Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Daniel Castro

‘As CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) que investigam denúncias de corrupção transformaram a TV Senado em um canal grande para os padrões da TV paga. Graças à transmissão de depoimentos de figuras como Marcos Valério, a emissora legislativa viu sua audiência ser multiplicada por mais dez vezes em apenas cinco meses. Nunca, em seus nove anos no ar, a TV Senado foi tão vista e reproduzida por emissoras comerciais.


Em março, a TV Senado ocupava um modesto 36º lugar no ranking do Ibope dos canais mais vistos da TV paga, com apenas 1.331 telespectadores por minuto em média no horário nobre (das 19h às 24h), segundo dados obtidos com exclusividade pela Folha.


Em maio, no início da crise, mas antes das CPIs, a TV Senado já registrava audiência cinco vezes maior, pulando para o 29º lugar. Em julho (até o dia 24), com a CPI dos Correios, saltou para 14.644 telespectadores por minuto no horário nobre, ocupando o 23º posto entre os mais vistos.


Os números são inexpressivos diante de um ‘Jornal Nacional’, mas são robustos para o mundo da TV paga, onde os programas líderes de audiência dificilmente passam da média de 200 mil telespectadores por minuto.


A TV Senado já aparece em julho à frente de canais mais bem embalados ou com conteúdo muito mais atraente, como Band News (que reproduz o sinal do canal dos senadores durante boa parte do dia), ESPN (o internacional), National Geographic, Telecine Emotion e HBO2.


Segundo Armando Rollemberg, diretor da Secretaria de Comunicação Social do Senado, o canal custa aos cofres públicos R$ 10,5 milhões por ano (13% do custo da TV Cultura). Emprega 160 funcionários (37 jornalistas) que se revezam em três turnos de seis horas.


Imagens de diferentes pontos do Senado são captadas simultaneamente por 12 câmeras e transportadas por 4 km de cabos. Há 40 pontos com tomadas para conectar câmeras e entrar no ar ao vivo rapidamente. A direção da TV Senado tem planos de usar as (dezenas de) câmeras do circuito de segurança quando elas forem trocadas por novas, digitais.


O trabalho aumentou muito na TV Senado com a crise política. Tudo o que acontece no Plenário, nas comissões permanentes (como a de Justiça e Redação), nas CPIs e nas subcomissões é exibido ao vivo ou gravado para apresentação posterior. Na última quinta-feira, o canal trabalhava no limite. Havia quatro CPIs (da Compra de Votos, com ‘oitiva’ do deputado Roberto Jefferson, a dos Correios, a dos Bingos e a da Emigração), além de reuniões de outras quatro comissões permanentes e sessão em Plenário.


Nos dias de maior atividade, a TV Senado tem ficado no ar até 17 horas ao vivo. A média agora são 13 horas ao vivo. Em maio, eram nove horas e meia.


Principalmente no último mês, o logotipo da TV Senado freqüentou quase diariamente todos os telejornais, o que lhe dá uma exposição maior do que as de marcas de anunciantes da novela das oito da Globo, com audiência superior a 40 milhões de pessoas.


Embora até gravem as sessões com suas próprias câmeras, as grandes redes e canais de notícia usam as imagens da TV Senado porque é mais cômodo. A TV Senado, na prática, tem sido três canais. Além da própria programação, que nem sempre segue o interesse das redes e dos telespectadores, ela dispõe um sinal de satélite via Embratel com o ‘principal’ do dia. Há um terceiro sinal, ao vivo, em fibra ótica (até agora só usado pela Globo e a TV Câmara) e distribuído pela Radiobrás. Na última quinta, esse canal transmitia a CPI dos Correios.


A TV Senado teve de fazer uma pequena adaptação para gerar esses canais, a pedidos das redes. ‘As emissoras entram em acordo entre elas e escolhem qual comissão querem receber em cada um desses canais’, diz o diretor Rollemberg. Se tivessem de usar imagens próprias, as TVs perderiam tempo decupando fitas de uma hora e meia. Com as imagens da TV Senado, podem editar imagens em tempo real.


