Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

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BRIGA
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Folha de S. Paulo admite erro em números sobre Record News

‘Depois de editorial publicado na edição de sexta-feira (20/03) definindo a reação da Record ao que a emissora chama de ataques a ela e a seus funcionários e de dizer que a coluna assinada por Daniel Castro ‘pode cometer eventuais falhas, que são ratificadas de moto transparente com que este jornal costuma fazê-lo’, a Folha de S. Paulo publicou na seção Erramos, no último sábado (21/03), correção de dados sobre a audiência da Record News e Globo News.

O Ibope já havia informado na semana passada que não foi a fonte de informações publicadas sobre os números e ‘que não foi consultado pelo jornalista responsável para a validação dos dados’.

‘O texto ‘Traço no Ibope, Record News empaca vendas’ errou ao afirmar que Record News e Globo News tiveram em fevereiro, respectivamente, 6.284 e 27.491 telespectadores por minuto na TV paga, na média diária (24 horas), na soma de São Paulo, Rio, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis e Campinas. Essas audiências são uma projeção para todo o país. Nessas cidades, Record News e Globo News registraram, respectivamente, 2.430 e 10.820 telespectadores por minuto’, diz a nota da seção Erramos.

A Record veiculou nesses últimos dias em sua programação um editorial intitulado ‘Folha de mentiras’, em que afirma que a Folha ‘se faz de vítima’ e que se omite quando a emissora pede retratação, que teria acontecedo ‘sucessivas vezes’. Também aproveitou a oportunidade para afinetar o jornal lembrando do caso recente em que, também em editorial, a Folha chama a ditadura de ‘ditabranda’, o que provocou a reação de leitores e ganhou repercussão negativa na mídia.

‘Estaria a Folha de S.Paulo revivendo sua atuação suspeita nos tempos do regime militar?’, questiona a Record.

A emissora também reage ao que a Folha definiu como cobertura isenta ao duelo feroz entre ela e a Rede Globo. ‘Só não revela que é sócia das Organizações Globo em uma de suas publicações’, referindo-se ao Valor Econômico.

A Folha informou que não vai responder ao editorial.

Já o ombudsman, Carlos Eduardo Lins e Silva, citado no editorial da Record, sobre ter sido procurado pela emissora e não dar direito de resposta, ele afirmou que isso é ‘uma mentira’. Eu não recebi nenhum pedido, ninguém da Record me procurou’, respondeu.

Globo dá destaque ao que chama de ‘ataque’ à Folha

Em matéria de alto de página de quatro colunas, O Globo deu destaque no sábado passado ao que chamou de tentativa da Record de constranger a Folha com as reportagens que tem exibido sobre o jornal em sua programação.

‘Em resposta à informação do jornalista, a Record passou a usar seus telejornais para atacar a ‘Folha de S.Paulo’, como já fizera ano passado por causa de reportagem sobre o ‘império empresarial’ montado por Edir Macedo, dono da Record e chefe da Igreja Universal’, diz a matéria.

O Globo e o Extra, ambos publicados pela Infoglobo, também foram alvos de ações movidas por fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus.

Leia o editorial da Record na íntegra:

‘FOLHA DE MENTIRAS

A Folha de S.Paulo publicou hoje um editorial tentando justificar as mentiras repetidas pelo jornal. Calúnias que atingem diretamente a Rede Record e a honra de seus artistas, jornalistas e demais funcionários.

Mais uma vez, o jornal se faz de vítima.

O texto frágil e tortuoso chama de ‘ataque’ o direito de resposta da Record. Direito, aliás, que nem sempre foi respeitado pelo jornal após a publicação de cada notícia mentirosa nos últimos seis meses.

As falsidades chegaram ao limite com a repercussão de uma inexistente doença do proprietário da Rede Record, Edir Macedo, e a distorção dos números de audiência da Record News, desmentidos pelo próprio Ibope.

A assessoria de comunicação da Record pediu retratação sucessivas vezes e o resultado foi sempre o mesmo: omissão. Espaço do leitor, ‘Erramos’, ombudsman e a própria coluna de tv. Todos se calaram. Onde ficou o ‘outro lado’?

Nesta sexta, a Folha de S.Paulo se superou.

A família Frias, dona do Grupo Folha, usou seu espaço mais importante para sustentar a série de mentiras. Página de opinião de que os Frias sempre se orgulharam em utilizar em nome do bom jornalismo.

E a Record não foi a única vítima.

Os brasileiros que sofreram durante a ditadura foram agredidos pela família Frias neste mesmo espaço. Há 31 dias, a Folha de S.Paulo chamou de ‘ditabranda’ os anos de chumbo no Brasil.

Estaria a Folha de S.Paulo revivendo sua atuação suspeita nos tempos do regime militar?

Por isso, não é de surpreender o tom raivoso do editoral desta sexta, que chega ao absurdo de ameaçar a Record.

É verdade que o texto quase admitiu o jornalismo tendencioso contra a Record. O editorial diz: ‘(…) A coluna pode cometer eventuais falhas’. Mas foi só. Em seguida afirma que as calúnias foram ‘retificadas de modo transparente’.

Mentira.

Em outro trecho, o jornal reconhece estar no meio de um ‘duelo feroz’ entre a Globo e a Record. Só não revela que é sócia das Organizações Globo em uma de suas publicações.

Por que a Folha de S.Paulo esconde isso de seus leitores?

