REGULAMENTAÇÃO
Deputado que quer criar nova lei para a profissão discute proposta com ABI e Fenaj
‘O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), que pretende criar um projeto de lei para uma nova regulamentação da profissão, discutiu a proposta com Mauricio Azedo, presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Um encontro será agendado com representantes da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Após essas discussões, a proposta começará a ser elaborada. A avaliação dos votos dos ministros, considerando as diferentes opiniões, também servirá como base. ‘Ainda não temos previsão para conclusão’, advertiu.
Para o deputado, o diploma para o exercício do jornalismo representa um avanço na profissão. ‘As ideias já estão definidas. Agora é preciso elaborar o projeto’, explicou o deputado, em entrevista por telefone.
Miro Teixeira entende que profissionais de outras áreas possam colaborar nas redações, como acontece em programas de televisão e documentários, mas que a atividade jornalística deva ser desempenhada apenas por profissionais diplomados. ‘Uma coisa é a atividade de jornalista, a outra é a colaboração de um profissional especialista de outra área para uma matéria’, defende.’
Comunique-se
STF vai decidir se cobra diploma de jornalismo para concurso público
‘A comissão de concursos públicos do Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá nas próximas semanas se irá exigir diploma do curso de jornalismo para a contratação de 14 profissionais da área. O edital seria divulgado no final deste mês, mas a decisão foi adiada, diante do fim da exigência do diploma pelo STF.
As 14 vagas são para área de comunicação social do Supremo, para o cargo de analista, função que exige nível superior. O que não se sabe ainda é se o STF aceitará somente jornalistas para o cargo ou profissionais de outras áreas.’
IRÃ
Google lança ferramenta de tradução para comunicação de iranianos com o mundo
‘Com a crise política no Irã, o Google informou à BBC que está acelerando o lançamento de sua ferramenta de tradução na versão farsi – inglês, inglês-farsi, o idioma oficial do Irã.
Os iranianos atualmente têm usado as redes sociais e novas ferramentas, com o Facebook e Twitter para manifestar ao mundo os protestos causados pelas recentes eleições, que reelegeram Mahmoud Ahmadinejad como presidente do país.
O objetivo do Google é facilitar a comunicação dos que não são fluentes em inglês, com o uso da ferramenta para a tradução do farsi para o idioma.
O Google Translate já possui serviço de tradução para o inglês em 41 idiomas. Segundo o engenheiro do site, Franz Och, a ferramenta em farsi já tem 80% do banco de dados pronto para operar.
O Facebook, rede com 200 milhões de usuários ativos, também providencia uma versão em farsi, com a colaboração de iranianos.’
JORNAL DA IMPRENÇA
O Correio Braziliense reduziu a notícia a cinzas!
‘não pode haver
desgosto onde
esperança falta
(Luís de Camões, repórter e poeta.)
O Correio Braziliense reduziu a notícia a cinzas!
O considerado Roldão Simas Filho, diretor de nossa sucursal no DF, de cujo varandão debruçado sobre a megalomania dá pra se ver a comemoração dos bajuladores à espera do presidente, o qual, na mais recente viagem e no penúltimo discurso deixou claríssimo que pretende assumir o lugar de Jesus, Moisés, Buda, Maomé ou Edir Macedo no coração dos pobres deste mundo, pois Roldão lia o Correio Braziliense quando o desastre ocorreu, segundo noticiou a primeira página do jornal:
AIR BUS NÃO EXPLODIU — DESTROÇOS DO AVIÃO REVELAM AUSÊNCIA DE FOGO NA TRAGÉDIA
Ao examinar os primeiros pedaços do A330-200 desaparecido na rota Rio-Paris recolhidos do Oceano Atlântico (foto), tecnicos da Aeronáutica não encontraram qualquer sinal de que tenham sido incinerados.
O Mestre, que muito leu, escutou e viu em sua profícua existência, ficou perplexo:
Lutando com as palavras: Incinerar, como o nome indica, é reduzir a cinza. Para que isso aconteça é preciso que o objeto fique submetido a altas temperaturas durante um bom tempo, não basta uma simples exposição ao fogo.
A carne vai ao fogo para se fazer um churrasco, mas não é incinerada. A incineração de cadáveres exige um forno especial.. Há muitas outras maneiras de dizer que os destroços do avião não sofreram ação de chamas.
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Errou a mão
Em seu voto de relator na sessão do STF que castrou o diploma dos jornalistas, o renomado Gilmar Mendes nos comparou a chefs-de-cuisine, ou seja, cozinheiros. Este colunista é cozinheiro, tem até livro publicado (Danado de Bom! – O melhor da cozinha nordestina), sentiu-se lisongeado, mas garante que Sua Excelência errou a mão no (des)tempero.
