Cristina Padiglione

‘A olho nu, parece até que a estréia de Ana Paula Padrão em nada alterou o painel de audiência da TV aberta na faixa das 19 horas. Ratinho, que ocupava o horário antes, vinha oscilando entre 9 e 10 pontos. A estréia do SBT Brasil, anteontem, rendeu 10 pontos de média e 12 de pico. Mas qualquer leigo saberia ler nesses números o potencial que o telejornal de Padrão tem em agregar qualidade, sem perder quantidade. Para os cofres de Silvio Santos, isso, sim, significa mais café no bule.

A Bandeirantes, que se mexeu para enfrentar a concorrência ao seu jornal, registrou 4,7 pontos no horário em que competiu com o SBT Brasil, mas o Jornal da Band, em si, manteve a média de 5 pontos. A diferença se explica pelos minutos em que Carlos Nascimento e Ana Paula Padrão não se enfrentam diretamente – ele fica no ar das 19h20 às 20h10, e ela, das 19h15 às 20 horas.

Esteticamente, o SBT Brasil em nada fica a dever aos noticiários da Globo. No quesito arte – ilustrações, slides e números estampados na tela -, o jornal de Padrão se mostra até superior: informativo, de bom gosto e atraente.

Quanto ao cenário, há controvérsias. O conjunto da obra, digamos, impressiona e se impõe positivamente. Mas aquele plano fechado na apresentadora, com fileirinhas iluminadas correndo ao fundo, são paetês demais para um noticiário – mesmo numa emissora especializada em programas de auditório. Chegam a roubar a cena da notícia. Ao menos na estréia, o figurino de Ana Paula, impecavelmente branco, favoreceu a distinção entre os itens presentes na tela.’

‘O SBT fechou o primeiro semestre deste ano com um lucro líquido de R$ 29 milhões, melhor resultado desde 2001. Segundo José Roberto Maciel, diretor de administração e finanças, o desempenho é conseqüência de um processo de ‘reestruturação interna’ e foi fundamental para o SBT voltar a investir em jornalismo.

Nos primeiros seis meses de 2004, a segunda maior rede do país teve prejuízo de R$ 9 milhões e precisou fazer demissões e renegociar contratos para encerrar o ano com um pequeno lucro (R$ 7 milhões). Em 2003 (o ano todo), teve prejuízo de R$ 54,2 milhões. Os dados incluem todas as emissoras próprias de Silvio Santos.

A expectativa do SBT é encerrar 2005 com um crescimento de 20% no faturamento _em 2004, sua receita, já descontadas comissões e bonificações de agências, foi de R$ 578,5 milhões. Se atingir essa meta, irá ‘zerar’ os prejuízos acumulados desde 2003.

A rede reduziu seu endividamento líquido de R$ 101 milhões em 31 de dezembro para R$ 31 milhões em 30 de junho. ‘É o menor endividamento do mercado’, diz o diretor Maciel. ‘Certamente, vamos fechar o ano com alguma dívida porque estamos investindo muito em jornalismo, equipamentos e ‘reality shows’, afirma.

Com a ‘ressurreição’ do jornalismo, o número de funcionários do SBT voltou a crescer. São hoje 1.542, contra 1.400 no final de 2004 (em 2000, era o dobro disso).

Vaga 1 O plano comercial da Globo para a Copa de 2006 entrega: a atual deve ser a última temporada de ‘Sob Nova Direção’. O documento prevê 905 inserções dos patrocinadores do Mundial. Cita os intervalos de novelas, telejornais, ‘Linha Direta’ e ‘Altas Horas’. O único horário que não tem o nome do programa é o de ‘Sob Nova Direção’, identificado só como ‘Show de Domingo’.

Vaga 2 ‘Show de Domingo’ é o nome ‘genérico’ da faixa de ‘Sob Nova Direção’. A Globo ainda não decidiu se o programa vai acabar, mas estuda 16 projetos novos para 2006. O humorístico é líder no Ibope, mas sua audiência está longe da que marcava ‘Sai de Baixo’.

Feijoada 1 As comemorações do Dia dos Pais derrubaram a audiência da TV anteontem à tarde. Entre 12h e 18h, a média de televisores ligados na Grande São Paulo foi de 41%, contra 48% na mesma faixa do domingo anterior.

Feijoada 2 Assim, programas como o ‘Tudo É Possível’ (de Eliana, na Record) perderam audiência. E o ‘Domingo Legal’ (SBT) deu metade do que registrou a Globo (11 pontos, contra 22).

Luz De Amilcare Dallevo Jr., presidente da Rede TV!, sobre o ‘apagão’ que tirou o ‘Pânico na TV’ do ar, em junho, quando os humoristas negociavam com o SBT e insinuaram que estavam sendo boicotados: ‘Foi sacanagem deles mesmos’.’

‘A Record quer criar o seu ‘Brazilian Day’ nos Estados Unidos. A emissora está organizando uma grande festa no dia 18 de setembro, na cidade de Somerville, em Massachusetts, batizada de Brazilian Celebration 2005. O evento, que tem como mote a comemoração da Independência do Brasil, é uma iniciativa da Record Internacional, canal pago da emissora voltado para comunidade brasileira que mora em outros países.

A festa, que será realizada em um palco no parque Draw 7 Park, em muito se parece com as realizadas pela Globo Internacional (canal da Globo no exterior) em Nova York.

Como a concorrente faz, a Record levará ao evento artistas da casa e shows. Eliana e Marcio Garcia ajudarão a comandar a festa. Netinho fará um show e levará o quadro ‘Um Dia de Princesa’ para o evento. Lá, uma brasileira será escolhida na hora para tomar um banho de loja e jantar com o apresentador. O humorista Shaolim, do programa Show do Tom, fará brincadeiras no palco e Chiquinho vai comandar gincanas com as crianças presentes.

Atores de tramas da rede, como Bianca Rinaldi, de A Escrava Isaura, Gabriel Braga Nunes e Christine Fernandes, de Essas Mulheres, também participarão da festa.

A Record Internacional quer tornar o Brazilian Celebration uma data fixa no calendário de quem mora nos Estados Unidos e pretende tornar o evento anual. Essa é a primeira iniciativa do gênero realizada pelo canal, que possui atualmente cerca de 300 mil assinantes e disputa espaço com a Globo Internacional.’