‘Graças a um bombardeio de propagandas e de eventos patrocinados por operadoras de telefonia e fabricantes de aparelhos, o consumidor está cada vez mais familiarizados com o que um celular já pode fazer: tirar fotos, mandar mensagens de texto, tocar músicas, baixar vídeos da internet e… ah, claro, ligar para as pessoas.
O que não se sabe bem é como esse aparelhinho transformará a forma de se criar música, cinema, TV e artes em geral. E até que ponto funcionará como uma televisão, câmera fotográfica ou ‘toca-músicas’ portáteis. Será que essas promessas não esbarram nas limitações do celular, como o tamanho reduzido e as taxas cobradas? Quem trocaria o novelão grátis na TV, sentado num confortável sofá, por assistir a uma versão paga numa tela de menos de dez centímetros quadrados, no banco duro de um ônibus?
São questões que excitam e atormentam tanto o mercado que só neste mês haverá dois grandes eventos sobre o assunto no Brasil e dois no exterior: ‘Convergência de Conteúdo: da TV ao Celular’ (no Rio, amanhã), o 2º Tela Viva Móvel 2 (29 e 30, em SP), ‘Mundo do Conteúdo de Celular’ (21 a 23, em Londres) e ‘Festival de Cinema de Celular’ (em Atlanta, com inscrições abertas em setembro).
A Endemol, produtora de ‘Big Brother’, é uma das interessadas no debate sobre conteúdo em celular. Na Europa, lançou uma espécie de fotonovela para telefone móvel, ‘Fantesstic’. O cliente recebe por dia cinco quadrinhos -que misturam foto, desenho e texto- e pode interagir, decidindo, por exemplo, se a mocinha irá ou não ver o galã no dia seguinte.
Não há previsão de lançamento no país de algo exclusivamente criado para celular. ‘No Brasil, não há por enquanto consumidores suficientes para produção em escala de vídeo para celular. Além disso, as pessoas ainda acham incômodo assistir a algo na tela tão pequena’, diz Carla Afonso, diretora da Endemol Globo. Os produtos brasileiros são, na maioria, adaptações do que é feito para TV, como jogos e ‘bate-papos’ do ‘Big Brother’. ‘Aqui, o celular é hoje mídia complementar à TV, que propicia a interatividade.’
A MTV Brasil é outra empresa ávida a aproveitar as oportunidades do celular. Mas suas apostas em vídeos exclusivos para a telinha também são raras. ‘A qualidade da imagem é muito inferior à da televisão. Quando editamos um clipe da TV para o celular, temos de cuidar para que o trecho selecionado não seja escuro, tenha menos detalhes e mais closes’, diz José Wilson Fonseca, diretor de marketing da MTV.
‘Não é todo o conteúdo de TV que pode ser adaptado para celular’, diz Sandra Jimenez, diretora de tecnologia da MTV. Segundo ela, o desenho da ‘Mega Liga MTV’, que em breve será levado ao celular, é um exemplo de fácil adaptação. ‘É um traço chapado, de cores fortes’, explica.
A produção de cinema também já se espreme para caber na telinha. ‘Pode parecer prematuro assistir a filmes em aparelhos sem fio hoje, mas no futuro será lugar-comum’, disse à revista ‘Wired’ (EUA) Victoria Weston, dona da produtora de filmes de internet Zoie, criadora do Festival de Cinema de Celular, com curtas-metragens de um a cinco minutos.
O primeiro evento do gênero no Brasil deve acontecer em novembro, em São Paulo. Parte do festival de música, cinema e design Resfest, o Resfest de Bolso disponibilizará ao público seis vídeos feitos para celular por designers convidados. Além disso, pretende lançar em outubro um concurso de ringtones (músicas de toque de celular) com bandas independentes. Tudo ficará disponível na internet. ‘Não faria sentido obrigar a pessoa a sair de casa para acessar algo que não depende de espaço físico. Estamos falando de portabilidade’, diz Carlos Farinha, organizador do evento (8 a 15/11).
Além de aspectos estéticos da produção de celular (baixa definição, interatividade, portabilidade etc), outra discussão envolve os interesses empresariais por trás dessa nova forma de criar. Patrocinadora do festival de eletrônica e arte multimídia sónarsound, a Nokia é a grande interessada na mostra ‘Life Goes Mobile’, cujas obras foram feitas para acesso em aparelhos da marca.