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O melhor título
O considerado Eumir dos Santos Valle, professor em São Paulo, envia chamadinha de capa do UOL:
Polícia prende argentino procurado pela Interpol em Santa Catarina.
Mesmo sem ser jornalista, Valle logo observou que o titulo poderia ser melhor — Polícia prende em Santa Catarina argentino procurado pela Interpol:
‘Afinal, tudo indica que a Interpol não procurava o sujeito apenas em Santa Catarina; procurava-o pelo mundo afora e o encontrou ali, a debochar da lei.’
Janistraquis concorda plenamente; o título do leitor ficou mais, como se diz, escorreito.
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No meio das águas
O considerado Wagner Fonseca, da Reperkut Comunicação de São Paulo, despacha de seu escritório na Rua Dr. Neto de Araújo:
O G1 reeditou Moisés, em seu momento bíblico mais conhecido. Veja só que manchete intrigante:
Voo 447: Marinha e Aeronáutica abrem local dos destroços
Então abriram o oceano!!! Tal milagre, ou a ausência de, é notada apenas no segundo clique, para alívio de todo o clero:
Aeronáutica e Marinha mostram destroços do voo 447
Jornalistas tiveram acesso a local onde objetos estão armazenados..
Destroços foram recolhidos do mar e levados para o Recife.
Não resisti à tentação de mostrar tal proeza ao considerado, em pleno feriadão, pois assessor de imprensa também emenda…, só que ao contrário: trabalha no feriado e depois dele.
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Passou por Brasília…
Historinha que percorre a internet com a velocidade dos melhores boatos:
Um menino de 5 anos queria ganhar 100 reais e rezou durante 2 semanas para Deus.
Como nada acontecia, ele resolveu mandar uma carta pro Todo-Poderoso com seu pedido.
A agência dos correios recebeu a carta assim endereçada: ‘Para Deus-BRASIL’.
Então, influenciado pelas atuais pesquisas, o gerente da agência resolveu mandar a carta para o presidente.
Lula ficou muito comovido com o pedido e resolveu mandar uma nota de 10 reais para o menino, pois achou que 100 reais era muito dinheiro para uma ‘criança pequena’.
O garotinho recebeu os 10 reais e imediatamente anotou o endereço do remetente: ‘Brasilia-DF’.
Pegou papel e caneta e sentou-se para escrever uma carta de agradecimento:
‘Prezado Deus: muito obrigado por me mandar o dinheiro que pedi; mas na próxima vez, por favor mande direto pro meu endereço; é que o envelope passou por Brasília e meu pai garantiu que, quando passa por Brasília, aqueles filhos da puta ficam com 90% !!!’
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Luís de Camões
Os Lusíadas são a grande reportagem sobre os feitos dos portugueses que dominaram os oceanos. Meio ufanista, admitamos, porém uma obra-prima que devemos ler e reler pela vida afora. Nos sonetos, como demonstra aquele cujo fragmento encima a coluna, deita e rola a versatilidade do Bardo. Íntegra no Blogstraquis.
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Boa forma
Deu na coluna de Mônica Bergamo, na Ilustrada:
‘SEXERCÍCIO’
A cantora Melanie Brown, ex-integrante do grupo Spice Girls, atribuiu sua boa forma à vida sexual que tem com o marido, Stephen Belafonte. ‘Faço sexo cinco vezes ao dia. Sou ninfomaníaca com ele. É sexercício’, disse ela à revista britânica ‘Grazia’.
Janistraquis, que na juventude adquiriu fama de garanhão no cabaré de Maria Leite, em Belo Horizonte, leu a noticia mas não ligou muito:
‘Considerado, se a história for verdadeira, devemos tirar o chapéu é para o marido; cinco no mesmo dia é coisa para Anselmo Duarte quando era garoto.’
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Com tônica
Claudio Humberto informou que o senador Gim Argello (PTB-DF) é citado como um dos prováveis substitutos do ministro José Múcio na Coordenação Política do governo.
Janistraquis leu e comentou:
‘Seria mesmo difícil Lula terminar o mandato sem o Gim bem pertinho dele…’
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Deonísio na Feira
Deonísio da Silva vai à 9a Feira do Livro de Ribeirão Preto, a maior do interior do Brasil (de hoje a 28 deste mês), para autografar alguns sucessos:
— Seu mais recente romance, Goethe e Barrabás;
— A 16ª edição de De onde vêm as palavras, revista e ampliada, agora com 1.100 páginas;
— A edição italiana de Avante, soldados: para trás! (Avanti soldati, dietro-front!), com a presença do tradutor Giovanni Ricciardi.
Avanti, publicado em Nápoles por Tullio Pironti Editore, está em 9a edição no Brasil e recebeu o Prêmio Internacional Casa de las Américas, que teve José Saramago como um dos julgadores.
