‘Marca vinculada a séries consagradas como ‘Sex and the City’ e ‘Six Feet Under’, a HBO encomendou à independente brasileira Gullane Filmes (produtora de ‘Carandiru’) uma minissérie de ficção que aborde ‘as diversas opções sexuais das tribos que circulam na noite paulistana’.
Com o título provisório de ‘Na Moda’ (porque o sexo é um assunto que nunca sai da moda, conforme registrado na Ancine), será a terceira co-produção da HBO Latin America (das quais a HBO dos EUA é uma das sócias) no Brasil. As primeiras são ‘Mandrake’ (que deve estrear em outubro) e ‘Carnaval’ (em 2006).
A minissérie terá oito capítulos de 52 minutos cada, sem intervalos. Segundo a Ancine (Agência Nacional do Cinema), está orçada em R$ 5,983 milhões (R$ 2,117 milhões já liberados). Trata-se de uma superprodução para os padrões brasileiros -o custo por capítulo é maior do que o de minisséries da Globo. O dinheiro vem da Ancine: as programadoras (como a HBO) depositam contribuição de 3% sobre suas remessas ao exterior e usam esses recursos em produção no país.
A minissérie ainda não tem roteiristas nem diretores definidos. A história também está em aberto. Numa trama de ação, pretende-se mostrar um lado sofisticado de São Paulo, tecnológico, com bastante erotismo. O universo da moda, casas noturnas e o uso da internet deverão ser abordados.
OUTRO CANAL
Baixa Diretor-geral artístico da Globo, Mário Lúcio Vaz está internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo. O executivo deverá se afastar durante três meses, ficando de fora da decisão da escolha dos projetos que serão testados no final de ano -e que podem substituir ‘Carga Pesada’ e ‘Sob Nova Direção’.
Hot dog Scooby-Doo, Salsicha e companhia estragaram a volta de Pedro (Antonio Fagundes) e Bino (Stênio Garcia) ao ar, sexta-feira, dia em que o SBT completou 24 anos. O filme ‘Scooby-Doo’ bateu ‘Carga Pesada’ (22 a 19 pontos) e o ‘Jornal da Globo’ (23 a 14).
Dividida O jornalista Jorge Kajuru vai recorrer da sentença, de primeira instância, que na semana passada o condenou a um ano e cinco dias de detenção em regime aberto por ter chamado o também jornalista Milton Neves de ‘delinqüente juvenil’. Diz que o juiz não levou em consideração as provas que ele apresentou.
Balanço O ‘SBT Brasil’ fechou sua primeira semana com média de nove pontos. É pouco menos que o ‘Programa do Ratinho’ registrava quando entrava no ar por volta das 19h. É menos também do que a média do ‘Bom Dia Brasil’, que a Globo exibe à 7h15.
Noveleiro Caetano Veloso engatou uma animada conversa nos bastidores do ‘Domingão do Faustão’ com Deborah Secco, Camila Morgado e Gabriela Duarte sobre suas personagens em ‘América’.’
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‘CPI leva Globo News a dominar a TV paga’, copyright Folha de S. Paulo, 24/08/05
‘A transmissão ao vivo das CPIs que investigam denúncias de corrupção e o noticiário da crise no governo federal levaram a Globo News a dominar a audiência da TV paga em julho. O canal da Globo monopolizou 40% do tempo dedicado em média por todos os assinantes aos canais pagos.
O tempo médio de permanência do telespectador na frente da Globo News, que foi de 37 minutos por dia no primeiro semestre, aumentou para 57 minutos em julho. O crescimento foi bem maior do que a média da TV paga. Em julho, o assinante gastou em média 2 horas e 22 minutos por dia vendo TV paga, apenas oito minutos a mais do que no primeiro semestre (2h14min). Os dados foram fornecidos pela TV Globo.
Segundo a emissora, 1.499.762 telespectadores (de um total de 13,313 milhões) sintonizaram o canal de notícias durante pelo menos um minuto por dia _número excepcional para a TV paga nacional, só comparável a exibições de grandes filmes.
A Globo News superou no ranking de audiência os até então líderes Cartoon Network e TNT. Mas não foi a primeira vez que liderou. A Globosat só equipara as CPIs à audiência da Globo News na cobertura dos atentados de 11 de setembro de 2001.
No ranking dos 20 mais vistos em julho, o segundo melhor canal de notícias é o Band News (que aparece em 20º, três posições acima da TV Senado).
