo filho literário da era digital, apenas abriu caminho. O que seria a série de J.K. Rowling se não fosse a internet? Não fossem os fóruns criados por adolescentes no final dos já distantes anos 90, a América não abraçaria tão rápido o bruxinho inglês. Não fosse a web, ‘O Senhor dos Anéis’ não renasceria dos porões dos 60, galgando em pouco tempo a escadaria rumo a Hollywood, onde ‘Harry Potter’ também se preparava para criar vida.

Se não era segredo a fórmula livro & cinema, por que a exceção? Por que demorou tanto tempo para que séries literárias virassem certeza de lucro descomunal? A resposta: faltava entender os adolescentes, que desde Spielberg & Lucas já demonstravam paixão por boas histórias. Faltava a eles um meio em que pudessem interagir, interferir, exigir, opinar. A web era uma questão de tempo, e o retorno da contação de histórias, em grande estilo e com nova roupagem, estava prestes a começar.

Afinal, um livro é uma história que é contada em papel ou uma história que se aproveita do papel para chegar até quem quer escutá-la? Por que uma história precisa ficar contida em um meio físico? Ao criador – escritor, apenas? – caberia a missão de inventar um grande arco por onde sua história poderá ser contada – que começa em um livro, vai ao cinema, recria-se em um game e permanece, também, na web.

O surgimento dos e-books, no raiar da era digital, assim como os audiolivros e a carona que estes tomaram com a internet, era apenas um sinal de que o livro apenas esperava que todas as mídias entendessem que o ato de contar história poderia ser muitíssimo mais que *escrever* uma história – era preciso expandi-la por todas as mídias, oferecer ao leitor – usuário? internauta? espectador? jogador? – a possibilidade de vivenciar ao máximo o universo desenhado pelo criador.

Nos Estados Unidos, espera-se para o próximo ano um crescimento como nunca se viu em vendas de e-books – grandes editoras como a Penguin e a Random House passam, agora, a ter como regra a publicação de seus livros em meios papel e digital. Não se vê mais a versão em e-book como capricho ou exceção. O motivo? Embora a Amazon guarde a sete chaves o número de Kindles – aparelhinho leitor de e-books – vendidos desde o lançamento, ano passado, o mercado aponta que o montante foi muito (muito) maior que o esperado. Com o Kindle, não apenas lê-se um livro – compram-se livros pelo aparelhinho, da rua, e nele armazenam-se dezenas deles.

As mesmas Penguin e a Random House não ignoram o conceito de ‘transmedia storytelling’ – o mix de mídias para se contar uma história – e já partem para o ataque. A participação em ‘mídias socias’ como MySpace e Facebook (onde os leitores se encontram) e a obrigação de existir sites oficiais dos autores (onde o autor e os leitores se encontram; já existem até produtoras oficiais deste sites, como a authorbytes.com) apenas nos mostram a ponta do iceberg: o ‘transmedia storytelling’ está só começando.

Hoje, dia 9 de setembro, o mercado está com a respiração suspensa. Será lançada nos Estados Unidos, pela mesma editora que nos apresentou ‘Harry Potter’, a série cross-media para adolescentes ‘As 39 Pistas’, um tripé de livros, card games e site que irá cercar os leitores por todos os lados. Para se chegar às tais ‘39 pistas’ não basta ler os livros. Neles, há apenas 10 pistas. As 29 restantes estão espalhadas pelos cards e no site.

É hora de rever o conceito de ‘livro’. Em um futuro próximo – futuro? –, ele não seria somente uma das pontas da fantástica tarefa de se contar uma história?

No Brasil, não é diferente. Há diversos projetos de ‘contação cruzada de histórias’ – seria esta a melhor tradução? – prontos para sair do forno. Enquanto isso não acontece, o mercado nacional investe em outro formato, o audiolivro. Nomes conhecidos, como Nathália Timberg, lêem títulos conhecidos como ‘O Ano do Pensamento Mágico’. Seria esta a fórmula para o audiolivro decolar por aqui?

Com tanto por acontecer, o ‘novo livro’ colocaria em extinção a confraria dos que gostam de ler em papel – com início, meio e fim – porque gostam de ‘folheá-lo’ e ‘sentir seu cheiro’? Ou estes também podem ser apresentados ao início de uma nova era, muito mais ampla e satisfatória?

