1ª CONFECOM
Izabela Vasconcelos
Fenaj acusa imprensa de manter ‘pacto de silêncio’ sobre a Confecom
‘O 1º vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) Celso Schröder, afirmou que a imprensa nacional ignora a 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), que acontece até amanhã (17/12) em Brasília.’A imprensa se comporta como sempre se comportou, com um manto de invisibilidade, um pacto de silêncio. A comunicação é o tema menos discutido no Brasil. Isso é um paradoxo’, criticou o jornalista, que também é membro da Comissão Organizadora da Conferência.
Para Schröder, o pouco espaço para o tema se deve ao receio que a imprensa e as empresas de comunicação têm da regulamentação. ‘Eles ainda têm um pacto mais perverso, porque confundem e acreditam que a regulação limita a liberdade de expressão. Mas a liberdade de expressão não é um patrimônio dos jornalistas ou dos veículos de comunicação’, declarou.
Para cobrir a abertura do evento pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se credenciaram mais de 300 jornalistas, mas atualmente o número não é o mesmo. A TV Bandeirantes e a Rede TV!, que são representadas pela Associação Brasileira de Radiodifusores (Abra), fazem cobertura do evento. A Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo também abordam o tema. O restante da cobertura acontece por veículos de menor abrangência nacional. A Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) também cobre a Confecom, com transmissões pela TV Brasil e NBR.
No dia 13/08, entidades patronais que representam veículos de comunicação, se retiraram do debate. A discussão foi deixada pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Associação Brasileira de Internet (Abranet), Associação Brasileira de TVs por Assinatura (ABTA), Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner), Associação dos Jornais do Interior (Adjori) e Associação Nacional dos Jornais (ANJ), por discordarem de alguns pontos de regulamentação.
‘Não consigo ver se é falta de inteligência para ver a importância da Conferência ou se é mesmo a intenção de sabotar o processo’, disse Schröder sobre as entidades patronais que estão fora do evento.’
JORNAL DA IMPRENÇA
Ali Kamel, pensador e guia
‘o fogo que ateaste
fez arder a sarça
e alumiou a noite escura
(José Nêumanne Pinto)
Ali Kamel, pensador e guia
Até o momento em que fechávamos esta edição, 32 considerados colaboradores/leitores/leitoras desta coluna tinham enviado trecho da edição especial de Época intitulada Os 100 brasileiros mais influentes de 2009, na qual aparece a foto do diretor-executivo de jornalismo da Rede Globo, Ali Kamel, acompanhada de texto assinado pelo chefe dele, Carlos Henrique Schröder.
‘Esse Ali Kamel é aquele que já tentou distorcer a história do Brasil, ao meter a Rede Globo no comício das `Diretas Já`, coisa que não aconteceu, como todos sabem. E a revista, que pertence às Organizações Globo, dispensou o decoro ao incluir o ilusionista entre os `Guias e Pensadores` que engrandecem esta nação’, escreveram os remetentes, na interpretação do colunista, o qual passou grande parte da vida debruçado sobre textos alheios nas redações de jornais e revistas.
Confira aqui o material abominado por tantos e tantos.
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É pecado!!!
Chamadinha na capa da Folha de hoje, 17/12:
Saiba como fazer automassagem de modo fácil
Janistraquis manteve-se boquiaberto por algumas horas:
‘Considerado, automassagem é aquele negócio, como direi, aquilo que a gente fazia quando era menino, né não? Diziam que era pecado e que nascia cabelo na mão…’
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A palavra certa
A considerada Beatriz Portinari, jornalista freelance em São Paulo, encontrou esta legenda numa das fotos que o UOL costuma reunir sob a rubrica Imagens da Semana:
Milhares de torcedores vietnamitas comemoraram nesta segunda-feira (14) a vitória do país contra Cingapura em partida válida pela 25ª edição dos Jogos do Sudeste Asiático. A partida terminou 4 a 1 para o Vietnã e a torcida invadiu o campo para saldar os jogadores.
Beatriz garante que essas coisas ocorrem quando o redator resolve radicalizar na reforma ortográfica; por sua vez, Janistraquis elegeu a palavra como uma daquelas capazes de substituir mil e tantas imagens…
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Joseval Peixoto
Para receber justíssimas homenagens pelos 50 anos no rádio, o considerado Joseval Peixoto, jornalista de primeiro time, locutor/apresentador/âncora do Jornal da Manhã da Jovem Pan, esteve em sua terra, Presidente Prudente, e na vizinha Paraguaçu Paulista, onde iniciou a carreira.