Isso é ‘independência jornalística’, como cita o editorial?

Isso é ‘agir com máxima isenção’?

Isso é ‘prática de jornalismo verdadeiro’?

É possível acreditar que uma empresa será imparcial numa disputa que envolve o seu próprio sócio?

A brutal queda de leitores, que aumenta a cada ano de maneira impressionante, é uma resposta do Brasil à Folha de S.Paulo.

REDE RECORD DE TELEVISÃO’

 

CENSURA
Sérgio Matsuura

Jornalista acusa Gilmar Mendes de censura na TV Câmara

‘O jornalista Leandro Fortes, correspondente da Carta Capital em Brasília, acusa o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, de censura na TV Câmara. Ele afirma que o link da edição do dia 13/03 do ‘Comitê de Imprensa’ foi retirado do site da emissora a pedido do ministro.

‘Quando retiraram o link do programa, fui apurar o que tinha acontecido. Descobri que o Gilmar Mendes não gostou das declarações que eu dei e da forma como me referi a ele. Ele ligou para o Michel Temer (presidente da Câmara dos Deputados) que imediatamente retirou o programa do ar. Isso é um ato gravíssimo, ainda mais por se tratar de uma TV pública, paga pelo contribuinte’, acusa Fortes.

O programa em questão debatia reportagem publicada pela Veja sobre a conduta do delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz durante as investigações da Operação Satiagraha. Fortes discordou da tese de contaminação nas investigações por causa da participação de agentes da Abin e lembrou que está sendo processado por Mendes por ter denunciado, na Carta Capital, negócios que envolvem o Instituto Brasiliense de Direito Público, de propriedade do ministro.

Inconformado com o que classificou de ‘ofensiva contra a cidadania’, Fortes enviou uma carta relatando o caso para a Federação Nacional dos Jornalistas, Associação Brasileira de Imprensa e Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal. O documento também foi publicado no site da Carta Capital.

‘Apelo, portanto, que as entidades de classe dos jornalistas, em todo o país, tomem uma posição clara sobre essa situação e, como primeiro movimento, cobrem da Câmara dos Deputados e da TV Câmara uma satisfação sobre esse inusitado ato de censura que fere os direitos de expressão de jornalistas e, tão grave quanto, de acesso a informação pública, por parte dos cidadãos’, diz Fortes na carta.

A supervisora de programação da TV Câmara, Carolina Ferreira, informa que o programa foi retirado do site da emissora por motivos técnicos. Já a assessoria da Câmara dos Deputados lembrou que o programa foi exibido seis vezes e afirma que ocorreu uma troca normal da grade. A assessoria do STF ainda não se posicionou sobre o fato.’

 

DETENÇÃO
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Coreia do Norte confirma prisão de duas jornalistas americanas

‘O governo da Coreia do Norte confirmou no último sábado (21/03) a detenção de duas jornalistas americanas sob a acusação de ‘entrada ilegal’ pela fronteira com a China, no norte do país. ‘Um órgão competente está investigando o caso’, informou a agência de notícias oficial da Coreia do Norte, KCNA.

As jornalistas Laura Ling e Euna Lee, que trabalham na emissora americana Current TV, foram presas enquanto faziam reportagem sobre os refugiados norte-coreanos na China. Os outros dois membros da equipe, o jornalista americano Mitch Koss e um guia chinês, teriam sido detidos por guardas chineses.

Essa é a primeira confirmação dada pela Coreia do Norte. A informação já havia sido divulgada por um canal de notícias da Coreia do Sul. Na última sexta-feira (20/03), a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, afirmou que estava tentando a libertação das duas jornalistas.

As circunstâncias das prisões ainda não estão claras. Segundo o jornal sul-coreano Chosun Ilbo, a equipe da emissora americana aparentemente cruzou o rio Tumen, na fronteira entre a China e a Coreia do Norte, de acordo com fontes chinesas. Os dois homens do grupo – Koss e o guia – conseguiram se livrar dos guardas norte-coreanos e correram de volta para a China.

Com informações do site Editor&Publisher.’

 

JUSTIÇA
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Presidente da Bolívia move ação judicial contra jornal

‘O presidente da Bolívia, Evo Morales, entrou com uma ação judicial contra o jornal La Prensa, que em matéria publicada em dezembro do ano passado relacionou Morales a um suposto esquema de corrupção ocorrido no departamento de Pando.

O vice-ministro de Coordenação com os Movimentos Sociais, Sacha Llorenti, informou que o jornal publicou ‘manchetes que, primeiro, não tinham conexão nem relação com o conteúdo, e que, além disso, mentiam, enganavam e eram tendenciosas’.

‘No marco da Lei de Imprensa, o que se faz é apresentar uma denúncia, e isso é o que foi feito’, afirmou Llorenti em entrevista ao El Deber, da mesma empresa controladora do La Prensa.

Na edição de domingo (22/03), o La Prensa defende a publicação da matéria, afirmando que a reportagem estava ‘devidamente sustentada’ em duas cartas enviadas a Morales por comerciantes considerados contrabandistas. O chefe de redação do jornal, Carlos Morales, afirmou que o processo é parte de ‘uma ofensiva para aplacar a imprensa escrita e os meios de comunicação’ e para ‘silenciar as denúncias sobre atos de corrupção’.

Com informações da EFE.’

 

TELEVISÃO
Antonio Brasil

Pequim lança nova CNN

‘E tem gente que não acredita no poder da História para rever o passado, entender o presente e prever o futuro.

