CONCESSÃO
CCJ aprova parecer que impede parlamentares de terem rádio e TV
‘Um parecer do senador Pedro Simon (PMDB-RS) pode tornar inviável a renovação de concessões de rádios e TVs cujos proprietários sejam parlamentares. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou na última terça-feira (07/04) o parecer, que vai a plenário e já começa a provocar polêmica, visto que são quase 50 deputados e mais de 20 senadores com vínculo com veículos de Comunicação.
Segundo a Constituição brasileira, ‘deputados e senadores não poderão, desde a posse, ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada’. O texto de Simon determina que uma concessão não seja renovada caso a emissora de rádio ou TV tenha entre seus proprietários um parlamentar.
A reação foi imediata. O senador Antonio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA), sócio há mais de 20 anos da TV Bahia, afiliada da Rede Globo, avisou que vai levar o assunto para a Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT).
Se referendada pelo Senado, haverá recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF). ‘Essa interpretação dada ao texto constitucional é totalmente equivocada. Hoje há uma proibição de que parlamentares com mandato sejam gestores de empresas de comunicação, não proprietários’. Ele lembrou que é sócio da uma emissora e avisou que não vai vender sua participação para ser senador.
‘O que aconteceu na CCJ na terça-feira foi um absurdo’, insistiu ele.
‘Nem eu, que sou vice-presidente da comissão, sabia que esse assunto estava na pauta’, queixou-se o senador Wellington Salgado (PMDB-MG), proprietário de uma rede de TV no Triângulo Mineiro, retransmissora do SBT.
Salgado contestou a interpretação de Simon e disse que uma consulta já feita ao STF assegura que parlamentares só não podem ser gestores em empresas de comunicação. ‘Mas posso ser acionista’, disse.
CCT pede mais informações sobre concessões de rádio e TV
O senador Lobão Filho (PMDB-MA) apresentou requerimento, aprovado pelos colegas da Comissão de Ciência e Tecnologia nesta quarta-feira (08/04), para ouvir o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações, Ronaldo Sardemberg, sobre as normas de conduta usadas para fiscalizar os serviços de radiodifusão do País. Ele se mostrou preocupado com o número cada vez maior de pedidos de autorização para funcionamento de emissoras de rádio, comunitárias ou de frequência modulada, que chega até a comissão.
Lobão Filho lembrou que cabe à Anatel fiscalizar as atividades dessas emissoras para garantir sua legitimidade.
Com informações do jornal O Globo.’
PROFISSÃO PERIGO
Repórter é ameaçada por policial por gravar vídeo de agressão a torcedor em PE
‘Carly Falcão, repórter do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC) de Recife, foi ameaçada por um policial e obrigada a apagar um vídeo gravado por ela em que ele aparecia agredindo um torcedor. A jornalista cobria uma partida de futebol no domingo (05/05) .
Ao se dirigir à repórter, o major disse ‘que são pessoas ‘desse tipo’ que viram estupradores e bandidos; e que eu deveria apagar aquele vídeo, caso contrário, algo de ruim aconteceria comigo’, segundo ela.
Carly conta que foi obrigada a apagar o vídeo na frente do policial.
Em nota oficial, o SJCC informou que ‘O Sistema Jornal do Commercio de Comunicação sabe que a melhor receita para enfrentar atos de força é o exercício do bom jornalismo. A imparcialidade que pauta a nossa cobertura é a melhor resposta para qualquer tentativa de censura ou ameaça grave à liberdade de informação’. O grupo de comunicação não fez boletim de ocorrência..
A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco e a Comunicação Social da Polícia Militar de Pernambuco não se manifestou.
No mesmo dia em que Carly foi ameaçada, o jornalista Rodrigo Oliveira, da Rádio Guaíba, também presenciou um caso de agressão, por parte da Brigada Militar gaúcha a um torcedor do Grêmio. Ele cobria o jogo Grêmio x Internacional. Ao perceberem que o repórter havia entrado ao vivo na rádio contando o episódio, três brigadianos revistaram o jornalista, disseram-lhe grosserias e o impediram de continuar o seu trabalho.
Com informações da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).’
SATIAGRAHA
Noblat publica relatório da PF sobre vazamento de dados sobre Satiagraha
‘O Blog do Noblat traz nesta quinta-feira a íntegra do relatório assinado por Amaro Vieira Ferreira, da Corregedoria da Polícia Federal. O documento aponta o vazamento de informações sobre a Operação Satiagraha, comandada pelo delegado Protógenes Queiroz, e traz o depoimento dos jornalistas da TV Globo Cézar Tralli e Robinson Braios Cerantula, do cinegrafista William José dos Santos e do motorista da emissora William Marcelo Jorge.
O relatório mostra que a emissora recebeu informações privilegiadas antes da prisão de Daniel Dantas, Naji Nahas e Celso Pitta e que a equipe da Globo filmou, no restaurante El Tranvia, em São Paulo, imagens da tentativa de suborno do policial Vitor Hugo, a pedido de Protógenes.
Embora neguem, o documento aponta que no vídeo feito dentro do restaurante é possível ver a imagem de Cerantula refletida no espelho, comprovando que ele e Santos realizaram a filmagem.
O corregedor também afirma que Protógenes passou as informações sobre a operação com certa antecedência para outros policiais federais que participaram da ação como forma de tentar confundir uma possível investigação sobre o furo concedido à Globo.
Andréa Michael, repórter da Folha de S. Paulo que escreveu reportagem revelando que a PF investigava Daniel Dantas, também é citada no relatório, que aponta dois agentes da Abin que tiveram acesso às informações da Satiagraha, já que Protógenes envolveu a agência na operação, como as fontes da jornalista..
O relatório pede o indiciamento de Protógenes nos crimes de quebra de sigilo funcional e violação da lei de interceptação telefônica. Os escrivães Roberto Carlos da Rocha , Eduardo Garcia Gomes, Amadeu Ranieri e Walter Guerra, que participaram da operação, também devem ser indiciados, a pedido da Corregedoria da PF.’