Mesmo assim, as salas das CPIs ficam repletas de câmeras. São até enfileiradas no fundo das salas. Microfones pendurados em caixas de som e um emaranhado de fios completam o cenário. ‘Todo mundo pega imagem da TV Senado, mas vem aqui captar coisas fora do principal, reações, brigas, vazamentos’, conta Celso Teixeira, repórter da Record.


A TV Senado faz a cobertura de cada CPI com duas câmeras, operadas por um cinegrafista e um assistente. Por fones de ouvido, eles são orientados por diretores instalados em ilhas de edição distantes dali, onde fazem o ‘corte’, a escolha da imagem que vai ao ar. Uma câmera fica no fundo da sala e enquadra a mesa e o depoente. A outra fica na frente, ao lado da mesa. Enquadra o parlamentar que faz perguntas, do meio da sala por exemplo.


A programação ao vivo da TV Senado segue regras estabelecidas em norma dos próprios senadores. Independentemente de quem estiver depondo em uma CPI, a prioridade de entrar ao vivo é sempre das sessões em Plenário, onde todos os senadores podem discursar -e aparecer. Depois do Plenário, a prioridade é das comissões permanentes, seguida pelas CPIs. Na semana passada, houve um rearranjo de horários de funcionamento de comissões para melhorar a ‘cobertura’.


A interrupção de CPIs para transmitir discursos em Plenário é o que mais gera protestos de telespectadores. Há até uma resposta padrão para isso.


A prioridade de transmissão do que ocorre no Plenário (onde as sessões começam às 14h) ‘democratiza’ o acesso à visibilidade dos senadores na TV Senado. ‘Pediu a palavra na tribuna, aparece’, diz Rollemberg. Mas gera protestos de parlamentares que estão nas CPIs, principalmente num lugar cheio de gente vaidosa. ‘Às vezes um ou outro senador pede para a gente não focar o lado do rosto que tem uma espinha. Ontem [quarta-feira], o Renan [Calheiros, presidente do Senado] estava com conjuntivite. A gente não o enquadrou de perto, só de longe’, revelou um operador de câmera, sob a condição de não ter seu nome revelado nem numa CPI.’


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‘Crise do ‘mensalão’ já afeta caixa de TVs’, copyright Folha de S. Paulo, 08/08/05


‘A crise do ‘mensalão’ reduziu a produção e veiculação de publicidade oficial do governo federal e já afeta o caixa de TVs. A queda na injeção de recursos de propaganda oficial (incluindo estatais) nas emissoras varia de 10% a 80%. Na média, o governo gastou em julho 30% menos do que em junho.


O governo federal e suas estatais são, no conjunto, o maior anunciante do país. Devem investir de R$ 400 milhões a R$ 500 milhões em propaganda na TV neste ano.


O Banco do Brasil e os Correios praticamente paralisaram a produção de novas campanhas. Ministérios e Presidência da República reduziram drasticamente os gastos com propaganda.


A crise afetou menos as emissoras que têm vários contratos de patrocínio com estatais, porque esses acordos estão sendo cumpridos. Quem depende de publicidade avulsa (novas campanhas) está sendo mais prejudicado.


É o caso da Band, que só tem um patrocínio. A publicidade oficial na rede caiu 80%, o que reduziu seu faturamento em 10%. Negociação com uma estatal pelo patrocínio de futebol foi suspensa.


Já Record, Globo e SBT, que possuem vários contratos de patrocínios com estatais, foram menos afetadas pela crise. A queda de investimentos do governo nessas redes foi de 10% a 20%. O SBT até conseguiu fechar um novo contrato: a Caixa Econômica Federal irá patrocinar o telejornal de Ana Paula Padrão.


OUTRO CANAL Casamento Depois de um longo namoro, Record e a atriz Lavínia Vlasak chegaram a um acordo. A ‘ex-global’ será uma das protagonistas da próxima novela da emissora, que substituirá ‘Essas Mulheres’. As gravações devem começar em setembro.


Pêndulo 1 Pressionado por militantes gays, que viram homofobia em ‘A Lua me Disse’, Miguel Falabella baixou a bola dos homossexuais da novela. Só sobrou Samovar (Cássio Scapin) _sem contar dona Roma (Miguel Magno), que é um ‘travesti assexuado’.