(*) É autor do primeiro livro em português e terceiro no mundo sobre conteúdo online, ‘Webwriting – Pensando o texto para mídia digital’, e de sua continuação, ‘Webwriting – Redação e Informação para a web’. Ministra treinamentos em Webwriting e Arquitetura da Informação no Brasil e no exterior. Em sete anos, seus cursos formaram 1.300 alunos. É Consultor de Informação para a Mídia Digital do website Petrobras, um dos maiores da internet brasileira, e é citado no verbete ‘Webwriting’ do ‘Dicionário de Comunicação’, há três décadas uma das principais referências na área de Comunicação Social no Brasil.’

 

 

JORNALISMO
Milton Coelho da Graça

Nossa vida é correr atrás da verdade, 15/9

‘O jornalista britânico Phillip Knightley, em seu livro ‘A primeira vítima’, lançado há 25 anos, estigmatizou para a eternidade o trabalho do correspondente de guerra, sempre deturpado pelo patriotismo e, pior do que isso, pela censura cada vez mais férrea imposta pelos militares. Knightley desde o título mostrou o que é a verdade em qualquer guerra.

Sociedades democráticas experientes procuram criar mecanismos para não permitir que a verdade sobre a guerra e o exercício do poder seja escondida eternamente. E criam leis que obrigam que sua revelação seja obrigatória depois de certos prazos. Mas os militares e serviços secretos americanos vão sofisticando crescentemente os mecanismos de ocultação, dilatação desses prazos e até criar ‘verdades’ alternativas.

No Brasil, como sabemos, a coisa é mais simples. Desaparece, por exemplo, a documentação que possa permitir a revelação da verdade mesmo séculos depois. Não podemos saber nem nossos netos saberão como ocorreram os massacres nos porões do DOI-CODI ou no Sítio 31 de março, comandados diretamente pelo Estado Maior das Forças Armadas. Da mesma forma como ainda não nos deixaram saber até hoje as circunstâncias dos últimos momentos da guerra do Paraguai em que o general Câmara teria decidido que a melhor maneira de comemorar a morte do presidente paraguaio Solano Lopez pelo seu comandado Chico Diabo – seria estuprar a mulher de Lopez, madame Lynch. Só conheço esse detalhe escabroso porque me foi contado por um professor de História, coronel e também professor da Escola Militar.

Mas voltemos aos americanos. Os caixões dos soldados mortos continuam a ser despachados sob o maior segredo e os correspondentes continuam a ser brifados (desculpem o anglicismo, mas ‘abreviados’ não é a mesma coisa). E, quando são apanhados em mentira, vão tentando criar uma novela sem fim.

No Afeganistão, informaram há alguns dias que uma base da Al Qaeda havia sido localizada na vila de Azizabad. Uma operação-surpresa teria sido muito bem sucedida, com o uso de forças especiais e ‘drones’ (aviões sem piloto) capazes de disparar foguetes. Todos os 70, 78 ou 90 mortos foram identificados pelos militares como talebans terroristas.

O problema é que os habitantes da vila contaram uma história completamente diferente e exigiram que o governo de Hamid Karzai enviasse gente para ver de perto os cadáveres – todos moradores, inclusive muitas crianças, que estariam reunidos para a cerimônia fúnebre de um líder tribal.

Diante dos depoimentos e das fotos – que jornais de todo o mundo publicaram e comoveram uma grande parcela da opinião pública – os ‘brifadores’ foram mudando sua versão até o momento em que o general Blanchette, porta-voz-chefe das forças da NATO, o comando americano e o governo afegão concordaram que ‘os três lados haviam recebido informações diferentes e, obviamente alguém não tem a informação correta’. Tomaram, então, o caminho mais hábil para ‘esfriar’ a comoção: abriram um investigação conjunta para apurar o que realmente aconteceu.

Aos correspondentes caberá a dura tarefa de encher o saco de cada um dos investigadores até que algum ou alguns deles comecem a antecipar revelações que poderiam ou não aparecer no relatório final.

Até lá sugiro que todos leiamos ou releiamos aquele clássico de Knightley e da história do jornalismo. Acabei de fazer isso. Vale a pena.

(*) Milton Coelho da Graça, 77, jornalista desde 1959. Foi editor-chefe de O Globo e outros jornais (inclusive os clandestinos Notícias Censuradas e Resistência), das revistas Realidade, IstoÉ, 4 Rodas, Placar, Intervalo e deste Comunique-se.’