CONTEÚDO NA REDE
Comunicação digital, uma bibliografia
‘Como é tradição, listo abaixo sites, livros, blogs e listas de discussão sobre assutos relacionados a Comunicação Digital. Foi assim em maio de 2007 e dezembro de 2008. Mas o meio online é muito rápido e muitos leitores pediram, acho que já é hora de voltar a sinalizar o que merece ser checado, seja no meio impresso ou no ambiente virtual. Da mesma forma que nas colunas anteriores, apenas acrescentei itens significativos à lista. Vale lembrar o que escrevo desde o início: para quem ainda se sente perdido nos assuntos internet, jornalismo online, arquitetura da informação e tudo o que parece sânscrito, a lista é perfeita para fazer perder o medo de encarar o mercado.
Estou aqui caso haja alguma dúvida, o.k.?
— SITES
Sobre Webwriting
– Bruno Rodrigues – colunas ‘Webwriting’ na ‘Webinsider’ (www.webinsider.com.br) e na revista impressa ‘Webdesign’ (www.arteccom.com.br/webdesign) e coluna ‘Conteúdo n@ Rede’ no ‘Comunique-se’ (www.comunique-se.com.br).
– Crawford Kilian (blog do autor de ‘Writing for the Web’) – crofsblogs.typepad.com.
– Amy Gahran (blog da defensora da Persuasão no Webwriting) – blog.contentious.com.
– Nick Usborne (‘promessa’ da área de Webwriting) – www.nickusborne.com.
– Jonathan Price (‘mestre’ das regras no Webwriting) – www.webwritingthatworks.com.
Sobre Jornalismo Online
– ‘Jornalistas da Web’ (www.jornalistasdaweb.com.br) – o principal do Brasil.
– Instituto Poynter (site sobre Jornalismo em Geral e Pesquisas na área, incluindo Jornalismo Online) – www.poynter.org.
Sobre Arquitetura da Informação
– Peter Morville (site do autor que é referência em Arquitetura da Informação e co-autor do livro ‘Information Architecture for the World Wide Web’) – semanticstudios.com.
– Guilhermo Reis (o maior especialista no país sobre o assunto) – www.guilhermo.com
Sobre SEO (Search Engine Otimization)
– ‘Marketing de Busca’ (site de Paulo Rodrigo Teixeira, autor do livro ‘SEO – Otimização de Sites’) – ww.marketingdebusca.com.br.
Sobre Usabilidade
– Fred Amstel (site de um dos maiores especialistas brasileiros no assunto) – www..usabilidoido.com.br.
– Jakob Nielsen (site do ‘papa’ da Usabilidade) – www.useit.com.
Sobre intranet
– ‘IntranetPortal’ – do ‘guru’ da área, Ricardo Saldanha (www.intranetportal.com.br).
– ‘Intranet Journal’ – um dos principais sites sobre o assunto na web (www.intranetjournal.com).
– ‘Intranet Blog’ – blog de Toby Ward, consultor para portais corporativos(intranetblog.blogware.com/blog)
Sobre Gestão do Conhecimento
– www.sbgc.org.br – site da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento, com vários artigos essenciais.
– www.informal.com.br – site de uma das principais empresas do país em GC.
– www.terraforum.com.br – site do principal profissional do país em Gestão do Conhecimento, respeitadíssimo no exterior, José Cláudio Terra.
– www.kmol.online.pt
– www.usabilidade.com
– www.kmworld.com
Sobre Redes Sociais
– www.naozero.com.br – site do especialista Juliano Spyer
Sites que contêm e/ou divulgam pesquisas sobre web
– www.pewinternet.org
– www.forrester.com/rb/research
– www.jupiterresearch.com
– www.poynter.org
– csgames.incubadora.fapesp.br/portal (sobre games)
– www.emarketer.com
– www.nielsen-netratings.com
– www.quantcast.com
— LIVROS
Sobre Webwriting
– ‘Webwriting – Redação & Informação para a Web’, de Bruno Rodrigues, da editora Brasport.
– ‘Writing for the Web’, de Crawford Kilian, da editora Self-Counsel.
– ‘Como Escrever para a Web’, de Guillermo Franco [original em espanhol, traduzido para o português], do Centro Knight de Jornalismo para as Américas: http://knightcenter.utexas.edu/como_web_pt-br.pdf.
Sobre Jornalismo Online
– ‘Jornalismo na internet’, de J.B. Pinho, da editora Summus.
– ‘Jornalismo Digital’, de Pollyana Ferrari, da editora Contexto.
– ‘Guia de Estilo Web’, de Luciana Moherdaui, da editora Senac SP.
– ‘Os Jornais Podem Desaparecer?’, de Philip Meyer, da editora Contexto.
– ‘Manual de Laboratório de Jornalismo na Internet’, de Marcos Palacios e Beatriz Ribas.
Sobre Arquitetura da Informação
– ‘Information Architecture for the World Wide Web’, de Louis Rosenfeld e Peter Morville, da editora O’Reilly.
– ‘Ambient Findability: What We Find Changes Who We Become’, de Peter Morville, da editora O’Reilly.
– ‘Ergodesign e Arquitetura de Informação – Trabalhando com o usuário’, de Luiz Agner, da editora Quartet.
– ‘Cultura da Interface’, de Steven Johnson
– ‘O Uso estratégico da Arquitetura da Informação’, de Peter Morville
– ‘Não me faça pensar’, de Steve Krug
– ‘Web Navigation: Designing the User Experience’, de Jennifer Fleming
– ‘The Elements of User Experience: User-Centered Design for the Web’, de Jesse James Garrett
– ‘The Design of Everyday Things’, de Donald Norman
– ‘Designing Interactions’, de Bill Moggridge
Sobre Web Semântica
– ‘Web Semântica: a Internet do Futuro’, de Karin Breitman, editora LTC.
Sobre SEO (Search Engine Otimization)
– ‘SEO – Otimização de Sites’, de Paulo Rodrigo Teixeira [pode ser adquirido via livroseo.com]
Sobre Usabilidade
– ‘Design para a Internet: projetando a experiência perfeita’, de Felipe Memória, da editora Campus/Elsevier.
– ‘Projetando Websites com Usabilidade’ e ‘Projetando Websites’, ambos de Jakob Nielsen, da editora Campus.
Sobre Gestão de Conteúdo
– ‘Gestão de Conteúdo’, de Eduardo Lapa, da editora Brasport.
– ‘Content Management Bible’ (Second Edition), de Bob Boiko, editora Wiley.
Sobre Redes Sociais
– ‘Conectado’, de Juliano Spyer, editora Zahar.
– ‘Como entender a internet’ (em pdf), de Juliano Spyer, em http://paraentenderainternet.blogspot.com.
