Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Daniel Castro

‘A Sony Pictures, uma das maiores do mundo no setor de entretenimento, já está negociando com emissoras brasileiras a produção no país do ‘reality show’ ‘The Cut’, que estréia no final deste mês na CBS, nos Estados Unidos.

O programa será uma espécie de ‘O Aprendiz’ do mundo da moda. Pretende revelar um novo grande estilista. Nos EUA, será ancorado por Tommy Hilfiger e reunirá 16 participantes, que viverão juntos em Nova York e participarão de provas em que terão que mostrar talento, faro comercial e senso de marketing.

O vencedor, segundo o site da CBS, terá a ‘oportunidade’ de desenhar uma coleção sob o comando e para Tommy Hilfiger, grife internacional um tanto cara.

Segundo Helios Alvarez Filho, diretor da Sony Pictures no Brasil, a idéia é adaptar o formato no país ancorado em um nome local badalado (como Alexandre Herchcovitch ou Ocimar Versolato, nos exemplos do executivo).

Alvarez Filho diz que já está tendo os primeiros contatos com diretores das principais redes do país. Afirma que irá fazer apresentações mais detalhadas do programa durante a feira de televisão da Natpe, que acontece no final deste mês em Las Vegas (EUA), onde estarão diretores de Globo, SBT, Record e Band.

‘The Cut’ marca a volta da Sony ao licenciamento de formatos. A empresa já licenciou no Brasil ‘Roleta Russa’, na Record.’



QUEER EYE
Alessandra Stanley

‘‘Queer Eye’ para mulheres tende ao constrangedor’, copyright Folha de S. Paulo / The New York Times, 16/1/05

‘Tudo começou com o programa ‘Queer Eye for the Straight Guy’, produzido pelo canal Bravo -que no Brasil é exibido pelo canal pago Sony. Era divertido.

O mesmo se aplica à paródia reversa, ‘Straight Plan for the Gay Man’ (que foi exibida em curta temporada pelo GNT). Mas o derivativo distante ‘Queer Eye for the Straight Girl’ realmente não funciona.

Há muitas mulheres que não escovam os cabelos ou jogam fora os jornais velhos, mas nos ‘reality shows’ elas parecem mais patéticas que bonitinhas.

‘Queer Eye for the Straight Guy’ funcionava bem ao remexer em todos os doces estereótipos que temos sobre os homens heterossexuais, definindo-os como malcuidados, grosseiros e necessitados de um toque feminino -ou, no caso, da dica de um homem gay.

Na noite de estréia do ‘reality show’, que aconteceu na última quarta-feira nos Estados Unidos, Nicole, 29, uma insegura mulher que usa jeans e bonés de beisebol, recebe a visita de uma equipe da SWAT formada por três exuberantes homens gays e uma lésbica -Damon Pease, Danny Teeson, Robbie Laughlin e Honey Labrador-, todos especialistas em estilo, que vão ajudá-la a preparar sua festa de 30º aniversário.

‘Trinta é o novo 20’, diz Robbie, responsável pelo quesito aparência, ou seja, roupas e maquiagem. (O que presumivelmente implica que dez seja o novo zero.)

A equipe conclui que Nicole precisa de um tratamento à maneira de ‘Sex and the City’ ou, como define um de seus integrantes, ‘precisa ser menos Charlotte e mais piranha’.

Crise

Mas as piadas verbais e físicas dos estilistas não funcionam bem diante da crise que eles têm de ajudar a resolver. Os problemas de Nicole parecem ser mais profundos que uma má coleção de sapatos e uma falta de almofadas. Ela parece angustiada e chora sempre que fala do pai, que morreu na época em que ela estava na faculdade.

E não é uma idiota. Depois de uma sessão intensa de compras e tratamento em um spa (que inclui máscara de algas para o traseiro), ela diz, mansamente: ‘Não me interpretem mal, mas isso tudo é muito superficial’.

Para exorcizar a desordem interior de Nicole, Danny, que fala com sotaque londrino e cuida do aspecto ‘vida’, dá a ela um maço de cartas de tarô e algumas dicas espirituais estilo new age.

Ela está pronta para a festa, usando um vestido preto que lhe deixa as costas nuas e sapatos de salto agulha. Um rapaz bonito por quem ela se interessa em segredo foi convidado para a festa, como uma surpresa para Nicole, e o espanto e as lágrimas de alegria que ela derrama ao vê-lo são pungentes -e meio tristes.

O que começou como um programa irônico de transformação se torna uma espécie de choroso ‘Rainha por um Dia’, e isso incomoda muito mais do que diverte.

O ‘reality show’ é exibido semanalmente e ainda não tem previsão de chegada ao Brasil. (Tradução Paulo Migliacci)’



VALE A PENA VER DE NOVO
Etienne Jacintho

‘Programas antigos dão o que falar’, copyright O Estado de S. Paulo, 11/1/05

‘O Multishow comemora a repercussão das reprises de programas da Globo em sua grade de programação. O Ibope ainda não tem os números de audiência dos programas, mas o canal por assinatura já está recebendo e-mails de espectadores que aprovaram a idéia e retorno positivo dos anunciantes.

Algumas pérolas globais entraram no Multishow para comemorar os 40 anos da Rede Globo. ‘Não é uma estratégia do canal exibir conteúdo da Globo’, avisa a gerente de Marketing do Multishow, Daniela Mignani. A faixa de programas da emissora fica no ar somente até abril.