 

 

Carlos Chaparro

A crise e a síntese, numa palavra: ÉTICA!, 9/9

‘Talvez seja um equívoco, da minha parte, escrever algo em jeito de conclusão para a série de textos sobre a crise imposta ao jornalismo pela globalização, em suas múltiplas faces e facetas, a principal delas, o poder discursivo dos sujeitos sociais organizados. E poder plenamente exercido no uso estratégico e tático da difusão jornalística.

Talvez o mais adequado fosse terminar a série com os três últimos parágrafos do texto, para que as idéias neles colocadas tivessem o sentido de convite à reflexão e à discussão. Até porque isso é o que de mais importante temos a fazer.

Para quem já não se lembra, ou não leu, repito os tais três parágrafos, aos quais foi atribuída função de resumo:

O espaço conceitual do jornalismo alargou fronteiras e horizontes. Transpôs os limites das redações, que definitivamente deixaram de ser berços da notícia. A notícia brota e circula como ação dos sujeitos da atualidade, que deliberadamente exercem o poder de ‘dizer’, gerando informações e conhecimentos que nutrem o jornalismo, entendido como espaço e linguagem dos conflitos da atualidade.

Sob o ponto de vista da democracia e da cultura, isso é bom, porque temos aí um cenário de sujeitos sociais falantes.

Mas a nova fisionomia criada pela participação ativa das fontes coloca problemas novos ao jornalismo, tanto no plano das teorias quanto no plano dos ‘fazeres’. Um deles, os novos papéis que o mundo globalizado e informacional atribui ao jornalismo, em geral, e às redações convencionais, em particular.

Que papéis são ou serão esses?

Cada um de nós tem experiências, vivências, conhecimentos, inquietações e visões de mundo próprias para elaborar respostas e as propor à discussão. E isso é o que mais importa.

Mas como promessa é dívida, mesmo para um colunista que fragmenta seus textos em nacos semanais, deixo aqui a minha contribuição para o debate, vislumbrando para as redações jornalísticas tradicionais quatro frentes de atuação em que, a meu ver, serão cada vez indispensáveis e insubstituíveis.

Ei-las:

1) Zelar pela preservação da linguagem jornalística como bem público. A democracia, a cultura e as suas respectivas dinâmicas dependem hoje, e cada vez mais, da eficácia interlocutória e interativa da linguagem jornalística – que deve ser veraz, radicalmente veraz; clara, tanto nas formas quanto nas intenções; e vinculada à Ética dos Valores, fonte de perspectivas, para olhar o mundo dos acontecimentos e das falas noticiáveis.

2) Assumir e nutrir a vocação fundamental do jornalismo, de ser espaço público dos conflitos que interessam à sociedade. Os esquemas da narração e da argumentação, na riqueza e no potencial criativo de suas várias formas (notícia, reportagem, entrevista, artigo…), garantem ao relato e ao comentário jornalísticos um extraordinário vigor performativo, propiciando aos protagonistas sociais divergentes o uso acional da linguagem jornalística. E essa é uma aptidão que pode e deve ser usada para fazer aflorar plenamente, e com sucesso, os conflitos importantes da atualidade. Não basta, portanto, a simples reprodução dos discursos particulares. É preciso colocá-los em rotas de embate, para que o conflito aconteça e se realize com sucesso. Para que as transformações aconteçam.

3) Inserir a sociedade nos conflitos, como parte interessada preferencial – e entenda-se por sociedade a abstração representada pelo projeto ético da Nação (ver Artigo 5º da Constituição), marco civilizatório elaborado na caminhada histórica de conflitos e acordos que dão forma organizada às interações humanas. Como ente abstrato, a sociedade tem a Ética no rosto e na essência. E na ética estão os contextos e as razões de ser do olhar jornalístico.

4) Combater a exclusão discursiva, face perversa do mundo globalizado. E combate-se a exclusão discursiva descobrindo e dando voz aos sujeitos sociais mais fracos, mais pobres, menos organizados, e que ainda não se tornaram capazes de produzir fatos e falas noticiáveis. Para que isso aconteça, é preciso inserir o mundo não noticiado na pauta e na busca jornalísticas. Mergulhar além do que os olhos vêem, na superfície recheada de acontecimentos programados, para descobrir e revelar o mundo escondido das dores, sonhos e lutas de quem ainda não sabe ‘dizer’ nem como ‘dizer’. E fazer deles protagonistas.