Joseval foi o primeiro locutor esportivo a encantar o colunista, que desembarcou em São Paulo em 1970, vindo do Rio de Janeiro, terra de ‘professores’ como Oduvaldo Cozzi e Jorge Cury. Pois ao microfone da Jovem Pan ele não ficava atrás daquelas estrelas e marcou época ao mandar os goleiros buscarem a bola no fuuuuuuuuuundo do gooooool, muito bem auxiliado pelo saudoso Geraldo Blota, o GB.
A coluna cumprimenta o Mestre Joseval.
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Pistoleiros
O considerado Hugo Caldas, professor de inglês no Recife, encontrou esta preciosidade no Blog do Noblat — Deu em O Globo: Polícia — dono de rádio foi morto por encomenda:
Crime foi cometido por pistoleiros profissionais. Governador promete rigor nas investigações.
O diretor da Operações da Polícia Civil de Pernambuco, Osvaldo Moraes, afirmou ontem que o empresário Givonaldo Vieira foi morto por pistoleiros profissionais contratados pelo mandante. Ainda sem pista dos criminosos, Moraes permaneceu ontem em Bezerros, a 107 quilômetros de Recife, onde o radialista foi executado anteontem, quando chegava à sede da Rádio Bezerros FM, da qual era proprietário.
Hugão estranhou:
Se não foram contratados pelo mandante, então quem contratou? Outro mandante?
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Notícia triste
Do escritor e jornalista Eduardo Almeida Reis ao final de crônica no Estado de Minas:
O espaço de hoje encurtou e só dá para uma notícia triste, aliás tristíssima: 14.12.1947, nascimento de Dilma Vana Rousseff.
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Dispensando
O considerado Roldão Simas Filho, diretor de nossa sucursal em Brasília, de cujo banheiro, em subindo-se nas bordas do vaso sanitário, enxerga-se os vários restaurantes de luxo onde muita gente boa almoça e janta de graça, pois Roldão lia o Jornal da Comunidade, encontrou uma falha e escreveu ao colunista, o doutor Francisco Leite:
Preocupo-me com o bom uso da nossa língua materna, pois o idioma é o maior patrimônio cultural da Nação. Abomino principalmente o emprego de anglicismos desnecessários ou incorretos. Na sua coluna do Jornal da Comunidade de 12 a 18 de dezembro, sobre ‘Filtros Solares, mitos e verdades’ lemos o seguinte:
‘Na verdade, elas (as nanopartículas) são apenas modos de dispensar (sic) os agentes protetores de modo uniforme e cosmeticamente adequado sobre a pele.’
O emprego de dispensar na frase anterior é uma tradução errada do verbo inglês to dispense, que na nossa língua significa espalhar, distribuir, fornecer. Dispensar, em bom português, quer dizer abrir mão de, demitir, não precisar de.
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José Nêumanne
Nesta que já se pode chamar de véspera de Natal é salutar a leitura dos versos nascidos da fé deste poeta sertanejo. Confira no Blogstraquis a íntegra de GABRIEL — A VISITA, cujo fragmento encima a coluna.
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Perseguição
Corinthianos, sãopaulinos, santistas, Leões da Fabulosa & outros enviaram à coluna:
O Palmeiras é como refrigerante de 2 litros: quando chega no final já perdeu o gás.
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Comer de graça
O colunista torce para que o considerado leitor não precise de tal, digamos, benefício, mas o pessoal do MST certamente adorou esta notícia do indispensável Consultor Jurídico:
Hospedar-se sem dinheiro poderá deixar de ser crime
A Câmara analisa proposta da Comissão de Legislação Participativa (CLP), que deixa de considerar como fraudes os atos de comer em restaurantes, hospedar-se em hotéis e usar transporte sem o dinheiro necessário para pagar por esses serviços. A proposta revoga o artigo 176 do Código Penal (Decreto-Lei 2.848/40), que prevê pena de detenção de 15 dias a 2 meses ou multa para a pessoa que praticar esses atos.
