BARRADO
Justiça proíbe circulação do gratuito Metro Magazine em SP
A versão paulista do Metro Magazine, jornal gratuito carioca, está proibida de circular por decisão da Justiça, que acatou a liminar solicitada pela Publimetro, do Grupo Bandeirantes, representante do Metro no Brasil. O periódico, que já recorreu, foi notificado da decisão no dia 02/08, quando lançou a marca em São Paulo.
Segundo Benny Spiewak, da KLA Advogados, que representa o Publimetro, o formato do Metro Magazine faz com que os leitores confundam as duas publicações. O advogado também diz que o novo jornal se assemelha com ‘conjuntos gráficos que são a identidade do Metro’.
‘Esse novo jornal se aproxima do formato gráfico e textual do Metro, gerando uma confusão e uma associação indevida entre as marcas’, afirma Spiewak.
A editora-chefe do Metro Magazine, Monique Arruda, não concorda com a alegação do Publimetro e diz que nenhum jornal pode proibir outro veículo de comunicação de utilizar o nome ‘Metro’. Ela afirma confiar que a Justiça vai mudar de decisão e liberar a circulação da marca no estado de São Paulo.
‘A única coisa que os dois jornais possuem em comum é o nome do título na capa. E o Grupo Bandeirantes não detém a marca ‘Metro’, pois existem várias publicações com este nome’, diz Monique.
AGRESSÃO
Jornalista é agredido em cidade do interior do Maranhão
O jornalista Stuart Júnior, diretor do Jornal Regional, foi agredido na sexta-feira (06/08) enquanto cobria uma manifestação política em São Matheus do Maranhão, interior do estado. Uma testemunha, que preferiu não divulgar sua identidade, informa que o prefeito da cidade, Rovélio Nunes Pessoa (PV), teve participação no espisódio.
De acordo com a testemunha, o prefeito incentivou a agressão e o jornalista chegou a fraturar um dos braços. ‘Deram socos, chutes e cassetetes. E eles ainda disseram que qualquer um poderia ser o próximo a apanhar’.
A agressão pode estar relacionada com uma matéria publicada por Júnior, dizendo que o prefeito poderia ser cassado novamente.
A reportagem do Comunique-se tentou contato com o prefeito e com a delegacia da cidade, onde o caso foi registrado, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.
TELEVISÃO
O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, com a Central Única dos Trabalhadores, lançou carta compromisso que será apresentada aos candidatos ao governo do estado de São Paulo. O documento exige a manutenção do caráter público da emissora.
‘A natureza pública da TV Cultura do Estado de São Paulo, conforme noticiado pelos principais veículos de comunicação, está sendo ameaçada. A emissora atualmente enfrenta uma das maiores crises de sua história’, diz a carta, se referindo a notícias que circularam na semana passada sobre demissões e mudanças na programação da emissora.
Leia a íntegra da carta:
TV Cultura é patrimônio da sociedade paulista
A TV Cultura de São Paulo tem uma história que precisa ser preservada. O caráter público sempre lhe garantiu isenção para que se diferenciasse das TVs comerciais. E, mais do que isso, desempenha importante papel social. Com esta característica ela conseguiu servir de apoio fundamental à educação de crianças, jovens e adolescentes, promoveu a cidadania e procurou atender às diferentes necessidades e interesses de seus telespectadores.
A TV pública é a grande aliada na construção da identidade nacional, abrindo espaços para as expressões culturais e para as diferentes opiniões, garantindo pluralidade e diversidade nas manifestações culturais, artísticas, jornalísticas e políticas. Além disso, a TV pública cumpre papel de formador de opinião e de celeiro na formação profissional, espaço de experimentação e apoio à produção independente. Isso não é possível em uma TV com gestão administrativa privada, onde o interesse empresarial, que opera sob a ótica da lucratividade, situa-se acima dos interesses coletivos.
A natureza pública da TV Cultura do Estado de São Paulo, conforme noticiado pelos principais veículos de comunicação, está sendo ameaçada. A emissora atualmente enfrenta uma das maiores crises de sua história, resultado do desmonte implementado pela gestão do governo tucano nos últimos dezesseis anos. Agora o governo estadual, segundo o noticiário, quer alterar inclusive ‘a função e o papel social da Fundação Padre Anchieta, gestora da TV Cultura’. Já há informações de demissão em massa de trabalhadores nas áreas técnicas e no jornalismo e um temor crescente de que isso seja apenas a ponta de um iceberg de mudanças mais profundas, que sacrifiquem os empregos e os investimentos em novos programas.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo e a Central Única dos Trabalhadores – CUT/SP condenam a ameaça de desmonte de mais um patrimônio público e repudiam qualquer possibilidade de demissão em massa. Para impedir que isso venha a acontecer, os trabalhadores do estado de São Paulo requerem dos senhores (as) candidatos(as) ao governo do Estado de São Paulo o compromisso de não fazer mudanças ou qualquer reestruturação que desvirtuem a característica pública da TV Cultura.
Para honrar o Estado democrático que conquistamos após anos de arbítrio é necessário que a TV Cultura propicie programação de qualidade, jornalismo independente e ético, participação da sociedade em seu Conselho Administrativo e condições de trabalho dignas a todos os trabalhadores.
O (a) candidato (a) que não se pautar por esses princípios para garantir a TV Cultura como patrimônio público estará agindo contra os interesses do povo paulista.
São Paulo, 05 de agosto de 2010.
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
Central Única dos Trabalhadores – CUT/SP
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