PESQUISA
Especialistas veem rádio e internet como aliados na liderança da credibilidade
‘Pesquisa divulgada no começo deste mês mostra que o rádio e a internet lideram em credibilidade, na frente da TV, jornais impressos, revistas. Para especialistas nas duas mídias, o amadurecimento do público da web, a modernização e integração entre os dois meios são responsáveis pelo resultado.
O estudo Vox Populi, encomendado pela Máquina da Notícia, apontou que, em uma escala de 1 a 10, o rádio lidera em credibilidade com nota (8,21), quase empatado com a internet (8,20), seguidos por TV (8,12), jornal (7,99), revista (7,79) e redes sociais (7,74).
De acordo com o jornalista Alvaro Bufarah, pesquisador e coordenador do curso de pós-graduação em Produção e Gestão Executiva de Rádio da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), outra pesquisa do Instituto Marplan revela que o rádio se integra muito bem à internet. ‘O rádio é o meio que melhor se adapta às novas mídias, porque é um meio de companhia, que as pessoas usam pra se informar e entreter. A internet e o rádio se somam de forma ímpar. O rádio se potencializa ainda mais com a internet’, explica.
Pollyana Ferrari, especialista em mídias digitais, autora do livro ‘Jornalismo Digital’, concorda com Bufarah, e acredita no poder da integração das mídias. ‘O caso mais recente é o do apagão. O Twitter e o rádio que deram suporte o tempo inteiro, porque os brasileiros gostam de compartilhar e trocar informações, e isso atinge todas as classes. Esse é um case muito interessante’, destacou.
Para Bufarah, o uso de Twitter, torpedos SMS e blogs mostra que o rádio está se modernizando na interação com os ouvintes, mas ainda existe um problema de gestão em algumas emissoras, que nesse caso pode transformar a internet em concorrente. ‘A internet é uma gigantesca aliada, mas poucos empresários estão atentos a essa transformação. Há emissoras que não investem, têm sites ruins, aí a internet passar a ser um veículo de competição’.
Outro problema, segundo ele, é a administração das emissoras, que por serem muito tradicionais, acabam deixando de pensar como empresas, restringindo investimento em comunicação interna, planejamentos de marketing e carreira.
O especialista também acredita que a modernização do rádio abre espaço para a segmentação, com a criação de diferentes canais no rádio e na internet, o que permite acompanhar o perfil de cada público pela web e traz novas possibilidades para que o mercado publicitário invista nas rádios.
A confiança na internet
De mídia altamente criticada pela instantaneidade e pelo aspecto factual das notícias, a internet passou a encabeçar a lista de credibilidade dos meios de comunicação. Para Pollyana, três fatores explicam essa mudança de cenário. ‘De 2000 até hoje tivemos um amadurecimento do perfil do usuário, o crescimento da banda larga e o aprimoramento do jornalismo multimídia, que desde 2005 tem feito um trabalho muito interessante nos portais’, afirma.
Pollyana lembra que a web já foi muito criticada como meio de informação. ‘Sofremos durante muito tempo por criticarem o conteúdo dos meios online, mas agora os leitores perceberam que existe muita coisa boa nos portais’. Com o avanço das novas mídias, a especialista aposta e defende o uso de outras plataformas pelas empresas, até mesmo na cobrança de conteúdo nas redes e mobile. ‘Poderia se fechar anúncios pelo Twitter e cobrar pelo pagamento de conteúdo diferenciado, mobile, um conteúdo diferente do impresso e dos sites. Eu pagaria por um conteúdo exclusivo’, conclui.’
MICROBLOG
‘O Supremo Tribunal Federal (STF) terá uma conta no Twitter a partir do 01/12. A Corte passará informações sobre o que acontece na instância máxima do Judiciário brasileiro e usará o microblogging para se comunicar com seu público.
De acordo com o STF, os usuários da rede social terão acesso aos itens mais relevantes das agendas do presidente e dos ministros da Corte, as pautas em destaque, além de conferir em tempo real flashes dos julgamentos mais importantes na Casa.
O STF já possui um canal de vídeos no YouTube, lançado no início de outubro. O canal disponibiliza imagens de julgamentos realizados na Corte e programas que foram produzidos pela TV Justiça.’
Japoneses terão que pagar por acesso a conteúdo premium no Twitter
‘O mercado japonês vai servir como teste pelo Twitter para avaliar a cobrança de acesso a conteúdo de contas premium que o microblog deseja fazer. O site de tecnologia TechCrunch aponta motivos que levam a crer que a iniciativa pode surpreender. Entre eles está o fato de os japoneses estarem acostumados a pagar por conteúdo e também porque o acesso a web móvel no Japão superar o fixo.