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Na síntese, uma palavra. ÉTICA. Com ela, daremos uma dignidade nova ao jornalismo e à profissão.

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E na próxima semana mudaremos de assunto.

(*) Manuel Carlos Chaparro é doutor em Ciências da Comunicação e professor livre-docente (aposentado) do Departamento de Jornalismo e Editoração, na Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo, onde continua a orientar teses. É também jornalista, desde 1957. Com trabalhos individuais de reportagem, foi quatro vezes distinguido no Prêmio Esso de Jornalismo. No percurso acadêmico, dedicou-se ao estudo do discurso jornalístico, em projetos de pesquisa sobre gêneros jornalísticos, teoria do acontecimento e ação das fontes. Tem quatro livros publicados, sobre jornalismo. E um livro-reportagem, lançado em 2006 pela Hucitec. Foi presidente da Intercom, entre 1989-1991. É conselheiro da ABI em São Paulo e membro do Conselho de Ética da Abracom.’

 

 

JORNAL DA IMPRENÇA
Moacir Japiassu

Pouco dinheiro para muita incompetência, 11/9

‘Ouvimos um baque

de estrela. O escuro

pediu socorro

(Nei Duclós in Na Madrugada)

Pouco dinheiro para muita incompetência

O considerado José Truda Júnior, veterano dos tempos em que picolé de feira custava quinhentos réis, despacha de seu minarete em Santa Teresa, onde calcula o valor das coisas e dos homens:

Santos quer receber R$ 4,5 pela venda de Robinho

Data : Segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Comentário do remetente:

Tá certo que a Seleção Brasileira, seus atletas e comissão técnica andaram meio desvalorizados depois do bronze conquistado nas Olimpíadas de Pequim. Mas esta notícia, do Lancepress e reproduzida pelo Globo Online, além de fazer uma barafunda com os números, desmerece o resultado alcançado em Santiago, não é verdade?

Janistraquis concorda, ó Truda, e acha que se Robinho vale quatro reais e cinqüenta centavos para o Santos, o atacante Jean, que ameaça ir jogar na Arábia, não renderá nem dois tostões de mel coado ao Vasco da Gama, embora ontem, diante da Bolívia, lanterninha das eliminatórias, o novo craque do Manchester City tenha jogado um futebol que não tem preço…

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O nosso JB

Jornalistas dos bons tempos do Jornal do Brasil se reuniram na Fiorentina, tradicional restaurante do Leme, no Rio, num encontro para botar a conversa em dia e recordar velhas histórias da Redação. O colunista não pôde comparecer, porque a saúde não deixou, mas recebeu belas imagens enviadas por Léa Maria, Carlos Leonam e Luiz Paulo Horta, este mesmo que, eleito recentemente para a Academia Brasileira de Letras, honra nossa geração.

Muitos dos que aparecem nas fotos não foram logo reconhecidos, nem por mim nem por Janistraquis, porque passaram pelo JB nos anos 70 e 80, enquanto nós, mais velhos e alquebrados, estivemos noutro cenário, o prédio da Avenida Rio Branco, entre 1964 e 1967. Convidamos o considerado leitor a clicar aqui e dar uma olhada nas fotos.

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Salva-casamento

O considerado Mário Marinho recebeu e repassa esta ‘prece’ às leitoras da coluna:

Senhor, dai-me sabedoria para entender meu marido, amor para perdoá-lo e paciência para aturá-lo, Senhor, porque se eu pedir força, eu bato nele até matar.

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Tremendo azar

Deu no Ex-blog do César Maia:

MAIS HISTÓRIAS DO ‘PÉ-FRIO’!

(10/9)Lula refestelou-se com uns pingos de óleo do Pré-Sal. No dia seguinte o preço do Petróleo começou a cair e ontem chegou a menos de 100 dólares o que -se mantido- inviabilizaria economicamente a extração abaixo das camadas de sal. Marta Suplicy que se cuide!

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Urso no pedaço

A família unida assistia ao noticiário da TV quando apareceram imagens de Ronaldo Fenômeno. A neta Dudinha apontou o dedo:

‘É o Urso do Cabelo Duro!!!’