Sobre Construção de Sites
– ‘Como Gerenciar Sites Web de Sucesso’, de Ashley Friedlein, da editora Campus.
Sobre Marketing Online
– ‘Web Marketing e Comunicação Digital’, de Paulo Kendzerski.
— LISTAS
Sobre Webwriting e Jornalismo Online
– Jornalistas da Web: http://www.jornalistasdaweb.com.br.
Sobre Arquitetura da Informação
– Arquitetura da Informação em Português’: http://lists.ibiblio.org/mailman/listinfo/aifia-pt.
Sobre intranets
– WI Intranet: http://www.intranetportal.com.br.
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Gostaria de me seguir no Twitter? Espero você em twitter.com/brunorodrigues.
(*) É autor do primeiro livro em português e terceiro no mundo sobre conteúdo online, ‘Webwriting – Pensando o texto para mídia digital’, e de sua continuação, ‘Webwriting – Redação e Informação para a web’. Ministra treinamentos em Webwriting e Arquitetura da Informação no Brasil e no exterior. Em sete anos, seus cursos formaram 1.300 alunos. É Consultor de Informação para a Mídia Digital do website Petrobras, um dos maiores da internet brasileira, e é citado no verbete ‘Webwriting’ do ‘Dicionário de Comunicação’, há três décadas uma das principais referências na área de Comunicação Social no Brasil.’
EXTRA! EXTRA!
Silva Jr. Já sabia tudo sobre ponto
‘Busquei num longínquo arquivo da memória, lá do início da década de 60, uma história que pode ajudar alguns companheiros nessa discussão sobre ponto. (Aliás, espero que todos tenham lido o magistral e definitivo artigo de Joaquim Ferreira dos Santos, edição de 30/03).
Raymundo França, duro gerente do jornal ULTIMA HORA, no Rio, resolveu institui-lo na marra e sem firulas sindicais, mas com o detalhe esperto de que só era necessário assinar a entrada.
No fim do mês o Departamento do Pessoal chamou o Silva Jr. e perguntou por que ele só tinha marcado o ponto no dia primeiro. E o velho repórter respondeu, sem vacilar: ‘Eu ainda não saí’.
Fevereiro também ruim para jornais
A circulação paga e a centimetragem de publicidade nos jornais continuaram ruins no mês de fevereiro. Os números do IVC são estes:
FEV 2008 FEV 2009
(média dia) (média dia)
1. Extra 329 mil 1. Folha 297 mil (- 21 mil)
2. Folha 318 mil 2. Super 279 mil (- 15 mil)
3. Super 294 mil 3. Globo 261 mil (- 26 mil)
4. Globo 287 mil 4. Extra 256 mil (- 73 mil)
5. Oesp 257 mil 5. Meia 218 mil (+ 6 mil)
6. Meia 212 mil 6. Oesp 217 mil (- 40 mil)
7. Zero 177 mil 7. Zero 183 mil (+ 6 mil)
8. D.G. 169 mil 8. C.P. 158 mil (+ 3 mil)
9. C.P. 155 mil 9. D.G. 150 mil (- 19 mil)
10. Lance 113 mil 10. Lance 140 mil (+ 27 mil)
11. O Dia 107 mil 11. O Dia 92 mil (- 15 mil)
Mais um risco na crise: credibilidade
Foi certamente complicado para nossos correspondentes em Londres cobrir a reunião do G-20. =Eles não têm a malandragem da nossa turma de Brasília, que conhece os assessores do governo e a incansável prática da ‘plantação’. Tivemos muitas coisas espantosas na cobertura, mas pelo menos duas chegaram triunfalmente às manchetes de primeira página.
A primeira foi a de que o Brasil vai ‘emprestar’ 10 bilhões de dólares ao FMI. O que acertado desde o anterior encontro entre o britânico Gordon Brown e o nosso Lula aqui no Brasil foi que o Brasil toparia participar de um aumento no capital do FMI com um proporcional aumento de sua voz nas decisões da instituição.
Outra manifestação engraçada da influência ‘oficial’ no noticiário sobre o G-20 foi também a notícia do encontro de Lula com o presidente chinês Hu Jintao. A proposta de financiamento de uma linha de comércio entre os dois países diretamente em yuans e reais partiu da China e bem antes de Londres. O Brasil é que vinha remanchando, mas a Argentina, que recebera proposta semelhante, já tinha até assinado – ANTES de Londres. Os jornais, apesar de já terem publicado tudo isso, deram em grandes tótulos que Lula ‘propôs’ esse acordo à China!
Sinais assustadores. Trabalho hoje sozinho, não deu para ler tudo sobre o encontro, mas desconfio que nenhum jornal mandou a Londres jornalista político ou econômico experiente, nem mesmo o GLOBO – em bons tempos me mandou cobrir até conferência muçulmana no Kuwait, Merval Pereira até simpósio de filósofos.
Moral da história: menor investimento na busca da informação, menor qualidade do que vai ser publicado. Jornal cada vez mais seguidor do marketing oficial.
(*) Milton Coelho da Graça, 78, jornalista desde 1959. Foi editor-chefe de O Globo e outros jornais (inclusive os clandestinos Notícias Censuradas e Resistência), das revistas Realidade, IstoÉ, 4 Rodas, Placar, Intervalo e deste Comunique-se.’
JORNAL DA IMPRENÇA
Não brinquem com a Tradicional Família Mineira!
‘Pois se vier o mar, veremos
o barco a remo do pampa
puxando um cordão guerreiro
(Nei Duclós in No Mar, Veremos.)
Não brinquem com a Tradicional Família Mineira!
O considerado Camilo Viana, diretor de nossa sucursal em Belo Horizonte e vigilante esteio da Tradicional Família Mineira, lia o Estado de Minas, hábito de muitas décadas, quando deparou com estas linhas na coluna esportiva intitulada Tiro Livre, assinada por Kelen Cristina:
Aposta — Que Victoria Beckham não escute. Segundo a imprensa européia, um grupo de mulheres da alta sociedade de Milão fez curiosa aposta envolvendo ninguém menos que David Beckham. Elas apostaram 20 mil euros (cerca de R$ 60 mil), a serem pagos à primeira que conseguir dormir com o inglês, cedido pelo L. A. Galaxy ao Milan.