Talvez você não saiba, mas há muitos anos, na virada do século XIX para o século XX, o Brasil era ‘dominado’ pela cultura e economia européias. Os produtos de qualidade eram produzidos na Inglaterra ou na Alemanha e a boa cultura vinha da França.

Nossas elites eram dependentes dos europeus para quase tudo. Os americanos eram considerados um povo bárbaro, inculto que só produzia ‘quinquilharias’ baratas.

Os produtos americanos eram desprezados pelas elites e a cultura dos EUA era considera superficial, comercial e popular.

Ninguém acreditava seriamente em uma invasão econômica e cultural advinda de um país como os EUA.

Mas os americanos foram chegando devagar, com seus produtos de qualidade inferior, mas de bom preço. Lançavam filmes populares, música moderna, inauguravam a publicidade e criavam novos programas no rádio. O Repórter Esso foi um deles.

Um jornal radiofônico moderno para época com linguagem inovadora, mais simples e direta, produzido por uma agência de publicidade, a MacErisson, com notícias da United Press International, a UPI. Nada poderia ser mais americano.

Eles chegavam sutilmente e preenchiam os espaços mais populares relegados pelas elites brasileiras com o pé ou a cabeça na Europa.

O final da história, todos conhecem. O Brasil se transformou. A dependência européia se tornou dependência americana.

Apesar de ignorado e desprezado pelos EUA, nenhum outro país no mundo é tão ‘americanizado’ como o Brasil.

Fiz diversas conferências nos EUA sobre o tema. A ignorância do público americano em relação ao Brasil e essa exagerada ‘americanização’ eram sempre surpreendente intrigantem.

Mas o Brasil não é mesmo coisa para ‘iniciantes’. Não é fácil de explicar.

Chineses no Brasil

Vocês notaram a semelhança da chegada dos americanos no Brasil com as atuais investidas dos chineses? Nada se repete na História, mas temos muito a aprender com o passado.

Os chineses de hoje podem ser os americanos do futuro. Suas quinquilharias eletrônicas são desprezadas pelas elites brasileiras. Mas são consumidas avidamente pelas camadas mais populares. Muitos brasileiros hoje desfilam em ônibus e metrôs ostentando seus headphones ligados a moderníssimos e baratíssimos MP3s ou celulares Made in China.

Agora parece ser a vez do jornalismo internacional. Os chineses estão chegando às televisões de notícias 24 horas.

Segundo a FSP deste domingo, ‘Pequim pretende criar ‘CNN chinesa’ neste ano’

‘Tratada como segredo de Estado, a chamada CNN chinesa faz parte de um plano de US$ 7 bilhões que prevê, além do novo canal, o dobro de escritórios internacionais para a agência estatal Xinhua (chegará a 200) e um novo diário em inglês’.

O presidente chinês, Hu Jintao, que disse há dois anos que ‘a voz da China deve ser mais bem ouvida em assuntos internacionais’.

Mas será que o canal pode competir com CNN e BBC? Acho difícil. Quase impossível. Para a FSP, ‘a diferença é que o governo chinês e o Partido Comunista ainda exercem forte controle das notícias e informação. Mas a busca pela audiência e pelo reconhecimento internacional pode causar mudanças internas na própria China.

Os chineses em sua longa história de grandes mudanças e inovações têm surpreendido o mundo. Assim como inventaram o papel e a pólvora, talvez reinventem o jornalismo de TV e a democracia.

CNN tupiniquim

E em relação ao Brasil, minhas fontes exclusivas informam que os chineses estão montando uma grande operação televisiva no país. Estão de olho em um grande mercado televisivo e um parceiro estratégico para o futuro.

Assim como os americanos, os chineses estão chegando no Brasil. Com seus produtos baratinhos ou pela televisão, eles apresentam a sua própria visão do mundo. Eles investem no futuro.

Ainda segundo a Folha, ‘Nas últimas três semanas, jornais americanos têm publicado anúncios da futura CNN chinesa buscando candidatos a vagas. ‘Inglês nativo, habilidade de repórter, boa saúde, disponibilidade para viajar muito e trabalhar longas jornadas, salário competitivo’ diz um dos anúncios.

Boa hora para estudar mandarim e sonhar com um negócio da China… no Brasil.

E a CNN brasileira?

‘Há algo natural na aspiração de uma potência global em alta em aumentar seu soft power com uma voz maior na arena internacional’, diz o pesquisador francês Nicholas Bequelin, de Hong Kong na matéria da FSP. Tudo a ver com o Brasil.

E considerando a ‘fogueira de vaidades’ que reina em Brasília e os bilhões de reais disponíveis nos cofres da Secretaria de Comunicação da Presidência para ‘melhorar’ (sic) a imagem do país no exterior, uma CNN tupiniquim é mera questão de tempo.