Aos 4 anos, Maria Eduarda, a Dudinha, linda e loura, não entende de futebol, é claro, mas ninguém conhece mais os ursos das florestas, de Zé Colméia a esse que tem o corpo e o cabelo do enxundioso craque.

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Haja saco!!!

Depois do vexaminoso zero a zero com a Bolívia, a bronca de Janistraquis não foi dirigida somente ao incompetente Dunga e seus perdidos craques:

‘Não sei se o considerado ainda suporta, mas eu já enchi literalmente o saco com os ‘comentários’ desse Renato Marsiglia, ex-juiz-ladrão e agora palpiteiro do Sportv; o elemento tem a pretensão de enxergar além do videoteipe e acaba por agredir o telespectador, a quem, nas entrelinhas, chama de cego e burro!’

Concordo inteiramente; não dá para agüentar os ‘superjuízes’ globais, pois no mesmo saco de Marsiglia também acotovelam-se José Roberto Wright e Arnaldo César Coelho.

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Como é que é?!?!?

A considerada Malcia Ivone Afonso, assessora de imprensa da Anvisa, tomava suas doses diárias de sabedoria na internet quando deparou com esta chamada na primeira página da Agência Brasil:

Inflação para consumidores de menor renda tem deflação em agosto.

‘Não sei a que horas uma boa alma irá fazer a correção’, suspirou Malcia.

Janistraquis visitou a página e a tal boa alma já havia aparecido e feito a correção. Porém Janistraquis acha mais do que justo que o chefão da Agência Brasil puxe as orelhas do autor da ‘deflação da inflação’.

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Fausto Wolff

Curioso Erramos da Folha Online:

Diferentemente do publicado na matéria Morre no Rio jornalista Fausto Wolff, ex-editor de ‘O Pasquim’ (Ilustrada – 05/09/2008 – 23h34), o jornalista Fausto Wolff nasceu em 1940 na cidade de Santo Ângelo (RS), e não em 1040. O texto já foi corrigido.

Janistraquis, que lera a notícia da morte, à qual denominou de ‘infausto acontecimento’, para lembrar o espírito galhofeiro do nosso velho e considerado amigo, comentou:

‘O jornal nem precisava corrigir a data; em 1040, só existiam por aqui os índios da Raposa Serra do Sol.’

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Fumacê danado!

O considerado Roldão Simas Filho, diretor de nossa sucursal no Planalto, de cujo varandão debruçado sobre a mediocridade geral é possível divisar a fumaça da cigarrilha importada que o presidente continua a pitar em público, pois Roldão despachou comentário a respeito de um aparelho capaz de produzir mais fumacê ainda:

Na primeira página da edição de 8 de setembro, o Correio Braziliense traz uma chamada sobre o desfile do dia da Independência na qual se refere aos aviões de caça da FAB como ‘caças de guerra’, como se existissem caças mercantes ou algo semelhante…

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Silogismo

O considerado Álvaro Larangeira, professor de jornalismo e contumaz colaborador da coluna, despacha da sala de aula uma das manchetes da Folha Online:

Suspeito de ter matado jovem britânica se diz arrependido em GO

Larangeira logo compôs este silogismo jornalístico:

a) Ele é suspeito;

b) Ele confessa;

c) Logo, ele não é mais suspeito

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Sinal de demência

Janistraquis leu no Blog de Boa Saúde, do UOL:

Declínio mental nem sempre é sinal de demência, alertam especialistas

02 de setembro de 2008 (Bibliomed). O declínio das habilidades mentais na velhice nem sempre é sinal de demência, alertam os especialistas. Segundo pesquisadores da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, o declínio cognitivo, principalmente em relação às habilidades verbais e à memória, é uma progressão natural do processo de envelhecimento e pode estar ligado a fatores diversos.

Meu assistente quedou-se nos braços da alegria:

‘Que bom, considerado, que bom! Há poucos dias ninguém acreditou quando eu disse mais ou menos isso lá naquele seminário daquela cidade aqui perto; o sujeito perguntou uma coisa pra mim, tá lembrado?’

Respondi que não me lembrava de jeito nenhum.