Pêndulo 2 A novela também teve problemas com o Ministério Público (por causa de um menino que vivia enjaulado) e com defensores dos índios. ‘Não estamos sendo desrespeitosos, mas tiramos as bichas. Só não tiro a índia [a atriz Bumba, que é ofendida por outros personagens]’, afirma Falabella.


Passado A Rede TV! destruirá nesta semana cerca de 10 mil fitas com programas antigos. O material foi digitalizado e copiado em CDs. As fitas serão destruídas por um rolo compressor, numa cena que lembrará a eliminação de produtos piratas.


Promoção Responsável por transmissões de jogos na TV Cultura, Flávio Adauto foi promovido a diretor de esportes, cargo que engloba os programas esportivos (como o ‘Cartão Verde’).’




Roldão Arruda


‘Ninguém escapa ao ‘big brother’’, copyright O Estado de S. Paulo, 8/08/05


‘As investigações em torno dos recentes escândalos de corrupção mostram que ficou quase impossível movimentar-se sem deixar rastros. Eles aparecem nas contas bancárias, nos registros de chamadas telefônicas, nas câmeras de sistemas de segurança de hotéis, nos registros eletrônicos de edifícios, nas agendas, e-mails. Tudo é vigiado e registrado com olhos que enxergam até debaixo dos tecidos, como o do raio X do Aeroporto de Congonhas, que viu um estranho pacote sob a cueca do passageiro José Adalberto Vieira da Silva – e levou à revelação de que eram dólares de origem inexplicada.


O suspeito apagou o registro das chamadas telefônicas em seu celular, mas os federais não se importaram, porque tudo fica registrado nas centrais. Foram essas memórias, aliás, que revelaram que Delúbio Soares, quando tesoureiro do PT, conversava freqüentemente com Waldomiro Diniz, afastado de assessoria da Casa Civil depois que foi visto negociando propina com empresário de jogos, no aeroporto de Brasília. Quem viu no caso foi uma câmera de segurança.


Também foi uma memória eletrônica, na entrada do Palácio do Planalto, quem contou que o empresário Marcos Valério esteve 12 vezes lá, no governo Lula. O cruzamento desse registro com os do Banco Rural permitiu até precisar que uma dessas visitas coincidiu com a ata de assinatura do empréstimo de R$ 2,4 milhões do PT naquele banco.


Tudo isso é apenas o início. Segundo especialistas, caminhamos de maneira cada vez mais rápida para o Big Brother, o enorme aparato de segurança que o escritor inglês George Orwell narrou no livro 1984.


No plano doméstico, os negócios de algumas empresas do setor de segurança estão crescendo à média de 30% ao ano, com a venda de equipamentos que vão desde a máquina fotográfica que guarda retrato de quem entra no edifício, a sistemas que permitem monitorar tudo que acontece numa residência por um laptop sem fio, a quilômetros de distância.


No plano internacional, buscam-se formas de contenção da lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas e corrupção, além da vigilância contra o terrorismo. As operações internacionais do sistema bancário já se encontram tão bem articuladas que mafiosos e traficantes evitam transferências eletrônicas de dinheiro e até e-mails. Se não conseguem lavar facilmente o dinheiro, preferem transportá-lo de maneira direta.


Foi por isso que chamou tanta atenção a apreensão das malas de dinheiro com o presidente da Igreja Universal do Reino de Deus, no aeroporto de Brasília. ‘Atualmente, quando a maioria das negociações é feita com dinheiro plástico, por que uma secretária sai por aí com uma mala de dinheiro? Ou por que um pastor decide levar dinheiro num avião? Causa estranheza’, diz o advogado Walter Maierovitch, estudioso do assunto e ex-chefe da Secretaria Nacional Antidrogas. ‘Pode significar a existência de um caixa 2, pode representar a violação da lei de lavagem de dinheiro.’


PROVAS


Até recentemente, bancos guardavam provas eletrônicas de movimentações financeiras no máximo por 3 anos. Hoje o prazo já chega a 10 anos.