(*) É jornalista, professor de jornalismo da UERJ e professor visitante da Rutgers, The State University of New Jersey. Fez mestrado em Antropologia pela London School of Economics, doutorado em Ciência da Informação pela UFRJ e pós-doutorado em Novas Tecnologias na Rutgers University. Atualmente, faz nova pesquisa de pós-doutorado em Antropologia no PPGAS do Museu Nacional da UFRJ sobre a ‘Construção da Imagem do Brasil no Exterior pelas agências e correspondentes internacionais’. Trabalhou na Rede Globo no Rio de Janeiro e no escritório da TV Globo em Londres. Foi correspondente na América Latina para as agências internacionais de notícias para TV, UPITN e WTN. É responsável pela implantação da TV UERJ online, a primeira TV universitária brasileira com programação regular e ao vivo na Internet. Este projeto recebeu a Prêmio Luiz Beltrão da INTERCOM em 2002 e menção honrosa no Prêmio Top Com Awards de 2007. Autor de diversos livros, a destacar ‘Telejornalismo, Internet e Guerrilha Tecnológica’, ‘O Poder das Imagens’ da Editora Livraria Ciência Moderna e o recém-lançado ‘Antimanual de Jornalismo e Comunicação’ pela Editora SENAC, São Paulo. É torcedor do Flamengo e ainda adora televisão.’

 

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Record contrata Vinícius Dônola e mais dois profissionais da Globo

‘A Record contratou mais três profissionais do jornalismo da Rede Globo. O repórter Vinícius Dônola, que trabalhou no Fantástico nos últimos quatro anos, vai reforçar a equipe do Domingo Espetacular, além do Jornal da Record e Câmera Record. Ele fará parte de um novo núcleo de reportagens especiais da emissora no Rio, composto por novos editores, produtores e cinegrafistas, e por profissionais que já exercem essas funções.

O contrato com Dônola foi assinado na última sexta-feira (20/03). A carreira do repórter teve início aos 17 anos, na extinta TV Manchete, em Campinas. Estudou na PUC de Campinas e na Escola Superior de Jornalismo do Porto, em Portugal. Trabalhava na Globo desde 1994, fazendo reportagens. Teve o trabalho reconhecido com prêmios como o Tim Lopes de Jornalismo Investigativo e o Vlamidir Herzog.

Também foram contratados Dario Leite, que assumirá o cargo de chefe de reportagem, e Marcos Silveira, que será o novo diretor de eventos esportivos, ambos em São Paulo. As duas contratações já fazem parte do projeto da Record na cobertura dos Jogos Olímpicos de Inverno, do Pan-Americano de Guadalajara, das Olimpíadas de Londres e dos Jogos Pan-Americanos de 2015.

Dario foi chefe de reportagem nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, e nas Copas do Mundo de 2002 e 2006. Já Silveira atuou na Gobo por oito anos, onde era editor-executivo de Eventos, responsável por vários projetos de esportes olímpicos. Ele também respondia pelas transmissões do futebol para o exterior.’

 

HOMENAGEM
Eduardo Ribeiro

Reali Jr. será doutor honoris causa

‘Nesta próxima quinta-feira, dia 19/03, às vésperas da entrada do outono no Brasil, o mais conhecido e possivelmente mais longevo correspondente brasileiro no exterior, Reali Jr., terá de segurar a emoção, para, com isso, evitar as lágrimas.

Ele receberá na Faculdade de Jornalismo da FMU o título de doutor honoris causa, aquele que só se concede a pessoas excepcionais e que, em vida, constroem um legado relevante e reconhecido pela sociedade.

Ser reconhecido em seu próprio País, depois de tantos anos morando em outro, é uma honra que marca para sempre a vida de alguém. E com Reali não será diferente. Mesmo acostumado a freqüentar palácios, a entrevistar presidentes, a entrar quase todos os dias na casa de milhares de brasileiros pelas atrevidas ondas da Jovem Pan, não há como deixar de se emocionar.

Ao receber o título ele certamente verá passar, em fração de segundos, o filme de sua vida. Uma vida que já se aproxima dos 70 anos de idade, com mais de 50 deles dedicados ao jornalismo.

Poucos sabem, mas o primeiro nome de Reali Jr., herdado do pai, que foi secretário da Segurança de São Paulo na década de 1950, é Elpídio. Outra coisa que pouca gente conhece a seu respeito é que na França, onde está desde 1972, ele é muito mais conhecido como ‘o pai da Cristiana Reali’ (uma de suas quatro filhas, atriz e modelo renomada no país) do que como um jornalista brasileiro.

Para receber o título, numa iniciativa do reitor da FMU, Edvaldo Alves da Silva, Reali deixou temporariamente Paris e as margens do Sena, onde vive desde 1972, e está em São Paulo. A solenidade acontecerá às 10h, no Auditório Nelson Carneiro do campus Liberdade da FMU (av. Liberdade, 899).

Reali diz que, após a solenidade, fará uma palestra para os alunos: ‘Na realidade, não será uma coisa formal, mas um bate-papo sobre Jornalismo, pois tenho tudo na cabeça’. E não é pouco o que ele tem na cabeça: em outubro passado completou 50 de seus 68 anos trabalhando na Rádio Jovem Pan e pouco antes, em setembro, 36 anos como correspondente da emissora em Paris.

Reali aproveita o ensejo e o espaço para convidar os amigos e admiradores a comparecerem à solenidade, pois assim ‘poderei rever alguns que o pouco tempo na cidade não me permitirá visitar’.

Mesmo aposentado e em tratamento de saúde, ele continua colaborando com a Pan e com artigos eventuais no Estadão.

Na quinta-feira, pois, vamos junto com ele bradar o bordão que há décadas parte dos brasileiros se acostumou a ouvir: ‘Neste momento, às margens do Sena, junto da Maison de la Radio, os termômetros marcam:…’

Parabéns, Reali. Que o seu exemplo de profissionalismo, de dignidade e de comportamento humano continue inspirando as novas e velhas gerações.