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Nei Duclós

O poeta escreve ao silvo do primeiro aragano, o vento dos pampas que arrasta estações e gela amores na fresta íntima do forro. Na Madrugada insere-se em novo livro, ainda em preparo e talvez à espera das aragens amenas do verão. Confira a íntegra no Blogstraquis.

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Agradece você?!?!?!

O considerado Esdras de Oliveira Santos, assessor de imprensa em São Paulo, não tolera mais o texto de um anúncio de telefone celular na televisão:

‘Não me lembro da frase inteira porque não costumo decorar besteiras, mas o texto termina assim – ‘…e a Vivo agradece você por fazer parte disso tudo’. Ora, o certo é ‘agradece a você’. Deveria ser proibido o ensino de construções erradas e acho que o Conar, que regula a publicidade, precisa tirar o comercial do ar.’

Janistraquis ainda não escutou a frase, Esdras, mas garante que é comum, principalmente em São Paulo, o estupro da preposição a:

‘Trata-se de solecismo que transforma qualquer frase, por mais séria, em asqueroso linguajar. É um tal de daqui dois dias, daqui um mês, daqui um ano, expressões de quem não tem intimidade com o idioma.’

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Nota dez

O considerado Sérgio Augusto, melhor e mais completo jornalista cultural do Brasil, escreveu no Estadão:

Quando Sarah Palin terminou seu discurso no cavernoso Xcel Energy Center de St. Paul, telefonei para uma amiga em Nova York, também ligada na CNN. ‘O Goebbels vai falar agora ou só amanhã?’, perguntei. Ela riu. Sobretudo da coincidência: também se lembrara da convenção do Partido Nazista alemão, em Nuremberg, em outro setembro, o de 1934, aquele do ‘triunfo da vontade’ glorificado em imagens por Leni Riefenstahl.

Foi assustador. Aquele mar de caucasianos, caipiras, plutocratas, mal-amados, ressentidos, órfãos do macarthismo, peruas botocadas e lábios finos, vociferando ódio, zombarias, calúnias e slogans chauvinistas, é bem o retrato de uma América que não gostaríamos que existisse, mas que, lamentavelmente, existe e é poderosa.

O Mestre analisa o perfil da candidata a vice do Partido Republicano e critica os ‘bajuladores de plantão, dentro do partido e na mídia’, todos encantados com a petulância brejeira de Sarah Palin e seu jeito confessadamente pitbull de ser.

(Leia no Blogstraquis a íntegra do excelente artigo)

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Errei, sim!

‘SBT, URGENTE! – Deu na revista Programa, do Jornal do Brasil, especializadíssima em assuntos televisivos: ‘Na edição de Hebe Camargo desta terça-feira, às 22 horas, na TV Bandeirantes (…)’. Quem ligou na Bandeirantes, dançou; Hebe tem programa é no SBT!’ (dezembro de 1992/janeiro de 1993)

Colaborem com a coluna, que é atualizada às quintas-feiras: Caixa Postal 067 – CEP 12530-970, Cunha (SP), ou japi.coluna@gmail.com.

(*) Paraibano, 66 anos de idade e 46 de profissão, é jornalista, escritor e torcedor do Vasco. Trabalhou, entre outros, no Correio de Minas, Última Hora, Jornal do Brasil, Pais&Filhos, Jornal da Tarde, Istoé, Veja, Placar, Elle. E foi editor-chefe do Fantástico. Criou os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo. Também escreveu nove livros (dos quais três romances) e o mais recente é a seleção de crônicas intitulada ‘Carta a Uma Paixão Definitiva’.’

 

 

ESTADÃO
Eduardo Ribeiro

Mudanças no Grupo Estado avançam, 12/9

‘Quem se aventurasse a um passeio pelas redações dos veículos do Grupo Estado no final da manhã desta terça-feira certamente encontraria um imenso vazio humano, quase sem viva alma. E por incrível que pareça tratava-se de um vazio provocado por uma reunião, ou melhor, por uma plenária, que tinha como objetivo apresentar a todos os profissionais do jornalismo da casa as novas orientações editoriais que querem colocar os produtos Estado up to date com o que de mais moderno se faz no mundo da informação. Entre elas – e aí está a ponta de ironia – a de que o novo jornalismo de uma empresa de comunicação se faz não mais hierarquicamente, buscando um deadline de fechamento, mas durante as 24 horas do dia, sete dias por semana, 365 dias por ano – isso quando não for ano bissexto, porque neste caso o número passa a 366. Isso quer dizer que qualquer que seja o momento, as redações terão de estar preparadas e com equipes responsáveis para colocar online no ar informações relevantes, sem deixar obviamente de preparar os produtos com hora marcada, que levarão para o público informações organizadas e hierarquizadas, necessárias para organizar o pensamento e o melhor entendimento da realidade.

