Daniel Castro

‘As TVs Record e Bandeirantes decidiram negociar com a Globo a compra dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2006. A Globo, que detém os direitos, deve abrir negociações em julho, após a Copa das Confederações, que ocorre na Alemanha.

A Folha apurou que a Globo pedirá US$ 15 milhões de cada uma das TVs abertas interessadas em dividir com ela as transmissões. Há dúvidas se esse valor é viável comercialmente para Record e Band. Estima-se que elas terão que faturar pelo menos R$ 120 milhões para bancar esse custo.

Ao contrário da Copa de 2002, a Globo decidiu abrir mão da exclusividade no Mundial de 2006. Com o Mundial do Japão e Coréia, pelo qual pagou US$ 220 milhões, a Globo declarou em balanço um prejuízo de R$ 315 milhões (incluindo o canal pago SporTV).

Pela Copa de 2006, a Globo tinha se comprometido em 1998 a pagar US$ 240 milhões. Conseguiu, após disputa judicial, renegociar esse custo para US$ 80 milhões (dos quais US$ 8 milhões serão arcados pelo SporTV). Mesmo assim, a Copa de 2006 está cara para a rede, que teria que faturar cerca R$ 500 milhões (todo o faturamento anual declarado da Record) para ter lucro.

Assim, a Globo vai tentar tirar das emissoras concorrentes US$ 30 milhões. Se conseguir, já terá um bom resultado caso fature com publicidade na Copa entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões.

OUTRO CANAL

Passaporte Além de Globo e SporTV, a Copa de 2006 já está confirmada no canal pago BandSports, do grupo Bandeirantes. O canal pagará US$ 1,5 milhão pelo Mundial mais a Copa das Confederações.

Grama O locutor Luciano do Valle negocia com a Record a apresentação de um programa mensal sobre golfe. Se emplacar, será a primeira atração desse esporte na TV aberta. E Valle nega rumores de que estaria tentando voltar à Band. Diz que seu contrato com a Record vence no final do ano e que planeja renová-lo.

Estranho Até o início da tarde de ontem, oficialmente a Rede TV! ainda não havia descoberto o que provocou o ‘problema técnico’ que tirou a emissora do ar durante o ‘Pânico na TV’ no último domingo. O ‘apagão’ afetou apenas dois conjuntos de equipamentos (master e switcher), justamente as máquinas que mantêm um programa e uma emissora no ar.

Musical A Band vai exibir em julho três episódios da série sobre Chico Buarque, gravados no Rio, Roma e París, já transmitidos pela DirecTV. Os programas irão ao ar nos dias 10, 17 e 24, às 22h.

Agilidade Ontem, pela primeira vez, o site da Cultura e a rede Saraiva já vendiam DVD do ‘Roda Viva’ exibido na noite anterior _no caso, com o deputado Roberto Jefferson.’

‘A TV Bandeirantes anucniou ontem que vai processar a Rede Globo em razão de sua equipe ter sido impedida de entrar em dois estádios no fim de semana para gravar os jogos do Campeonato Brasileiro de Futebol. No sábado, a repórter Mônica Ramos foi barrada no parque Antártica para cobrir Palmeiras X Vasco. No domingo, a cena se repetiu com Antonio Pétrin no estádio do Morumbi, no jogo São Paulo X Botafogo.

A Band alega que a Federação Paulista de Futebol detém um ofício em nome da Globo em que a emissora exige que nenhuma outra rede de TV entre nos estádios, o que é ilegal. Este documento foi apresentado na porta do estádio para a equipe da Band. Apesar de a Globo deter os direitos de transmissão exclusiva do campeonato, a lei permite que outras emissoras exibam até três minutos de imagens editadas em noticiários e durante a programação.

Para conseguir entrar nos dois estádios, a Band precisou de uma liminar emitida pelo plantão do Judiciário, em São Paulo. O documento, entretanto, só valeu para o final de semana. Para conseguir gravar todos os jogos do campeonato, a Band vai recorrer à Justiça, a fim de obter um documento que regulamente o acesso permanente aos estádios até o final do campeonato. Normalmente, os canais que não têm o direito de transmissão gravam todo o jogo e depois selecionam as melhores imagens na ilha da edição.

Até o fechamento desta edição, às 14h30, a assessoria de comunicação da Rede Globo ainda não havia se pronunciado sobre o assunto.’

‘Por incrível que pareça, pode não ter sido uma brincadeira do programa de humor ‘Pânico na TV’ o fato de a Rede TV! ter ficado fora do ar anteontem entre 19h e 19h06 e entre 19h09 e 19h14. Em nota oficial, a emissora assumiu que ‘houve um problema técnico’, sem divulgar detalhes.

Segundo Monica Pimentel, diretora artística, ocorreu um ‘apagão’ que atingiu apenas o switcher (sala em que se finaliza o programa para ele ir ao ar) e o master (o ‘cérebro’ de uma TV, que a coloca no ar com os comerciais). Esses equipamentos se desligaram, mas o resto da emissora operou normalmente. ‘O ‘no break’ também não funcionou’, diz Pimentel.