(*) É jornalista profissional formado pela Fundação Armando Álvares Penteado e co-autor de inúmeros projetos editoriais focados no jornalismo e na comunicação corporativa, entre eles o livro-guia ‘Fontes de Informação’ e o livro ‘Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia’. Integra o Conselho Fiscal da Abracom – Associação Brasileira das Agências de Comunicação e é também colunista do jornal Unidade, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, além de dirigir e editar o informativo Jornalistas&Cia, da M&A Editora. É também diretor da Mega Brasil Comunicação, empresa responsável pela organização do Congresso Brasileiro de Jornalismo Empresarial, Assessoria de Imprensa e Relações Públicas.’

 

JORNAL DA IMPRENÇA
Moacir Japiassu

Ignorância oficializada pelo dicionário

‘O relógio estende

o próprio tempo

e revela seu segredo

(Celso Japiassu in Um traço desenhado pelo vento)

Ignorância oficializada pelo dicionário

O considerado Josué Azevedo Ramos, economista e empresário gaúcho, escreve de local não sabido para criticar apresentadores e repórteres de rádio e TV:

Esses ‘profissionais’ se esmeram no trabalho de espalhar analfabetismo pelo Brasil afora; de uns tempos para cá tenho observado que confundem os vocábulos desapercebido e despercebido, quando o primeiro significa desprevenido, descuidado, e o outro tem o sentido de não se perceber, não se notar, não se perceber.

Ocorre, ó Josué, que você estudou num tempo em que as escolas ensinavam as sutilezas da língua; hoje, nesse vale-tudo no qual se transformou o português, vem o Aurélio e defende que desapercebido é sinônimo de despercebido, e tenta justificar a besteira porque autores como Castilho, Camilo, Rebelo da Silva, Garcia Redondo e outros assim o entenderam.

Ora, quem pode garantir que tais esteios culturais não tenham simplesmente cometido erros? Escritores não são, obrigatoriamente, gênios do idioma e sempre existiram alguns a oscilar na corda bamba do analfabetismo, embora tenham suas obras premiadíssimas e vendidas às arrobas.

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‘Por conta’ é o…

O considerado Camilo Viana, diretor de nossa sucursal em BH, de cuja sede na Praça da Liberdade dá para se ver Aécio a contar os dias que o separam da Presidência da República, pois Camilo leu no jornal O Tempo a notícia da morte da atriz Natasha Richardson, texto que terminava assim:

‘(…) Apesar de todos os esforços da equipe médica, a atriz morreu por conta do ferimento.’

A acidentada não morreu em razão ou por causa do ferimento; morreu por conta!

Camilo, que estudou até em seminário, deu uma gargalhada e enviou esta:

‘O jornal arranjou mais uma acepção! ‘Por conta’ é ficar raivoso; é devolver certa quantia, parte de um todo; é ficar à disposição de alguém.’

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Celso Japiassu

O poeta comemorou 70 anos no sábado, 14 de março, entre amigos que o acompanharam nalguns justíssimos copos e também junto a seus fantasmas, que com ele assistiram ao despertar do novo dia num traço desenhado pelo vento. Leia aqui a íntegra do poema desse sertanejo que se fez em versos.

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Falta de gol

Discretamente, na capa do JB Online:

Washington apoia declaração da ONU sobre direitos dos homossexuais

Janistraquis, que anda a confundir tralha com trolha, comentou:

‘Caramba, considerado! Basta o sujeito passar um tempo sem fazer gol pelo São Paulo e começa a dar palpite sobre tudo, com a única intenção de aparecer!!!’

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Clodovil Hernandes

O colunista lamenta profundamente a morte de Clodovil, que certa noite dos anos 90 o recebeu em seu programa de TV e o entrevistou com simpatia e, principalmente, inteligência. Foi um desses profissionais de alto nível que satisfazem os convidados e encantam as platéias, que o adoravam e o levaram à Câmara dos Deputados com a quarta maior votação da história eleitoral do Brasil.

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Publicidade

O considerado Roldão Simas Filho, diretor de nossa sucursal em Brasília, de cujo varandão debruçado sobre a falta de respeito é possível divisar os 183 diretores do Senado a dormitar às margens do Lago Paranoá, pois Roldão separava uns papéis e fotos de suas belas viagens pelo mundo afora e reencontrou este anúncio do trem (comboio) rápido português que liga Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Lisboa e Faro:

ALFA PENDULAR: Em menos de nada, tudo

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Duas vezes Paraguai

Janistraquis leu na Folha que um livro de geografia da rede estadual de São Paulo contém dois Paraguais:

O livro, distribuído pelo governo paulista aos alunos da sexta série do ensino fundamental traz duas vezes o Paraguai no mapa da América do Sul e ainda inverte a localização do Uruguai e Paraguai.

O erro repete-se também no livro do professor. Outra incorreção é a não-inclusão do Equador no mapa ‘Fronteiras Permeáveis’.

Sem isso, o aluno não tem informação para responder à seguinte questão, na página ao lado: ‘Quais são os países sul-americanos que não fazem fronteira com o Brasil?’

Todavia, meu assistente garante que a falha não é tão grave:

‘Considerado, no dia em que inventarem duas Argentinas, aí sim, a coisa se dana de vez!’