Entre as atrações estão os humorísticos Armação Ilimitada, um hit dos anos 80, e o pastelão Sai de Baixo – a primeira versão com Cláudia Gimenez como Edileusa. Porém, a melhor reprise de humor é TV Pirata, programa caprichado, com elenco de peso e paródias incríveis. Quem não se lembra de Fogo no Rabo, versão pirateada da novela Roda de Fogo?

Segundo Daniela, logo que o Multishow anunciou as novas velhas atrações, vários e-mails chegaram ao canal. ‘Os telespectadores queriam saber, por exemplo, quais eram as séries que entrariam no canal’, conta a gerente. ‘Teve um internauta que perguntou se a Armação Ilimitada era um retrato ou uma caricatura dos anos 80!’

Daniela afirma que o retorno que teve das operadoras NET e SKY também foi bom. ‘Elas disseram que foi a grande notícia do começo de 2005’, comemora. Desde dezembro passado, o Multishow negocia cotas de patrocínio para as atrações comemorativas junto ao mercado anunciante.

Armação Ilimitada vai ao ar às terças e quintas; TV Pirata, às quartas e sextas; e Sai de Baixo, às segundas. As três atrações são exibidas em dois horários: ao meio-dia e às 17h30.

Além dos humorísticos, o canal exibe, ainda, uma faixa de minisséries. Está no ar Anos Dourados, que será seguida por Anos Rebeldes. Também estão na lista As Noivas de Copacabana, Sex Appeal, Labirinto, O Auto da Compadecida, A Invenção do Brasil, Presença de Anita, O Quinto dos Infernos e Cidade dos Homens. As minisséries são transmitidas diariamente, às 16 horas, com reprise à 1 hora.’



CLODOVIL DEMITIDO
Folha de S. Paulo

‘Rede TV! demite o apresentador Clodovil por fax’, copyright Folha de S. Paulo, 15/1/05

‘O apresentador Clodovil Hernandes, 67, foi demitido ontem da Rede TV!. A direção da emissora enviou fax para a casa de Clodovil informando que, a partir de segunda-feira, ele não apresenta mais o programa ‘A Casa É Sua’.

Clodovil foi demitido por causa de seus comentários. A última ‘vítima’ foi a apresentadora Luísa Mell, da Rede TV!, que é namorada do presidente da emissora, Amilcare Dalevo Junior. Em gravação na quarta, ele a teria chamado de ‘Rita Cadillac do futuro’. Isso foi cortado na edição.

Segundo Francisco Cortez, empresário de Clodovil, ele tem contrato até 3 de outubro e a multa pela rescisão é de R$ 1 milhão. O apresentador recebia R$ 15 mil de salário, mais cerca de R$ 130 mil de comissão por merchandising.

A atriz Vida Vlatt substituirá Clodovil na segunda. A Rede TV! negocia com Monique Evans.’



Keila Jimenez

‘Clodovil Hernandez deixa a Rede TV!’, copyright O Estado de S. Paulo, 17/1/05

‘A turma do Pânico venceu. Na guerra travada na RedeTV! – nos corredores e no ar – entre o Pânico na TV! e Clodovil, o apresentador saiu perdendo, quer dizer, perdeu seu emprego na emissora.

A partir de hoje, o programa do costureiro na Rede TV!, A Casa É Sua, deve ser apresentado pelos seus ‘serviçais’ da atração, a assistente Joana e a empregada Ofrásia (Vida Vlat), lembram-se dela? Vida – que deixou a emissora após se desentender com o apresentador – negociou sua volta na sexta-feira, mesmo dia em que o apresentador foi demitido.

Clodovil estava em pé de guerra com os rapazes do Pânico desde o ano passado, e, há alguns meses, viu a renovação de seu contrato – que vence em março – andar na corda bamba. Depois de muitas ameaças no ar de deixar o programa, Clodovil foi demitido oficialmente pela emissora na sexta.

A Rede TV! não explica quais foram os reais motivos para a demissão, alega apenas que ele quebrou cláusulas contratuais. Porém, está claro que a língua afiada do apresentador acabou irritando a direção da casa. O que não é novidade na carreira dele.

As discussões entre Clodovil e a alta cúpula da Rede TV! começaram no final do ano passado. Para tentar conter o apresentador, o programa dele deixou de ser ao vivo e passou a ser editado minutos antes de ir ao ar. Não adiantou nada. Clodovil continuou falando o que queria na gravação e chegou a receber mais de uma advertência da rede por meio de notificação extrajudicial.

Com média de audiência boa – na faixa dos 3 pontos – e faturamento em alta, Clodovil se manteve no A Casa É Sua por dois anos e arrumou muita confusão.

Em 2003, comprou briga com a ex-prefeita Marta Suplicy, que lhe valeu um processo. Há dois meses, chamou o dono da Band, Johnny Saad, de ladrão, no ar. Foi por esse, entre outros motivos, que seu programa deixou de ser ao vivo. Até os donos da Rede TV! Clodovil não poupou. Fez críticas severas a eles em entrevistas e no próprio programa.

Há quem garanta que Clodovil pode voltar para a Globo. Para substituí-lo, a RedeTV! chegou a pensar em Monique Evans. Só vendo para crer.’