OUTRO CANAL
Vestibular 1 De olho na programação de 2006, a Globo vai testar cinco seriados e um infantil no final deste ano. Dos 16 projetos analisados no início deste mês, foram selecionados seis.
Vestibular 2 A lista tem ‘Cá Entre Nós’ (comédia sobre casais, de Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa), ‘Levando a Vida’ (espécie de um ‘A Diarista’ com motoboys), Os ‘Amadores’ (quatro homens em uma UTI passam a vida a limpo), ‘Correndo Atrás’ e ‘Quem Vai Ficar com Mário?’ (os dois últimos já mostrados em 2004) e o infantil ‘Clara e o Chaveiro do Tempo’.
Vestibular 3 A relação dos aprovados é assinada por Ary Nogueira, diretor de recursos artísticos, que assumiu interinamente a direção-geral artística, durante licença de Mário Lúcio Vaz.
Pode? A pergunta que não quer calar: com tanto hotel em Miami, por que em ‘América’ a ricaça Haydée (Christiane Torloni) ficou hospedada justamente na pensão dos imigrantes (de Consuelo/ Claudia Gimenez)?
Importante Deve ser votado hoje na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara projeto do deputado Severino Cavalcanti que pune com reclusão de dois a cinco anos o responsável por exibição de cenas de nudismo ou relações sexuais na TV aberta. A proposta tem parecer favorável.’
ATÉ QUANDO?
Esther Hamburger
‘Em ‘Até Quando?’, a morte tem cor, gênero e idade’, copyright Folha de S. Paulo, 23/08/05
‘Os índices de morte violenta em alguns lugares do Brasil superam as ocorrências em países que se encontram em guerra. No conflito Israel/Palestina, entre dezembro de 1987 e novembro de 2001, 467 adolescentes morreram por arma de fogo. No município do Rio de Janeiro, no mesmo período, esse número chega à assustadora cifra de 3.937.
São dados de ‘Até Quando?’, documentário contundente de Belisário Franca que vai ao ar hoje na TV Futura e dia 26 na TVE. O filme retoma a temática de ‘Notícias de Uma Guerra Particular’, trabalho pioneiro de João Moreira Salles, que trouxe à baila, em 1999, o drama até então quase invisível da violência nos morros cariocas.
A morte tem cor, gênero e idade. A cada dia no Brasil morrem 16 adolescentes entre 15 e 18 anos. Meninos homens, negros, moradores de favela morrem mais que os brancos na mesma faixa etária. Hoje, 70% das mortes de adolescentes são mortes violentas.
Quem mata? Outros jovens nas mesmas condições, a polícia e grupos de extermínio. Crianças brincando, muitas vezes, são vítimas fatais de tiroteios aberrantes. A impunidade é a regra.
A violência se banalizou. Crianças doutoras nas artes das armas reconhecem as características técnicas de fuzis, escopetas etc. Os corpos examinados pelo Instituto Médico Legal apresentam as características que os especialistas associam com a morte na guerra. A favela é arena privilegiada dessa guerra. Na favela, a polícia combate com procedimentos de guerra. E computa as vítimas como fruto de ‘resistência’.
A representação da violência
Nos anos 90, a violência urbana aparecia restrita aos telejornais sensacionalistas do início da noite, se confundindo com um estilo que supostamente interessaria mais ao público popular.
Hoje, essa guerra se dá também no plano da representação. Movimentos de hip hop disputam a primazia narrativa da mídia. Na esteira de ‘Notícias de uma Guerra Particular’, uma série de filmes -documentários e de ficção- enfrentou o desafio de falar sobre a violência.
‘Até Quando?’ se insere nessa linhagem de denúncia. As imagens são angustiantes. Fotos policiais de corpos infantis caídos, desfigurados. Mães desestruradas pelo desaparecimento repentino choram. Com o rap o filme adverte: ‘qualquer vacilação/ morre de bobeira / aprende essa lição.’
‘Notícias’ salientou de maneira dramática a oposição entre pontos de vistas de policiais, traficantes e moradores. ‘Até Quando?’ privilegia o olhar dos moradores, parentes de vítimas, principalmente no morro. Há também depoimentos de policiais e especialistas que associam os casos relatados a estatísticas e contextos. O tráfico é a ausência significativa.
Resultado de uma parceria entre a Unicef, a produtora Giros e a ONG Observatório de Favelas, o filme busca chamar a atenção para os mais desprovidos -de poder e imagem.