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Hare baba

Janistraquis estudou profundamente o tema, trocou correspondência com os mais ilustres nomes do olimpo indiano, como Ravi Shankar e Zubin Mehta, e chegou a esta ousada conclusão:

‘Considerado, a expressão ‘hare baba’, repetida exaustivamente pelos personagens da novela-das-oito-que-começa-às-nove, deve ser traduzida no Brasil por ‘arriégua’. É a interjeição mais próxima do original.’

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Tese acadêmica

Com relação à nota intitulada Puxa-saquismo, publicada aqui na semana passada (releia), o considerado Alfredo Spínola de Mello Neto escreveu a seguinte mensagem ao colunista:

O texto ‘Lula, o filho do Brasil’, é uma tese acadêmica de autoria de Denise Paraná. Trata da capacidade humana de superar obstáculos, em busca de um destino diferente do que infelizmente está designado sócio-economicamente a uma significativa parcela de nossos conterrâneos.

Lula é, sociologicamente, o modelo em estudo, o paradigma. Não podemos brigar com os fatos: ele deixou de ser objeto da história para ser sujeito, e sujeito eminentíssimo. Ademais, a tese não abrange o período da presidência.

O que os Barreto farão com o belíssimo argumento é outra história, assim como as bandalheiras que o safado vem fazendo na presidência.

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A Folha à direita?

O considerado Carlo Alf, jornalista, ilustrador, caricaturista e chargista, atualmente vivendo do design industrial, está de olho na Folha e já botou as barbas de molho, além da pulga atrás da orelha:

Ninguém aqui é radical, mas já é notória a guinada ‘direitista’ do jornal, da ‘ditabranda’, etc.

Alguém no ‘Observatório da Imprensa’ comentou que só faltava a Folha contratar o Diogo Mainardi e o Reinaldo Azevedo…

Mas tenho percebido algo mais: o referido está ‘carolando’ vertiginosamente, contratou como colunista o teólogo ultra-radical Luis Felipe Pondé (acabou de lançar ‘O Homem insuficiente’, deve ser autobiografia); o português João Pereira Coutinho é outro radical também papa-hóstias.

Nas revistas dominicais da Folha abundam as capas de ‘novos católicos’ ou então peruas chiquésimas que se ajoelham para rezar o terço. O Vaticano é notícia sempre, nem que seja para noticiar o último flato papal.

Será que na redação já estão rezando o terço antes do fechamento?

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Asilo político

Na capa da Folha Online:

Polícia busca americano que matou a mulher e quatro crianças nos EUA

Ao menos 15 carros de polícia estão participando da busca pelo americano Davon Crawford, 33, suspeito de ter matado a sua mulher e quatro crianças em um tiroteio em uma casa na cidade de Cleveland, no Estado de Ohio.

Segundo a imprensa americana, uma quinta criança, de sete anos, ficou gravemente ferida no ataque. Ela foi levada ao MetroHealth Medical Center.

Janistraquis, que lê armado de lupa, como um Sherlock do sertão, ficou de orelha em pé:

‘Considerado, pela redação do texto, que apresenta o assassino como ‘suspeito de ter matado a sua mulher e quatro crianças em um tiroteio’, nota-se o propósito de abrir caminho para Davon Crawford vir para o Brasil; é que o ‘ministro’ Tarso Genro pode muito bem concluir que o sujeito é honesto revolucionário que justiçou uma quadrilha de reacionários e inimigos do povo.’

É bem pensado; o mundo inteiro sabe que isto aqui é o verdadeiro c… da mãe joana, o qual ainda vai melhorar muito, como se lê no Consultor Jurídico:

STF anula regra que impedia foragido de apelar

A regra do Código Penal que proíbe que fugitivos possam apelar de sua condenação é incompatível com a Constituição Federal atual, de acordo com o Supremo Tribunal Federal. O argumento levou a corte a afastar a vigência do artigo 595 do Código de Processo Penal. (Leia íntegra aqui)

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Nota dez

O considerado Eugênio Bucci escreveu no Observatório da Imprensa, a propósito das mensagens que recebeu de leitores do seu artigo anterior, no qual analisava a ‘ditabranda’ da Folha:

Comecei nesta profissão há 25 anos. Primeiro, como revisor da revista Cães & Companhia e logo depois, aí para valer, como repórter da revista Veja, isso já em dezembro de 1984. Naquela época, nós não tínhamos internet. Sequer computadores nós tínhamos. As cartas dos leitores chegavam até nós na Redação. Algumas eram desaforadas, sem dúvida, mas guardavam um mínimo de urbanidade e elegância.

(…) Agora é diferente. A rede mundial de computadores inventou essa curiosa modalidade de interação: a entrega do desaforo em domicílio. De casa mesmo nós abrimos o e-mail ou os sites para os quais escrevemos profissionalmente e damos de cara com o desrespeito que nos bate na cara.

Leia aqui a íntegra do texto, o qual remete leitores mal-educados ao seu devido lugar; afinal, quem sempre tem razão é o freguês da padaria.

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Errei, sim!

TÍTULOS, TÍTULOS — ‘Adoro títulos, considerado, adoro títulos’, confessou Janistraquis, e ilustrou sua paixão com uma jóia do Jornal do Brasil, ‘que deveria ter saído na página de esportes’, explicou; ‘todavia, por um lamentável descuido, saiu no caderno Cidade’. Ei-lo: Botafogo comove estudantes.

Ponderei que não houve lamentável descuido, apenas uma pisada na bola; afinal, o Botafogo a que se refere a matéria não é o clube de futebol, mas o sobrenome de uma bailarina, Ana Botafogo.