Nos bastidores da Rede TV!, havia três suspeitas para o ocorrido: 1) falha técnica; 2) brincadeira do próprio programa; 3) boicote por parte da direção da emissora por causa das negociações do elenco do ‘Pânico’ com o SBT.

A diretora Pimentel descarta a brincadeira. ‘O diretor do programa me garantiu que não era sacanagem. E o programa não tem acesso ao master. Se quisessem, tirariam o programa do ar do switcher’, diz. Ela não acredita em sabotagem: ‘É coisa de filme’.

A audiência despencou de 11 para dois pontos no Ibope e levou meia hora para ser recuperada. A média foi de oito pontos (um a menos do que no domingo anterior). Segundo a Rede TV!, também houve perda de receita com a não-veiculação de anúncios.

OUTRO CANAL

Silêncio O ‘Pânico na TV’ prometeu ‘pegar no pé’ de Gugu Liberato e até anunciou uma festa junina na portaria do SBT anteontem. Cerca de 150 pessoas compareceram à ‘festa’, mas o programa não foi. E não se falou nada sobre o assunto no ar. O silêncio foi interpretado como uma ‘trégua’ em pleno processo de negociação dos humoristas com Silvio Santos.

Tensão Estava tudo certo para que Márvio Lúcio, o ‘Carioca’ do ‘Pânico’, fosse ao ‘Bola na Rede’ (Rede TV!) anteontem à noite. Mas seu nome foi vetado na noite de sexta.

Cartão vermelho 1 A Globo tentou barrar no final de semana a entrada em estádios de emissoras que não têm direitos de exibição do Campeonato Brasileiro _todas, menos ela e a Record.

Cartão vermelho 2 A Band só conseguiu entrar no Parque Antarctica no sábado e no Morumbi no domingo graças a uma liminar que obteve de juíza de plantão, que a autorizou a gravar os jogos com base em lei que afirma que todas as TVs têm direito a exibir três minutos desse tipo de evento. A Globo não comentou.

Alta ‘No Coração do Brasil’, novo programa de José Luiz Datena, de reportagens pelo país, tem feito sucesso na cúpula da Band. A terceira edição, que foi ao ar na noite de sexta, deu média de quatro pontos, considerada boa pela emissora.’

‘Na série ‘é ruim, mas nóis gosta’, o primeiro capítulo da nova novela de Walcyr Carrasco foi supimpa. Alma Gêmea pode ser brega, mas teve cenas de elaborado visual, naqueles campos floridos de rosas. E a novela trata de reencarnação. Sempre que se fala no assunto, alguém lembra que Ghost foi um dos grandes sucessos de Hollywood no Brasil. O próprio Titanic, sucessão maior ainda, se não trata de reencarnação pelo menos investe na espiritualidade, naquele desfecho que marca a chegada dos personagens de Leo DiCaprio e Kate Winslet ao paraíso.

De volta a Alma Gêmea, o primeiro capítulo, na segunda-feira, contou, a toque de caixa, a história de Rafael e Luna. Eduardo Moscovis, o ex-vilão de Senhora do Destino, mais canastrão do que nunca, faz um grande produtor de rosas na cidade fictícia de Roseiral. Apaixona-se por Luna, a delicada Liliana Castro, mas o ciúme da prima leva à morte da moça. Rafael desespera-se e impede que a alma de Luna chegue ao céu. Ela volta à Terra para reencarnar numa mestiça índia. Será Serena, ou melhor, Priscilla Fantin, por quem Du Moscovis vai se apaixonar.

Se o objetivo era integrar a cultura indígena, zebrou. Com Priscilla Fantin? Só se for índia de Hollywood. Carrasco é especialista em comédias românticas, embora tenha, no currículo, o texto dramático Êxtase, sobre as drogas e a juventude de classe média. Suas novelas ficam ali, naquele registro da trama singela e dos diálogos leves. São tolices simpáticas que os telespectadores consomem rindo e levantam a audiência das 6, na Globo. Basta lembrar de O Cravo e a Rosa, adaptada de A Megera Domada, com Du Moscovis como Petrúquio, e Chocolate com Pimenta, com a vilã cômica de Beth Savalla.

Ambos estão de volta em Alma Gêmea. O diretor é Jorge Fernando, viciado em cinema. O conceito do primeiro capítulo foi baseado no movimento, com uma câmera que nunca parou. Aproveitando o motivo da Lua, por causa de Luna, o diretor criou cenas inteiras ao som de Blue Moon, Moon River e até Clair de Lune, de Debussy. Vai ser difícil manter o capricho no corre-corre diário, mas Alma Gêmea leva jeito de ser outro folhetim típico de Walcyr Carrasco. Chatinho, porém adorável. Na estréia, deu 35 pontos de média de audiência.’