Os donos das contas Premium – trata-se de serviços de informação em tempo real que trazem fotos, mais textos, vídeos etc. – poderão cobrar pelo acesso a seus tweets através de cartão de crédito, pela conta do telefone celular ou pelo cartão pré-pago. Os usuários devem pagar entre 100 yen (cerca de r$ 2) e 1.000 yen (R$ 20). Trinta por cento da receita vai para o Twitter.
Serkan Toto, do TechCrunch, lembra que escrever em japonês permite incluir mais conteúdo no Twitter, já que o idioma ocupa menos espaço do que os caracteres romanos. Aliás, o japonês é uma das quatro línguas oficiais do microblog.
No Japão, o Twitter tem cerca de dois milhões de usuários. A maioria, de acordo com a Digital Garage, que administra o microblog por lá, acompanha a vida de celebridades. O foco poderia ser justamente notícias envolvendo famosos.
As informações são do Globo.’
IRÃ
‘O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, pediu aos jornalistas que atuam no país que não publiquem nada que prejudique a imagem e reputação dos políticos, segundo informou a TV estatal nesta quarta-feira (26/11).
‘Reportagens que maculam a reputação de figuras proeminentes das instituições são inaceitáveis, sejam essas reportagens sobre o presidente, o presidente do Parlamento ou o chefe do Conselho da Expediência’, declarou o aiatolá num encontro da milícia islâmica Basij.
Diante das denúncias de fraude nas últimas eleições, após a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, muitos movimentos se formaram de crítica ao governo. No mais recente caso de crítica, a imprensa questionou a origem da riqueza dos filhos de Akbar Hashemi Rafsanjani, ex-presidente iraniano.
‘Alguns jornais deveriam evitar a publicação de rumores sobre oficiais de primeiro escalão e a divulgação de disputas menores,’ completou Khamenei.
As informações são da Reuters.’
POLÊMICA
‘A Associação Nacional de Jornais e a Federação Nacional de Jornalistas criticaram o ministro da Cultura, Juca Ferreira, que acusou, na quarta-feira (25/11), os jornalistas de mentir. Ele se revoltou ao ver na imprensa informações sobre a produção de um folheto pela sua pasta que estimularia o voto em parlamentares ligados ao setor.
‘Repórteres são remunerados para apurar e investigar notícias, em busca de informações, a serviço da sociedade. Nos surpreende a declaração de uma autoridade que está à frente da pasta da Cultura’, disse o diretor-executivo da ANJ, Ricardo Pedreira.
Sérgio Murillo de Andrade, da Fenaj, disse estar indignado com as declarações de Juca Ferreira e exigiu que ele se desculpe com os jornalistas e a imprensa enquanto instituição. ‘Acredito que a frase, absolutamente infeliz, é fruto de um momento de tensão, mas ofende a toda uma categoria. Acho que uma retratação do ministro colocaria a questão na dimensão que ela realmente tem’, declarou.
‘Não acredito em pessoas que não têm capacidade de se indignar. Vocês recebem (dinheiro) para escrever mentira’, acusou o ministro.
Ferreira explicou que o folder, intitulado ‘Vota Cultura’, foi feito com o intuito de divulgar projetos no setor. ‘O folder apresenta oito projetos estratégicos dessa frente. Não tem nada ilegítimo. A Câmara não tinha tempo para publicar o folder, a frente nos pediu e nós fizemos’.
Com informações de O Estado de S. Paulo.’
ARGENTINA
‘A disputa entre o governo argentino e o Grupo Clarín tem um novo episódio. O ministro da Economia, Amado Boudou, fez um pedido a parlamentares, nesta semana, que apurem possíveis irregularidades financeiras na empresa de distribuição de papel-jornal Papel Prensa.
Um dos maiores conglomerados de mídia, o Grupo Clarín detém uma grande parcela acionária na Papel Prensa. O governo e o grupo La Nación também têm ações da empresa. A investigação foi vista como parte da briga que vem de algum tempo, após integrantes do governo acusarem o jornal Clarín de fazer críticas exageradas ao governo de Cristina Kirchner.
Boudou defende a investigação e diz que deve ser analisado se o sócio majoritário usa a companhia para seu próprio benefício, além de apurar se o jornal está obtendo papel-jornal abaixo do preço pela Papel Prensa. O governo nega que tenha intenção de nacionalizar a empresa que fornece papel de jornal.
‘Eles querem controlar as quotas de papel’, disse Pablo Sirven, autor de um livro que examina a relação da imprensa com o ex-presidente Juan Domingo Perón. Para o autor, a nacionalização da empresa deixaria o governo com mais influência sobre os veículos de comunicação.
Nestor Kirchner voltou a acusar o jornal nesta quarta-feira (25/11) de publicar intencionalmente notícias negativas sobre o governo de sua mulher. ‘Estamos sendo extorquidos e ameaçados da pior maneira. Não há nada de verdade no que o monopólio diz que está acontecendo na Argentina’, afirma. O Grupo Clarín não se manifestou.
Com informações da Reuters.’
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