Para Giselle Beiguelman, que fez uma obra para a mostra, a criação no celular é diferente da produção para internet, pois, no caso do telefone móvel, já nasceu ligada a corporações. ‘Na internet, as empresas vieram depois. Já a criação de celular é inteiramente mediada por operadoras e fabricantes.’ Quando se trata de unir arte e tecnologia, Beiguelman defende que não há como esperar de uma universidade, por exemplo, o mesmo aporte de verbas que essas empresas oferecem. Interessa ao patrocinador e aos artistas.’
FOLHAPRESS
‘Agência lança Folhapress com novos serviços’, copyright Folha de S. Paulo, 15/09/04
‘O serviço de notícias da Agência Folha, que comercializa fotos e textos, passa a se chamar hoje Folhapress. A nova marca será lançada com um site (www.folhapress.com.br) no 5º Congresso Brasileiro de Jornais, promovido pela ANJ (Associação Nacional de Jornais), em São Paulo.
Criada em 1994, a Agência Folha oferece produtos a jornais, editoras, sites, agências de comunicação, rádios e TVs do Brasil e exterior a partir do conteúdo editorial da Folha e do jornal ‘Agora’.
No site, a notícia poderá ser apresentada com o texto integrado, fotos e infografias. Também foi criado o Banco de Imagens on-line de fotojornalismo brasileiro, com um acervo de mais de 100 mil imagens digitalizadas.
Elas estão catalogadas por tema, autor, período, região e também por formato e nível de resolução. Os filtros podem ser cruzados.
No Banco de Imagens há também imagens direcionadas para revistas e agências de propaganda e design. Pesquisas poderão ser solicitadas por e-mail ou feitas no site. O acesso é gratuito.
No próximo mês, será lançado o Banco de Textos, que permitirá a busca do conteúdo editorial da Folha dos últimos dez anos.
O novo site mantém o Serviço Noticioso Geral dividido em seis áreas editoriais -política, economia, cotidiano, esporte, cultura e exterior. São mais 200 textos diários, incluindo informações do mercado financeiro, resultados de loterias e manchetes dos principais jornais e telejornais.
Parcerias
A Folhapress contará ainda com fotos de parceiros nas principais cidades do país. O cliente pode optar pela compra de fotos avulsas ou por pacotes que reduzem o custo unitário por imagem.
A Folhapress oferece também material de cadernos temáticos que circulam na Folha e no ‘Agora’ para publicação simultânea.
São disponibilizadas ainda quase 50 colunas assinadas por jornalistas de destaque, como Clóvis Rossi, Janio de Freitas, Carlos Heitor Cony, Luís Nassif e José Simão, e de personalidades como Antonio Ermírio de Moraes, Danuza Leão, Pasquale Cipro Neto e Jairo Bouer.
A Folhapress firmou parceria com a France Presse. Jornais com tiragem máxima de até 50 mil exemplares poderão adquirir pacotes de fotos e textos, divididos nas editorias de cultura, economia, esporte e geral.
Mais informações sobre a Folhapress podem ser obtidas pelo e-mail comercial@folhapress.com.br e pelos telefones 0/ xx/11/3224-3123 e 3224-7691.’
MERCADO DE COMUNICAÇÃO
‘Instituto prevê expansão de 4,5% ao ano no Brasil’, copyright Meio e Mensagem, 6/09/04
‘O mercado de comunicações deverá crescer 4,5% ao ano no Brasil nos próximos cinco anos. O prognóstico foi apresentado na quarta-feira, dia 1º, pela analista Juliana Abreu, do instituto norte-americano Pyramid Research, durante o Seminário Satélites 2004, promovido pela Converge Eventos, em São Paulo. Segundo a executiva, entre 2004 e 2009 os segmentos que terão maior crescimento devem ser os de acesso à internet em banda larga e de televisão por assinatura, com índices de 22,5% e 9,4%, respectivamente. A expectativa é de que até 2009 o Brasil alcance 5 milhões de assinantes de banda larga, com mais de 80% dos acessos via ADSL.
A telefonia móvel deverá crescer 6,6% no período, com os índices de penetração passando de 35% em 2004 para 39% em 2009, e o mercado de dados deve ser aumentado em 4,6%. Já a telefonia fixa e o segmento de internet em banda estreita, que utiliza linhas telefônicas comuns, terão crescimento inexpressivo nos próximos cinco anos, com índices de 1,4% e 1,9%, respectivamente, de acordo com a empresa. Isso fará com que a diferença entre o alcance da telefonia fixa e da móvel aumente para 26% em 2009, quando a telefonia celular terá mais que o dobro de usuários da fixa – 46% da móvel ante 20% da fixa.’