Cerca de 270 jornalistas das várias redações do Grupo Estado acotovelaram-se no auditório da empresa, onde a capacidade máxima de pessoas sentadas é de 250. E desses pelo que apurou este Jornalistas&Cia mais de 170 eram repórteres.

No encontro, que reuniu profissionais de O Estado de S.Paulo, Jornal da Tarde, Agência Estado, portal e Rádio Eldorado, o diretor de Conteúdo, Ricardo Gandour, falou sobre o projeto Fase 3, que prevê mudanças ainda mais intensas na área de conteúdo e do intenso envolvimento nesse processo de toda a cadeia produtiva e não mais apenas dos editores e diretores da casa.

Para melhor entender esse processo, que começou em 2004, em parceria com a consultoria Cases, de Barcelona, é preciso lembrar que o Fase 1 foi o redesenho do Estadão em 2004. O Fase 2, já na gestão de Gandour, em janeiro de 2007, mudou a arquitetura das redações, integrou os mesões de Estado, JT e portal e implantou um estúdio de tevê no meio da redação.

Os projetos Rumos e Fase 3, iniciados este ano, têm o objetivo de revisar processos editoriais, potencializar a atuação multimídia e otimizar a alocação de recursos, contemplando um processo contínuo de produção e edição ao longo das 24 horas do dia. Além disso, foram estudados e debatidos os rumos do jornalismo de qualidade no mundo todo. Os trabalhos mobilizaram os principais editores de todo o Grupo, em grupos de trabalho e reuniões plenárias. O Fase 3, especificamente, altera horários e rotinas dos jornais, o que já começou a ser feito na semana passada, aproxima mais as produções de todo o grupo e, além de aprofundar a visão multimídia nas pautas, cria a Central de Notícias, espécie de ‘rádio-escuta 2.0’, que já está em implantação mas irá operar a partir de novembro.

Esses dois projetos começaram em fevereiro, com um ciclo de palestras internacionais, do qual participaram, entre outros, executivos do The Guardian, do Clarín e o designer espanhol Toni Cases. Neste mesmo ciclo, jornalistas da casa relataram visitas feitas a jornais do exterior, como Washington Post, New York Times e diversos outros jornais norte-americanos. Depois, foram criados nove grupos de trabalho que mobilizaram mais de 50 jornalistas da casa e que culminaram com propostas debatidas em plenárias com todos os editores.

Um dos editores do jornal, a propósito, disse a esta coluna que, por envolver toda a equipe, este projeto tem contado com ampla participação e uma motivação muito grande de todos. Ele garantiu ainda que obviamente ninguém ali vai revelar o pulo do gato, mas os resultados estarão visíveis em poucos meses… nas bancas, no rádio, na web…

Versão aberta na internet – A versão impressa do Estadão está temporariamente disponível, na íntegra, para todos na internet, e não apenas para assinantes, com diversas facilidades de navegação, no http://digital.estadao.com.br/home.aspx . Segundo o diretor de Circulação do jornal, Antonio Hércules, ‘isso é uma ação de degustação, com uma nova tecnologia, mas será fechado em outubro’.

(*) É jornalista profissional formado pela Fundação Armando Álvares Penteado e co-autor de inúmeros projetos editoriais focados no jornalismo e na comunicação corporativa, entre eles o livro-guia ‘Fontes de Informação’ e o livro ‘Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia’. Integra o Conselho Fiscal da Abracom – Associação Brasileira das Agências de Comunicação e é também colunista do jornal Unidade, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, além de dirigir e editar o informativo Jornalistas&Cia, da M&A Editora. É também diretor da Mega Brasil Comunicação, empresa responsável pela organização do Congresso Brasileiro de Jornalismo Empresarial, Assessoria de Imprensa e Relações Públicas.’

 

 

 

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Folha de S. Paulo – 1

Folha de S. Paulo – 2

O Estado de S. Paulo – 1

O Estado de S. Paulo – 2

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