Uma das participantes revelou à revista Grazia que um grupo de 20 mulheres frequenta os clubes e bares em que os jogadores costumam se divertir e elegeram Beckham como prêmio máximo. Em tempo: a mulher do galã não se mudou para a cidade italiana. Continua morando com os filhos a 10 mil quilômetros de distância do marido, na Califórnia. Isso é que é confiança no taco!
Tão indignado quanto o general Carlos Luís Guedes com o ‘Comício da Central do Brasil’, em 13 de março de 1964, Camilo escreveu à moça:
Dona Kelen Cristina, quem escreve em jornais se julga estar com a força do quarto poder de uma nação, imune à obediência a qualquer princípio ético.
E em face a esta expectativa exerce contribuições excepcionais para assuntos em bordéis. Refiro-me ao seu gáudio de cuvilheira ao escrever a nota APOSTA no espaço Tiro Livre do Estado de Minas de hoje.
Asseguro que o assunto é plenamente relevante entre concubinas, certamente direção do propósito da nota rasteira, inconveniente, a demonstrar o nível do periodismo em moda, objetivando nivelar de forma abjeta quem escreve aos que lêem.
Não assino o jornal para ler futricas sexuais, principalmente as relatadas de forma tão clara, alinhadas aos prostíbulos.
Entenda, dona Kelen, ainda resta muito da tradição respeitosa da família mineira, indisposta a aceitar que sejam trazidas à luz notícias tais por alcoviteira que assina uma coluna, com o propósito de hostilizar a dignidade da família.
Espero sejam publicadas suas desculpas, para que o Estado de Minas continue a ser o grande jornal dos mineiros.
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Dispensar o quêêê?!?!?!
O considerado Roldão Simas Filho, diretor de nossa sucursal no Planalto, de cujo varandão debruçado sobre as sandices do mundo enxerga-se o compulsivo peregrino a se atracar com um tal de spread, mitológico animal que ele desconhece inteiramente, pois Roldão encostou o lido e relido exemplar do Correio Braziliense para escrever à direção do jornal:
Pior do que o emprego de estrangeirismos é o uso de falsos cognatos do inglês como é o caso do verbo dispensar significando descartar e também assassino serial em vez do antigo e consagrado maníaco homicida.
Esse termo, dispensar, é lido, por exemplo, no Correio Braziliense de 2/4, página 29, na notícia dos assassínios acontecidos recentemente aqui em Brasília:
‘Sérgio também dispensou o aparelho celular de Carlito em uma parada de ônibus com a mesma intenção de atrapalhar a polícia (…) O vendedor de carros matou as três vítimas com arames e garrotes. Depois de asfixiá-las, picotava todo o instrumento e dispensava em locais diferentes.’
Janistraquis garantiu que jamais dispensou a bosta do cachorro; simplesmente jogou-a no mato.
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O grande Tagore
O considerado Fausto Osoegawa, ilustre e contumaz colaborador da coluna, despacha de seu escritório no bairro da Liberdade, em São Paulo:
A cultura indiana tem chamado atenção no Brasil, por causa da novela da Globo. Mas um dos maiores expoentes da sua cultura é pouco conhecido aqui: Rabindranath Tagore, um dos grandes escritores da humanidade e o primeiro não europeu a receber o Prêmio Nobel de Literatura.
Há vários livros dele publicados em português, mas é melhor procurar em sebos, porque alguns dos melhores estão esgotados.
Quem quiser saber mais sobre Tagore, digite seu nome no Google ou vá direto à Wikipedia. E visite o Blogstraquis; lá estão alguns pensamentos do mestre, enviados por Fausto Osoegawa.
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Veja e o tempo
O considerado José Truda Júnior, cujo olhar perpassa por avantajadas penúrias e também pelas minudências do dia-a-dia, não vivesse ele nos altos de Santa Tereza, onde o buraco é mais embaixo, pois Truda despacha de seu minarete:
Ao citar o estudo ‘Crônica da crise: a ressaca recente’, a coluna Radar, da revista Veja desta semana reclama que o mês de janeiro foi o pior para o bolso do brasileiro desde o início da crise, em setembro..
Como já estamos em abril, não será o caso de perguntar quando a Veja conseguirá fechar a edição de fevereiro? Nunca cheguei a assinar a tal publicação, mas ouvi dizer que ela foi bem mais ágil em outros tempos!
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Grande clássico
Os considerados Celso Unzelte e Odir Cunha, que são duas enciclopédias vivas do futebol brasileiro, lançam nesta terça-feira, dia 14/4, o livro Grande Jogo, no qual recordam todas as partidas entre seus clubes do coração (Unzelte, Corinthians; Odir, Santos).
A festa está marcada para as 19 horas no Museu do Futebol, no Estádio do Pacaembu, e Janistraquis fará o que for possível para estar presente, pois o Vasco, sabem todos os fanáticos, já cansou de dar surras espetaculares tanto num quanto no outro…
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Poema-canção
O considerado Nei Duclós, jornalista e poeta de escol, como sabem todos os que por aqui apeiam, mesmo de vez em quando, teve um de seus poemas musicado pelo maestro, compositor e cantor José Gomes.
No Mar Veremos, cujo fragmento encima a coluna, pode ser apreciado no YouTube, porém a coluna sugere uma visita ao blog do autor, que abriga o poema inteiro: aqui.
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Papo furado
A considerada leitora Carmem Almeida Rocha, esteticista em São Paulo, envia de seu bem aparelhado salão nos Jardins:
Xuxa disse a Patrícia Poeta durante a gravação de um programa chamado ‘Papo X’ que gosta de negão ‘e todo mundo sabe disso’.
Carmem guardou a frase na memória, pesquisou na internet para saber se não lhe escapavam outras aventuras da rainha dos baixinhos e comentou:
‘Pois é, gosta de negão, está aí Pelé que não a deixa mentir; porém, quando resolveu engravidar convidou Luciano Szafir, que não tem nada de preto.’
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Porre monumental
Depois de perder o patrocínio da Petrobras, por não conseguir as certidões negativas de débito com o setor público exigidas pela legislação, o vice-presidente de futebol do Flamengo, Kléber Leite, declarou à imprensa:
‘A ideia é fazer do limão uma limonada’.
Janistraquis acha que seria melhor fazer logo um tonel de caipirinha e convidar o Vasco para acompanhar o Flamengo nesse porre monumental, embora não exista cachaça capaz de consertar a irresponsabilidade construída em décadas de gestões temerárias.