José Antonio Caetano, diretor comercial da Haganá, especializada em sistema de seguranças de edifícios, condomínios e residências, lembra que, quando o material obtido pelas câmeras era gravado em VHS, havia dificuldades de arquivo. ‘Uma fita servia para gravar um dia. Um CD registra 30 dias e não ocupa espaço.’


O Brasil possui 78 normas que facilitam o combate à corrupção, incluindo artigos constitucionais, leis, decretos, resoluções. Uma delas prevê que as movimentações de dinheiro acima de R$ 100 mil pelo sistema bancário sejam registradas pelo Controle de Atividades Financeiras (Coaf), ligado ao Ministério da Fazenda. Ele faz soar uma espécie de alarme para autoridades toda vez que uma operação dessas acontece. Ou pelo menos deveria, como ressalva Maierovitch: ‘É um sistema bem montado, mas que funcionará melhor se houver mais sinergia entre o Ministério Público, a Polícia Federal e a Receita’, diz. ‘Nosso sistema de inteligência está em frangalhos.’


‘Para cada ato de corrupção em escala nacional há pelo menos outros cem acontecendo nos milhares de municípios, sem que ninguém perceba’, destaca o deputado Paulo Rubem Santiago (PT-PE), da Frente Parlamentar de Combate à Corrupção.


Aprimorar o Big Brother tem sido a norma geral, mas ainda não se sabe quais são os limites. Nos EUA, entidades reclamam que, em nome do combate ao terrorismo, as autoridades estão invadindo cada vez mais a privacidade dos cidadãos.’




Marcelo Bartolomei


‘Emissoras trocam entretenimento por discussão política’, copyright Folha de S. Paulo, 7/08/05


‘Nunca se falou tanto em política na televisão, não somente nos noticiários e nos humorísticos mas também nos programas de entretenimento das emissoras abertas.


‘Virou um espetáculo, como tudo na televisão’, diz o professor de jornalismo da ECA-USP Laurindo Lalo Leal Filho, 60. ‘Mas tem um lado positivo, levando a política crua e real para o cidadão. Uma coisa é ver ao vivo; outra é ver editada nos telejornais.’


‘O entretenimento contamina o jornalismo na televisão. A notícia é menos importante do que o show que se faz em torno dela. Diferentemente das anteriores, essa CPI mostra que alguns personagens incorporaram a idéia do espetáculo’, afirma.


Espetáculo à parte, as emissoras investiram pesado na crise desde o depoimento do ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu, terça passada, trocando a programação diária pela transmissão da CPI dos Correios. Os dados ainda são preliminares, mas, se não houve alteração significativa no Ibope, ao menos as audiências sofreram uma reviravolta.


Na Band, por exemplo, a audiência feminina das tardes mudou para um público de maioria masculina quando Dirceu depôs, segundo o departamento de comunicação. Na segunda passada, o ‘Boa Noite, Brasil’ reuniu cinco parlamentares da CPI e obteve audiência mais qualificada que a tradicional. Registrou 50% de audiência das classes A e B.


A TV Cultura, comandada pela cúpula do PSDB paulista, também passou a transmitir depoimentos ao vivo. Na terça passada, obteve dois pontos no Ibope e voltou a exibir ao vivo na quinta.


O diretor do ‘Programa do Jô’, Willem van Weerelt, 49, acha que a exposição da crise na TV é positiva. ‘É uma oportunidade de esclarecer para todos os níveis como funciona o meio político.’


Desde o início das denúncias, a atração já entrevistou senadores, deputados e personagens envolvidos nas denúncias. A audiência se manteve estática, na média de nove pontos. O maior sucesso, diz o diretor, é a mesa de debates com jornalistas, no ar às quartas-feiras.’




Folha de S. Paulo


‘Rouba, Mas Fala’, Editorial, copyright Folha de S. Paulo, 6/08/05


‘Num primeiro momento, a condição de presidente do PTB e aliado do governo Luiz Inácio Lula da Silva, somada à gravidade das acusações que tinha a fazer, justificava o espaço que foi concedido ao deputado Roberto Jefferson. Com efeito, suas denúncias, inicialmente classificadas de mentirosas pela cúpula do PT, vêm encontrando amplo respaldo nas investigações.