Trata-se de mais um lance na pesquisa por formas de representação da violência que não contribuam para alimentar o medo. Permanece o desafio de encontrar formas audiovisuais que desarticulem os discursos que perpetuam uma situação que alguns classificam como de genocídio.
Esther Hamburger é antropóloga e professora da ECA-USP
Até Quando?
Quando: hoje, às 22h30, no Canal Futura; sexta, dia 26, na TVE, às 21h’
TV GLOBO
O Estado de S. Paulo
‘Carequinha grava série na Globo ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 24/08/05
‘Aos 90 anos, o palhaço Carequinha encarou expediente de gravações para a televisão, coisa que normalmente já é exaustiva para quem ainda nem se aproxima da terceira idade. Carequinha estará na segunda temporada da irrepreensível Hoje É Dia de Maria, microssérie sob o comando de Luiz Fernando Carvalho. A produção que encantou público e crítica em janeiro voltará à tela da Globo em outubro, com cinco episódios.
Carequinha entra em cena tocando realejo. Na ocasião, os atores Rodolfo Vaz e Tadeu Mello cantam, interpretando dois bêbados. A música se chama Realejo dos Bêbados. Como na primeira etapa, a música terá importância extraordinária na produção. O elenco voltou a tomar aulas de preparo vocal com Agnes Moço e Tim Rescala. Os exercícios não se resumem a cantar; incluem técnicas de respiração e até de aikidô.
As gravações começaram na semana passada. A maioria dos atores da primeira temporada viverá novos personagens, sem perder as características dos papéis anteriores. As exceções são Carolina Oliveira, a menina que dá nome à história, Charles Fricks e Leandro Castilho, como os Executivos, e Juliana Carneiro da Cunha como a mãe.
Na seqüência a seguir, Maria chegará à cidade e dará de cara com novos tipos de Asmodeus – personagem em que se revezam Stênio Garcia, Ricardo Blat, João Sabiá e André Valli. E, de novo, Maria não terá sossego. Terá de enfrentar um outro demônio. A idéia é enfocar a destruição das relações, da confiança e dos sonhos.
O elenco conta ainda com Letícia Sabatella, Osmar Prado e Daniel de Oliveira.’
SBT
Keila Jimenez
‘‘Meu programa está longe de ter minha cara’’, copyright O Estado de S. Paulo, 23/08/05
‘Em outubro, Adriane Galisteu completa um ano de SBT. À frente do vespertino Charme, a apresentadora foi recentemente alvo de fofocas sobre uma suposta briga entre ela e Silvio Santos. Galisteu estaria insatisfeita com o formato da atração e SS não estaria disposto a mudar uma vírgula do Charme. Em entrevista ao Estado, Adriane garante que não brigou com SS, mas fala que o Charme está muito longe de ser o que ela sonhava.
Como surgiu essa história de que você teria brigado com o Silvio ?
Essas fofocas me causaram um problemão. Eu não briguei com o Silvio, mal o conheço, ele é meu patrão, sou profissional, nunca faria isso que falaram. Essa história é absurda.
Houve problema entre vocês?
Não. O que acontece é que estou apenas há um ano no SBT, tenho contrato de quatro anos e não conhecia a filosofia da emissora. Estou tentando descobrir o caminho das pedras por aqui. Não estava acostumada com a política do SBT. Era muito diferente nas outras emissoras em que trabalhei, por isso estranhei.
O que você estranhou?
Demorei para compreender que aqui eu sou só apresentadora e ponto final. Entro no ar e sigo um roteiro. Antes, eu participava da produção, dava idéias, era outro esquema. O Silvio me deixou fazer o programa por duas semanas do meu jeito, mas, como precisava de contratações para continuar, ele voltou ao que era. Sou passional, fiquei chateada, mas quando tiraram meu programa diário na Record também fiquei assim. Chorei… Tenho uma equipe pequena no SBT, de seis pessoas, e não posso fazer um programa do jeito que quero. Não dá nem para chamar convidados.
Você está insatisfeita com o Charme?
Não é isso. Não há desgaste na minha relação com o SBT, mas o Charme está longe de ser a minha cara, do jeito que eu sonhei. Mas também não me envergonho de fazê-lo, muito pelo contrário.
Há previsão de novidades no programa?
As prioridades do Silvio no momento são outras, o jornalismo, por exemplo, e acho ótimo para a rede. Quanto às mudanças, quem sabe quando completarmos um ano?’