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94 anos e seis meses
A considerada Ana Costa Rodrigues, paulistana, arquiteta de interiores, foi a primeira das 13 leitoras que escreveram para condenar às profundezas do averno imundo o secretário da Fazenda de São Paulo, Mauro Ricardo Costa, por ter achado ínfima a condenação da dona da Daslu a 94 anos e seis meses de cadeia. ‘Quem sonega deveria ser pregado na cruz’, expectorou a criatura.
As leitoras odiaram o pronunciamento desse exemplar funcionário público:
‘Se é ínfima a pena de Eliana Tranchesi, a quantos anos de cadeia deveria ser condenado um assassino perverso desses que andam por aí sob a proteção dos politicamente corretos!?!?!’
Janistraquis concorda e lembra que, neste país de m…, nem adianta condenar os autores de crimes hediondos; o sujeito pega 150 anos, a lei diz que ninguém pode ficar preso por mais de 30 e ele volta às ruas depois de seis anos, no máximo.
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Nota dez
O considerado Sérgio Augusto, melhor jornalista cultural do Brasil, escreveu em sua coluna do Estadão:
(…) Os mais estranhos sortilégios da música estão registrados em toda parte. Em seu último livro, Oliver Sacks registra dois casos extremos de musicofilia: o de um ortopedista que aprendeu música depois de atingido por um raio e o de um musicólogo inglês que teve toda a memória apagada, menos a musical.
Tony Cicoria, o ortopedista atingido por um raio, saiu do choque com uma vontade louca de ouvir piano, especialmente Chopin, e em questão de meses, partindo do zero, transformou-se num pianista. Clive Wearing, o musicólogo que uma infecção meningocócica condenou à amnésia, não se lembra de nada, só das músicas que ouviu desde a infância.
O próprio Sacks recuperou-se das dores num joelho avariado nas montanhas norueguesas ouvindo repetidas vezes o Concerto para Violino, de Mendelssohn.
Leia no Blogstraquis a íntegra do excelente texto intitulado Santo Remédio à base de sustenidos e bemóis – de preferência, ouvindo o Concerto Duplo para violino e violoncelo, de Brahms.
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Errei, sim!
‘CHEIRO RUIM — Deu na coluna Brasília-DF do Correio Braziliense:
‘É bom alertar a pátria de chuteiras: paira no ar um cheiro de desastre no jogo de hoje, contra o Canadá, desta Seleção que Zagalo convocou às pressas. Tomara que seja só cheiro’.
Como a ‘pátria de chuteiras’ recorda, o Brasil deu de 4 a 1 no poderoso e tradicional esquadrão canadense, nossa estréia na Copa Ouro, em janeiro último.
Janistraquis, que guardou cópia da coluna por pura perversidade, comentou divertido:
‘Considerado, é no que dá quando jornalista especializado em certos cheiros resolve divagar por terrenos desconhecidos, embora ornados de, para alguns, apetitoso gramado’. (março de 1996)
Colaborem com a coluna, que é atualizada às quintas-feiras: Caixa Postal 067 – CEP 12530-970, Cunha (SP), ou japi.coluna@gmail.com.
(*) Paraibano, 66 anos de idade e 46 de profissão, é jornalista, escritor e torcedor do Vasco. Trabalhou, entre outros, no Correio de Minas, Última Hora, Jornal do Brasil, Pais&Filhos, Jornal da Tarde, Istoé, Veja, Placar, Elle. E foi editor-chefe do Fantástico. Criou os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo. Também escreveu nove livros (dos quais três romances) e o mais recente é a seleção de crônicas intitulada ‘Carta a Uma Paixão Definitiva’.’
JORNALISTAS & CIA
Um início de abril muito movimentado
‘Foram várias as mudanças registradas neste início de mês nas redações brasileiras, algumas delas envolvendo cargos de grande prestígio no jornalismo.
A nota triste fica, obviamente, por conta das demissões no Estado de Minas, que este Comunique-se divulgou nesta terça-feira e que está sendo feito visando um enxugamento de 10% na folha de pagamento. Além de fechar quatro vagas na redação que estavam abertas, o jornal realizou algumas demissões, entre elas a do editor de Opinião Dídimo Paiva, que já estava afastado havia algum tempo da produção, do editor de Arte Rogério Carnevale e do editor-assistente de Internacional José Carlos Santana. O corte segue uma diretriz dos Diários Associados de adequar os custos da empresa à nova realidade econômica. Essa realidade, no caso de Minas, sofre a agravante de o Estado ser fortemente dependente do pólo metal-mecânico (siderúrgicas, mineradoras etc.), um dos mais afetados pela conjuntura internacional, com reflexos diretos nos investimentos em publicidade.
A boa notícia, vinda do Sul, é que o jornal Zero Hora, que na última semana divulgou balanço anunciando ter alcançado uma receita líquida em 2008 de R$ 978 milhões, com lucro superior a R$ 200 milhões, garante que não estão previstas demissões por lá. E o jornal vai bem, obrigado, tendo, inclusive, conseguido reduzir tanto seu endividamento total – de R$ 452 para R$ 412 milhões – quanto o líquido (descontado de caixa e aplicações) – de R$ 283 para R$ 194 milhões.
Vamos ao troca-troca
Brasília
Roberto Faustino assumiu, na semana passada, em Brasília, o cargo de superintendente de Programação da TV Brasil, a rede pública federal. Faustino vai cuidar da grade de programação, da qualidade e da adequação de cada programa ao horário em que é veiculado. Jornalista, publicitário e diretor de tevê, ele trabalhou na Globo, Manchete e nos canais Globosat, dirigindo a programação do Telecine; integrou a equipe que criou o Shoptime, primeiro canal de varejo eletrônico do Brasil. Pós-graduado em Marketing pela ESPM, especializou-se na direção de cinema e montou a Documentaria Filmes. É ganhador de três prêmios do Festival de Milão, incluindo melhor documentário esportivo pela biografia de Ayrton Senna; foi finalista do Emmy em 2005, com o episódio-síntese da série Tantos Carnavais para o GNT. Faustino está subordinado a Paulo Rufino, diretor-geral da TV Brasil, e participava, até agora, do comitê de programação da emissora, presidido por Tereza Cruvinel.