Bem-humorado, meu secretário observou: ‘É, considerado , o JB dançou …’. (dezembro de 1988)

Colaborem com a coluna, que é atualizada às quintas-feiras: Caixa Postal 067 – CEP 12530-970, Cunha (SP), ou japi.coluna@gmail.com.

(*) Paraibano, 66 anos de idade e 46 de profissão, é jornalista, escritor e torcedor do Vasco. Trabalhou, entre outros, no Correio de Minas, Última Hora, Jornal do Brasil, Pais&Filhos, Jornal da Tarde, Istoé, Veja, Placar, Elle. E foi editor-chefe do Fantástico. Criou os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo. Também escreveu nove livros (dos quais três romances) e o mais recente é a seleção de crônicas intitulada ‘Carta a Uma Paixão Definitiva’.’

 

MERCADO
Milton Coelho da Graça

Manhãs difíceis para novo O Dia

‘O DIA (Rio), em sua nova versão tablóide, é um jornal bonito, bem feito, mas, segundo pessoas do próprio jornal, decpcionou nas vendas, tanto na circulação como na publicidade, em suas duas primeiras edições – domingo e segunda. Infelizmente, apesar de atrasar ao máximo possível a coluna, não consegui ainda obter números exatos. Mas há um certo clima de desencanto e uma clara movimentação em busca de mudanças de estratégia e/ou de execução.

A empresa tem um jornal de sucesso surpreendente – MEIA HORA DE NOTÍCIAS – também tablóide e ao preço de 60 centavos. Foi lançado para defender O DIA, então em tamanho grande e carro-chefe do grupo, da ascensão do EXTRA, por sua vez criado pela Infoglobo para defender o seu carro-chefe. Mas tornou-se óbvio que MEIA HORA estava também canibalizando o irmão mais velho, especialmente quando não ‘colou’ a tentativa de transformar O DIA num jornal mais classudo, também atraentes para as classes A e B.

Tudo isso tem um começo de história interessante, que muitos jovens não conhecem. O DIA era o jornal de maior circulação no Rio de Janeiro em meados da década de 60, popular e mais barato do que JORNAL DO BRASIL e O GLOBO. Roberto Marinho, dono do GLOBO, era grande amigo do dono de O DIA, Chagas Freitas, e ambos tinham o maior cuidado em não prejudicar os interesses do outro. Mas aí o JB começou a naufragar. Chagas Freitas morreu e Roberto Marinho praticamente ‘orientou’ a compra de O DIA por Ary Carvalho, um veterano jornalista, com ostensivo suporte bancário oficial, a pretexto de se evitar que o jornal ´’caísse nas mãos de esquerdistas’. Ary menteve a grande circulação do jornal mas, em determinado momento e, especialmente depois que Roberto Marinho se aposentou, achou que era o momento de dar um salto maior. E tentou melhorar o nível de O DIA, para ocupar o lugar que a decadência do JB estava deixando vago.

A tentativa foi um fracasso e, aí, os novos comandantes de O GLOBO, herdeiros de Roberto Marinho, decidiram contra-atacar. Deixando de lado alguns anos e fatos menos relevantes, lançaram o EXTRA para garantir sua ampla dominação do mercado carioca. Ary Carvalho também morreu e suas três filhas assumiram o comando da empresa e dessa dura batalha.

É em decorrência de toda essa história que nasce O DIA tablóide (o formato anterior tinha uma circulação média pouco superior a 100 mil) a 1,20, ao lado do MEIA HORA (quinto jornal brasileiro em circulação), a 60 centavos. O GLOBO custa 2 reais e EXTRA, 1 real – os dois juntos com circulação média por volta de 600 mil exemplares).

Tendo duas crises globais como pano de fundo – a dos jornais impressos e a econômico-financeira – as herderias de Ary Carvalho terão de tomar decisões rápidas e cruciais se os números do novo O DIA continuarem abaixo do esperado.

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Jornais impressos enchem sepultura

‘A Nova Geração de Notícias’. Esta matéria não é recente. Mas é uma descrição tão sucinta e dramática (pela editora Sharon Shahid) da transformação histórica do jornalismo vivida – e sofrida por nós – que decidi partilhar com vocês. A tradução é parcial, a íntegra original pode ser lida no site www.digitalnews.com

A lista de nomes na sepultura de jornais continua aumentando, à medida que mais e mais diários escrevem seus próprios obituários e milhares de pessoas perdem seus empregos’.

A última vitima foi o Rocky Mountain News. Deixou de existir em 27 de fevereiro de 2009, depois de 149 anos. Causa imediata da morte: internet. Causas secundárias: baixa circulação e receita irregular de publicidade. Também essas foram as causas que mataram, em 31 de dezembro de 2007, o Cincinatti Post. Jornais em Chicago, Detroit, Los Angeles, Filadélfia, San Francisco e Tucson subrevivem na UTI. Outras, como Christian Science Monitor, The Capital Times (de Madison, Wisconsin) e US News & World Report abandonaram a batalha e se tornaram estritamente digitais.

A mesma mudança é iminente para o Seattle Post-Intelligencer. No próximo mês de Abril, o Monitor publicará uma edição impressa somente nos fins-de-semana. A revita US News sairá impressa apenas mensalmente mas cobrará pela assinatura online.