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Desgraçada Copa
Pelo que já se viu e principalmente se ouviu neste torneiozinho da África do Sul, teremos no próximo ano a pior transmissão de uma Copa do Mundo em todos os tempos.
Janistrasquis ficou perplexo e mortificado com aquelas milhares de colméias de abelhas africanas, cujo ruído, deverasmente in-su-por-tá-vel, a torcida produz com suas cornetas de plástico:
‘É coisa de quem odeia o futebol, considerado; aliás, sul-africanos gostam é de rúgbi e, segundo o noticiário, a FIFA tem lamentado a ausência de público nos jogos desta Copa das Confederações, mesmo com portões escancarados. E se a barulheira é infernal com pouquíssima torcida, imagine com o estádio cheio!!!’
Só de imaginar a gente padece mais do que telespectador de Zorra Total. O ‘instrumento’ leva qualquer vivente ao desespero e as emissoras de TV não podem (ou não querem), abafar a ‘trilha musical’.
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B.O. do apito
O ex-juiz José Roberto Wright manifestou-se contrário a recursos tecnológicos que têm ajudado as arbitragens a evitar injustiças nos jogos de futebol. Janistraquis escutou e assoou o nariz:
‘Considerado, o aposentado ladrão do apito, hoje comentarista da Globo, é a favor de tudo o que possa prejudicar uma partida; sempre foi assim.’
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Massacram o idioma
Depois de testemunhar na TV a derrota de seu Flamengo diante do Coritiba, por aqueles 5 a 0 que poderiam ser 8 ou mesmo 10 a 0, o torcedor rubronegro e advogado carioca Alceu Caldas Gentil absolveu o frangueiro Bruno e preferiu dirigir toda a sua ira contra o narrador da Globo, Luís Roberto:
‘É duro ver o time da gente entrar por um cano deslumbrante, como dizia Nélson Rodrigues, e ainda por cima escutar, a todo instante, o narrador a repetir e repetir a expressão ‘por conta’ em lugar de ‘por causa’, intolerável modismo próprio de quem não tem intimidade com o idioma. Por conta não é, como muitos imaginam, sucedâneo culto de por causa.’
Janistraquis lembra, ó Caldas Gentil, que também está na moda outra insciência:
‘Tudo agora acontece ‘em função de’, também para substituir o tão desprezado ‘por causa’.’
É verdade e, em razão de tanta leiguice e necedade meu assistente tem vivido momentos de dolorosa aflição.
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Nota dez
O considerado Sérgio Augusto, melhor jornalista cultural do Brasil, escreveu no Estadão a propósito dessa lucrativa extravagância que são as ‘continuações’ de grandes obras literárias:
(…) Para suprir a ausência da literatura brasileira em Book: The Sequel, aventurei-me a imaginar como poderiam começar as continuações de Dom Casmurro, Grande Sertão: Veredas e Vidas Secas. Confiram e avaliem:
‘Jamais hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim. Afinal, meu fim é do conhecimento de todos, mas o princípio de minha vida póstuma, não. Logo depois que expirei, Bentinho encontrou finalmente uma mulher sem olhos de ressaca ou de cigana oblíqua e dissimulada, até porque era cega. Seu nome, Helen Keller.’ (Memórias Póstumas de Capitu, de Machado de Assis)
Visite o Blogstraquis, confira e avalie a íntegra de O que aconteceu depois do último capítulo.
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Errei, sim!
PÓ DA DERROTA — O Jornal de Brasília, que não desiste de concorrer com o Correio Braziliense numa luta título a título, texto a texto, vírgula a vírgula, acaba de deixar o adversário estatelado no chão do cerrado a mastigar o pó da derrota.
Abaixo do título Mulher acusada de racismo pode ser indiciada, o Jornal de Brasília azoinou: ‘( …) A testemunha, Geraldo Jackson dos Santos, que presenciou a agreção, também confirmou a versão da vítima. ‘É crime de racismo impedir ou recusar alguém por causa de sua raça’, esclareceu o policial’.
Janistraquis ponderou que, por coerência, depois da assustadora agreção, o redator deveria ter grafado verção, calza e rassa. Procede. (abril de 1995)
Colaborem com a coluna, que é atualizada às quintas-feiras: Caixa Postal 067 – CEP 12530-970, Cunha (SP), ou japi.coluna@gmail.com.
(*) Paraibano, 66 anos de idade e 46 de profissão, é jornalista, escritor e torcedor do Vasco. Trabalhou, entre outros, no Correio de Minas, Última Hora, Jornal do Brasil, Pais&Filhos, Jornal da Tarde, Istoé, Veja, Placar, Elle. E foi editor-chefe do Fantástico. Criou os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo. Também escreveu nove livros (dos quais três romances) e o mais recente é a seleção de crônicas intitulada ‘Carta a Uma Paixão Definitiva’.’
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