A comprovação de boa parte das acusações, contudo, contribuiu para que Jefferson se visse investido de uma autoridade que não condiz com sua trajetória política. Já tendo declarado que ‘sublimou’ o seu mandato, o histrionismo de suas performances sugere que as acusações de corrupção de que é alvo não o constrangem. Cioso de sua súbita popularidade, o deputado vai disparando suas denúncias de acordo com a platéia e o efeito que lhe convém obter.


Antes que Jefferson seja transformado num herói da moralidade pública, é preciso lembrar o contexto singular em que ganhou voz. Acuado pela descoberta de irregularidades em sua relação com empresas estatais e sentindo-se abandonado pelos seus aliados no governo, adotou a conhecida estratégia de não arcar sozinho com a responsabilidade.


Ao fazê-lo, parece ter sido movido menos por veleidades republicanas e muito mais por um desejo de vingança pessoal contra o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que, como confessou, desperta em seu íntimo ‘instintos primitivos’.


De certa forma, Jefferson procura informalmente se beneficiar do efeito da ‘delação premiada’. Ao fazer revelações, espera, em contrapartida, obter da opinião pública um juízo complacente acerca de seu comportamento -ele que já admitiu pelo menos um crime eleitoral.


Já se tornou célebre no país o epíteto ‘rouba, mas faz’ para qualificar homens públicos realizadores, mas versados em práticas ilícitas. Esperemos que a imaginação popular não venha a ter a oportunidade de cunhar um outro gracejo, para referir-se no futuro a um novo tipo de político -aquele que ‘rouba, mas fala’.’


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‘Duda Mendonça nega saque; Valério reafirma’, copyright Folha de S. Paulo, 6/08/05


‘O publicitário Duda Mendonça, responsável pela campanha à Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, divulgou nota ontem em que nega o envolvimento com o esquema de repasse ao PT de recursos obtidos a partir de empréstimos de Marcos Valério de Souza. O dinheiro era supostamente para pagamento de dívidas de campanhas petistas.


Duda diz repudiar ‘com veemência e indignação as tentativas absurdas e absolutamente improcedentes do sr. Marcos Valério e da sra. Simone Vasconcelos de envolverem o meu nome e o da minha sócia Zilmar Fernandes’ no esquema de repasses.


Durante o depoimento prestado à Polícia Federal na segunda-feira, Simone Vasconcelos, diretora financeira da SMPB, entregou uma lista com nomes de sacadores e beneficiários de dinheiro oriundo de contas de Marcos Valério. Envolvendo o nome de Duda, teriam sido retirados um total de R$ 15,5 milhões em cinco saques, feitos entre fevereiro e novembro de 2003. Além do publicitário baiano e de Zilmar, aparecem como beneficiários dois policiais civis de Minas Gerais, David Rodrigues Alves e Luiz Costa Lara, e Antônio Kalil Cury, diretor da Duda Mendonça Associados.


Duda afirma acreditar que o objetivo do envolvimento de seu nome e o de sua sócia é o de ‘confundir as investigações -tentando nos responsabilizar por saques (…) que jamais aconteceram’. Ele também disponibilizou seus dados financeiros: ‘Nos colocamos à inteira disposição das autoridades (…) para quaisquer esclarecimentos (…), assim como total acesso a nossos extratos bancários e à contabilidade das nossas empresas’.


Valério, porém, reafirmou ontem, em nota, os saques. ‘O empresário Marcos Valério de Souza confirma que repassou ao sr. Duda Mendonça a quantia de R$ 15,5 milhões, por meio da sócia dele, Zilmar Silveira, seguindo instruções do sr. Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT.’


Duda também negou ter sido convocado para depor à PF, como fora divulgado ontem pela Folha. Afirmou que seus advogados entraram em contato com o superintendente da PF da Bahia, que teria negado a informação.


Segundo a PF de São Paulo, que havia feito a intimação, os advogados do publicitário conseguiram adiar seu depoimento. Zilmar também vai ser ouvida. Os depoimentos devem ocorrer no início da semana que vem. Colaborou a Reportagem Local e a Agência Folha, em Belo Horizonte’




Kibe Loco


‘As capas de Veja‘, copyright Kibe Loco (http://kibeloco.blogspot.com), 09/08/05