A notícia impressa está morrendo lentamente há alguns anos enquanto cada vez mais americanos vão buscar notícias na Internet. A Internet pode transmitir notícias com maior rapidez de que o jornal e, com exceção de umas poucas publicações, o conteúdo é gratuito. Desde 1990.a circulação dos jornais diários caiu cerca de uns 20 por cento nos 17 anos entre os 62,3 milhões de 1990 e os 51 milhões de 2007.

Com as notícias em celulares, smart phones e outros aparelhos eletrônicos portáteis, o serviço de entrega porta-a-porta poderá se tornar uma coisa do passado dentro de pouco tempo. Os jornais Detroit News e Free Press já cortaram a entrega domiciliar para apenas três dias por semana.

(*) Milton Coelho da Graça, 78, jornalista desde 1959. Foi editor-chefe de O Globo e outros jornais (inclusive os clandestinos Notícias Censuradas e Resistência), das revistas Realidade, IstoÉ, 4 Rodas, Placar, Intervalo e deste Comunique-se.’

 

INTERNET
Bruno Rodrigues

Por que guardamos tanta tralha virtual?

‘Sob o ponto de vista doméstico, semana passada foi o período mais irritante do ano. Ainda que com atraso, arregaçamos as mangas para realizar uma tarefa que não podia mais ser adiada: arrumar os armários, gavetas e cantos obscuros da casa.

Acredito que não exista explicação psicológica, sociológica ou antropológica para o fato de todos nós acumularmos tanta coisa inútil ou ultrapassada. Não, não se faça de desentendido – estou falando com você. Guardar contas de três anos atrás, canhotos de cheques de seis meses, embalagens que um dia podiam servir para alguma coisa e até cartões de visitas de pessoas que você não faz (mais) a mínima ideia de quem sejam fazem parte do lado mais vergonhoso da psique humana.

Para quem achava que o mundo virtual seria a solução para tudo, não se engane. Transformar em bits o que era em papel, por exemplo, trazia a sensação de que o meio ambiente não seria mais afetado pelo vício predatório humano. A questão – e isso poucos ainda entendem – é que meio ambiente não é sinônimo de natureza. Em uma empresa, por exemplo, os computadores fazem parte do meio ambiente.

Como assim computadores? Sendo mais específico, os espaços comuns dos computadores mais potentes das redes internas das empresas – os chamados servidores – compõem o meio ambiente de uma corporação. Nestas máquinas moram bilhões e bilhões de informações que compartilham o mesmíssimo espaço, cada um no seu ‘quadrado’, mas o mesmo espaço.

Para empregados de uma empresa é difícil entender que acumular bytes e bytes de arquivos é prejudicar o meio ambiente. Conheço profissionais que guardam na rede arquivos de dez anos (repito, dez anos). Para quê? Nem ele sabe responder. Cai no mesmo saco de justificativas a que pertencem as contas de três anos que guardamos nas gavetas de casa.

Resultado? Em corporações do mundo inteiro é cada vez mais comum ações de comunicação interna que procuram tornar claro o prejuízo que acumular tanto ‘lixo digital’ traz ao meio ambiente. Jogue fora o antigo e/ou desnecessário, é a mensagem. Para muitos fica complicado entender: ‘por que não compram servidores mais potentes?’. Ir por este caminho é tão nonsense quanto rearrumar o acúmulo de tralhas que há em casa comprando um apartamento maior.

Na web, os protótipos de redes sociais unificadas começam a concentrar em um único ‘canto’ da Rede todas as informações de um internauta. Não será necessário, daqui a algum tempo, publicar fotos nos Flickr, criar perfis no Orkut, linkar músicas no MySpace, guardar correio no Gmail e postar mensagens no Twitter. Tudo ficará em um lugar só e de lá tudo será feito. O conceito é muito prático, mas deixará explícita uma questão importante: quais dos nossos conteúdos precisam, de fato, estar na web? Quando juntarmos tudo em um mesmo lugar ficará patente o desperdício de espaço.

Tenho dúvida se quando os temas meio ambiente, autosuficiência e desperdício são abordados nas escolas os professores também mostram imagens de computadores e da web ao lado de áreas desmatadas na Amazônia e leitos de rios secos.

Está na hora da sociedade fazer um upgrade destes assuntos – o que antes era risível e futurista, agora faz parte do presente.

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A próxima edição de meu curso ‘Webwriting & Arquitetura da Informação’ acontece em abril no Rio. Para quem deseja ficar por dentro dos segredos da redação online e da distribuição da informação na mídia digital, é uma boa dica! As inscrições podem ser feitas pelo e-mail extensao@facha.edu.br e outras informações podem ser obtidas pelo telefone 21 21023200 (ramal 4).

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Gostaria de me seguir no Twitter? Espero você em twitter.com/brunorodrigues.

(*) É autor do primeiro livro em português e terceiro no mundo sobre conteúdo online, ‘Webwriting – Pensando o texto para mídia digital’, e de sua continuação, ‘Webwriting – Redação e Informação para a web’. Ministra treinamentos em Webwriting e Arquitetura da Informação no Brasil e no exterior. Em sete anos, seus cursos formaram 1.300 alunos. É Consultor de Informação para a Mídia Digital do website Petrobras, um dos maiores da internet brasileira, e é citado no verbete ‘Webwriting’ do ‘Dicionário de Comunicação’, há três décadas uma das principais referências na área de Comunicação Social no Brasil.’

 

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