Leia no Blogstraquis a íntegra da sensacional notícia e, de sobremesa, caia de boca no texto do professor Deonísio da Silva a respeito da origem da frase Não existe almoço de graça.
(Coincidentemente, deu na capa do UOL: Ativista promove almoço gratuito para cinco mil pessoas em Londres. Confira a íntegra aqui.)
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Igreja & cia.
Na dúvida entre a criação de um conventilho familiar e uma igreja, Janistraquis se decidiu por esta, depois de ler o texto de Hélio Schwartsman, da equipe de articulistas da Folha, cujos `olhos` diziam:
Bastam R$ 418 para criar igreja e se livrar de imposto
Após fundar igreja, reportagem da Folha abre conta bancária e faz aplicação isenta de IR
Além de vantagens fiscais, ministros religiosos têm direito a prisão especial e estão dispensados de prestar serviço militar
Dei o maior apoio à decisão do meu assistente; afinal, custa caro montar um conventilho, principalmente se levarmos em conta a tolerância e a isenção com que são premiadas as muitas casas do Senhor.
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Calango na cueca
A France Presse espalhou mundo afora a história de um turista alemão chamado Hans Kubus, que foi preso no aeroporto de Christchurch, Nova Zelândia, com 44 lagartos escondidos na cueca.
O considerado Fausto Osoegawa, fiel colaborador desta coluna, leu a matéria e comentou: ‘Será que não fazia cócegas?’.
Janistraquis, que entende desses assuntos bizarros, meteu a colher:
‘Considerado, lagarto/calango não faz cócegas porque não se mexe, fica ali quietinho. Aliás, lá em Caruaru um sujeito foi em cana com uma sucuri enfiada no… ah!, deixa pra lá, depois eu conto, como dizia o Ibrahim Sued.’
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Qualidade
Janistraquis recebeu via internet e imediatamente começou a latir:
LEALDADE — qualidade de cachorro que poucas pessoas têm.
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Nota dez
O considerado José Truda Júnior, raríssimo jornalista que não se deixa enganar, despacha de seu minarete instalado nos altos de Santa Teresa, de onde enxerga os mistérios da imprensa:
Como gosto sempre de ouvir e ver os dois lados (no sentido jornalístico) da notícia, procuro sempre acessar o JB Online, órgão (no sentido jornalístico) oficial do governo e O Globo Online, órgão (em todos os sentidos) oficial da oposição. Só que o jornalismo pasteurizado levado à rede mundial às vezes torna difícil ao leitor saber onde está.
No caso do JB e O Globo, os projetos gráficos são quase iguais, predomina a cor azul na mesma tonalidade, os mesmíssimos tipos e corpos de caracteres e disposição de elementos gráficos. As diferenças encontram-se no enfoque das matérias – um puxa sacos petistas enquanto o outro puxa sacos tucanos. Mas tem hora que nem isso ajuda. Na manhã de hoje, O Globo estampava a manchete:
Câmara do DF decidirá sobre impeachment de Arruda em 2010
E o JB:
Câmara do DF decidirá sobre impeachment de Arruda em 2010
Por isso sempre é bom saber um pouco mais que a língua portuguesa!
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Errei, sim!
‘IDÉIAS OVAIS — O Jornal do Brasil, em reportagem no caderno Idéias (de novo!), sobre as formas de se vencer as neuroses: `( …) Depois do equilíbrio interno, todo o grupo conseguiu deixar os ovos em pé`.
Janistraquis comentou: `Considerado, esse negócio de ovo só é aceitável nos suplementos agrícolas; num tablóide chamado Idéias soa, obrigatoriamente, como abominável indecência’. (dezembro de 1992/janeiro de 1993)
Colaborem com a coluna, que é atualizada às quintas-feiras: Caixa Postal 067 – CEP 12530-970, Cunha (SP), ou japi.coluna@gmail.com.
(*) Paraibano, 67 anos de idade e 47 de profissão, é jornalista, escritor e torcedor do Vasco. Trabalhou, entre outros, no Correio de Minas, Última Hora, Jornal do Brasil, Pais&Filhos, Jornal da Tarde, Istoé, Veja, Placar, Elle. E foi editor-chefe do Fantástico. Criou os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo. Também escreveu nove livros (dos quais três romances) e o mais recente é a seleção de crônicas intitulada ‘Carta a Uma Paixão Definitiva’.’
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