Rio de Janeiro
No Jornalismo da mesma TV Brasil, Regina Célia Lopes é a nova gerente. Ela entra na vaga aberta no Rio com a promoção de Aziz Filho, que passou a gerente-executivo e vai compor um trio, no mesmo cargo, formado por Florestan Fernandes Jr. em São Paulo e Eduardo Castro em Brasília. Regina passou 14 anos na Globo e foi editora-chefe do RJ-TV 2ª Edição; esteve também na Manchete e no SBT, dirigindo um programa de entrevistas; durante nove anos foi chefe de Redação do canal GNT, e lá coordenou programas de cidadania. Trabalhou com Darcy Ribeiro na implantação da TV Ciep. Esteve por último na 40 Graus Comunicação, como consultora de projetos de novas mídias para administrações municipais, além de responder pelo roteiro e direção de vídeos institucionais e documentários.
São Paulo
No Estadão, em São Paulo, o editor-executivo Delmo Moreira, que fechava o jornal, saiu, após quase três anos de empresa. Com isso, o também editor-executivo Luiz Fernando Rilla acumula temporariamente as funções, com o apoio de Roberto Bascchera e Marcos Gutterman. Delmo, antes do Estadão, passou uma temporada na revista Época e trabalhou por vários anos na Gazeta Mercantil.
Também na capital paulista, Walterson Sardenberg Sobrinho, que todos conhecem por Berg, informou ter-se desligado da revista Próxima Viagem, onde estava havia dez anos, desde o lançamento. Era o editor-chefe da publicação. Berg trabalha em revistas há 31 anos. Entre outras funções, foi repórter de Fatos & Fotos, Manchete e Ele & Ela; chefe de Reportagem, editor e diretor-adjunto de Contigo; editor especial de Placar; editor e diretor de Redação de Náutica e editor especial de Viagem & Turismo.
Outra mudança na terra da garoa envolveu a revista Gula. Com a saída de J. A. Dias Lopes de seu comando na última semana, Mauro Marcelo Alves, que também é chef de cozinha e enófilo, autor de diversos livros sobre o assunto, é o novo editor da publicação da Peixes. Especialista em Política Internacional, Mauro foi correspondente do Jornal da Tarde em Paris, na década de 70, onde passou a se interessar por enogastronomia. De volta a São Paulo, atuou no setor como editor e crítico gastronômico no JT e nas revistas Veja/SP, Gula, Playboy, Vip e Expand News. Foi por dez anos diretor-adjunto e editor de restaurantes do Guia 4 Rodas e professor de Enologia da Associação Brasileira de Sommeliers, em S. Paulo e no Rio, e da École du Vin do Empório Santa Maria. Em 1999, deixou o Jornalismo e mudou-se para a cidade histórica de Tiradentes (MG), onde foi proprietário e chef do restaurante Serena. Em 2004, foi consultor técnico do primeiro curso superior de gastronomia em Minas, das Faculdades Estácio de Sá, e de 2003 a 2006 comandou o Bistrô Mauro Marcelo, em BH. De volta a São Paulo, em 2007, retomou a atividade jornalística e as aulas de enogastronomia. O contato dele é maural@uol.com.br.
Adriana Wilner, premiada profissional, está de volta ao dia-a-dia das redações. Após cinco anos de afastamento, período em que aproveitou para concluir um doutorado na Fundação Getúlio Vargas e para fazer frilas, ela começou como redatora-chefe da Pequenas Empresas Grandes Negócios. Ali se reportará à diretora de Redação, Sandra Boccia. Adriana trabalhou anteriormente em veículos como Folha de S.Paulo, O Globo, Carta Capital, Exame e IstoÉ. No ano passado, defendeu a tese As Engrenagens da Celebridade Empresarial, na Fundação Getulio Vargas, e foi aprovada com distinção.
Lá para os lados do Morumbi, na Band, Humberto Candill assumiu a Direção de Jornalismo do Terraviva, canal de agronegócios do Grupo Bandeirantes, mas continua diretor-geral do BandNews TV e da Band Flash, provedora de conteúdo da TV Minuto, do Metrô de SP. Eduardo Ramos, atual diretor do BandSports, assumiu a Direção de Programação do Terraviva.
Deiuxou a sucursal do Estadão, em Brasília, Ribamar Oliveira, repórter especial de Economia e colunista.. Ele se submeteu a uma cirurgia na vesícula nesta 3ª.feira (7/4) e aguarda o término do período de restabelecimento para estudar os novos passos profissionais.
Bahia
Na Bahia, o principal destaque é a contratação de Sérgio Costa, vindo da sucursal Rio de Janeiro da Folha de S.Paulo, como editor-chefe do Correio*, novo nome do Correio da Bahia, que é da família de ACM. Sérgio só se apresentará no novo emprego no dia 15 de abril. Nesse período, continuará respondendo interinamente pelo cargo o editor de fechamento Oscar Valporto. O novo editor-chefe sucederá o alagoano Rodrigo Cavalcante, que deixou o Correio* há algumas semanas.
Ediouro e Duetto
Demorou cerca de um ano e meio para os donos de 50% da Duetto Editorial (nome fantasia de Editora Segmento AN), Alfredo Nastari e Edmilson Cardial, baterem o martelo e venderem sua parte à detentora dos outros 50% da empresa, a Ediouro, por valor não revelado e protegido por sigilo contratual.
O negócio foi fechado na última semana e com isso a Ediouro incorpora integralmente ao seu portfólio os cinco títulos da Duetto – Scientific American Brasil, Cabelos&Cia, Mente&Cérebro, L’Officiel e História Viva –, que em 2008 proporcionaram um faturamento de R$ 28 milhões.
Vale ressaltar que embora editasse apenas cinco títulos, todos mensais, no ano passado a Duetto pôs nas bancas 160 revistas, entre edições normais e especiais, ou seja, mais de três revistas por semana.
Com uma receita de R$ 241 milhões, conforme revelou o diretor-geral Luiz Fernando Pedroso à repórter Beth Koike, do Valor Econômico, e lucro líquido de R$ 23,4 milhões (21% maior do que 2007), a Ediouro fez dez aquisições nos últimos seis anos, entre elas a Nova Fronteira, além de uma joint venture com a Thomaz Nelson, maior editora de livros religiosos dos Estados Unidos.
Com cerca de R$ 30 milhões para investir nos próximos meses, fruto sobretudo da venda, no início de 2008, de 20% de seu capital ao fundo de investimentos Governança e Gestão, capitaneado pelo ex-ministro Antonio Kandir, a Ediouro planeja injetar R$ 10 milhões na Duetto, lançando dois novos títulos, um na área de Ciências e outro na de Turismo.
O objetivo, segundo assegurou Pedroso na referida entrevista, é em poucos anos aumentar o faturamento anual da Duetto, dos atuais R$ 28 para R$ 80 milhões. Aliás, essa teria sido uma das razões do fim da parceria com Nastari e Cardial. Enquanto os sócios da Segmento AN buscavam um crescimento gradual, a Ediouro, mais agressiva, sinalizava o desejo de acelerar o ritmo. Agora será ela a determinar essa velocidade. Atualmente a Ediouro tem três grandes áreas de interesse: revistas, livros didáticos e o segmento de científicos, técnicos e profissionais (CTP).
Novos passos – Com a venda do controle da Duetto, Alfredo Nastari diz que agora é um desocupado profissional (‘Não confundir com um profissional desocupado, por favor’, brinca) e que vai acompanhar com cuidado os desdobramentos da crise para, só então, quando o cenário estiver com contornos mais favoráveis, montar uma nova editora. ‘Planos eu já tenho, mas pressa, nenhuma’, diz. Ele se retira da gestão da editora, ao contrário de Edmilson Cardial, que cuidará da transição por um período ainda não definido, findo o qual regressará à Editora Segmento, da qual está licenciado há mais de um ano. Nesse período, atuará como executivo contratado da Duetto.
serrote
O Instituto Moreira Salles (IMS) lançou nesta 2ª.feira (6/4), em São Paulo, a revista serrote (com ‘s’ minúsculo, a exemplo da piauí), publicação quadrimestral de ensaios sobre temas atuais, literatura e artes, que tem como editores Daniel Trench (diretor de Arte), Flávio Pinheiro, Matinas Suzuki Jr., Rodrigo Lacerda e Samuel Titan Jr.. Na apresentação, os editores afirmam que o IMS ‘lança esta serrote por acreditar que, em sua multiplicidade de tons e vozes, o ensaio se fixou como gênero indispensável à reflexão e ao debate de ideias’.
Um dos temas da edição inaugural é o desenhista romeno Saul Steinberg, que por cerca de 60 anos foi a cara da revista New Yorker e que hoje é considerado um dos grandes artistas do século XX.
A revista traz 20 desenhos até agora não publicados que ele fez em uma agenda em 1954; o depoimento de Roberto Civita contando que seu pai, Victor, e seu tio, Cesar, divulgaram a obra do artista nos EUA e trabalharam ativamente para que ele pudesse se exilar naquele país durante a Segunda Guerra; e a descoberta que Alberto Dines fez, nos arquivos da polícia secreta portuguesa, de documentos que esclarecem um dos episódios mais difíceis da vida de Steinberg. Também estão em foco na edição uma carta inédita de Mário de Andrade para Otto Lara Resende; a série de retratos que o fotógrafo francês Marcel Gautherot fez do pintor José Pancetti; e aforismos de Franz Kafka traduzidos por Modesto Carone, entre outros, além das participações do colunista Tostão, do poeta Chico Alvim e do letrista Antonio Cícero.
A revista tem 224 páginas, custa R$ 29,90, eserá vendida nas principais livrarias do País (a tiragem é de 4 mil exemplares). Ela será lançada também no Rio, nesta 4ª.feira (8/4), às 19h, na sede do IMS (rua Marquês de São Vicente, 476).
(*) É jornalista profissional formado pela Fundação Armando Álvares Penteado e co-autor de inúmeros projetos editoriais focados no jornalismo e na comunicação corporativa, entre eles o livro-guia ‘Fontes de Informação’ e o livro ‘Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia’. Integra o Conselho Fiscal da Abracom – Associação Brasileira das Agências de Comunicação e é também colunista do jornal Unidade, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, além de dirigir e editar o informativo Jornalistas&Cia, da M&A Editora. É também diretor da Mega Brasil Comunicação, empresa responsável pela organização do Congresso Brasileiro de Jornalismo Empresarial, Assessoria de Imprensa e Relações Públicas.’
TELEVISÃO
TV em 3D e telejornais em celulars: inovação ou desespero?
‘Esta semana o noticiário anunciou dois novos lançamentos da Globo para enfrentar a crise de audiência e a competição com demais emissoras e com as novas tecnologias. A situação confortável de liderança inconteste, descaso com o público e desinteresse pela inovação, parece ter chegado ao fim.
A Globo está convidando os jornalistas a assistirem à nova programação e os novos recursos tecnológicos. Dentre as surpresas estão exibição de novelas em três dimensões (ver aqui) e telejornais especialmente produzidos para os celulares (ver aqui).
Nada como uma boa crise para superar a inércia e a indiferença.
Apesar de tarde, a TV brasileira tenta reagir à perda de audiência para a Internet e à falta de criatividade na programação. Esses lançamentos da Globo podem ser considerados inovações ou desespero. Depende da perspectiva do telespectador. Nenhuma dessas idéias é nova ou sequer original. Como bem sabemos, em TV nada se cria. Tudo se copia. Ainda mais no Brasil.
Mas a TV brasileira certamente está disposta a enfrentar a crise. Tenta se tornar mais relevante e menos decadente.
Como vimos na semana passada, a TV perde audiência para a Internet, não apresenta nada de novo na programação e enfrenta crise de identidade. Não sabe o que é, o que vai ser ou para o que serve. Ainda fatura muito, mas o futuro não é mais tão promissor.
O fim pode ser inevitável. Mas não custa nada tentar.
A solução é apelar para as novas tecnologias. Primeiro foram as promessas milagrosas da TV digital. Até agora, o público não demonstra qualquer interesse em fazer a migração para o paraíso digital.
A interatividade tão discutida e pouco conhecida, não ultrapassou os limites do velho controle remoto. As promessas do sistema brasileiro de interatividade para TV, o Ginga, fez jus ao nome e não passa de boa intenção ou mera ilusão. Um sistema experimental sem base industrial, sem maiores investimentos que não convence ninguém de sua eficiência ou prioridade.
Mas para quem ainda é otimista e acredita na nossa capacidade para surpreender o mundo, recomendo a matéria da Convergência Digital: ‘TV Digital: Que Ginga?’ Ver aqui.
Pelo jeito, tudo ainda pode acontecer. O artigo discute o futuro do sistema de interatividade brasileiro e nos lembra ou nos ameaça – depende da perspectiva – ‘que o Ginga é o único componente genuinamente nacional do ‘sistema nipo-brasileiro’ de TV Digital. Lá vamos nós reinventar a roda e criar um novo Pal-M: o sistema brasileiro de TV a cores que só foi adotado pelo Brasil.
Nos próximos dias, as reuniões do Fórum SBTVD vai decidir que Ginga teremos. Segundo a autora do artigo, Cristina Luca, ‘o Fórum precisará mostrar toda a sua ginga’
Produzir boa TV ou inventar engenharia não deveria ser produto de improvisação, acaso ou gingado.
Alternativas piores
Se já é difícil vender TV digital para o público brasileiro, convencer os brasileiros dos benefícios de uma TV digital com recursos de interatividade é quase impossível. Não passa de sonho de engenheiro ensandecido ou delírio de político ambicioso.
A implantação da TV digital no Brasil é uma sucessão infindável de erros primários e frustrações. O que testemunhamos e bancamos é uma tentativa desesperada de dar uma sobrevida ao meio. Afinal, o fim da TV como a conhecemos é inevitável.
Dentro desse quadro de desespero, a Globo anuncia que ‘vai gravar ainda neste ano cenas de novelas em três dimensões (3D). Será um teste para a nova tecnologia, que promete ser o futuro da TV depois da alta definição’.
Pesquisas da empresa Screen Digest divulgadas pela FSP, anunciam que ‘10% das TVs em todo o mundo terão tecnologia 3D até 2011’ – mas isso ocorrerá apenas se a indústria que produz esse tipo de aparelho entrar, definitivamente, no mercado.
Segundo o noticiário, ‘a emissora captou o Carnaval do Rio em 3D e fará demonstração para jornalistas nesta quarta, em São Paulo. A televisão de 3D exibe imagens mais próximas das que os olhos humanos captam naturalmente’.
Nesta nova tecnologia, ‘o televisor projeta diferentes imagens para o olho esquerdo e para o olho direito, criando uma imitação da nossa visão do mundo real, uma sensação de que a imagem salta da tela’. Espero que seja um sucesso, mas que não cause acidentes!
Tantas inovações para assistir às mesmas novelas de sempre. Aquele mesmo folhetim eletrônico onde a mocinha pobre e boa se apaixona pelo garoto rico e mau, engravida e descobre que não é filha de seu pai.
Perceberam a originalidade do enredo? Pode acontecer no Rio, em São Paulo, na América ou na Índia. Pode ser digital ou 3D. Tanto faz. Novela brasileira é sempre a mesma coisa. Só não perde mais audiência porque as alternativas são ainda piores.
Outro problema é que essa nova tecnologia 3D vem em meio a uma enorme recessão. Os consumidores que não são bobos dificilmente serão persuadidos a investir fortunas em um novo e caro equipamento.
Já estão decepcionados com as promessas não cumpridas da TV digital. O 3D pode ser um desespero com custos ainda maiores. Se os telespectadores não forem convencidos de que haverá um novo conteúdo, o fracasso de mais essa inovação é inevitável.. E o conteúdo original só surgirá se houver crescimento de audiência.
O impasse está formado. Digital ou 3D a TV luta para sobreviver.
Pesadelo e desespero
E os telejornais para celulares? Outra grande idéia original (sic) da Globo para ser anunciada e demonstrada aos jornalistas em São Paulo nesta quarta.
Sinceramente, espero que os telejornais para celulares sejam melhores, menos chatos e previsíveis do que os jornais tradicionais.
Se há algum segmento da televisão que está em crise e perde audiência, principalmente entre os mais jovens, é exatamente o jornalismo de TV. Ninguém ageenta tanta mesmice e descaso.
Tento assistir aos telejornais da TV aberta brasileira. Mas confesso que é tarefa difícil. É sempre a mesma coisa.
Assim como as novelas, nada novo, criativo ou ousado nos telejornais. As mesmas matérias de sempre produzidas pelos jornalistas de sempre com os velhos e desgastados formatos e linguagens. Texto em off sem graça, sonora que não diz nada, passagem previsível e redundante, encerramento decepcionante.
Hoje, um telejornal sobrevive graças ao prestígio do passado.. É um velho hábito que muitos, principalmente os mais velhos, não conseguem evitar. Os jornais da TV dependem dos grandes desastres para superar o desinteresse do grande público. Cercado de novelas ruins e decadentes, o telejornalismo perde a audiência cativa.
Nenhuma indústria sobrevive copiando idéias e tecnologias desenvolvidas pelos ‘outros’. Sem maiores investimentos em criatividade ou reportagem, só resta aos telejornais torcer por um grande escândalo ou desastre.
Quando não consegue produzir conteúdos originais, apela para as imagens digitais em alta definição, para as imagens em 3D ou mesmo para telejornais em celulares.
Os sonhos e promessas das novas tecnologias para TV poderiam evitar os pesadelos e o desespero da falta de criatividade e de ousadia.
(*) É jornalista, professor de jornalismo da UERJ e professor visitante da Rutgers, The State University of New Jersey. Fez mestrado em Antropologia pela London School of Economics, doutorado em Ciência da Informação pela UFRJ e pós-doutorado em Novas Tecnologias na Rutgers University. Atualmente, faz nova pesquisa de pós-doutorado em Antropologia no PPGAS do Museu Nacional da UFRJ sobre a ‘Construção da Imagem do Brasil no Exterior pelas agências e correspondentes internacionais’. Trabalhou na Rede Globo no Rio de Janeiro e no escritório da TV Globo em Londres. Foi correspondente na América Latina para as agências internacionais de notícias para TV, UPITN e WTN. É responsável pela implantação da TV UERJ online, a primeira TV universitária brasileira com programação regular e ao vivo na Internet. Este projeto recebeu a Prêmio Luiz Beltrão da INTERCOM em 2002 e menção honrosa no Prêmio Top Com Awards de 2007.. Autor de diversos livros, a destacar ‘Telejornalismo, Internet e Guerrilha Tecnológica’, ‘O Poder das Imagens’ da Editora Livraria Ciência Moderna e o recém-lançado ‘Antimanual de Jornalismo e Comunicação’ pela Editora SENAC, São Paulo. É torcedor do Flamengo e ainda adora televisão.’
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